
Programa - Pôster Eletrônico - PE27 - Racionalidades Médicas, Práticas Integrativas e Complementares, e Medicinas Tradicionais
CONCEPÇÕES DE CUIDADO E FORMAÇÃO PROFISSIONAL COMO DETERMINANTES DA OFERTA DE PRÁTICAS INTEGRATIVAS NOS CENTROS DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL
Pôster Eletrônico
1 UFG
Apresentação/Introdução
As Práticas Integrativas em Saúde ainda enfrentam barreiras à sua consolidação na saúde mental. Nos Centros de Atenção Psicossocial, a visão dos gestores sobre o cuidado exerce influência direta na oferta dessas práticas.
Objetivos
Este estudo teve como objetivo analisar como as formações profissionais e concepções de cuidado dos coordenadores influenciam a presença de Práticas integrativas em Saúde nesses serviços.
Metodologia
Trata-se de uma pesquisa qualitativa realizada com doze coordenadores da Região Metropolitana de Goiânia, por meio de entrevistas semiestruturadas, transcritas e analisadas por meio da Análise de Conteúdo Temática conforme proposta por Bardin.
Resultados
Todos relataram a oferta de Práticas Integrativas em Saúde, mas com sentidos distintos. Coordenadores com formação prévia ou vivência nessas práticas e com concepções ampliadas de cuidado atribuíram maior valor a elas, associando-as à promoção da autonomia, ao fortalecimento de vínculos e à integralidade do cuidado. Por outro lado, gestores com formação mais tradicional, que não realizaram quaisquer formações em Práticas Integrativas em Saúde e pouca familiaridade com essas abordagens revelaram menor valorização, considerando-as complementares ou pouco científicas. As práticas ofertadas refletem diretamente as concepções dos coordenadores e evidenciam uma disputa simbólica entre modelos biomédicos e abordagens ampliadas no campo da saúde mental.
Conclusões/Considerações
Conclui-se que a formação profissional e a concepção de cuidado são determinantes para a consolidação das Práticas Integrativas nos serviços, sendo necessário fortalecer políticas de educação permanente alinhadas aos princípios da saúde coletiva.
A JORNADA AO CUIDADO DO PACIENTE QUE UTILIZA CANNABIS SATIVA L. PARA FINS MEDICINAIS
Pôster Eletrônico
1 Unifesp - Campus São Paulo
Apresentação/Introdução
A pesquisa é um estudo qualitativo através dos relatos de cuidadores sobre uso de Cannabis e seus derivados por pacientes para o cuidado de epilepsia refratária aos medicamentos convencionais no cenário brasileiro, que é proibicionista. Nessa jornada, para o alívio dos problemas de saúde, os pacientes e cuidadores passam por diversos obstáculos sociais, econômicos, médicos, psicológicos e existenciais.
Objetivos
Analisar a jornada dos pacientes que sofrem com epilepsia refratária.
Metodologia
Pretendemos entender esse conjunto de acontecimentos, com ênfase especial no cuidado. Usaremos a metodologia de Análise de Conteúdo na perspectiva de Bardin (2016) e teremos como referenciais teóricos os trabalhos de Anne-Marie Mol (2008), onde é apresentada a dinâmica entre lógica da escolha e lógica do cuidado, para pensarmos nas questões sobre Cannabis, cuidado, proibicionismo e epilepsia. Percebemos também a pertinência de dialogar com os trabalhos de Madel Luz (2012), sobre racionalidades médicas, para tratar do uso da Cannabis e tensões entre o Cuidado Primário e Secundário, entrelaçando com os conceitos da Filosofia do Cuidado de Boris Groys (2023).
Resultados
Estamos concluindo a análise da primeira fase da pesquisa, que é a construção de roteiro com médicos prescritores e pacientes especialistas, que será usado como na segunda etapa com os cuidadores principais. Também empreendemos uma inserção em campo (on-line e off-line). Encontramos resultados interessantes em relação as estratégias de cuidados, obstáculos e letramento em saúde dos participantes. Já nessa primeira etapa da pesquisa, com as lentes do referencial teórico, juntamente com os achados em campo, temos uma prévia das lógicas do processo de cuidado envolvendo Cannabis e derivados em epilepsia refratária, no contexto brasileiro, com seus diversos atores, tensões e ambivalência.
Conclusões/Considerações
No Cuidado Secundário Biomédico é predominante a atuação de neurologistas prescrevendo canabidiol puro. No Cuidado Secundário Canábico são médicos de diversas especialidades e experiência em Cannabis Medicinal, que prescrevem produtos industriais ou artesanais. Portanto, o binômio cuidador-paciente navega por esses Sistemas de Cuidados, onde as relações são marcadas de tensões, vínculos, parcerias e estratégias com vista à qualidade de vida.
HOMEOPATIA: A RACIONALIDADE MÉDICA DO CUIDADO ACOLHEDOR, INTEGRAL HUMANIZADO E SINGULAR NO SUS
Pôster Eletrônico
1 UEFS
Apresentação/Introdução
Desde 1820, há relatos do tratamento homeopático entre os imigrantes alemães, no Sul do Brasil; em 1840, a medicina criada pelo Dr. Samuel Hannemann se institucionaliza nos hospitais filantrópicos. A racionalidade médica da Homeopatia difere da Biomedicina: é individualizante, buscando a subjetividade e os aspectos biopsicossociais e culturais, as causas e consequências do adoecimento, o que é singular.
Objetivos
: identificar e analisar as concepções, percepções do tratamento homeopático e do estar enfermo, entre os usuários do ambulatório desta especialidade no SUS, bem como as motivações pessoais e as queixas clínicas para busca desse tratamento.
Metodologia
Estudo de caso, com metodologias qualitativas, num ambulatório policlínico, do SUS, em Salvador. Foram aplicados 112 questionários semiestruturados, durante 7 meses, na sala de espera, antes da consulta médica homeopática; questões fechadas (idade, escolaridade, profissão/ocupação, cor, religião, renda familiar, tempo de tratamento com homeopatia), e uma questão aberta (queixas/motivações para a consulta homeopática). Em 3 meses, foram realizadas 19 entrevistas em profundidade, em ambiente privativo; para identificar as representações associadas à homeopatia, para identificar o universo de significados, motivos, crenças, valores e atitudes. A pesquisa foi submetida e aprovada no CEP/ISC/UFBA.
Resultados
Perfil dos pesquisados: mulheres (79%), autodeclaradas pardas (54%), média de idade 44a anos, soteropolitanas (55%), católicas (62%), baixa escolaridade e 54% não finalizaram o 2º grau e renda familiar inferior a 2SM (65%); tempo médio de tratamento, 4a. Apresentavam queixas crônicas (sintomas gerais inespecíficos, ansiedade, problemas respiratórios, dores musculares, problemas de pele endócrinos, cistos e tumorações), para as quais não haviam encontrado melhora ou cura nas especialidades biomédicas. Declaravam representações positivas: acolhimento, escuta humanizada, tempo diferenciado da consulta, abordagem integral, autoconhecimento e o uso de medicamentos não agressivos para o organismo.
Conclusões/Considerações
Positivamente avaliado no SUS, quanto à qualidade da consulta, à utilização de medicamentos naturais, não iatrogênicos, remetendo às práticas terapêuticas de povos originários e das classes populares; sendo uma alternativa de tratamento para a cura e ou estabilização de enfermidades e desconfortos biopsíquicos crônicos. Essas representações revelam o potencial das PICs como um tratamento que favorece uma abordagem acolhedora, integral e humanizada.
PERFIL DOS USUÁRIOS QUE FAZEM USO DE PLANTAS MEDICINAIS NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
Pôster Eletrônico
1 UFVJM
2 PUC MG
Apresentação/Introdução
As plantas medicinais (PM) ganham espaço na Atenção Primária à Saúde (APS) brasileira, impulsionada pela Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos. Compreender o perfil dos usuários dessas plantas permite aos profissionais de saúde oferecer orientações adequadas, sendo crucial para otimizar à assistência, identificar necessidades e promover o uso racional e seguro destas.
Objetivos
Coletar informações de caracterização do perfil dos usuários de plantas medicinais e realizar o levantamento sobre o conhecimento e uso das plantas medicinais pelos usuários da Atenção Básica.
Metodologia
À amostra recrutada foi de 200 usuários de uma na Unidade Básica de Saúde (UBS). Para a coleta de dados, utilizou-se a entrevista semiestruturada, que oferece flexibilidade para que o entrevistador conduza a conversa de forma a explorar as experiências e percepções dos participantes dentro do tema proposto. Permite ao entrevistado a expressão de pensamentos livres, contribuindo para a construção conjunta do conteúdo da pesquisa.
Resultados
Dos 200 entrevistados, 85% afirmaram usar plantas medicinais. Dos usuários que utilizam PM 122 relataram fazer uso da hortelã, boldo, capim-cidreira, erva-cidreira e poejo. 95% da amostra utiliza PM para tratar, amenizar e/ou prevenir algum sintoma; enquanto as outras 5% por hábito, costume e/ou prazer. Entre as doenças mencionadas, as disfunções do trato urinário aparecem com maior percentual, seguidas da dor e desconforto, problemas respiratórios, melhora da imunidade/redução de mal-estar geral e controle de inflamações e ou infecções gerais. A forma de uso preferencial é o chá, aplicação local e ingestão do suco. 93,4% do total pesquisado afirma uma relação positiva com o uso de PM.
Conclusões/Considerações
As plantas medicinais fazem parte de um saber das experiências vividas, principalmente aquelas presentes na comunidade pesquisada. Diante disso, destaca-se a importância de ampliar o acesso a informações seguras sobre seu uso, bem como de capacitar os profissionais de saúde para orientações adequadas quanto à forma de uso, dosagem e indicações terapêuticas, a fim de prevenir efeitos adversos e promover o uso responsável.
O CUIDADO INTEGRAL À SAÚDE NA ATENÇÃO PRIMÁRIA: AS CONTRIBUIÇÕES DAS PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES PARA O SUS
Pôster Eletrônico
1 UnB
Apresentação/Introdução
A PNAB tem a finalidade de definir diretrizes organizacionais alinhadas aos princípios do SUS e à gestão descentralizada, além de reconhecer como modelo preferencial a ESF em todo o Brasil. Em consonância com a PNAB, a PNPIC desempenha o papel central na consolidação de um modelo pautado na integralidade do cuidado com base nas experiências terapêuticas e na valorização de saberes populares e tradicionais.
Objetivos
Com o objetivo de trazer à luz as evidências científicas e refletir sobre o paradigma das racionalidades médicas no processo saúde-doença, buscou-se compreender o cenário das PICS na APS, para a promoção do cuidado integral.
Metodologia
Realizou-se uma revisão com abordagem qualitativa, de natureza descritiva e exploratória. A busca pelos descritores foi realizada na plataforma DeCS/MeSH - BVS e os artigos acessados via link disponibilizado na página de cada descritor, observando-se a convergência entre os temas estudados. Outros documentos como a Política Nacional da Atenção Básica e a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares, o relatório de monitoramento das PICS do Ministério da Saúde e o WHO global report on traditional and complementary medicine 2019, publicado pela OMS, foram incorporados à pesquisa, como marcos normativos e teóricos, visando o fortalecimento das PICS na APS.
Resultados
A OMS indica que 88% dos 179 países membros responderam ao questionário, dos quais 98 relataram ter políticas sobre MTC, 124 têm leis ou regulamentação e 109 receberam programas de formação profissional, com destaque para Ásia, Europa e Américas. No Brasil, o Relatório das PICS/2024, analisa a implementação e expansão no SUS, destacando sua inserção prioritária na APS. Das 29 modalidades oficialmente reconhecidas, foram registradas em 5.474 municípios, 98% do total, sendo que 90% ocorreram em UBS. A distribuição geográfica mostra maior concentração de registros nos estados com maior IDH, como SP, MG e DF. Estados com menor IDH, apresentam menor cobertura, indicando desigualdades de acesso.
Conclusões/Considerações
O cenário das PICS requer uma análise crítica sobre o paradigma das racionalidades médicas e suas implicações ao cuidado e ao autocuidado no processo saúde-doença. As referidas políticas fortalecem o SUS, amplia as possibilidades terapêuticas e reconhecem a eficácia das PICS no âmbito da Atenção Primária. Entretanto, é necessário investir na formação profissional e sensibilizar os gestores para incorporar e ampliar a oferta das PICS nos serviços.
ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA NO CUIDADO COM PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES À DOR MUSCULOESQUELÉTICA
Pôster Eletrônico
1 IFPE Campus Abreu e Lima
2 UFPE
3 Fiocruz/IAM
Apresentação/Introdução
A oferta de Práticas Integrativas e Complementares (PIC) se concentra na Estratégia de Saúde da Família (ESF) devido ao alinhamento quanto a escuta ampliada, atenção singular, autocuidado e qualidade de vida, tornando-as indicadas para o cuidado às condições crônicas. Dada a alta prevalência, incapacidade e cronicidade, as dores musculoesqueléticas têm seu cuidado centrado nesse nível de atenção.
Objetivos
Identificar o modo de oferta das Práticas Integrativas e Complementares no cuidado à dor musculoesquelética a partir da Estratégia de Saúde da Família.
Metodologia
Trata-se de estudo de caso em Florianópolis, cujo modelo de oferta das PIC é centrado na equipe de Saúde da Família (eSF) e do Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Primária (eNASF-AP). Dados preliminares do município, apontavam a dor musculoesquelética (DME) como a condição crônica de maior prevalência na atenção primária.
A coleta ocorreu de 2019 a 2022, em quatro Centros de Saúde (CS) do distrito sanitário Centro. Foram utilizados documentos virtuais (relatórios de produção do município e relatórios de prontuário eletrônico de 3.070 usuários atendidos com DME), observação não participante e entrevistas com profissionais da gestão e das eSF e eNASF-AP (11) e usuários (59).
Resultados
Na consulta inicial, 22 usuários entrevistados receberam a oferta de realizar PIC (21 anuíram). Os profissionais afirmam indicar as PIC conforme seu conhecimento, capacitação e avaliação clínica do usuário, como idade avançada e maior prejuízo para dor e atividades da vida diária. As PIC mais executadas para DME foram acupuntura, auriculoterapia e terapias corporais.
Profissionais indicam que sessões são realizadas em quantidade inferior ao recomendado. Em 2019, dos 3.070 usuários com DME, 320 receberam PIC, com 98% recebendo até 5 sessões/ano.
Os gastos com analgésicos foram maiores no grupo atendido com PIC, porém, houve uma relação inversamente proporcional com número de sessões de PIC.
Conclusões/Considerações
Florianópolis avançou na produção de PIC na ESF, contudo a baixa oferta da integração das PIC na consulta inicial e o reduzido número de sessões por usuário/ano, devem contribuir para a manutenção do consumo elevado de analgésicos pelos usuários com DME.
Reconhecer as fortalezas e fragilidades da rede municipal se faz necessário para avançar no planejamento e na oferta de cuidado efetivo e eficiente à dor musculoesquelética na ESF com as PIC.
ANÁLISE DIAGNÓSTICA SOBRE PICS E SUA RELEVÂNCIA PARA A GESTÃO: EVIDÊNCIAS DE IPOJUCA/PE
Pôster Eletrônico
1 SMS Ipojuca
Apresentação/Introdução
A PNPIC valoriza as identidades culturais, a manutenção de práticas sustentáveis e a transmissão de conhecimentos essenciais para a coletividade, colaborando para a autonomia do sujeito. A pesquisa representa uma ação de gestão para um cuidado inovador, ampliando as opções terapêuticas, assegurando equidade no acesso e reconhecendo as singularidades e potencialidades dos territórios e seus atores.
Objetivos
Analisar a oferta das PICS nas unidades de saúde, o nível de formação dos trabalhadores na área, bem como a demanda por capacitações específicas para a implantação qualificada e efetiva das práticas no município.
Metodologia
Utilizou metodologia quantitativa e qualitativa para levantamento e análise dos dados, sendo estruturada em 3 etapas: 1. oferta de práticas: base de dados do e-SUSAB e relatórios de ações coletivas locais, no período de fevereiro à dezembro de 2024; 2. perfil e demanda de formação em PICS: questionário semiestruturado do Google Forms, com perguntas de múltipla escolha; e 3. possíveis contribuições na área: utilizado o mesmo questionário descrito anteriormente, porém com questões abertas, com o intuito de captar as percepções subjetivas. O link foi disponibilizado para os profissionais da APS e gestores, 7 de abril à 15 de maio de 2025.
Resultados
Com resposta de 33% do público-alvo, a análise se deu em 3 eixos: 1. Práticas ofertadas; 2. Formação em PICS; 3. Contribuições das PICS. Os eixos 1 e 2 revelaram uma predominância de práticas com maior institucionalização no SUS, como Acupuntura e Fitoterapia. No eixo 3, foram identificadas 9 temáticas: 1. Construção em Linhas de Cuidado; 2. Cuidado Direcionado à Práticas Específicas; 3. Cuidado Direcionado a Grupos; 4. Bem Estar Geral, Promoção da Saúde e Prevenção de Doenças; 5. Construção de Política Pública; 6. Cuidado em Odontologia; 7. Alimentação Saudável, Consciente e Funcional; 8. Cuidado no Ambiente de Trabalho; 9. Cuidado Integrativo, Complementar e Universal.
Conclusões/Considerações
A pesquisa aponta para um cenário propício à novas possibilidades com as PICS, articulado a um planejamento institucional comprometido, com educação permanente e uma construção transversal às diversas áreas do cuidado. Há necessidade de conhecimento dentro de novas abordagens, porém a diversidade de temáticas encontradas evidencia uma visão ampliada quanto ao potencial das PICS e subsidia a gestão na implantação da política.
PIPOCA NA UMBANDA E TRANSMUTAÇÃO DE OBALUAIÊ | OMOLU, PRETO-VELHO, EXU E POMBA GIRA PARA SAÚDE FÍSICA, EMOCIONAL E ESPIRITUAL
Pôster Eletrônico
1 Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP
Apresentação/Introdução
A religião desempenha papel significativo na cultura de um povo. Riqueza cultural e religiosa do Brasil tem origens na diversidade entre povos indígenas, europeus e africanos. Em diversas crenças – destaque Umbanda – queixas de adoecimento constituem parcela importante de demandas religiosas. Discussões sobre relevância da espiritualidade têm sido consideradas cada vez mais nas Ciências da Saúde.
Objetivos
Relatar abordagem da “Pipoca” – banho | ritual | oferenda – transmutação para promover saúde e cura – em aula da Turma Xangô do Curso de Desenvolvimento Mediúnico e Estudo Doutrinário do Centro de Espiritualidade Umbandista nosso objeto de pesquisa.
Metodologia
O presente estudo atende às Resoluções nº 466|2012 e nº 510|2016. Protocolo de Pesquisa avaliado pelo Núcleo Especializado em Pesquisas em Ciências Humanas e Sociais Aplicadas (NEPCHS) e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Universidade Federal de São Paulo (CEP-UNIFESP) – CAAE: 77094624.1.0000.5505 | parecer consubstanciado: 6.821.743. Parte integrante do Projeto de Pesquisa: “Estratégias de Cuidado e Práticas de Saúde em um Centro de Espiritualidade Umbandista sob a óptica de Sacerdotes, Médiuns, Atabaqueiros e Consulentes” – pesquisa qualitativa | etnografia. Parte do trabalho de campo – observação participante | caderno de campo: instrumentos de coleta de dados.
Resultados
Representação da “Pipoca” na Umbanda: elemento ligado à transmutação – saúde física, emocional, espiritual. Divindades e Entidades: Obaluaiê | Omolu, Preto-Velho, Exu | Pomba Gira. Preparo – panela barro ou ferro: areia Calunga Grande (mar) ou azeite dendê, milho – estourar, peneirar: bacia ágata, cesto palha. Vela | Ponto cantado | Pedido. Banho de Pipoca: Anjo da Guarda firmado, passar pipoca pela cabeça e todo o corpo. Firmeza Pretos-Velhos: pipoca, vela, café, cigarro palha ou cachimbo – pedido (saúde). Firmeza Exu | Pomba Gira: alguidar, farinha mandioca, azeite dendê, pipoca – pedido (cura). Pipoca banho, firmezas: colocar em pano branco, despachar Cruzeiro Calunga Pequena (cemitério).
Conclusões/Considerações
Presente em rituais de Orixás (divindades) como Obaluaiê | Omolu e de Entidades | Guias Espirituais como Preto-Velho, Exu e Pomba Gira – pertencentes ao panteão umbandista – a pipoca é considerada um dos elementos de transmutação de algo negativo em positivo, promovendo reequilíbrio energético, restabelecimento de saúde | cura física, emocional e espiritual, para o próprio médium de Umbanda que está realizando o ritual bem como para outra pessoa.
A PRÁTICA DE TAI CHI CHUAN NA APS: FORTALECENDO O CORPO E ACALMANDO A MENTE
Pôster Eletrônico
1 Universidade de Brasilia
Apresentação/Introdução
O Tai Chi Chuan (TCC), reconhecido pela Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PNPIC), é uma prática corporal tradicional chinesa com benefícios físicos, mentais e sociais. Sua implementação na Atenção Primária à Saúde (APS) fortalece o cuidado integral, acessível e humanizado.
Objetivos
Apresentar evidências científicas sobre os efeitos do TCC na saúde e discutir sua aplicabilidade como prática integrativa e coletiva na APS.
Metodologia
Foi realizada uma revisão narrativa da literatura nas bases PubMed, LILACS e SciELO, utilizando os descritores “Tai Ji”, “Primary Health Care”, “Integrative Medicine” e “Health Promotion”. Foram incluídos ensaios clínicos, revisões sistemáticas e meta-análises publicadas entre 2010 e 2024, que abordassem os efeitos do TCC em variáveis de saúde física, mental e social. A análise foi orientada pela perspectiva da promoção da saúde e pelas diretrizes da PNPIC.
Resultados
As evidências apontam que o TCC reduz em até 43% o risco de quedas em idosos¹, melhora sintomas de ansiedade, depressão e dor crônica²⁻³, além de promover equilíbrio, flexibilidade, sono e cognição⁴. Em pessoas com doenças crônicas, como osteoartrite e doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), o TCC melhorou função física e qualidade de vida⁵. Por ser prática coletiva, de baixo custo, com baixa emissão de carbono e alta aceitação, mostra-se adequada à realidade da APS.
Conclusões/Considerações
O TCC é uma prática corporal coletiva baseada em evidências, com forte potencial de inserção na APS por seu impacto positivo na saúde física e mental, custo-efetividade e coerência com os princípios do SUS. A PNPIC respalda sua implementação como estratégia de cuidado integral, equitativo e sustentável.
A AURICULOTERAPIA E O CUIDADO DE MULHERES NEGRAS QUE VIVENCIAM SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA
Pôster Eletrônico
1 UNEB
Apresentação/Introdução
As Práticas Integrativas e Complementares em Saúde visam prevenir doenças e promover a saúde com foco na escuta, no vínculo terapêutico e na integração com o ambiente. A literatura sobre auriculoterapia aponta diversos benefícios da sua prática, mas o acesso ainda não é universal no Brasil, considerando principalmente as questões raciais e de gênero.
Objetivos
Analisar a auriculoterapia como estratégia de promoção da saúde em mulheres negras vítimas de violência doméstica. Relatar percepções e benefícios da prática. Propor um roteiro de atendimento em auriculoterapia replicável para outros serviços.
Metodologia
Abordagem qualitativa na modalidade pesquisa-intervenção. Participaram 09 mulheres negras que vivenciaram situação de violência e receberam atendimentos de auriculoterapia entre abril e outubro de 2024. A coleta de dados foi realizada através de informações de prontuários, apontamentos registrados em diário de campo e transcrições de entrevistas. A análise de dados foi realizada por meio de Análise de Conteúdo. Foram estabelecidas duas categorias de análise apriorísticas, contempladas no roteiro das entrevistas realizadas: 1) Experiência vivida pelas mulheres atendidas; 2) Auriculoterapia como estratégia de enfrentamento aos efeitos da violência.
Resultados
Todas as participantes manifestaram melhoras nos sintomas físicos e psíquicos após os atendimentos. Os resultados indicaram que o atendimento de mulheres negras vítimas de violência com intervenções de auriculoterapia, pautadas por acolhimento e vínculos humanizados entre terapeuta e paciente, escuta ativa e autonomia, se constitui em estratégia fundamental para a promoção da saúde mental e para a reintegração social dessas mulheres.
Conclusões/Considerações
A pesquisa indica que a auriculoterapia tem potencial terapêutico para promover a saúde de mulheres em situação de violência, apesar das questões sociais e raciais que as atravessam. Propomos novas investigações sobre auriculoterapia e saúde da população negra. Como consequência do atendimento, desenvolvemos um prontuário auriculoterápico para implementação em outros serviços de saúde.
DINÂMICAS DE COALIZÕES NA POLÍTICA NACIONAL DE PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES EM SAÚDE: UMA ANÁLISE PELO MODELO DE COALIZÃO DE DEFESAS, 2006 - 2023
Pôster Eletrônico
1 Escola de Governo Fiocruz Brasília
Apresentação/Introdução
A Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares no SUS (PNPIC), instituída em 2006, representa uma inovação no campo da saúde pública brasileira. Ao incorporar abordagens terapêuticas não convencionais integrando conhecimentos tradicionais e científicos, essa política desafia o modelo biomédico hegemônico, instaurando um campo de disputas políticas, acadêmicas e culturais.
Objetivos
Analisar as dinâmicas atuantes no subsistema político da PNPIC, identificando crenças, estratégias de influência, eventos externos e mecanismos de mudança em sua formulação e implementação com base no modelo de coalizão de defesa, entre 2006 e 2023.
Metodologia
Trata-se de uma análise qualitativa baseada no Advocacy Coalition Framework (ACF), conforme Sabatier e Jenkins-Smith, estruturada em cinco dimensões: (a) sistema de crenças das coalizões; (b) mapeamento das coalizões; (c) eventos externos; (d) instrumentos de política; (e) mecanismos de mudança. A coleta envolveu análise documental de portarias ministeriais, literatura científica e relatórios oficiais entre 2006 e 2023. O modelo dos múltiplos fluxos de Kingdon foi incorporado complementarmente para compreender a formulação da política e a emergência de janelas de oportunidade no período analisado.
Resultados
Coalizões identificadas: Pró-PNPIC, formada por profissionais de saúde, pesquisadores, gestores, conselhos profissionais, movimentos sociais e usuários, defende a integralidade e saberes tradicionais, sendo crucial na formulação da política e na mobilização por cuidados humanizados. Em contraponto, a biomédica, composta por entidades médicas e sociedades científicas, promove o modelo biomédico, prioriza evidências convencionais e restringe a multiprofissionalidade, influenciando a implementação desigual das práticas. Eventos como recomendações da OMS e conferências nacionais fortaleceram a PNPIC, mas desafios como desigualdade regional, formação insuficiente e resistência biomédica persistem.
Conclusões/Considerações
A consolidação da PNPIC depende do equilíbrio entre disputas simbólicas, técnicas e institucionais. A falta de financiamento, regulação frágil e formação profissional limitada reduz sua universalização. É essencial fortalecer controle social, valorizar saberes e qualificar oferta. O modelo indica que crenças compartilhadas e estratégias de influência são chaves para promover o diálogo entre paradigmas e ampliar o acesso equitativo às PICS no SUS.
LIAN GONG NO SUS: REVISÃO DE LITERATURA
Pôster Eletrônico
1 UFSC
Apresentação/Introdução
O Lian Gong é uma prática corporal da Medicina Tradicional Chinesa presente no Sistema Único de Saúde (SUS) e incluída na Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC). Com movimentos lentos e contínuos, destacou-se como a segunda prática integrativa mais realizada no Brasil em 2006 (Brasil, 2015), mas enfrenta limitações de registro nos sistemas de informação em saúde.
Objetivos
Investigar a utilização do Lian Gong no SUS relatada na literatura, apresentar as formas de uso da prática, perfil dos participantes, locais de utilização, efeitos da prática e lacunas percebidas na literatura sobre o tema.
Metodologia
A revisão de literatura utilizou as bases Pubmed, Scielo e Lilacs, com os descritores “Lian Gong” AND (brasil* OR brazil*). Foram incluídos apenas artigos originais sobre o uso do Lian Gong no SUS. Dos 30 estudos encontrados, 13 foram excluídos por não atenderem aos critérios, restando 17. Após leitura completa, 7 foram descartados por não abordarem o SUS, totalizando 10 artigos analisados. Para análise dos dados foi utilizada a Análise de Conteúdo de Bardin (1977), considerando frequência e relevância temática.
Resultados
Nos 10 artigos analisados (Nascimento et al., 2012; Andrade et al., 2013; Leão et al. 2013; Galvanese, Barros, d’Oliveira, 2017; Bobbo et al., 2018; Manfroi et al., 2019; Lopes et al., 2019; Lopes et al., 2021; Tedeschi et al., 2022; Rodrigues, Sousa, Moreira, 2023), o Lian Gong foi utilizado no SUS para tratar dores, tontura, hipertensão e melhorar a qualidade de vida, principalmente em centros de saúde, com grupos semanais formados por mulheres adultas e idosas. A prática foi orientada por profissionais ou vídeos. Os benefícios envolveram qualidade de vida, autonomia, percepção da saúde e doença, cuidado de si, tratamento de tontura e aspectos funcionais.
Conclusões/Considerações
A revisão mostrou que o Lian Gong pode ser tão benéfico para a saúde quanto tratamentos convencionais. A prática do Lian Gong teve resultados similares de práticas corporais realizadas em grupo. Identificou-se como lacuna na literatura a escassez de estudos que comparem o Lian Gong com outras práticas corporais convencionais realizadas em grupo, e que abordem também outros aspectos não avaliados, contemplando uma visão integral de saúde.
LESÃO MORAL E PRATICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES NAS FORÇAS ARMADAS: UM ESTUDO CULTURAL
Pôster Eletrônico
1 UNICAMP
Apresentação/Introdução
A Lesão Moral (LM) é compreendida como sofrimento profundo associado à violação de valores pessoais em nome de ordens institucionais legítimas, causando: culpa, vergonha e ruptura identitária. Este estudo analisa como o uso de Práticas Integrativas e Complementares (PIC) pelas forças armadas articula novas formas de cuidado à LM, revelando disputas culturais no campo da saúde.
Objetivos
Analisar a literatura indexada sobre o uso das PIC nas forças armadas no cuidado da LM, a partir do referencial teórico-metodológico dos Estudos Culturais (EC) em saúde.
Metodologia
Foi realizada uma revisão da literatura em dez bases de dados indexadas, totalizando 2242 artigos sobre o uso de PIC por militares. Após aplicação dos critérios de inclusão, 97 estudos foram selecionados. Dentre eles, 43 abordam saúde mental e, 6 tratam da LM. A análise crítica foi guiada pelo referencial dos Estudos Culturais em Saúde, no Circuito de Cultura, permitindo analisar como os sentidos atribuídos ao uso de PIC na LM são culturalmente produzidos nas relações entre sujeitos, instituições e práticas de cuidado.
Resultados
Os artigos sobre o uso de PIC na LM, inauguram o debate sobre como as relações de poder incidem sobre o corpo, promovendo adoecimento profundo na saúde mental de militares. Militares optam pelo uso de PIC e evitam os serviços de saúde biomédico por temerem retaliações na carreira militar. O cuidado da LM é invisibilizado epidemiologimente, entretando, militares buscam apoio “espiritual” na capelania, onde o sigilo religioso oferece proteção. Nesse espaço promovido por profissionais militares da capelania, também são ofertadas PIC como Ioga, Meditação e “Mindfulness”, ressignificadas como formas de cuidado espiritual.
Conclusões/Considerações
A literatura evidencia os limites do modelo biomédico no cuidado da LM. As PIC valorizam escuta, espiritualidade e vínculo, e emergem como alternativas terapêuticas seguras. Contudo, o EC amplia criticamente o debate sobre o adoecimento produzido pelas relações de poder, tensionando desfechos centrados em sintomas, e desnaturalizando a cultura bélica nas narrativas científicas. A literatura denuncia a omissão estrutural do Estado.
INSURGÊNCIAS DECOLONIAIS: TRADIÇÃO, ANCESTRALIDADE E SAÚDE COLETIVA
Pôster Eletrônico
1 Universidade Federal do Ceará (UFC)
Apresentação/Introdução
O Campo da Saúde Coletiva é alicerçado majoritariamente em epistemologias positivistas de origem europeia e norte-americanas, não obstante a construção do pensamento social crítico em saúde. Contudo, o presente momento histórico é frutífero para a potencialização de epistemologias outras, como aquelas dos povos indígenas e africanos, que tiveram seus saberes destruídos no processo de colonização.
Objetivos
Este é um ensaio crítico-reflexivo que objetiva discutir a relevância de saberes tradicionais e ancestrais brasileiros para o Campo da Saúde Coletiva.
Metodologia
Desenvolvemos o nosso pensamento mediante epistemologias decoloniais, com base nas reflexões de autores como Aníbal Quijano, Walter Mignolo e articuladas às produções de pesquisadoras negras e indígenas no Brasil, como Sueli Carneiro e Jurema Werneck. O argumento defendido está sob a égide do deslocamento do paradigma técnico-científico biomédico para uma perspectiva ética, política e epistemológica enraizada nas territorialidades e nos modos de vida dos povos tradicionais. A discussão busca refletir que tais conhecimentos não devem estar aprisionados apenas às políticas e práticas integrativas e complementares de cuidado, mas incorporado aos fundamentos do Campo Saúde Coletiva.
Resultados
As epistemologias decoloniais na Saúde Coletiva propõem uma crítica às formas hegemônicas de saber e de organização das políticas e práticas de saúde, apontando os limites de um modelo que historicamente se baseou na colonialidade do saber, do poder e do ser. Há avanços, a partir de políticas específicas interligadas ao SUS, especialmente no que diz respeito: às práticas integrativas e complementares; a valorização de lideranças comunitárias e de saberes de parteiras, rezadeiras, pajés e curandeiras; o fortalecimento das políticas de saúde da população negra, indígena, quilombola e ribeirinha; entre outras práticas de promoção e prevenção em saúde engajadas às distintas territorialidades.
Conclusões/Considerações
Em insurgência contra o monopólio das racionalidades biomédicas, propomos uma alternativa epistêmica para a Saúde Coletiva, convocando para uma redefinição das políticas de saúde a partir das necessidades e saberes dos povos historicamente subalternizados. É preciso uma discussão robusta para investir numa ética que valorize diversos modos de existir, resistir e cuidar, que são ancestrais, mas subestimados em meio às tecnologias da modernidade.
FATORES ASSOCIADOS A OFERTA DE PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES POR EQUIPES MULTIPROFISSIONAIS, A PARTIR DO TERCEIRO CICLO DO PMAQ-AB.
Pôster Eletrônico
1 Fundação Estatal Saúde da Família/FESF-SUS e PPGSC/UNEB
2 PPGSC/UNEB
3 Secretaria de Saúde do Estado da Bahia/ SESAB
Apresentação/Introdução
Desde a declaração de Alma-Ata recomenda-se que as gestões formulem estratégias para a inserção das medicinais tradicionais e práticas integrativas e complementares (PICS) nos serviços públicos de saúde brasileiros. As equipes multiprofissionais (EM) são orientadas pelas diretrizes da Atenção Básica (AB) e as PICS dialogam com as EM, baseando-se num modelo que promove a oferta de PICS na AB.
Objetivos
Identificar os fatores associados à oferta de PICS pelas EM, do estado da Bahia, a partir dos resultados da avaliação externa do terceiro ciclo do Programa de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica-PMAQ-AB, ocorrido em 2017.
Metodologia
Estudo exploratório, de corte transversal, com abordagem quantitativa descritiva e analítica, onde foram inseridas as EM que participaram do PMAQ. A seleção das variáveis se baseou no referencial teórico, com análise descritiva (frequências absoluta e relativa) por tipo de PICS ofertada. Para analisar os fatores associados à variável desfecho (oferta de PICS pela EM), as variáveis independentes foram agrupadas em nível distal (clínico-assistencial) e nível proximal (técnico-pedagógica). Na fase exploratória realizou-se uma análise bivariada e as variáveis com associação estatisticamente significante (p≤0,20) foram analisadas por regressão logística, obtendo-se Odds Ratio Bruta e Ajustada.
Resultados
A distribuição territorial dos municípios com EM que ofertam PICS mostrou que dos 417 municípios do Estado, 171 contavam com EM que ofertavam PICS (41%). A oferta teve distribuição heterogênea, sendo as PICS mais ofertadas: Musicoterapia, Shantala, e MTC/Auriculoterapia. O modelo final demonstrou que a chance de oferta de PICS foi maior nas EM que: gestão oferta atividades pedagógicas (OR 2,63; IC95%1,24–5,58; p=0,012); realizam monitoramento e análise de indicadores referentes ao processo de trabalho (OR3,07; IC95%1,72–5,46;p=0,000); apoiam e desenvolvem estratégias de promoção de práticas corporais e de atividades física no território (OR 18,33; IC95% 2,26–148,52; p=0,006).
Conclusões/Considerações
Evidenciou-se maior oferta de PICS pelas EM que recebiam atividades pedagógicas, que monitoravam indicadores de processo de trabalho e que desenvolviam práticas corporais e de atividade física compartilhadas. As PICS mais ofertadas foram Musicoterapia, Shantala, Do-in/Shiatsu/Massoterapia/Reflexologia e MTC/Auriculoterapia. Novos estudos são importantes para apoiar a oferta de PICS na AB e para a implementação de políticas de PICS no Brasil.
EVOLUÇÃO DAS PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES NA APS DE MINAS GERAIS (2016-2024)
Pôster Eletrônico
1 UFMG
2 SES-MG
Apresentação/Introdução
A Política Estadual de Práticas Integrativas e Complementares (PEPIC-MG) completou 15 anos em 2025. A ausência de séries históricas consolidadas dificultava avaliar sua efetividade e subsidiar decisões de cofinanciamento. Este estudo apresenta o primeiro monitoramento estadual contínuo (2016-2024) dos serviços e ações de PICS na Atenção Primária à Saúde (APS) mineira.
Objetivos
Descrever a evolução da oferta de PICS na APS de Minas Gerais, quanto a cobertura municipal, volume de procedimentos (individuais e coletivos), tipos de práticas e perfil dos profissionais, identificando avanços e lacunas para o aprimoramento da política.
Metodologia
Estudo descritivo de série temporal. Fontes: i) Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES) para o serviço 134 (PICS); ii) relatórios SISAB/e-SUS-APS (fichas de atendimento individual, procedimento e atividade coletiva). Variáveis: número de municípios ofertantes, estabelecimentos cadastrados, ações registradas, participantes, condições de saúde atendidas e categoria profissional. Análises de frequência absoluta e variação percentual foram realizadas para 2016-2024.
Resultados
O número de municípios com PICS na APS passou de 424 (2016) para 789 (2024), crescimento de 86%. Os procedimentos totais subiram de 34.580 para 669.141 (+1.838%). Acupuntura, auriculoterapia e eletroestimulação concentraram 63% dos atendimentos individuais. Atividades coletivas aumentaram 39 vezes, alcançando 605.351 participantes em 2024. O cadastramento do serviço 134 expandiu-se sobretudo a partir de 2021, refletindo as estratégias de calibração do cofinanciamento (Indicador 8 da Resolução 9076/2023). Apesar dos avanços, um terço dos municípios ainda não cumpre as metas de oferta; fitoterapia e práticas expressivas permanecem sub-representadas.
Conclusões/Considerações
A rápida expansão das PICS na APS de Minas Gerais, impulsionada por incentivos financeiros e educação permanente, é evidente. Contudo, persistem desigualdades territoriais e baixa diversidade de práticas. É preciso qualificar os pequenos municípios, fortalecer o registro de dados e incentivar outras racionalidades. A série histórica é uma base inédita para o planejamento e a avaliação de políticas mais equitativas e integrativas no SUS estadual.
A FORMAÇÃO PROFISSIONAL EM SAÚDE: A INSERÇÃO DAS PIC, DA GRADUAÇÃO À EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE
Pôster Eletrônico
1 UFPR
2 UEPG
Apresentação/Introdução
A formação em saúde no Brasil é complexa, visando superar o modelo médico hegemônico e fortalecer o SUS. Nesse contexto, as PICS são cruciais. A questão central é: Como a inserção das PICS na formação em saúde, considerando seus facilitadores e barreiras, impacta a compreensão de conceitos essenciais ao trabalho no SUS, sob a perspectiva de terapeutas ocupacionais na APS?
Objetivos
Analisar como as PICS são inseridas na formação em saúde no Brasil, identificando facilitadores e barreiras nesse processo, e sua influência na compreensão de conceitos essenciais ao trabalho no SUS, sob a perspectiva de terapeutas ocupacionais.
Metodologia
O estudo é qualitativo, exploratório e descritivo. Investigou as relações sobre as PICS na APS, a partir da pesquisa bibliográfica, documental e de campo. A coleta de dados, de agosto de 2020 à agosto de 2021 em um município da Região Metropolitana de Curitiba, usou entrevistas abertas e observação participante, centrada na atuação de cinco terapeutas ocupacionais da APS, com entrevistas presenciais e remotas, guiadas por diários de campo. A análise uniu dados de campo, bibliográficos e documentais, para compreensão empírico-teórica via Proposta Operativa de Minayo. A categoria central, para esse resumo foi a Formação em PICS.
Resultados
A oferta de disciplinas de PICS na graduação em saúde no Brasil cresceu 300% até 2006. O contato inicial com elas, via PET-Saúde, facilitou a formação e educação continuada de terapeutas ocupacionais, e as novas DCN da Terapia Ocupacional já as mencionam. Apesar disso, a aplicação das PICS na APS enfrenta barreiras como infraestrutura precária, falta de recursos, modelo biomédico predominante, ausência de apoio gerencial e alto custo da formação, desmotivando profissionais. No entanto, a regulamentação por conselhos profissionais como o COFFITO legitima seu uso. A PNPIC exige o cumprimento da responsabilidade tripartite no financiamento e qualificação dos profissionais
Conclusões/Considerações
Este estudo focou na formação em PIC na APS sob a perspectiva profissional. Os achados sublinham a importância do contato precoce com as PICS na graduação para impulsionar a educação continuada. É essencial fortalecer as responsabilidades institucionais da PNPIC via educação permanente. As DCN devem ser repensadas para incluir as PICS como modelo integrativo, ampliando a visão dos futuros profissionais sobre o cuidado.
OFERTA DE PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE NO ESTADO DA BAHIA, A PARTIR DO TERCEIRO CICLO DO PMAQ-AB.
Pôster Eletrônico
1 Fundação Estatal Saúde da Família FESF-SUS e PPGSC/UNEB
2 PPGSC/UNEB
3 Secretaria de Saúde do Estado da Bahia/SESAB
Apresentação/Introdução
Nas últimas décadas, observou-se um movimento crescente no uso das Medicinas Tradicionais, Complementares e Integrativas (MTCI) nos sistemas públicos de saúde. As práticas integrativas e complementares em saúde (PICS) vêm se inserindo de forma crescente na Atenção Primária à Saúde (APS). Portanto, é relevante desenvolver estudos relacionados à oferta de PICS e de seus fatores associados.
Objetivos
Identificar os fatores associados à oferta de PICS na APS no estado da Bahia, a partir dos resultados da avaliação externa do terceiro ciclo do Programa de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica-PMAQ-AB, ocorrido em 2017.
Metodologia
Estudo exploratório, de corte transversal, de natureza quantitativa, a partir dos resultados da avaliação do terceiro ciclo do PMAQ-AB no ano de 2017, que contemplou 408 municípios do estado da Bahia (97,8%). Para analisar os fatores associados à variável de desfecho (oferta de PICS), foram utilizados dois níveis de variáveis independentes: nível distal (relacionadas à caracterização dos municípios) e nível proximal (relacionadas ao processo de trabalho das equipes de APS). A análise bivariada verificou a distribuição de cada uma das variáveis independentes, em relação à oferta de PICS e o modelo multinível foi mais efetivo na identificação das variáveis que impactam na oferta de PICS.
Resultados
A oferta de PICS foi heterogênea e dos 417 municípios, 245 possuíam equipes de APS que ofertavam PICS (58,75%). Terapia Comunitária Integrativa, Musicoterapia e MTC/Auriculoterapia foram as mais ofertadas. As variáveis de caracterização municipal, como Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), índice de Gini, porte populacional e despesas em saúde com recursos próprios por habitante apresentaram relação de associação com a oferta de PICS, assim como grande parte das variáveis de dimensão de processo de trabalho das equipes. A análise multivariada multinível apontou maior chance de oferta de PICS nos municípios com maior porte populacional e naqueles que investem mais com recursos próprios.
Conclusões/Considerações
Concluiu-se que a oferta de PICS foi evidenciada em equipes de APS pertencentes à municípios com maior porte populacional, com maior investimento de recursos próprios em saúde e com melhor organização do seu processo de trabalho, mostrando relevância e inovação. É importante que sejam realizados novos estudos, com abordagens quantitativas e qualitativas, sobre a oferta de PICS no SUS e em especial na APS, voltados para o campo avaliativo.
MARCOS HISTÓRICOS E POLÍTICOS DO DESENVOLVIMENTO DA POLÍTICA NACIONAL DE PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES (PNPIC)
Pôster Eletrônico
1 Escola de Governo Fiocruz
Apresentação/Introdução
A Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) foi criada pela Portaria GM/MS nº 971/2006 e institui a oferta de Práticas Integrativas e Complementares (PICS) no Sistema Único de Saúde (SUS). Em sua versão original previa a oferta de Medicina Tradicional Chinesa/Acupuntura, Homeopatia, Fitoterapia/Plantas Medicinais, Termalismo Social/Crenoterapia e Medicina Antroposófica.
Objetivos
O presente trabalho de pesquisa tem como objetivo descrever os marcos históricos e políticos que contribuíram para a formulação, institucionalização e expansão da PNPIC no Brasil.
Metodologia
Trata-se de uma análise histórico-documental baseada em fontes primárias, como portarias ministeriais, resoluções interministeriais, decretos e relatórios oficiais de conferências nacionais de saúde, bem como em fontes secundárias, incluindo literatura técnico-científica e avaliações institucionais. O recorte temporal abrange o período de 1970 a 2025, considerando os marcos legais e políticos relevantes para a implementação das práticas integrativas no SUS, com ênfase na formulação e consolidação da PNPIC. A metodologia busca identificar os avanços, desafios e disputas envolvidos nesse processo.
Resultados
A nomeação de um ministro favorável foi determinante para a aprovação da portaria que criou a PNPIC. Após a publicação, desenvolveu-se o conceito dos sistemas médicos complexos como campo epistemológico na saúde coletiva.
Houve reivindicação da ampliação do rol de práticas, ainda que não guardassem relação com a política. Observou-se a inclusão de grande número de práticas, com bases heterogêneas, sem estruturação da área técnica ou financiamento indutor.
Sem a incorporação nas linhas de cuidado ou em protocolos clínicos, compromete-se a coerência e a capacidade de beneficiar a população com ações contínuas e, de modo discricionário, restou aos estados e municípios a decisão de aderir.
Conclusões/Considerações
Dezenove anos após sua criação, a PNPIC: em 2023, as PIC estavam em 100% das capitais e 86,46% dos municípios. Em 2025, a oferta cresceu 70% em relação a 2022, porém atinge menos de 5% da população brasileira. Apesar dos progressos, há desafios na formação profissional, financiamento e reconhecimento institucional. Sua consolidação exige compromisso político e fortalecimento das políticas locais para garantir o seu acesso equitativo no SUS.
SUPERANDO A MONOCULTURA DE SABERES NA FORMAÇÃO EM SAÚDE: PROPOSIÇÕES PARA OUTROS CURRÍCULOS COM AFETAÇÃO DO SENSÍVEL NA RADICALIDADE DO ENCONTRO.
Pôster Eletrônico
1 FS/UnB e EICOS/IP/UFRJ.
2 EICOS/IP/UFRJ.
Apresentação/Introdução
Apresenta proposições para novos conteúdos curriculares, a partir da Pesquisa Saberes e práticas populares e a promoção do bem viver: redes vivas de existências e resistências de mulheres na produção do cuidado em territórios diversos” realizada no estágio de pós-doutorado em 2024. Convoca a oferta de percursos formativos comprometidos com a construção de redes vivas de existências.
Objetivos
Estudar os modos de produção de cuidado nos encontros das mulheres em suas redes comunitárias e no território habitado e dialogar com os currículos na saúde para inclusão destes saberes na perspectiva da micropolítica da produção de saúde.
Metodologia
A pesquisa qualitativa de abordagem cartográfica aconteceu nas experiências agroecológicas na Chapada dos Veadeiros e em duas cidades do DF. A abordagem cartográfica possibilita a construção de conhecimentos a partir dos afetos e intercessões vividos no processo de investigação dando visibilidade e dizibilidade por meio da construção de narrativas sobre os tensionamentos e potencialidades vividas nas experiências das mulheres na produção do cuidado (Benet, Mehry, Pla, 2016).
O “campo “como um lócus para coletar os dados da pesquisa, não é um lugar específico, delineado, separado e distante, mas sim um campo-tema, onde se dá a processualidade de temas situados (Spink, 2003).
Resultados
O cuidado ofertado nas redes, construído na confluência de saberes ancestrais das mulheres é atravessado por conexões socioculturais e religiosas e possibilita a produção e permanência de vidas, que nem sempre são reconhecidas na formação em saúde. A inclusão dos repertórios dos conhecimentos tradicionais que sustentam os planos de cuidados nos territórios são fundamentais para enfrentar táticas de negação e invisibilização dos saberes dos povos que perpetuam a estratégia de desvalorização do conhecimento dos povos originários, vigente desde a invasão do país, para que adotassem o conhecimento do colonizador e extinguissem seus costumes e práticas (Kopenawa, 2015).
Conclusões/Considerações
A proposição de conteúdos curriculares para formação, integrando os saberes tradicionais, amplia e fortalece a assistência e a gestão da atenção básica. A inclusão na agenda da Saúde Coletiva de sistemas de conhecimento que perpassam religiosidade e costumes tradicionais dos povos, miram o cuidado coletivo, onde o conceito saúde agrega as interações coletivas compondo outras cosmovisões.
CARACTERÍSTICAS GERAIS DE ESTUDOS SOBRE EFETIVIDADE DAS PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES EM SAÚDE NO CUIDADO À DOR MUSCULOESQUELÉTICA
Pôster Eletrônico
1 UFPE
2 UNINASSAU
3 IFPE
4 UFAL
5 Fiocruz/IAM
Apresentação/Introdução
Implantadas no Brasil por meio da Política Nacional de Práticas Integrativas (PNPIC), as Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS) abrangem 29 modalidades ofertadas no SUS. Estudos têm demonstrado resultados favoráveis no uso de PICS para o manejo da dor musculoesquelética, no entanto, compreender os pressupostos teóricos relacionados à efetividade dessas práticas ainda é um desafio.
Objetivos
Apresentar as características centrais de estudos de efetividade das Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS) no cuidado à dor musculoesquelética (DMS).
Metodologia
Trata-se de uma revisão sistemática da literatura. Foram utilizados estudos publicados nas bases de dados da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) e PubMed. A partir dos descritores disponíveis no DESC, foram elaborados os termos de busca. Os critérios de inclusão foram: publicações dos últimos 5 anos, nos idiomas português, espanhol e inglês, que utilizaram como intervenção alguma das 29 PICS da PNPIC e que tiveram como método ensaios clínicos, estudos observacionais, caso-controle outcomes, experimental ou quase-experimental com público em humanos adultos com diagnóstico de dor musculoesquelética primária. Foram excluídos artigos que não estivessem incluídos nas temáticas e textos incompletos.
Resultados
Dos 535 manuscritos encontrados, após análise dos critérios de inclusão e de exclusão, vinte e cinco (25) artigos foram selecionados para revisão. Os estudos foram realizados em 11 diferentes países, distribuídos entre América do Norte, América do Sul, Ásia, Europa e Oceania, tendo como PICS analisadas: Acupuntura (10), Osteopatia (7), Meditação (4), Yoga (3), e Hipnoterapia (1). A presença de variadas PICS evidencia a multiplicidade de abordagens, tanto nos mecanismos de ação quanto nos contextos clínicos. As condições musculoesqueléticas abordadas nos estudos variaram em complexidade e prevalência, destacando-se as dores lombares baixas e cervicais como as mais investigadas.
Conclusões/Considerações
A revisão evidenciou a efetividade de PICS como acupuntura, osteopatia e meditação no manejo da dor musculoesquelética, com destaque para dores lombares e cervicais. Os estudos revelam diversidade de abordagens e contextos clínicos, reforçando a relevância e a necessidade de ampliar as evidências científicas na área.
PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES EM SAÚDE NA REGIÃO NORTE DO BRASIL: ANÁLISE DOS ÚLTIMOS DEZ ANOS (2015-2024)
Pôster Eletrônico
1 UFAC
Apresentação/Introdução
As Práticas Integrativas e Complementares em Saúde, as PICS, estão regularizadas no Sistema Único de Saúde (SUS), promovendo cuidado holístico e humanizado. No Norte do Brasil, marcado por desafios no acesso a serviços de saúde, devido à sua caracterização geográfica, sua grande diversidade cultural e extensos conhecimentos tradicionais, é fundamental compreender como estão distribuídas as PICS.
Objetivos
Descrever o perfil dos atendimentos realizados com PICS na Atenção Básica em todos os estados da Região Norte do Brasil, no período de 2015 a 2024, quanto à quantidade e o tipo de prática ofertada.
Metodologia
Estudo ecológico, retrospectivo e descritivo sobre as PICS na região Norte nos últimos dez anos. Os dados foram tabulados e calculados no Excel 2016. As taxas de atendimentos foram obtidas pela razão entre o número de atendimentos com PICS (Sistema de Informação em Saúde para a Atenção Básica) e a população estimada (Datasus) por UF e ano, padronizadas por 10.000 habitantes. As proporções de cada prática foram calculadas pela divisão entre os atendimentos da prática e o total de atendimentos, multiplicado por 100. Os atendimentos correspondem as sessões realizadas e não ao número de pessoas atendidas. Por se tratar de dados secundários não houve submissão ao comitê de ética.
Resultados
Entre 2015 e 2024 foram registrados 140.764 atendimentos com PICS no Norte do Brasil. Amazonas (131 atendimentos/10 mil hab.) e Tocantins (120) apresentaram as maiores taxas proporcionais. O Pará manteve-se em 3º lugar (60), seguido por Amapá (51) e Acre (49). Rondônia (38) e Roraima (35) tiveram os menores índices. A acupuntura concentrou cerca de 50% dos atendimentos no período, sendo considerada a prática integrativa mais prevalente na região. As demais práticas oscilaram entre 0% e, no máximo, 12% do total de atendimentos registrados, indicando frequências muito inferiores de uso em comparação à acupuntura, entre elas a eletroestimulação e auriculoterapia (subsistemas da acupuntura).
Conclusões/Considerações
Os atendimentos com PICS na região Norte variam proporcionalmente entre os estados. Menor população tende a maior uso relativo, enquanto estados mais populosos têm menor cobertura. A acupuntura predomina, enquanto outras práticas têm potencial para crescer. Os achados reforçam a importância do conhecimento do estado da arte para qualificar a gestão, ampliar o acesso e fortalecer as políticas públicas no SUS.
ATIVIDADE IN VITRO DE EXTRATOS BRUTOS E FRAÇÕES DE ASTRONIUM URUNDEUVA (ANACARDIACEAE) CONTRA BACTÉRIAS DE IMPORTÂNCIA CLÍNICA EM SAÚDE PÚBLICA
Pôster Eletrônico
1 Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT)
2 Universidade Federal do Piauí (UFPI)
3 Universidade Estadual do Maranhão (UEMA)
Apresentação/Introdução
A resistência antimicrobiana tem se tornado um dos maiores desafios da saúde pública mundial, comprometendo a eficácia dos antibióticos e aumentando a morbimortalidade associada a infecções bacterianas. O uso indiscriminado de antimicrobianos tem acelerado esse fenômeno, exigindo alternativas terapêuticas eficazes e seguras.
Objetivos
Avaliar o potencial antibacteriano do extrato etanólico e frações de Astronium urundeuva frente a cepas padronizadas de importância em saúde pública
Metodologia
A triagem fitoquímica foi realizada usando métodos de precipitação e coloração e a atividade antibacteriana utilizando o método de difusão em disco e microdiluição em caldo contra cepas padronizadas de Klebsiella pneumoniae, Escherichia coli, Pseudomonas aeruginosa e Staphylococcus aureus. Foram obtidas quatro frações do extrato etanólico das folhas e casca do caule de A. urundeuva em: hexano (FHX), clorofórmio (FCL), acetato de etila (FAce) e hidrometanol (FHi). Os extratos brutos em etanol e frações resultantes da partição foram submetidos a ensaios in vitro de atividade antimicrobiana e análise fitoquímica.
Resultados
Na composição fitoquímica foram verificados compostos com potencial terapêutico, como taninos, flavonoides, esteroides, triterpenóides, saponinas e alcaloides. Os resultados mostram que a cepa de S. aureus foi a mais sensível aos testes pelo método de difusão em disco, com zonas de inibição variando de 8.33 ±0.58 a 12,33±0,58 mm; seguido de K. pneumoniae (7.33±1.15 a 11.33±0.58), sendo a E. coli e P. aeruginosa mais resistentes aos testes. Houve maior atividade inibitória pelo método de microdiluição em caldo, sendo S. aureus mais sensível aos testes (125-1000 µg/mL), seguido de K. pneumoniae (250-1000 µg/mL).
Conclusões/Considerações
Esses resultados fornecem uma base para futuros estudos in vivo. A valorização de alternativas naturais pode contribuir para a diversificação das terapias disponíveis e a redução dos impactos causados pelo uso excessivo de antibióticos. Essa pesquisa não apenas amplia o conhecimento sobre o potencial de A. urundeuva, mas também fomenta o debate sobre soluções sustentáveis e eficazes para os desafios da resistência bacteriana.
EFICÁCIA EM PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES: INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO UTILIZADOS E PRINCIPAIS DESFECHOS
Pôster Eletrônico
1 UNINASSAU
2 UFPE
3 IFPE
4 Fiocruz/IAM
Apresentação/Introdução
As Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS), incorporadas ao SUS por meio da PNPIC, reúnem 29 abordagens terapêuticas. Evidências científicas demonstram efeitos positivos no cuidado à dor musculoesquelética, porém ainda existem lacunas e desafios na compreensão dos métodos e instrumentos utilizados para mensurar sua eficácia.
Objetivos
Realizar revisão sistemática sobre a eficácia das PICS no tratamento da dor musculoesquelética, destacando instrumentos de avaliação utilizados e principais desfechos encontrados.
Metodologia
Realizou-se uma revisão sistemática da literatura com base em estudos encontrados nas bases Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) e PubMed. Os termos de busca foram construídos a partir dos descritores do DeCS relacionados à eficácia e Terapias Complementares. Foram incluídas publicações dos últimos 5 anos, nos idiomas português, espanhol e inglês, que utilizaram como intervenção uma das 29 PICS da PNPIC e adotaram como método ensaios clínicos, estudos observacionais, caso-controle, experimentais ou quase-experimentais, com adultos diagnosticados com dor musculoesquelética primária. Foram excluídos artigos fora do escopo temático e textos incompletos.
Resultados
Foram selecionados 25 artigos para análise final. Os estudos utilizaram diversos instrumentos para mensurar a eficácia das PICS na dor musculoesquelética, como diários, escalas de dor, funcionalidade e incapacidade, ingestão de analgésicos, adesão ao tratamento, testes de movimento, marcadores biológicos (β-endorfina, TNF-α, CGRP), variabilidade da frequência cardíaca e ressonância magnética. Os desfechos indicaram redução da dor em intervenções com acupuntura, osteopatia, meditação, yoga, hipnoterapia e terapia craniossacral, além de melhora na flexibilidade, qualidade do sono e fatores psicoemocionais, como ansiedade e depressão.
Conclusões/Considerações
As evidências apontam que as PICS avaliadas, acupuntura, yoga, osteopatia e meditação, são eficazes na redução da dor musculoesquelética e na melhora de aspectos físicos e psicoemocionais. Todavia, a diversidade de instrumentos utilizados reforça a complexidade da avaliação e ratifica a necessidade de estabelecer um padrão ou critérios de análise, a fim de alcançar evidências mais robustas sobre sua efetividade.
PANORAMA DA PRODUÇÃO DAS PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES NA ATENÇÃO BÁSICA NO BRASIL EM 2024
Pôster Eletrônico
1 UFC
Apresentação/Introdução
As Práticas Integrativas e Complementares (PICS) têm sido incorporadas ao SUS como estratégias de cuidado integral. Sua presença na atenção básica representa uma ampliação das abordagens terapêuticas ofertadas à população, promovendo cuidado humanizado, porém, se questiona qual o panorama atual dessas práticas na atenção básica.
Objetivos
Caracterizar a produção das Práticas Integrativas e Complementares realizadas na atenção básica no Brasil em 2024.
Metodologia
Estudo quantitativo, transversal, exploratório que utilizou dados do Sistema de Informação em Saúde para a Atenção Básica (SISAB) referentes à produção das PICS no período de janeiro a dezembro de 2024. As características analisadas foram: tipo de prática realizada, categoria profissional responsável, região do país e local de realização dos procedimentos.
Resultados
Foram registrados mais procedimentos de auriculoterapia (45,85%), seguidos de eletroestimulação (15,70%) e acupuntura (10,80%). A fisioterapia foi a categoria mais envolvida (39,52%), seguida da equipe de enfermagem (27,85%). A região Sudeste concentrou a maior produção (56,07%), seguida do Sul (18,04%), enquanto o Norte teve o menor registro (5%). A maioria das práticas foi realizada em Unidades Básicas de Saúde (89,78%). Os dados revelam concentração regional e por categoria profissional, indicando desigualdades na implementação.
Conclusões/Considerações
Observou-se concentração da produção de PICS nas regiões Sudeste e Sul, com destaque para a auriculoterapia como prática mais realizada. As categorias profissionais com maior participação foram a fisioterapia e a enfermagem. Os dados evidenciam desigualdades regionais e apontam a necessidade de ampliação e diversificação das práticas no país.
ENTRE SABERES DESOBEDIENTES E REGIMES DE VERDADE: EPISTEMOLOGIAS OUTRAS NA PRODUÇÃO CIENTÍFICA SOBRE SAÚDE DA MULHER
Pôster Eletrônico
1 UNICAMP
2 UECE/UNICAMP
3 UECE
Apresentação/Introdução
As disputas epistêmicas que atravessam a produção de conhecimento em saúde da mulher revelam a persistência de paradigmas biomédicos hegemônicos que deslegitimam saberes tradicionais e integrativos. Este estudo tensiona os critérios que definem o que é reconhecido como ciência, analisando deslocamentos e silenciamentos em torno das Medicinas Tradicionais, Complementares e Integrativas (MTCI).
Objetivos
Analisar os regimes de verdade que regulam a legitimação das MTCI na produção científica sobre saúde da mulher, evidenciando disputas epistemológicas, silenciamentos e resistências nos modos de produzir conhecimento “científico”.
Metodologia
Realizou-se uma revisão de escopo, conforme as diretrizes do Joanna Briggs Institute (JBI), com busca em 10 bases de dados nacionais e internacionais, de forma a mapear as complexidades simbólicas e políticas da produção científica Foram identificados 2.474 artigos, sendo 1.079 incluídos após aplicação dos critérios de elegibilidade. A análise, fundamentada nos Estudos Culturais, utilizou um modelo expandido do Circuito de Cultura, com foco em seis esferas analíticas: regulação, representação, consumo, identidade, produção/contraprodução e sensorialidade. Buscou-se compreender como as MTCI são representadas, deslocadas ou silenciadas na produção científica sobre saúde da mulher.
Resultados
Identificou-se que a literatura científica tende a neutralizar o caráter político, espiritual e ancestral das MTCI, enquadrando-as como técnicas funcionais ao paradigma biomédico. Essa fragmentação e o viés funcionalista reforçam a hegemonia racionalista e ocidentalizante da ciência em saúde, esvaziando esses saberes de suas dimensões próprias. Contudo, emergem experiências epistemicamente insurgentes, que articulam cuidado, ancestralidade e subjetividade, tornando o corpo da mulher um território de saber, agência e resistência. Essas práticas tensionam os critérios clássicos de validação científica, abrindo espaço para outras epistemologias e novas formas de legitimar o conhecimento.
Conclusões/Considerações
É urgente romper com o epistemicídio que marginaliza saberes não hegemônicos, em um desafio ético, político e científico de descolonizar os paradigmas da saúde e valorizar epistemologias sensíveis à ancestralidade, ao território e às experiências corporificadas das mulheres. Uma ciência plural, relacional e afetiva é condição para o cuidado e o conhecimento verdadeiramente emancipadores e socialmente comprometidos com a equidade.
FORMAÇÃO DOS AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE: ONDE AS PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES FIGURAM NESSE CONTEXTO?
Pôster Eletrônico
1 UnB
Apresentação/Introdução
As PICS estão incluídas no contexto do cuidado na APS e nos demais níveis de atenção. Desde a criação do SUS no Brasil em 1988, as PICS ganharam a PNPIC no ano de 2006, atualmente com 29 terapias recomendadas. Considerou-se os 33 anos do PACS e que os ACS são responsáveis por estabelecer os primeiros contatos com os usuários nos territórios, mesmos lugares onde a maioria deles reside.
Objetivos
Identificar as percepções e ações dos Agentes Comunitários de Saúde, a fim de evidenciar conexões entre as necessidades e demandas da população, a oferta e o acesso às PICS na rede da Atenção Primária à Saúde.
Metodologia
O escopo dessa pesquisa está ancorado no projeto: “Um estudo multicêntrico sobre as práticas dos Agentes de Combate às Endemias e dos Agentes Comunitários de Saúde no Brasil”, realizado pelo Laboratório de Educação, Informação e Comunicação em Saúde (LabECoS), da Universidade de Brasília (UnB). A atividade presencial, intitulada “O exercício da cidadania nas relações de cuidado entre o ACS e a comunidade de seu território, no contexto das Práticas Integrativas e Complementares em Saúde”, ocorreu no dia 26/06/2023 na Cidade Estrutural/DF.
Resultados
As UBS 1 e 2 da Cidade Estrutural contam com 13 equipes de ESF, sendo 21 ACS ativos, 2 restritos e 5 contratos temporários. Predominam mulheres como agentes de saúde nesse território, com um quantitativo de 13 agentes do total de 14 participantes da pesquisa, com idade entre 27 e 53 anos. O tempo de trabalho entre 15 a 20 anos. Observou-se a relevância das PICS para o cuidado integral e a promoção da saúde, segundo a percepção dos ACS, onde a maioria conhece e recomenda a oferta, sobretudo na rede da APS, mas apontam também para a necessidade de ampliação aos demais níveis da atenção à saúde, inclusive para o acesso dos próprios trabalhadores.
Conclusões/Considerações
Os resultados corroboram com a tese de que os ACS contribuem para a ampliação, acesso e consolidação das PICS nos territórios de sua atuação. Esses profissionais se reconhecem como agentes transformadores, desempenham suas atividades com determinação, mesmo diante dos desafios, quando suas ações os convidam a cuidar da população e de si próprios, diante da escassez de recursos e materiais necessários ao desempenho de suas atribuições.
O USO TRADICIONAL DE PLANTAS MEDICINAIS ESTÁ SE PERDENDO?: PESQUISA TRANSVERSAL EM COMUNIDADES QUILOMBOLAS DO AMAPÁ
Pôster Eletrônico
1 Universidade Federal do Amapá
Apresentação/Introdução
Os povos dos rios e florestas têm carregado o legado de preservar o conhecimento sobre plantas medicinais, uma das principais fontes de avanços científicos na área química. Contudo, as mudanças na vida desses povos, como urbanização e hegemonia da alopatia e do academicismo em detrimento dos saberes tradicionais, têm originado preocupações acerca da perda deste conhecimento nas próximas gerações.
Objetivos
O objetivo deste estudo foi analisar quanto as pessoas idosas e demais moradores de duas comunidades quilombolas da cidade de Macapá/AP ainda possuem conhecimento ou fazem uso de plantas medicinais para cuidados à saúde
Metodologia
Foi realizada pesquisa transversal quanti-qualitativa, nas comunidades quilombolas de São José do Matapi e Curiaú, em Macapá/AP, cuja população-alvo foi pessoas idosas, com 60 anos ou mais, moradoras das comunidades, bem como seus acompanhantes e pessoas indicadas como conhecedoras de plantas medicinais. A coleta foi realizada em visita única às comunidades, com abordagem casa a casa e entrevistas individuais, após prévio acerto e divulgação para os moradores. Foram incluídos na pesquisa 26 pessoas idosas, sendo 6 do São José do Matapi e 20 do Curiaú, além de 3 pessoas não idosas. Este estudo faz parte de um projeto guarda-chuva aprovado pelo CEP UNIFAP, com CAAE 84471424.9.0000.0003.
Resultados
Apenas 5 pessoas idosas (64 a 79 anos) responderam possuir conhecimento ou fazer preparos com plantas medicinais (19,23%), dentre as quais 4 (80%) responderam não fazer preparos com plantas. Outras 3 pessoas (40 a 46 anos) foram indicadas como conhecedoras de plantas, afirmando fazer preparo com plantas há mais de 20 anos. 4 pessoas (50%) afirmaram que a comunidade não solicitava mais preparos com plantas medicinais, enquanto 3 pessoas (37,5%) responderam que “Sim” e 1 pessoa (12,5%) respondeu “Poucas vezes”. Os motivos citados para essas solicitações foram problemas para dormir, pneumonia, dores, ferimentos, dor de estômago, anemia, cólica, “dar banho nas crianças de lua”, etc.
Conclusões/Considerações
O número tão reduzido de pessoas idosas com conhecimento sobre plantas medicinais, e ainda menor dos que fazem uso destas, pode indicar a perda deste legado. A menção de pessoas de 40 a 46 anos como referências deste saber indica repasse geracional, mas demanda mais análise. A aparente baixa procura das comunidades pelas plantas e seu uso restrito a alívio sintomático ou condições agudas também suscita reflexão, sendo urgente aprofundar o tema.
A PRATIKA DO YOGA AFRIKANO EM PARCERIA COM ENTIDADES PRETAS EM SALVADOR E NO RIO DE JANEIRO: RELATO DE EXPERIÊNCIA DE UMA TECNOLOGIA DA SAÚDE HOLÍSTIKA AFRIKANA
Pôster Eletrônico
1 IESC/ UFRJ
Período de Realização
Durante os anos de 2021 a 2024 foram realizadas pratikas de yoga afrikano junto à comunidade preta.
Objeto da experiência
As pratikas de yoga Afrikano como objeto em prol de promover e restaurar a plenitude e o estado de equilíbrio em parceria com entidades pretas.
Objetivos
Disseminar pratikas de yoga afrikano em entidades pretas em Salvador/BA e Rio de Janeiro/RJ.
Descrição da experiência
Houve parceria com ABADFAL e Instituto Quilombo Xis, ambas em Salvador, com realização do grupo online com “Pratika Shu de Reeducação Respiratória”, desenvolvimento do yoga afrikano e acompanhamento terapêutico, associando outras tecnologias como, cromoterapia, alimentação I-tal, Reiki, baseado na saúde holístika afrikana. No Rio de Janeiro, com prátikas em três entidades almejando alcançar um estado meditativo/estado de Hotep através da auto-observação para que produza hábitos para o bem estar.
Resultados
Ocorreram encontros online semanais durante 7 meses com foco em fornecer ferramentas de melhoria da capacidade respiratória e auxiliando no autocuidado frente ao cenário de adoecimento da Pandemia COVID-19. Na Oca dos Curumins, Denegrir e Kubata Ngola no Rio de Janeiro foram realizados movimentos e posições do yoga Afrikano para desenvolver uma pratika meditativa com condução a um estado de presença para diluir ansiedades, traumas, stress possibilitando equalizar emoções e consciência corporal.
Aprendizado e análise crítica
O cenário da saúde diante da mentalidade de maafa em uma localização ocidental precisa da inserção de tecnologias ancestrais de cuidado e cura para instauração da mentalidade Ma’atika estabelecendo equilíbrio harmonioso para bem estar da comunidade preta. Sabendo que define-se maafa (termo em Kiswahilli) “o grande desastre” que foi o período da escravização de africanos/as, cunhado por Marimba Ani. E Ma'at como princípio da civilização kemetyiu para estruturação moral e constituição de retidão.
Conclusões e/ou Recomendações
A realização de pratikas com foco na saúde holistika afrikana é uma estratégia para disseminação de tecnologias ancestrais, como yoga afrikano. Diante disso possibilita a manutenção do legado cultural afrikano em entidades pretas visto a responsabilidade das mesmas em disponibilizar o acesso à informação, conhecimento e condutas individuais e comunitárias afrikano-centradas de reafrikanização para o alinhamento do corpo, mente e espírito/emoções.
CUIDADO INTEGRATIVO E ECOLOGIA DE SABERES ATRAVÉS DAS PRÁTICAS INTEGRATIVAS: RELATO DA OFERTA DE CUIDADOS NA ESCOLA DOS VENTOS EM CAETÉS-PE
Pôster Eletrônico
1 IAM FIOCRUZ PERNAMBUCO
2 Escola dos Ventos
3 UPE
Período de Realização
Abril de 2024
Objeto da experiência
Aplicação de Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS) em vivências de cuidados para membros da Escola dos Ventos.
Objetivos
Relatar a experiência de intervenção de cuidados com PICS realizada para camponeses da Escola dos Ventos, projeto de articulação popular focado na luta por direitos dos afetados pela energia eólica, e refletir sobre a importância das PICS no contexto da justiça socioambiental e ecologia de saberes.
Metodologia
A Escola dos Ventos, Caetés-PE. Como parte de suas atividades e encontros temáticos, foram realizadas vivÊncias de cuidados em abril de 2024, no sítio de um dos membros. A ação contou com a parceria da Residência em Saúde Coletiva e Agroecologia, Universidade de Pernambuco Campus Garanhuns e a Comissão de Pastoral da Terra, que articularam terapeutas e translado. Foram oferecidas diversas práticas integrativas, como Ventosaterapia, Auriculoterapia e Meditação, com média de 30 atendimentos.
Resultados
A intervenção de cuidados obteve um resultado positivo, com a percepção de bem-estar e alívio por parte dos participantes, conforme evidenciado por relatos colhidos após a aplicação das terapias. Essa observação alinha-se com a literatura que aponta benefícios das PICS em contextos de saúde coletiva, demonstrando a relevância de iniciativas como esta para o enfrentamento de desigualdades no acesso a cuidados de saúde e a promoção do bem-estar em comunidades vulnerabilizadas.
Análise Crítica
A experiência demonstrou o potencial transformador das PICS para o cuidado em saúde em populações vulnerabilizadas, como os camponeses atingidos pela energia eólica. A oferta de cuidados que transcendem o modelo biomédico, muitas vezes inadequado para as realidades locais, fortalece a autonomia e o bem-estar dos participantes. Esse tipo de iniciativa não só oferece cuidado individual, mas contribui para o fortalecimento do grupo e a resiliência coletiva diante das iniquidades socioambientais.
Conclusões e/ou Recomendações
Mesmo diante das iniquidades e desafios enfrentados por populações atingidas por projetos de energias renováveis, momentos dedicados ao cuidado integral, que extrapolam o modelo biomédico dos equipamentos de saúde convencionais, se mostram profundamente fortalecedores. A conformação e o fortalecimento de grupos como a Escola dos Ventos, através de ações com PICS, são elementos cruciais para o cuidado em saúde
AYURVEDA E YOGA PARA SAÚDE NO SUS – CUIDANDO DE QUEM CUIDA
Pôster Eletrônico
1 Fundação Sri Vajera e Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro
2 Fundação Sri Vajera
Período de Realização
Iniciou-se em agosto 2023 a julho de 2024.
Objeto da experiência
Compreensão do impacto dos atendimentos ayurvédicos e das oficinas de saúde dirigidas aos profissionais de saúde.
Objetivos
Disseminar no SUS as práticas integrativas de saúde, Ayurveda e Yogaterapia, por meio de atendimentos ayurvédicos individuais e oficinas temáticas. Construir conhecimentos terapêuticos fortalecedores para um elo entre as práticas complementares e integrativas da saúde e as tradicionais.
Metodologia
Para os atendimentos terapêuticos buscou-se uma compreensão do cuidar-se, tendo como base o entendimento do individuo com conceitos naturais, numa relação intrínseca homem e natureza. Foi utilizada uma abordagem vinculada a percepção dos nossos sentidos como portais de conexão com o mundo, com impacto na forma como interpretamos a vida. Sob este viés, estimulou-se uma maior habilidade de compreensão critica sobre si e as escolhas diárias, que dialogam com a saúde e o bem estar mental.
Resultados
Evidenciou-se que com a abordagem terapêutica proposta, houve uma melhor condução dos cuidados diários, fortalecendo a saúde física, mental e emocional. Os resultados levantados,corroboraram com os fundamentos apresentados pela ayurveda e yoga, que através de suas práticas e planos terapêuticos com uso de recursos naturais, dialogam com o ser, o potencializando para um cuidado transformador, colaborando para o processo de mudança.
Análise Crítica
A introdução de novas práticas de saúde no SUS possibilitam a prática do conceito ampliado de saúde e promovem um resgate de saberes populares e milenares. Há uma nova compreensão do processo saúde doença de forma integralista, valorizando o ser, como sujeito do seu cuidado e como cuidador do mundo. Através desta percepção interna com a interação socio-ambiental, o individuo reconhece no seu cenário cotidiano, elementos e atributos que contribuirão com o seu bem estar.
Conclusões e/ou Recomendações
O trabalho evidenciou que as práticas utilizadas, abordam uma compreensão integral do sujeito, agregando elementos terapêuticos psicofísicos, de gestão do corpo e da mente. A compreensão do processo saúde doença que considera a relação do homem com os ambientes externos e internos, colabora para uma aproximação de um cuidar de si emancipatório, contribuindo para melhores escolhas para uma vida saudável.
ESTRUTURAÇÃO DE PÓS GRADUAÇÃO EM PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES NA UNIVERSIDADE FEDERAL DE CATALÃO
Pôster Eletrônico
1 UFCAT
Período de Realização
O desenvolvimento teve início em setembro de 2024 e permanece até o momento
Objeto da experiência
Criação da especialização em Práticas Integrativas e Complementares em saúde (PICS), denominada “Especialização em PICS: uma Visão Integral da Saúde - EPICS”.
Objetivos
Descrever o processo de construção de uma pós-graduação latu sensu em PICS da Universidade Federal de Catalão - UFCAT
Descrição da experiência
Em setembro de 2024, o Núcleo de Estudos e Pesquisas em PICS (NEPPICS), grupo de pesquisa fundado em 2019, voltou esforços à estruturação de uma especialização direcionada à qualificação profissional e à ampliação das PICS. A partir das normativas da universidade de origem do grupo e em diversas reuniões com os membros (enfermeiros, fisioterapeutas, dentistas, médicos, etc.) foram trabalhados os pontos necessários para cumprir os requisitos de criação do projeto de especialização.
Resultados
Após submissão às diferentes instâncias institucionais, o projeto foi aprovado com êxito em junho de 2025. O lançamento do edital ocorreu no mesmo mês com a oferta inicial de 42 vagas na modalidade presencial. O curso possui carga horária total calculada de 432 horas, divididas em 23 módulos e 16 disciplinas com duração de 12 horas e ainda conta com a oferta de formação em três PICS (Auriculoterapia, Lian Gong e Terapia de Florais). Contempla um corpo docente de 14 profissionais.
Aprendizado e análise crítica
Pretende-se formar profissionais capacitados em PICS para atuar nos serviços de saúde (públicos e privados) e demais cenários de assistência, com foco no fortalecimento e na expansão das práticas. Sabe-se que os cursos de pós-graduação, em formato presencial, são incipientes no interior do país, principalmente quando voltados para o contexto das PICS, evidenciando a relevância deste trabalho. Com a especialização pretende-se consolidar e ampliar a atuação do grupo de pesquisa supracitado.
Conclusões e/ou Recomendações
A oportunidade de elaborar uma pós-graduação vinculada à uma universidade federal foi e será uma experiência inovadora e rica em aprendizados. Com essa experiência se fortalecerá a comunidade acadêmica que trabalha no âmbito das PICS, consolidando seus saberes científicos, o que possibilita a expansão da temática para um número ainda maior de indivíduos através de um curso pioneiro, sendo referência no sudeste goiano
SABERES POPULARES E TECNOLOGIAS LEVES NO CUIDADO: REFLEXÕES DE UMA VIVÊNCIA INTERCULTURAL EM SAÚDE COLETIVA
Pôster Eletrônico
1 FIOCRUZ
Período de Realização
JUNHO DE 2025
Objeto da experiência
Vivência realizada no Programa Nacional de Vivências, com enfoque nas práticas de cuidado em saúde em territórios urbanos e rurais da cidade de Manaus (AM).
Objetivos
Refletir sobre os modos populares e tradicionais de fazer saúde e cuidado, especialmente em territórios de alta vulnerabilidade e presença indígena, compreendendo suas articulações com os princípios da saúde coletiva e das práticas de cuidado paliativo.
Descrição da experiência
A vivência ocorreu em unidades urbanas e rurais de Manaus, onde se destacaram práticas de cuidado como rezas, uso de plantas, escuta comunitária e saberes indígenas. Observou-se o trabalho das equipes itinerantes, a logística da vacinação e os desafios de acesso em territórios vulneráveis. A experiência evidenciou formas potentes e solidárias de fazer saúde, mesmo diante de adversidades sociais e territoriais.
Resultados
A experiência revelou práticas de cuidado baseadas em tecnologias leves, como escuta, vínculo e saberes locais. O kumuã, no Centro de Medicina Indígena, exemplifica uma racionalidade que articula espiritualidade e cuidado integral. No contexto rural e indígena, o cuidado paliativo já é praticado há séculos, pautado em epistemologias frequentemente invisibilizadas pelas instituições ocidentais.
Aprendizado e análise crítica
A vivência mostrou que os saberes populares são fundamentais no cuidado em saúde coletiva. As epistemologias do Sul ampliam o conceito de cuidado paliativo ao incluir dimensões simbólicas e espirituais. A Psicologia Social Comunitária articula teoria e prática, destacando as tecnologias leves como mediadoras essenciais do cuidado em territórios marcados por desigualdades e complexidades sociais.
Conclusões e/ou Recomendações
É necessário fortalecer políticas que valorizem saberes tradicionais, práticas integrativas e o protagonismo comunitário. A saúde coletiva exige um olhar crítico e decolonial frente às desigualdades territoriais, étnico-raciais e epistemológicas. O SUS tem potência para acolher essa diversidade, desde que se disponha a escutar, dialogar e co-construir outras formas de cuidado.
CAMPANHAS E OFICINAS SOBRE HORTAS COM ERVAS MEDICINAIS E ALIMENTÍCIAS, VOLTADAS À PROMOÇÃO DA SAÚDE E VALORIZAÇÃO DOS SABERES POPULARES
Pôster Eletrônico
1 SMS RJ
Período de Realização
Março a Junho de 2025, no âmbito de revisão bibliográfica e análise de políticas de saúde.
Objeto da experiência
Oficinas, campanhas educativas e ações práticas sobre hortas com ervas alimentícias e medicinais
Objetivos
Promover o uso consciente e seguro de ervas alimentícias e medicinais, valorizando os saberes populares e fortalecendo práticas integrativas de saúde nas comunidades.
Descrição da experiência
A equipe das PICS atuou em clínicas e escolas com oficinas, revitalização de hortas e orientações sobre cultivo e uso de ervas. As ações foram práticas, educativas e integradas com a comunidade, abordando técnicas corretas de plantio, cuidado e uso terapêutico das plantas.
Resultados
Os participantes aprenderam a cultivar e utilizar corretamente as ervas. As hortas revitalizadas tornaram-se espaços de educação permanente. Houve maior conscientização sobre os riscos do uso inadequado e valorização do saber popular aliado à prática segura.
Aprendizado e análise crítica
O trabalho teve impacto positivo, promovendo educação em saúde, desconstrução de mitos e empoderamento da população. A abordagem respeitosa permitiu o diálogo entre saberes populares e científicos, favorecendo práticas mais seguras no uso das ervas medicinais.
Conclusões e/ou Recomendações
O processo foi desafiador por lidar com crenças enraizadas, mas extremamente enriquecedor. A experiência mostrou a importância de ouvir, respeitar e orientar, unindo ciência e tradição para fortalecer o cuidado comunitário e a autonomia em saúde.
OFERTA DE PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES NOS SERVIÇOS DE SAÚDE DE CATALÃO - GO
Pôster Eletrônico
1 UFCAT
Período de Realização
As atividades foram realizadas de Setembro de 2024 a Maio de 2025.
Objeto da experiência
Descrever as atividades da Liga Acadêmica de práticas integrativas e Complementares em Saúde - LAPIC e o seu papel na rede de atenção à saúde.
Objetivos
Descrever a atuação da LAPIC nos serviços de saúde pública nos níveis de atenção primária, secundária e terciária do município de Catalão - GO.
Metodologia
Este estudo é um relato de experiência, tipo descritivo, que apresenta as atividades da liga nas instituições de saúde na cidade de Catalão, criando espaços de cuidado para integrar e contribuir para a promoção da saúde dos trabalhadores e usuários. As instituições de saúde recebedoras foram as Unidades Básicas de Saúde da Cidade, principalmente as ações com vínculo no projeto "PICS no SUS e na universidade”, Centro de Dependentes Químicos de Catalão(CDQC), Santa Casa de Misericórdia de Catalão.
Resultados
A partir das ações de promoção de saúde nas instituições, por meio da aplicação das PICS, que são elas: Auriculoterapia e Práticas Corporais Chinesas. Os efeitos foram notórios, ao serem relatados pelos funcionários e usuários, como diminuição da ansiedade, redução de dores na lombar, melhor qualidade no sono, disposição ao longo do dia, redução nas dores das articulações é uma sensação de bem-estar logo após as práticas realizadas.
Análise Crítica
Percebe-se que a partir do acolhimento e da escuta ativa nas vivências das PICS, há humanização no atendimento, tornando-o mais efetivo e inclusivo. Com isso, a Gestão verificou o impacto positivo das técnicas desenvolvidas, tornando-se parceira na implementação das práticas integrativas no sistema de saúde. Foi elaborado os projetos com foco na formação de profissionais, a fim de compartilhar os conhecimentos das práticas para que elas possam integrar e complementar o serviço de saúde.
Conclusões e/ou Recomendações
A liga tem como compromisso a divulgação, implementação e efetivação das práticas integrativas e os saberes tradicionais na rede pública de saúde. Com essas ações ela vem cada vez mais trazendo um impacto positivo na sociedade catalana, realizando atividades terapêuticas integrais e acessíveis nas unidades básicas de saúde e nas instituições de internação, com foco no cuidado humanizado e integrativo.
POLÍTICA NACIONAL DE PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES NO SUS: AÇÕES ESTRATÉGICAS PARA FORTALECIMENTO E EXPANSÃO DAS PICS.
Pôster Eletrônico
1 Ministério da Saúde
Período de Realização
As ações estratégicas se referem ao período de 2023 com previsão de conclusão em dezembro de 2026.
Objeto da experiência
Implementação de ações para fortalecer a PNPIC no SUS, com foco na qualificação, articulação institucional e ampliação das PICS nos territórios.
Objetivos
Promover a ampliação qualificada das PICS no SUS, incentivando sua integração às redes de cuidado e contribuindo para a formação de profissionais, bem como para o acesso seguro da população a essas práticas.
Descrição da experiência
Para fortalecer a PNPIC, foram estruturadas ações estratégicas em quatro eixos: apoio técnico em PICS para estados e municípios; gestão de projetos e integração com políticas do MS; articulação nacional e internacional para troca de experiências; e qualificação de profissionais da RAS, ampliando o acesso e a oferta segura e eficaz das práticas integrativas nos territórios.
Resultados
Lançamento de 12 cursos autoinstrucionais e elaboração de 8 novos, articulando as PICS a diversas políticas e programas; inclusão de indicador de PICS no Plano Nacional de Saúde 2024-2027; incorporação das PICS nos Protocolos Clínicos de Dor Crônica e Diabetes Mellitus; produção de documentos técnicos para gestores e profissionais; fortalecimento da política nos territórios com linhas de cuidado; apoio à tradução do módulo de Medicina Tradicional da CID-11; e ampliação expressiva da oferta no SUS.
Aprendizado e análise crítica
As estratégias de formação, qualificação e apoio técnico têm impulsionado a ampliação das PICS no SUS, com integração à RAS, presença da oferta em 84% dos municípios e em todas as capitais. O monitoramento nacional aponta para o fortalecimento da política nos territórios. Nestes 19 anos da PNPIC, projetos estratégicos têm consolidado as PICS no cuidado integral, ampliando as abordagens terapêuticas e contribuindo para a resolutividade e efetividade dos serviços.
Conclusões e/ou Recomendações
Apesar da ampla cobertura territorial, ainda é necessário avançar na consolidação para uma oferta sustentável e robusta, garantindo o acesso equitativo e contínuo às PICS pela população.
A CRIAÇÃO DE UM ESPAÇO DE CUIDADO COM FITOTERAPIA COMO ALTERNATIVA AO MODELO BIOMÉDICO COM MULHERES ACOMPANHADAS NA ATENÇÃO BÁSICA: UM CHÁ E UM ABRAÇO QUENTE, POR FAVOR
Pôster Eletrônico
1 Prefeitura Municipal de Ibiporã (PMI)
2 Universidade Estadual de Londrina (UEL)
Período de Realização
Início em maio de 2025 e, até o momento, segue em andamento.
Objeto da experiência
Grupo de promoção em saúde “Um chá e um abraço quente, por favor” para mulheres encaminhadas à psicologia na Atenção Básica (AB) do município
.
Objetivos
Relatar a experiência profissional de um grupo complementar de promoção em saúde para mulheres, criado por psicólogos da AB, como proposta de intervenção do curso Saúde e Bem Viver, da Fiocruz/Escola de Saúde Pública do Paraná, em um município de pequeno porte II no norte do Paraná.
Descrição da experiência
“Um chá e um abraço quente, por favor” é um grupo complementar de promoção em saúde para mulheres que foram atendidas e encaminhadas à psicologia por médicos na percepção que a demanda ali expressa não encontra mais respostas exclusivas ao viés biomédico. Acontece mensalmente, com cerca de 10 participantes, que se reúnem para degustação de chás e lanchinhos e debater outras formas e espaços de cuidado em saúde para além das especialidades clínicas, assim como possibilidades com a fitoterapia.
Resultados
No grupo, as participantes, em geral, são mulheres com idade de 50 anos acima e em uso de diversos medicamentos para dor e psicotrópicos. Com a fitoterapia como disparadora para a discussão de cuidado em saúde, elas trouxeram o quanto chás e ervas fazem parte de sua história. Assim, no debate fluíram elementos de suas vidas, como condições socioeconômicas e, em especial, desigualdades e violências de gênero na relação com sua saúde e a necessidade de cuidados para além dos médicos.
Aprendizado e análise crítica
Pareceu que parte das participantes buscavam, a priori, nos saberes biomédicos, cuidados para seus sofrimentos. Porém, ao promover um espaço de diálogo com elas, percebemos que algumas vezes esses cuidados se mostram insuficientes, pois muitas questões são de cunho social e relacional, como as desigualdades de gênero. A fitoterapia permitiu uma reflexão não apenas calcada na relação riscos/benefícios de seus insumos, mas também pela promoção de momentos de cuidado afetuosos e quentinhos.
Conclusões e/ou Recomendações
O trabalho na AB preconiza uma compreensão ampliada em saúde e, para tal, se faz necessário ações que extrapolam a lógica clínico-assistencial. Realizar um grupo complementar em saúde, com a fitoterapia como recurso, se mostrou potente para ampliar junto às mulheres elementos sociais e relacionais que implicam nos seus cuidados em saúde. Sugere-se persistência às demais equipes de AB na criação de espaços complementares para o cuidado em saúde.
ACUPUNTURA NO CONTROLE DA ANSIEDADE: MELHORA DA ENFERMIDADE E IMPACTO NA FORMAÇÃO PROFISSIONAL PARA A ATENÇÃO PRIMARIA À SAÚDE
Pôster Eletrônico
1 Faculdade de Medicina (FAMED/UFAL)
2 Escola Superior da Magistratura de Alagoas (ESMAL)
3 Sala de Cuidados Antonio Piranema (SCAP/NUSP/FAMED/UFAL)
4 Instituto de Ciências Farmacêuticas (ICF/UFAL)
5 UFAL/SMS de Maceió
6 Faculdade de Medicina (CESMAC)
Período de Realização
Maio de 2023 a maio de 2024.
Objeto da experiência
O tratamento de pacientes com ansiedade mórbida utilizando as PICS, especificamente, a acupuntura, amplamente empregada em diversos centros de saúde.
Objetivos
• Relatar a eficácia da acupuntura no controle da ansiedade;
• Refletir sobre o impacto do tratamento com a acupuntura na ansiedade mórbida;
• Analisar o impacto dessa técnica na formação profissional para a Atenção Primária à Saúde (APS).
Descrição da experiência
Os pacientes com ansiedade mórbida foram encaminhados por profissionais de saúde – Médicos e Psicólogos – que integravam o projeto de extensão, ou por outros centros de saúde que tinham conhecimento desta iniciativa.
Foram realizadas oito sessões semanais nos pacientes, alguns já em tratamento com outros tipos de terapia, os quais foram incentivados a manter seus tratamentos, concomitantemente.
A sessões de acupuntura focaram nos pontos mais comumente utilizados para o controle da ansiedade.
Resultados
Os pacientes que receberam a acupuntura relataram melhora no controle da ansiedade, qualidade do sono, disposição, fadiga, quadros álgicos, irritabilidade e insegurança.
Na formação dos profissionais de saúde, a experiência contribuiu para a compreensão da relevância de um atendimento holístico e individualizado, focado na pessoa.
Para a APS, a acupuntura é uma importante ferramenta terapêutica, complementar ou única, no controle da ansiedade, além de seu potencial para a redução da medicalização.
Aprendizado e análise crítica
A acupuntura proporciona um aprendizado significativo devido à sua abordagem holística e centrada na pessoa, essencial para a prática da medicina integral, revelando um ganho importante para todos os graduandos na área de saúde.
A redução no uso de medicamentos para o controle da ansiedade e a possibilidade de ser integrada a outras racionalidades medicas, corrobora a importância da acupuntura, contribuindo para melhorar a qualidade de vida dos pacientes e para fortalecer a atenção à saúde.
Conclusões e/ou Recomendações
A prática de acupuntura apresenta grande potencial no controle da ansiedade, quando usada de maneira isolada ou combinada com outros tipos de tratamentos, contribuindo para a redução da medicalização social e ajudando na educação de profissionais de saúde em formação.
Por se tratar de um tema que ainda pode ser expandido, são necessários mais estudos para aprofundar o conhecimento sobre a acupuntura e seu papel no controle da ansiedade.
LIGA ACADÊMICA DE PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES: SUA ATUAÇÃO NA UNIVERSIDADE FEDERAL DE CATALÃO E NOS SERVIÇOS DE SAÚDE
Pôster Eletrônico
1 UFCAT
Período de Realização
Descrição de ações realizadas de agosto de 2024 a junho de 2025.
Objeto da experiência
As ações desenvolvidas pela Liga Acadêmica de Práticas Integrativas e Complementares (LAPIC) da Universidade Federal de Catalão- UFCAT.
Objetivos
Relatar as experiências realizadas pela LAPIC em ações no âmbito acadêmico e na rede de atenção à saúde do município de Catalão, Goiás.
Descrição da experiência
Com mais de uma década desde sua criação, a LAPIC continua potencializando ações vinculadas às PICS nos espaços que permeia. No período supracitado, foram desenvolvidas ações de capacitação a profissionais, acadêmicos e comunidade externa, como: Formação em Auriculoterapia, Oficinas de dança circular. Realizou ações de pesquisa com membros da LAPIC e perfil dos profissionais em PICS e auxiliou na estruturação de uma Especialização em PICS, juntamente com o Núcleo de Estudos e Pesquisa em PICS
Resultados
A partir da lista de ações e parcerias realizadas no período descrito, sinaliza-se a importância das atividades advindas da LAPIC e sua potencialidade de alcançar diversos públicos, por meio das novas parcerias em eventos, instituições e projetos, como no II Fórum de Cuidados Paliativos, I Encontro Regional de Promoção de Saúde,Semana da mulher UFCAT, projeto Cordão do amor, e realização de Práticas Corporais Chinesas e Auriculoterapia para os Funcionários da Secretaria de Saúde e comunidade.
Aprendizado e análise crítica
Com o advento da LAPIC dentro dos espaços acadêmicos e na comunidade, conseguimos compreender o quão amplo é seu escopo de influência na disseminação de informações seguras e na criação de espaços acolhedores para as práticas de promoção de saúde integral. Todavia, ressaltamos uma lacuna referente a profissionais que sejam capacitados em PICS dentro da rede de saúde do município, muitas vezes, necessitando quase que exclusivamente dos membros da academia para execução de ações nestas temáticas.
Conclusões e/ou Recomendações
A LAPIC continua sendo uma forma estruturada de disseminação de conhecimentos e práticas em saúde, com potencial transformador de realidades. Ligas acadêmicas, projetos e movimentos que vinculam a academia com a realidade da população, se consolidam como agentes resolutivos em fazer saúde e contribuem exponencialmente para a formação de profissionais cada vez mais aptos a pertenceram aos mais diversos espaços de cuidado de forma segura e eficaz.
SAÚDE E BEM VIVER: CUIDADO INTEGRAL PARA A SAÚDE MENTAL DOS TRABALHADORES DA ATENÇÃO PRIMÁRIA A SAÚDE – TURMA BAHIA
Pôster Eletrônico
1 UFBA
2 SESAB
3 SMS Cravolândia
4 SMS Olinda
5 SMS Camaçari
6 SMS Dom Basílio
7 SMS Salvador
Período de Realização
O curso Saúde e Bem Viver na Bahia ocorre entre os meses de fevereiro e setembro de 2025
Objeto da experiência
Formação de profissionais da Atenção Primária em estratégias de promoção à saúde mental por meio das Práticas Integrativas e Complementares em Saúde
Objetivos
Capacitar as equipes de saúde da família e e-Multi em estratégias e na promoção de ações de cuidado integral à saúde mental, com foco em Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS), para promover cuidado integral e transformar os profissionais em agentes de mudança em seus territórios
Metodologia
A metodologia empregada foi a Educação Problematizadora, valorizando as vivências e experiências cotidianas dos participantes, promovendo uma aprendizagem a partir de problemas reais. A formação foi dividida em 3 momentos: cuidar de si, viver em equipe e agir no território. As atividades ocorreram de forma síncrona e assíncronas, tanto na modalidade a distância quanto presencial, totalizando 120h. Em conjunto com uma coordenação geral e pedagógica do curso, 11 tutores acompanharam os cursistas
Resultados
Foram capacitados 11 tutores pela FIOCRUZ (fev-mar/2025), em seguida até junho o curso foi iniciado para 306 profissionais municipais nas 9 Macrorregiões de saúde da Bahia. Os tutores foram orientados a identificar e sugerir a oferta de PICS para construção de projetos de intervenção em saúde mental. Ao final do curso, setembro, espera-se que os profissionais desenvolvam habilidades de autocuidado e reflexão crítica, elaborando projetos para promover saúde mental coletiva no ambiente de trabalho
Análise Crítica
O curso evidencia a importância de cuidar de quem cuida, favorecendo a promoção da saúde mental na APS. O bem-estar no trabalho em saúde requer compromisso político e formação contínua. As (PICS) se mostram como caminho potente para fortalecer vínculos, escuta e autocuidado, essenciais para a construção coletiva do cuidado à população. Essa abordagem pode contribuir para a resiliência e o crescimento pessoal e coletivo dos profissionais de saúde, melhorando a qualidade do cuidado oferecido
Conclusões e/ou Recomendações
A qualificação dos profissionais é essencial para consolidar a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares em Saúde e garantir o cuidado integral no SUS. O curso Saúde e Bem Viver fortalece a rede de atenção, valoriza os trabalhadores e fomenta práticas coletivas, incentivando a formação e a aplicação prática do aprendizado. Recomenda-se ampliar essas formações para promover um cuidado mais humanizado e integrativo nos territórios
CORPOS, SABERES E RESISTÊNCIA: RELATO DA EXPERIÊNCIA DO SEMINÁRIO DE PESQUISA EM PRÁTICAS CORPORAIS E INTEGRATIVAS NA EPSJV/FIOCRUZ
Pôster Eletrônico
1 EPSJV Fiocruz e UNINASSAU RJ
2 IRR/ Fiocruz Minas
3 EPSJV Fiocruz
4 UNESA/RJ e UNINASSAU/RJ
Período de Realização
Realizado nos dias 28 e 29 de novembro de 2024, na Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio.
Objeto da experiência
Relato do Seminário de Pesquisa como espaço de articulação entre práticas corporais, integrativas, saúde mental e produção coletiva de saberes no SUS
Objetivos
Relatar a experiência do Seminário de Pesquisa que debateu as Práticas Corporais e Integrativas como estratégias de cuidado em saúde mental, articulando diferentes racionalidades médicas, saberes populares, produção científica e resistência à medicalização da vida.
Descrição da experiência
O Seminário foi realizado presencialmente na EPSJV/Fiocruz e transmitido online. Reuniu pesquisadores, estudantes, trabalhadores e coletivos populares para discutir epistemologias, práticas e políticas relacionadas às Práticas Corporais e Integrativas no SUS. A programação incluiu conferências, mesas de debate, vivências, performances, oficinas e espaços multimídia, reafirmando o corpo como território político e potência de cuidado. Foi também produzida uma entrevista com Madel Luz.
Resultados
O evento gerou importantes produtos: vídeos, publicações em redes, articulação entre setores da escola e comunidade acadêmica, além do fortalecimento do Portfólio de Práticas Inspiradoras em Atenção Psicossocial como ferramenta de disseminação científica. Contribuiu para a valorização de práticas de cuidado não medicalizantes e fundamentou debates sobre interculturalidade e descolonização de saberes e do cuidado em saúde. A formação do Observatório de Práticas foi encaminhada como desdobramento
Aprendizado e análise crítica
A experiência evidenciou a potência das práticas corporais e integrativas como contraponto à racionalidade biomédica dominante. O Seminário reafirmou o valor da escuta dos territórios, do protagonismo de coletivos e da transversalidade entre saúde mental, arte, espiritualidade e direitos humanos. A construção coletiva do evento gerou um espaço de resistência e invenção, apontando para a urgência de políticas públicas que valorizem a diversidade epistêmica e o cuidado em liberdade.
Conclusões e/ou Recomendações
O Seminário se consolidou como dispositivo formativo, político e científico. Recomendamos a ampliação desse tipo de espaço no SUS, fortalecendo a institucionalização das Práticas Corporais e PICS de formas emancipatórias, interculturais, decoloniais e críticas à medicalização da vida. É fundamental reconhecer e sustentar ações que integrem arte, território, cuidado e coletividade como caminhos de fortalecimento das redes de atenção psicossocial.
RESPIRAÇÃO GUIADA COMO ESTRATÉGIA DE APOIO AO CUIDADO AO TABAGISMO NA ATENÇÃO BÁSICA.
Pôster Eletrônico
1 Ensp/Fiocruz
Período de Realização
Realização da atividade de respiração guiada: 23 de maio de 2025.
Objeto da experiência
População adscrita de uma clínica da família localizada na zona norte do Rio de Janeiro participante de um grupo de combate ao tabagismo.
Objetivos
Compartilhar a experiência da atividade de respiração guiada conduzida por um professor de educação física realizada durante um grupo de combate ao tabagismo na unidade básica de saúde.
Descrição da experiência
A atividade foi realizada durante o segundo encontro do grupo de combate ao tabagismo da unidade de saúde, que é promovido a partir do Programa Nacional de Controle do Tabagismo. O professor de educação física promoveu a respiração guiada no final do encontro, apresentando-a como uma ferramenta adicional aos usuários. Também foi disponibilizada aos participantes um folder educativo para realização de uma atividade de respiração em casa, promovendo também a autonomia.
Resultados
Os usuários presentes no grupo que foram contemplados com a atividade, retornaram ao grupo, demonstrando o vínculo, e passaram a frequentar o grupo de respiração guiada da unidade. Além disso, percebeu-se o aumento da adesão dos usuários à Terapia de Reposição de Nicotina, disponibilizada no grupo. Os profissionais consideraram que a ferramenta de respiração auxilia os usuários na redução dos sintomas de ansiedade e estresse, promovendo o relaxamento.
Aprendizado e análise crítica
Ao realizar dinâmicas como essa, estratégias de promoção de saúde, a partir de uma equipe multiprofissional, o cuidado ao usuário tabagista é ampliado, dialogando com o princípio da integralidade, apoiando a cessação do fumo do tabaco, considerando o sujeito também na sua subjetividade. Também foi percebido que alguns usuários, após contato com a atividade, se aproximaram do cuidado ofertado pelas Práticas Integrativas e Complementares, ingressando em grupos realizados na unidade de saúde.
Conclusões e/ou Recomendações
A atividade de respiração guiada no grupo, promove autonomia para os usuários, construção do conhecimento sobre o autocuidado, sendo uma ferramenta potente para o processo de cessação do fumo, auxiliando nos momentos de ansiedade e fissura. Portanto, a multiprofissionalidade favorece a interprofissionalidade, com a ampliação das ações em saúde da equipe, para além da perspectiva biológica, considerando os sujeitos em sua singularidade.
AURICULOTERAPIA COMO ESTRATÉGIA DE APOIO AO CUIDADO AO TABAGISMO NA ATENÇÃO BÁSICA.
Pôster Eletrônico
1 Ensp/Fiocruz
Período de Realização
Realizado entre 25 de abril de 2025 e 5 de junho de 2025.
Objeto da experiência
População adscrita de uma clínica da família localizada na zona norte do Rio de Janeiro participante de um grupo de combate ao tabagismo.
Objetivos
Compartilhar a experiência da oferta de auriculoterapia aos usuários de um grupo de combate ao tabagismo, como uma ferramenta terapêutica de apoio à cessação do uso do tabaco.
Descrição da experiência
A atividade foi realizada no fim dos encontros do grupo de combate ao tabagismo da unidade de saúde, que é promovido a partir do Programa Nacional de Controle do Tabagismo. Os encontros foram conduzidos por profissionais de diferentes núcleos profissionais. A auriculoterapia foi ofertada ao final dos encontros e foi apresentada aos usuários como uma ferramenta para o apoio ao processo de cessação do tabagismo, principalmente nos momentos de ansiedade.
Resultados
Os usuários realizaram a sessão de auriculoterapia ao final das atividades do grupo. Após a primeira sessão, os usuários que retornaram ao grupo demonstraram interesse na continuidade do tratamento com a auriculoterapia, demonstrando vínculo e adesão ao tratamento. Os usuários relataram que a auriculoterapia foi uma ferramenta importante no processo. Desta forma, os profissionais consideraram que a auriculoterapia auxilia o usuário no processo de cessação do uso do tabaco.
Aprendizado e análise crítica
A auriculoterapia demonstrou ser uma estratégia complementar potente no controle do tabagismo. A oferta desta técnica a partir de uma equipe multiprofissional favorece o cuidado ampliado e integral ao usuário, facilitando sua adesão ao grupo, a cessação do tabagismo e também a adesão à Terapia de Reposição de Nicotina. Também foi observado que no retorno, os pacientes reconheciam que a auriculoterapia era uma ferramenta importante, que auxiliava no tratamento dos mesmos.
Conclusões e/ou Recomendações
A oferta de auriculoterapia, demonstrou ser uma estratégia potente de apoio ao combate ao tabagismo na atenção básica. A partir desta experiência foi observado que a auriculoterapia auxilia os usuários durante as etapas deste difícil processo, favorecendo a adesão e eficácia do tratamento. Também foi observado que a multiprofissionalidade favorece o uso de diferentes estratégias de cuidado, promovendo um cuidado mais ampliado ao usuário.
EXPERIÊNCIAS ADVINDAS DA REALIZAÇÃO DAS PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES EM SAÚDE (PICS) EM EMPRESAS
Pôster Eletrônico
1 UFCAT
Período de Realização
Realizado no período entre Maio de 2022 à Junho de 2025.
Objeto da experiência
Atividades de promoção da saúde para colaboradores das empresas visitadas, e da Universidade Federal de Catalão.
Objetivos
Relatar as experiências advindas da realização de PICS, realizadas pela docente e discentes que realizam atividades na Liga de Práticas Integrativas e Complementares - LAPIC, em especial a auriculoterapia.
Descrição da experiência
Este é um relato de experiência, tipo descritivo, das vivências realizadas em empresas no município de Catalão - GO. A parceria iniciou-se após convite dos coordenadores do setor de saúde das empresas à docente. Foram realizadas as PICS nos eventos da Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho na MOSAIC Fertilizantes e Semana Integrada de Meio Ambiente, Saúde e Segurança no Trabalho na HPE Automotores. E foram realizadas PICS na UFCAT, em datas comemorativas e congressos.
Resultados
A oferta das práticas em auriculoterapia se mostrou um grande aliado na promoção da saúde nas instituições descritas. Foram atendidos, em média, 30 colaboradores por evento, que em sua maioria não tinham conhecimento sobre as práticas ofertadas, mas se mostraram receptivos. Também foi realizado relaxamento com imagem guiada em uma das empresas supracitadas. As principais queixas relatadas, se destacam a lombalgia, ansiedade, insônia, estresse, dores nas articulações de mãos e pernas.
Aprendizado e análise crítica
Foi de grande relevância o processo de inserção das PICS nas empresas, possibilitando troca de experiências com os profissionais, parceria com gestores, além da divulgação das PICS nessas instituições, tendo em vista que muitos colaboradores não conheciam as mesmas. Além disso, pode-se observar que as empresas não tinham profissionais que realizavam essas práticas no seu dia a dia, para que pudessem contribuir para o bem-estar dos colaboradores nesses ambientes e na prevenção de doenças e agravos.
Conclusões e/ou Recomendações
Percebe-se o quanto é necessário que ocorra mais divulgação e se torne presente as PICS nas diversas intuições, com fins de prevenir doenças e promover saúde aos seus colaboradores. Sendo o absenteísmo um problema visto nessas instituições, que afetam a produtividade, causados pelo adoecimento de seus colaboradores de forma não esperada, que possa ser convertido para presenteísmo, com a inserção das PICS nas empresas.
ACUPUNTURA E AURICULOTERAPIA NA ATENÇÃO BÁSICA: CUIDANDO DAS PESSOAS DE FORMA SISTÊMICA NA BUSCA DO EQUILÍBRIO
Pôster Eletrônico
1 Prefeitura Municipal de Capitólio
Período de Realização
Novembro de 2023 a maio de 2025
Objeto da experiência
Pacientes da Atenção Básica do Município de Capitólio MG
Objetivos
✔ Promover saúde e bem-estar com abordagem integral.
✔ Utilizar práticas integrativas como primeira linha de cuidado.
✔ Reduzir uso de medicamentos e atendimentos recorrentes.
✔ Aumentar a satisfação dos usuários.
Descrição da experiência
As atividades envolveram atendimentos semanais em grupo, visitas domiciliares e atendimentos pontuais na Atenção Básica, conforme demanda. Foram priorizados pacientes com dor crônica, ansiedade, obesidade e casos específicos como cólica nefrítica, endometriose, artrite, sequelas de AVC, DPOC, etilismo, tabagismo e fibromialgia. O protocolo incluiu 10 sessões semanais de 20 minutos com abordagem multidisciplinar: plano alimentar, nutrição, atividade física, acupuntura e auriculoterapia.
Resultados
Foram realizados 1.073 atendimentos. Todos os pacientes relataram melhora significativa na saúde e qualidade de vida, com alívio dos sintomas. Exemplos: C.A.M. – redução da dor e perda de peso; A.P.P.A. – alívio da endometriose e possibilidade de gestação; T.G. – melhora da ansiedade e sono; M.V.C. – recuperação após AVC, redução de medicações e suspensão de oxigenoterapia.
Aprendizado e análise crítica
A implementação da acupuntura e auriculoterapia em Capitólio mostrou que integrar práticas tradicionais ao cuidado convencional é viável e eficaz, mesmo com recursos limitados. A adesão dos pacientes melhora com informação e apoio multiprofissional. Desafios incluem resistência a terapias não medicamentosas e necessidade de capacitação de profissionais. Recomenda-se ampliar estudos e fortalecer a formação para garantir a sustentabilidade e expansão do serviço.
Conclusões e/ou Recomendações
A experiência mostrou que acupuntura e auriculoterapia são práticas integrativas eficazes, de baixo custo e com impacto positivo na condição clínica dos pacientes e na Atenção Primária, reduzindo consultas e uso excessivo de medicamentos. Recomenda-se expandir o atendimento e capacitar mais profissionais, fortalecendo a promoção da saúde de forma integral e humanizada.
PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES EM SAÚDE (PICS) PARA USUÁRIOS DO SUS COM ANSIEDADE E DORES CRÔNICAS E ATENDIDOS EM UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE (UBS).
Pôster Eletrônico
1 SMS - RJ
2 Fiocruz
3 Fiotec
Período de Realização
Esse relato de experiência compreende o período entre o final de 2022 até maio de 2025.
Objeto da experiência
Usuários do SUS, adultos e idosos, com quadro clínico de ansiedade e dores crônicas atendidos numa UBS pela Estratégia da Saúde da Família (ESF).
Objetivos
Contribuir para o tratamento de ansiedade e dores crônicas de usuários do SUS encaminhados pelo Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica (NASF)/ESF para o uso de PICS como recurso terapêutico adicional aos tratamentos médicos recebidos das equipes da ESF.
Descrição da experiência
Foram ofertadas, por profissionais com formações em diversas PICS, práticas coletivas de meditação e de atividades corporais e práticas individuais de auriculoterapia e aromaterapia para cerca de trinta usuários em um turno por semana, sendo 99% do gênero feminino. O tempo de permanência no tratamento foi determinado pelos relatos orais dos efeitos das PICS na redução de sintomas de ansiedade e dores físicas crônicas em conjunto com a avaliação clínica dos profissionais de saúde.
Resultados
Resultados significativos foram a adesão aos tratamentos com relatos da redução de sintomas do campo energético e/ou físico. Auriculoterapia foi a prática mais solicitada pela percepção da redução de alguns sintomas, a curto prazo, como melhoria do sono e alívio de dores da coluna vertebral. Aromaterapia foi ofertada após julho de 2024 com óleos essenciais específicos para tratamento de sintomas como ansiedade, insônia, tristeza profunda e luto, e de dores articulares e musculares generalizadas.
Aprendizado e análise crítica
Um aprendizado importante foi a constatação da necessidade de criar espaços de fala com escutas terapêuticas acolhedoras que pudessem contribuir para a redução dos sofrimentos e/ou a inclusão de outras terapias. Aspectos críticos abordaram falta de apoio para registros adequados e análises qualitativas que gerassem evidências dos efeitos das PICS. Há restrições de registros de atendimentos para alguns terapeutas na plataforma digital do E-SUS o que gera subnotificações no número de atendimentos.
Conclusões e/ou Recomendações
A escuta terapêutica acolhedora criou vínculos, entre os terapeutas e os usuários, o que contribuiu para adesão e os relatos dos usuários sobre os benefícios à saúde das práticas recebidas. Como espaço de fala terapêutica, a Terapia Comunitária Integrativa (TCI) foi recomendada por ser uma prática coletiva para a saúde mental com foco em partilha de sofrimentos, na facilitação do sentimento de pertencimento e criação de rede social solidária.
REVITALIZAÇÃO DA HORTA EM UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE: EXPERIÊNCIA DE RESIDENTES EM SAÚDE DA FAMÍLIA NA PROMOÇÃO DA SAÚDE
Pôster Eletrônico
1 UFSC
2 PMSJ
Período de Realização
realizado de maio de 2024 a junho de 2025.
Objeto da experiência
Revitalização de uma horta em UBS, integrando práticas de agricultura urbana, plantas medicinais e promoção da saúde com a comunidade e profissionais.
Objetivos
Fortalecer a conexão entre saúde e agricultura urbana com a revitalização de uma horta na unidade de saúde. Estimular práticas integrativas, ecológicas e educativas entre trabalhadores e usuários, promovendo trocas de saberes e ampliando ações em saúde planetária e uso de plantas medicinais.
Metodologia
Durante o Projeto Integrado da residência, formou-se um coletivo de profissionais e residentes com o objetivo de revitalizar a horta da unidade. Realizaram-se visitas técnicas a hortos e outras unidades, além de formação em Práticas Integrativas e Complementares, com foco em plantas medicinais e cultivo. A partir de setembro de 2024 iniciaram-se os manejos na horta, com limpeza, podas e articulação de um grupo de trabalhadores interessados em participar do projeto.
Resultados
Durante o Projeto Integrado da residência, formou-se um coletivo de profissionais e residentes com o objetivo de revitalizar a horta da unidade. Realizaram-se visitas técnicas a hortos e outras unidades, além de formação em Práticas Integrativas e Complementares, com foco em plantas medicinais e cultivo. A partir de setembro de 2024 iniciaram-se os manejos na horta, com limpeza, podas e articulação de um grupo de trabalhadores interessados em participar do projeto.
Análise Crítica
O processo revelou que ações simples como o cultivo de uma horta podem gerar movimentos potentes de educação, pertencimento e cuidado coletivo. A experiência exigiu articulação, sensibilidade, escuta e abertura para o conhecimento popular. Ainda que desafiada por limitações estruturais e de tempo, a horta tornou-se espaço vivo de trocas e transformações, revelando o papel estratégico da Atenção Primária como promotora de saúde ampliada e ecológica.
Conclusões e/ou Recomendações
A horta implantada na Atenção Primária mostrou-se uma potente ferramenta de educação em saúde, integrando saberes e fortalecendo o vínculo entre profissionais e comunidade. Recomenda-se sua institucionalização como espaço permanente de práticas integrativas e educativas. A continuidade do projeto depende de articulação intersetorial, apoio da gestão e incentivo à participação ativa da comunidade e trabalhadores da saúde.
AURICULOTERAPIA NA APS: GRUPO ‘NO PIQUE DAS PICS‘ COMO ESTRATÉGIA INTEGRATIVA NA CLÍNICA DA FAMÍLIA KELLY CRISTINA
Pôster Eletrônico
1 CF Kelly Cristina - Instituto Gnosis
Período de Realização
A experiência teve início em novembro de 2023 e permanece em execução até o presente momento.
Objeto da experiência
Relato de experiência sobre a implementação da auriculoterapia em grupo como prática integrativa na APS, fortalecendo o cuidado ampliado ao usuário.
Objetivos
Promover cuidado integral por meio da auriculoterapia em grupo, estimulando o autocuidado, o alívio de sintomas físicos e emocionais, o fortalecimento do vínculo com a equipe de saúde e a valorização das PICS na APS.
Descrição da experiência
O grupo ocorre semanalmente no CCI da unidade, com sessões às quartas. São ofertadas 40 vagas mensais, com direito a 4 atendimentos por usuário. Os profissionais aplicam a técnica de auriculoterapia em grupo, respeitando o protocolo de periodicidade. O grupo é acompanhado por escuta qualificada e orientações complementares. O fluxo permite rotatividade e inclusão constante de novos participantes. A metodologia integra a prática terapêutica com estratégias de acolhimento e promoção da saúde no território.
Resultados
A experiência alcançou ampla aceitação pelos usuários, com relatos de redução de estresse, ansiedade, insônia e dores. Observou-se fortalecimento do vínculo com a equipe e aumento do interesse pela oferta de outras práticas integrativas. A alta rotatividade favoreceu o acesso contínuo e democrático ao cuidado. Profissionais relataram maior satisfação na atuação. A prática demonstrou potencial de resolutividade na APS e de valorização do cuidado centrado na pessoa.
Aprendizado e análise crítica
A prática contribui para o campo da Saúde Coletiva ao integrar saberes tradicionais ao cuidado em saúde pública. O grupo 'No Pique das PICS' ampliou a escuta, promoveu o acolhimento e gerou efeitos terapêuticos efetivos. O impacto positivo inclui a formação de vínculo, ampliação da adesão e fortalecimento do autocuidado. A experiência dialoga com os princípios do SUS, valorizando o território, a integralidade e a equidade no cuidado.
Conclusões e/ou Recomendações
A auriculoterapia em grupo revelou-se uma prática eficaz, acessível e potente na promoção da saúde. A experiência evidencia que as PICS são estratégicas para o fortalecimento da APS, ao proporcionar cuidado integral e acolhedor. Reforça-se a importância de institucionalizar e ampliar tais práticas nos serviços de saúde, reconhecendo seus impactos positivos na qualidade de vida dos usuários e no cotidiano das equipes multiprofissionais.
YOGA: UM INSTRUMENTO DE REFFLEXÃO E LIBERTAÇÃO DAQUILO QUE NOS DOMINA
Pôster Eletrônico
1 PREFEITURA MUNICIPAL DE BENEDITO NOVO
Período de Realização
Fevereiro de 2024 a fevereiro de 2025.
Objeto da experiência
Conscientizar pessoas a respeito do processo mental de dominação construído no decorrer da história, ao qual gerou formas de violências simbólicas.
Objetivos
Desenvolver o autoconhecimento e desenvolvimento pessoal, por meio de práticas do yoga atreladas às reflexões pessoais.
Desconstruir a naturalização de desigualdades e hierarquias sociais, evitando que indivíduos aceitem passivamente algumas estruturas de poder.
Descrição da experiência
Durante o período de fevereiro de 2024 até fevereiro de 2025 (as aulas acontecem desde 2016), foram ministradas aulas de yoga em dois períodos, matutino e vespertino, com 60 minutos cada. Essas aulas, buscam levar o indivíduo ao autoconhecimento e identificação de estruturas históricas, políticas e emocionais que os aprisionam, por meio de suas histórias, levando-os a conscientização de conceitos dominantes aceitos passivamente e que necessitam ser ressignificados.
Resultados
O Yoga incentiva a sensibilidade do ser consigo e com o outro. Durante a prática somos levados a tomar consciência do nosso corpo e também dos pensamentos, sentimentos e emoções que afloram. Nesse momento incentivamos a partilha de questões pessoais quando houvesse conforto em fazê-lo. Os temas aflorados foram utilizados para a contextualização de como os micros fios de poder engendram a sociedade, levando à reflexões e construção da espiral dialética, desestruturando e reestruturando conceitos.
Aprendizado e análise crítica
Por meio da filosofia do yoga, a tomada de consciência é um processo longo e contínuo, que consiste em olhar para sua alma e ver a si mesmo, sempre em busca ética de transformar a si mesmo para assim transformar a sociedade. A desestruturação e ressignificação é complexa diante do contexto de comportamento da comunidade e de tudo aquilo que nos fizeram acreditar enquanto normalidade social, portanto a yoga vem para que esse processo seja suave e significativo.
Conclusões e/ou Recomendações
Conforme Quijano (2005) “é tempo de aprendermos a nos alertar do espelho eurocêntrico onde nossa imagem é sempre, necessariamente, distorcida. É tempo, enfim, de deixar de ser o que não somos.”, pois apenas pode se libertar quando estiver em condições de decifrar a dominação simbólica. E, segundo Bourdieu, torna-se mais que necessário o debate continuo dentro do Sistema Único de Saúde entre profissionais e usuários para quebra de paradigmas.
RODAS TERAPÊUTICAS COMO ESTRATÉGIA DE PROMOÇÃO DA SAÚDE MENTAL EM SERVIÇO DE FILANTROPIA COM PACIENTES DO SUS
Pôster Eletrônico
1 FSP-USP
2 UNASP-EC
Período de Realização
Trabalho desenvolvido no 1º semestre de 2024 pelos estagiários do 9º semestre de Psicologia do UNASP
Objeto da experiência
Pacientes encaminhados pelas UBS de Engenheiro Coelho–SP ao serviço de filantropia do Centro de Vida Saudável - CEVISA.
Objetivos
O objetivo da ação foi promover a saúde mental de pacientes com comorbidades e vulnerabilidades psicossociais por meio da escuta, do acolhimento e da construção de vínculos comunitários.
Descrição da experiência
Foram realizadas 12 rodas de Terapia Comunitária Integrativa - TCI, fundamentadas em metodologia horizontal, dialógica e participativa, que favorece o protagonismo dos participantes e a construção coletiva de soluções. As rodas seguiram cinco etapas: acolhimento, escolha do tema, contextualização, problematização e encerramento. Participaram indivíduos de diferentes faixas etárias e gêneros, vinculados à filantropia da instituição. O grupo, com até 15 vagas, era renovado quinzenalmente.
Resultados
As principais temáticas abordadas foram: dificuldade em dizer não, conflitos amorosos, ansiedade, problemas de saúde, ingratidão, envelhecimento, desafios com filhos adolescentes, desconfiança, medo do ex-marido, tristeza, angústia e situações interpessoais tensas. Estratégias como respiração em saco de papel, diálogo, estabelecimento de limites, apoio social, mudança de hábitos, terapia, espiritualidade e vínculos afetivos foram relatadas como recursos de enfrentamento.
Aprendizado e análise crítica
Mediante os resultados apresentados observou-se a efetividade da TCI na promoção de sentido, pertencimento e fortalecimento comunitário.
Conclusões e/ou Recomendações
Conclui-se que a TCI, enquanto Prática Integrativa e Complementar em Saúde (PICS), mostra-se uma ferramenta potente de cuidado em saúde mental e humanização das práticas terapêuticas, contribuindo para a implementação e o fortalecimento das Redes de Atenção à Saúde no SUS, ao ampliar o acesso, promover o cuidado integral e valorizar saberes populares e comunitários.
IMPLANTAÇÃO E IMPLEMENTAÇÃO DE PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES EM SAÚDE (PICS) EM UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE (UBS) NO SUS.
Pôster Eletrônico
1 Fiocruz
2 SMS - RJ
Período de Realização
O relato de experiência compreendeu o período de julho de 2022 até 2024.
Objeto da experiência
Implantação e implementação de PICS para ofertas aos usuários do SUS como terapias complementares aos atendimentos médicos das equipes da ESF.
Objetivos
Assegurar e manter com qualidade a implantação de novas PICS e implementação de outras já ofertadas nas sete equipes da ESF na UBS da Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro e que funciona no Centro de Saúde Escola Germano Sinval Faria da Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP)/Fiocruz.
Descrição da experiência
Essa experiência registra a gestão solidária e participativa entre União e Município e as estratégias para a continuidade e diversificação das PICS por meio de um trabalho multiprofissional com terapeutas servidoras públicas e terceirizadas. As ofertas de PICS aconteceram por demanda espontânea para os usuários do SUS, trabalhadores e estudantes da ENSP. As formações em PICS ocorreram em parceria com a Gerência de PICS da SMS-RJ e por licitação pelo Grupo de Trabalho PICS ENSP.
Resultados
A integração de recursos humanos e materiais da ENSP/MS e da SMS-RJ viabilizaram, após capacitações, a implantação da Aromaterapia, Reiki e Reflexoterapia e a implementação da Auriculoterapia e Terapia Comunitária Integrativa. No grupo de Tabagismo da ESF foram ofertadas Auriculoterapia e Aromaterapia para contribuir com o tratamento da dependência do tabaco. A escuta terapêutica acolhedora criou vínculos com os usuários e resultou em maior adesão às PICS nos espaços de ofertas semanais.
Aprendizado e análise crítica
Os aprendizados que asseguraram as ofertas, adesão e manutenção das PICS foram as escolhas por PICS de fácil aplicação, de baixo custo e potencial invasivo (com exceção da Aromaterapia) e a qualidade das formações, de seus conteúdos teóricos e práticos. Aspectos críticos englobam falta de espaços físicos, dificuldade da supervisão dos estágios pelos terapeutas que atendem um grande número de pessoas num tempo curto e ausência significativa de terapeutas formados durante as ofertas de PICS.
Conclusões e/ou Recomendações
É crucial que a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) atue em conjunto com a Política Nacional de Educação Permanente em Saúde (PNEPS) para que a formação e o desenvolvimento contínuo dos profissionais garantam a qualificação e o aperfeiçoamento das PICS. É urgente regulamentar as formações e a categoria profissional em PICS para que os terapeutas possam registrar seus atendimentos no sistema público de saúde.
É POSSÍVEL DEFINIR A BIODANÇA? REFLEXÕES A PARTIR DE UMA VIVÊNCIA NO SUS COMO ESPAÇO DE CUIDADO COLETIVO E PROMOÇÃO DA SAÚDE
Pôster Eletrônico
1 EGF-BRASÍLIA / ESP-DF
2 SES-DF
3 ESP/DF
4 SES/DF
Período de Realização
Entre Abril e Junho de 2025, minha experiência em Biodança traz uma pergunta: é possível defini-lá?
Objeto da experiência
Vivência em biodança no SUS, prática integrativa que une música, movimento e encontro humano para promover saúde e desenvolvimento pessoal.
Objetivos
A Biodança busca promover a integração social, emocional e com o meio ambiente, além de estimular a coordenação, o equilíbrio físico e emocional, a comunicação e valores ligados à cultura da paz. Este relato tem como propósito refletir sobre essa prática e destacar sua relevância no contexto do SUS.
Metodologia
Os encontros semanais em grupo são promovidos por uma facilitadora habilitada e ocorrem em uma unidade de saúde de uma região de alta vulnerabilidade do DF. A prática envolve uma roda inicial de acolhimento, com relatos dos usuários, seguida de dinâmicas corporais com música e expressões corporais. São indivíduos com sintomas psicossomáticos, isolamento social, limitações físicas e outras afecções, unindo-se em um espaço de cuidado coletivo e autocuidado.
Resultados
Por despertar memórias, emoções e sensações como leveza, liberdade, pertencimento, paz e até um retorno simbólico à infância, a prática desafia as tentativas de definição. As palavras são insuficientes para traduzir a imersão vivida e seus efeitos. Podendo causar estranhamento ou julgamentos por parte de quem observa de fora. Entre o grupo, há um consenso: só é possível compreender a Biodança participando. Surge então o dilema: como convidar alguém para algo que nem conseguimos explicar?
Análise Crítica
A prática me conectou com meus ancestrais, com o ambiente e comigo mesma. Como residente, vivenciei a troca de cuidado e o fortalecimento de vínculos entre profissionais e usuários. Pessoas com ou sem afecções se uniram num espaço de cuidado coletivo e autocuidado. Apesar do potencial, a Biodança ainda não é difundida na SES-DF por falta de menção na política distrital, ausência de capacitações, baixa visibilidade, desconhecimento e preconceito em relação às PICS.
Conclusões e/ou Recomendações
A vivência revelou que a Biodança é uma experiência sensível, que escapa às definições rígidas. Seu valor está no sentir e no viver, mais do que na compreensão racional. Tentativas de enquadrá-la podem reduzir sua potência na promoção da saúde, na prevenção de agravos e na recuperação do bem-estar. Para que essa e outras práticas integrativas ganhem força no SUS, é fundamental ampliar as pesquisas e a mobilização pública em torno do tema.
PRÁTICAS INTEGRATIVAS: UMA INTERVENÇÃO NO PROGRAMA SAÚDE NA ESCOLA EM BELÉM/PA
Pôster Eletrônico
1 UEPA
Período de Realização
A seguinte experiência ocorreu na tarde do dia 16 de maio de 2025.
Objeto da experiência
As práticas integrativas e complementares da saúde (PICS) são técnicas terapêuticas potencializadoras do cuidado humanizado e da promoção à saúde.
Objetivos
Relatar a vivência de discentes da graduação em Saúde Coletiva em ação no contexto escolar voltada à utilização das PICS como estratégia terapêutica, de relaxamento e de promoção do autocuidado, além de refletir sua correlação com a formação de profissionais sanitaristas.
Descrição da experiência
A ação ocorreu em uma escola em Belém/ PA, integrando um evento escolar com cerca de 300 pessoas. A experiência dividiu-se em três etapas: exposição do tema, aplicação da PICS e avaliação de satisfação do participante. Para abordagem terapêutica usou-se a auriculoterapia e a meditação coletiva com adultos e adolescentes, proporcionando um momento de autocuidado e diálogo. Em seguida, os participantes descreveram sua avaliação e anexaram no cartaz construído para registro da efetividade da ação.
Resultados
Os participantes relataram sensação de relaxamento e bem-estar após a aplicação das Práticas Integrativas, demonstrando receptividade à abordagem terapêutica. A auriculoterapia foi apreciada pelos adultos, enquanto a meditação coletiva proporcionou tranquilidade aos adolescentes. O registro de satisfação revelou que os participantes consideraram a experiência positiva, destacando a importância do autocuidado no ambiente escolar e seu potencial na promoção da saúde e humanização do cuidado.
Aprendizado e análise crítica
Os discentes vivenciaram, de forma prática o processo do planejamento de ações intersetoriais em saúde. O uso das PICSs mostrou ser uma estratégia potente para promover autocuidado e bem-estar em espaços intersetoriais, como a escola. A escuta qualificada e a valorização dos saberes populares foram elementos centrais na experiência. A ação contribuiu para a formação crítica do sanitarista, fortalecendo seu papel como articulador do cuidado e promotor da saúde integral.
Conclusões e/ou Recomendações
A experiência evidenciou a relevância das Práticas Integrativas na consolidação da integralidade do cuidado em saúde, promovendo o autocuidado e o acolhimento em contextos intersetoriais. As PICs fortalecem a articulação entre saberes tradicionais e científicos, ampliando a atuação da Saúde Coletiva e a abordagem humanizada no SUS.
PRÁTICAS CORPORAIS NA UBS 17 DE CEILÂNDIA
Pôster Eletrônico
1 Escola de Governo Fiocruz Brasília (EGF)
2
Período de Realização
Março de 2024 a Abril de 2025.
Objeto da experiência
Práticas corporais como estratégia coletiva de promoção da saúde na UBS 17 de Ceilândia/DF.
Objetivos
Relatar a experiência na implantação de práticas corporais como ação coletiva de promoção da saúde na Atenção Básica a partir da articulação entre um profissional externo, residentes da Fiocruz Brasília e a gestão da UBS
Descrição da experiência
A experiência foi desenvolvida na UBS 17 de Ceilândia, no Distrito Federal, por meio da parceria entre residentes da Fiocruz Brasília, a gerência da UBS e um profissional externo. A proposta emergiu da escuta das demandas emocionais, físicas e sociais dos usuários, culminando na criação de um espaço semanal com práticas corporais leves, alongamentos e técnicas de relaxamento, promovendo alívio de sintomas físicos e fortalecimento do cuidado integral, além de um momento de encontros e partilha.
Resultados
Houve aumento progressivo da participação dos usuários na atividade, atualmente com participação em torno de 45 a 60 pessoas por encontro, além de fortalecimento de vínculos com a equipe e melhora da escuta qualificada. Relatos espontâneos indicaram benefícios no bem-estar físico, emocional e social, além de redução de dores musculoesqueléticas. A experiência também facilitou o cuidado de usuários com sofrimento psíquico leve e condições crônicas.
Aprendizado e análise crítica
A experiência evidenciou a potência das práticas corporais como ferramenta de cuidado ampliado na Atenção Básica. Entre os desafios enfrentados, destacam-se a organização dos usuários em horários compatíveis, a limitação de espaço físico adequado e a adaptação da rotina da UBS. O apoio institucional e a articulação com o território foram essenciais para a continuidade da ação.
Conclusões e/ou Recomendações
A inserção de práticas corporais na rotina da Atenção Básica contribui para o cuidado integral, favorecendo a promoção da saúde física e mental. É recomendado o estímulo a iniciativas semelhantes, que valorizem metodologias sensíveis ao território, a escuta qualificada e o protagonismo dos usuários, fortalecendo o SUS como espaço de cuidado humanizado.
PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES E EDUCAÇÃO EM SAÚDE EM ALTO PARAISO DE GOÍAS: EXPERIÊNCIAS INTERSETORIAIS COM GESTANTES, PUERPERAS E CRIANÇAS
Pôster Eletrônico
1 UNB
Período de Realização
Janeiro a dezembro de 2023
Objeto da experiência
Fortalecer a promoção da saúde por meio de práticas integrativas e ações educativas, em articulação com escolas, serviços públicos e lideranças locais.
Objetivos
Ofertar ações de educação em saúde com uso de Práticas Integrativas e Complementares (PICS) para gestantes, puérperas, crianças em Alto Paraíso de Goiás, promovendo o autocuidado, a cultura de paz e o fortalecimento de vínculos comunitários.
Descrição da experiência
O projeto “PICS para Você” atuou no território da Chapada dos Veadeiros com ações presenciais e oficinas voltadas à saúde integral. Foram realizadas rodas de conversa, terapias com arte, vivências corporais, jogos educativos e elaboração de livros infantis. As ações ocorreram em parceria com escolas, CRAS, Instituto Caminho do Meio e lideranças locais, promovendo cuidado, saberes compartilhados e valorização da cultura local.
Resultados
Foram desenvolvidos livros infantis de contação de histórias, jogos educativos e oficinas com gestantes, puérperas e crianças. Houve oferta de PICS, fortalecimento das redes interinstitucionais e envolvimento direto da comunidade. O projeto registrou saberes populares, criou materiais de divulgação científica e promoveu vivências artísticas. As atividades resultaram em fortalecimento do Polo UnB-Chapada.
Aprendizado e análise crítica
A experiência demonstrou o potencial das PICS e da arte na promoção da saúde e da cidadania em territórios vulneráveis. A atuação em parceria com instituições locais favoreceu a escuta qualificada e o planejamento coletivo, reforçando a importância da intersetorialidade. O desafio maior foi garantir continuidade às ações e superar limitações logísticas. Ainda assim, a resposta da comunidade e o envolvimento das equipes reafirmaram o valor transformador da extensão.
Conclusões e/ou Recomendações
A inserção das PICS em ações de educação popular amplia o acesso ao cuidado em saúde e fortalece vínculos comunitários. Recomenda-se a continuidade e expansão desse modelo em outros territórios, com apoio interinstitucional e financiamento adequado. A experiência reafirma a potência da extensão universitária no SUS e na valorização dos saberes locais para promoção da saúde integral.
INSERÇÃO DE RACIONALIDADES MÉDICAS E PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES EM SAÚDE NO CURSO DE MEDICINA E RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL EM SAÚDE DA UFFS
Pôster Eletrônico
1 UFFS
Período de Realização
As experiências foram realizadas no período 2017-2025
Objeto da experiência
Atividades de ensino na graduação em Medicina
Objetivos
Registrar iniciativas da Saúde Coletiva de inserção do tema na formação em saúde e participar da reflexão atual sobre a crise mundial do paradigma biomédico que atinge o sistema público de saúde em vários países e desafia os cursos da saúde de maneira geral e, em particular, nos cursos de medicina
Descrição da experiência
A perspectiva de reconhecimento de outros sistemas médicos complexos e práticas integrativas e complementares agregam novos valores ao processo saúde-doença-cuidado e contextualiza a inserção de conhecimentos em saúde que visam a formação humanística com a integração de saberes e práticas vitalistas as quais complementam o cuidado convencional em busca da promoção da saúde individual e social, o aumento do bem-estar, do cuidado integral à saúde e a qualidade de vida da população.
Resultados
O tema Racionalidades Médicas e PICS foi inserido na sexta fase da Graduação em Medicina, no Componente Curricular de Saúde Coletiva no PPC original, com uma aula de 4 h/a, bem como é um tema de Componente Optativo. Conteúdo principal: i) Racionalidades Médicas; ii) PICS; iii) PNPIC/SUS; iv) MTCI/OMS. Além disso, se faz presente na Residência Multiprofissional em Saúde nos Seminários Integrados, ampliando as possibilidades na perspectiva da integralidade da atenção à saúde.
Aprendizado e análise crítica
No campo do ensino é possível afirmar que as experiências refletiram o desejo de conhecimento de outras práticas em saúde. Isto confirma que o desconhecimento de outros sistemas de diagnóstico, tratamento e cura no seio da academia é um dos fatores de subjugação e preconceito ao diferente, o que é instituído na racionalidade científica moderna, enquanto ciência única e verdadeira, dificultando o reconhecimento e a valorização dos saberes e práticas vinculados a outros sistemas médicos complexos.
Conclusões e/ou Recomendações
Apesar de serem experiências embrionárias, pontuais, verticais e de caráter informativo, os conteúdos ministrados reafirmam as políticas nacionais e mundiais referentes ao tema. Os estudantes e residentes passaram a ter ciência sobre a crise do paradigma biomédico vigente na contemporaneidade, aprofundando os benefícios que o paradigma vitalista oferece e ampliando as abordagens terapêuticas na formação de profissionais da saúde.
AÇÕES EXTENSIONISTAS NA COMUNIDADE: EXPERIÊNCIA DO SEMEANDO SAÚDE NO BIKE CEFID+ 2024
Pôster Eletrônico
1 UDESC
Período de Realização
Setembro de 2024.
Objeto da experiência
Aplicação de auriculoterapia à comunidade participante de um evento ciclístico.
Objetivos
Ofertar a prática de auriculoterapia como prática de cuidado em saúde para a comunidade local.
Descrição da experiência
O atendimento de auriculoterapia do Projeto Semeando Saúde participou da 2ª edição do Bike CEFID+, um evento ciclístico com percurso de 5Km do CEFID/UDESC, localizado no bairro Coqueiros, até o trapiche da Beira-Mar Norte, em Florianópolis-SC. Os atendimentos ocorreram no local de chegada, em uma tenda específica para essa finalidade. A ação foi realizada pelas bolsistas de extensão previamente treinadas, sob supervisão da fisioterapeuta e coordenadora do projeto de extensão.
Resultados
Foram realizados 23 atendimentos de auriculoterapia, além de outras orientações relacionadas às Práticas Integrativas e Complementares. A maioria dos atendimentos foi realizada em mulheres (82,6%), com idade entre 11 a 68 anos (26±15,22 anos) e participantes do evento ciclístico (78,3%). A maioria já conhecia a prática de auriculoterapia (69,6%) e as queixas mais frequentes foram: dor musculoesquelética (39,1%), ansiedade (30,0%) e sinusite (13,0%).
Aprendizado e análise crítica
Por se tratar de um evento ao ar livre, devido às condições climáticas desfavoráveis, com chuva e vento leves, a expectativa do público esperado não foi alcançada. Os resultados foram satisfatórios e positivos, também pela oportunidade de aplicar os conhecimentos adquiridos na utilização da auriculoterapia como estratégia de cuidado em saúde. Houve uma boa aceitação pela comunidade, reconhecendo seus benefícios como uma terapia não-medicamentosa efetiva, segura e de baixo custo.
Conclusões e/ou Recomendações
Novas oportunidades para integração das ações extensionistas com a comunidade estão sendo planejadas para dar continuidade na oferta de auriculoterapia em espaços externos, garantindo um maior acesso à população. A necessidade de readequação de estrutura física e logística também foi evidenciada, tornando essencial o planejamento de um espaço físico maior e alternativo quando realizado em ambientes externos.
ENCONTRO ENTRE SABERES TRADICIONAIS E TÉCNICOS EM COMUNIDADE RIBEIRINHA DA ILHA DO TAPARÁ - PARÁ
Pôster Eletrônico
1 Programa de pós-graduação em enfermagem UnB
2 Fiocruz brasilia
3 Programa de Residência Multiprofissional de Saúde da Família com Ênfase em Saúde da População do Campo Escola de Governo Fiocruz Brasília - EGF/DF
4 Fiocruz Brasília
Período de Realização
Experiência em missão da ONG Semear Sorrisos em Santarém, Pará, entre 06 e 15 de julho de 2024.
Objeto da experiência
Refletir sobre escuta, acolhimento e humildade no SUS ribeirinho, visando fortalecer práticas de saúde dialógicas e inclusivas.
Objetivos
Refletir sobre o acolhimento, escuta ativa e humildade no exercício profissional em territórios diversos, levantando subsídios empíricos para o fortalecimento e implementação da Política Nacional de Educação Popular em Saúde no SUS em realidades ribeirinhas.
Descrição da experiência
Durante a ação em território ribeirinho, uma cirurgiã-dentista acometida por uma gastroenterite foi cuidada com saberes locais, que resultou em sua pronta recuperação. Recebeu de uma moradora um chá de boldo brasileiro utilizado tradicionalmente para alívio desses desconfortos. Em contraste, outro profissional optou pela abordagem convencional e teve o quadro agravado, sendo removido da região. A vivência reforçou o valor dos conhecimentos locais e provocou reflexões sobre o cuidado.
Resultados
A vivência reforçou que saúde e cura vão além do técnico, envolvendo abertura ao outro e sabedoria local. A recuperação da dentista permitiu a continuidade do atendimento, evidenciando a eficácia de abordagens tradicionais, espirituais e naturais. Do ponto de vista comunitário, houve fortalecimento do protagonismo dos moradores locais. A usuária que ofereceu o chá sentiu-se valorizada e respeitada, o que reforça a importância da legitimidade de práticas que há séculos são utilizadas.
Aprendizado e análise crítica
A experiência revelou que o cuidado em saúde é fruto de construção coletiva e respeitosa entre diferentes formas de saber. A recuperação por meio de um preparo natural oferecido pela comunidade destacou a importância da escuta, da humildade e do reconhecimento de práticas legítimas e historicamente consolidadas. Episódios como este apontam para a necessidade de que a formação profissional incorpore perspectivas críticas e interculturais, capazes de promover vínculos e respeito mútuo.
Conclusões e/ou Recomendações
Foi possível fornecer percepções sobre como o saber técnico pode se abrir à valorização de práticas tradicionais, ressignificando o lugar do cuidado. Recomenda-se que iniciativas em territórios tradicionais considerem a cultura local como eixo estruturante. Valorizar práticas populares, terapêuticas integrativas e o protagonismo das comunidades é essencial para construir uma saúde mais humana, dialógica e coerente nos diversos contextos do país.
AMBIÊNCIA COM AURICULOTERAPIA EM UM CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL INFANTIL NO INTERIOR DO RIO GRANDE DO SUL: ACOLHIMENTO E DIÁLOGOS SOBRE PICS
Pôster Eletrônico
1 UFSM
Período de Realização
A Ação ocorreu entre 28 de maio e 11 de junho de 2025.
Objeto da experiência
Auriculoterapia como ferramenta de acolhimento e promoção de saúde mental em um CAPS infantil.
Objetivos
Relatar a experiência da auriculoterapia na sala de espera do CAPS I, como acolhimento, redução da ansiedade, diálogos sobre terapias integrativas, estimulação da autonomia de usuários e cuidadoras.
Descrição da experiência
Realizada em um CAPS I em cidade do Rio Grande do Sul, na “ambiência”, a auriculoterapia foi oferecida voluntariamente a usuários e cuidadoras, utilizando sementes de mostarda em pontos específicos da orelha (MTC). A prática incluiu diálogos e reflexões críticas sobre medicalização, visando acolhimento e redução de tensões, promovendo ambiente terapêutico e educativo.
Resultados
Observou-se redução de ansiedade e agitação nos participantes, maior aproximação com a equipe e interesse por PICS. Relatos subjetivos apontaram melhora no bem-estar. A prática fomentou discussões sobre PICS, sem negar a importância dos fármacos, mas ampliando perspectivas de cuidado. Destacou-se o potencial da ação para humanização do serviço.
Aprendizado e análise crítica
A experiência mostrou que intervenções simples transformam espaços de espera em cuidado. Diálogo horizontal e abordagem não invasiva fortaleceram vínculos. Como desafios, identificou-se a necessidade de maior divulgação das PICS na equipe e garantia de continuidade das ações, além de articulação com políticas públicas.
Conclusões e/ou Recomendações
Conclui-se que a auriculoterapia é uma ferramenta alinhada aos princípios da humanização e promoção de saúde. Recomenda-se sua sistematização em outros serviços, com capacitação de profissionais. A experiência reforça a importância de integrar saberes tradicionais e científicos na rede psicossocial.
IX ENCONTRO DE SABERES DA CAATINGA: VIVÊNCIA NECESSÁRIA PARA AMPLIAR O CONHECIMENTO SOBRE PRÁTICAS TRADICIONAIS DE CUIDADO NA FORMAÇÃO DE MÉDICOS DE FAMÍLIA E COMUNIDADE
Pôster Eletrônico
1 PRMFC SESAU Recife
2 PRMFC SESAU Jaboatão dos Guararapes
Período de Realização
Encontro ocorrido entre 19 a 26 de janeiro de 2025.
Objeto da experiência
Vivenciar saberes e práticas populares de cuidado, integrando medicinas tradicionais e educação popular, para uma formação crítica em saúde coletiva.
Objetivos
Desenvolver competência cultural e saberes sobre práticas populares de cuidado em saúde desenvolvidas na Chapada do Araripe durante a residência de Medicina de Família e Comunidade, por meio da vivência com o território, organização comunitária, e diálogo com mestres e mestras da região.
Descrição da experiência
Ocorreu no IX Encontro de Saberes da Caatinga, na cidade de Exu-PE. Participaram residentes de Medicina de Família e Comunidade de Recife e Jaboatão dos Guararapes. Através de rodas e oficinas com mestres e mestras populares, os participantes imergiram nos saberes e práticas tradicionais de cuidado do Sertão do Araripe, relacionados ao território, coletividade, corpo e espiritualidade. As noites foram dedicadas a trocas culturais em ambiente comunitário, reforçando o caráter popular do evento.
Resultados
A vivência permitiu aos residentes desconstruir preconceitos da formação médica convencional sobre as Medicinas Tradicionais, Complementares e Integrativas. Propiciou, a partir das formações realizadas pelos mestres e mestras populares, uma experiência de aprendizado pedagógico baseado na educação popular. Além disso, fomentou uma prática crítica que valoriza, respeita e incorpora os saberes e práticas populares de cuidado no cotidiano das futuras médicas(os) de família e comunidade.
Aprendizado e análise crítica
O principal aprendizado foi a transformação do olhar sobre os saberes populares e a capacitação dos médicos residentes com práticas tradicionais de cuidado. A vivência provocou reflexões sobre os limites da formação médica convencional, ainda desconectada do território. E permitiu identificar que a presença de programas de residência nesses espaços é necessária para o reconhecimento dos saberes locais como parte essencial de um cuidado mais sensível e comprometido com a realidade das populações.
Conclusões e/ou Recomendações
Concluímos que vivências como o Encontro de Saberes da Caatinga contribuem para a formação de médicos mais conectados com as realidades e modos de cuidado das comunidades. Recomendamos que experiências com Medicinas Tradicionais, Complementares e Integrativas sejam valorizadas nos processos formativos em saúde, fortalecendo uma atenção mais próxima, sensível e coerente com as necessidades da população.
RELATO DE EXPERIÊNCIA SOBRE A E-ZINE MUÑTU: ANCESTRALIDADE E PRÁTICAS INTEGRATIVAS NA FORMAÇÃO EM SAÚDE COLETIVA NA UEPA
Pôster Eletrônico
1 UEPA
Período de Realização
Agosto a novembro de 2023, durante o 2º semestre do curso de Saúde Coletiva da UEPA.
Objeto da experiência
Elaboração da E-zine Muñtu, revista digital sobre práticas integrativas e ancestralidade em saúde.
Objetivos
Promover uma experiência formativa interdisciplinar que articule práticas integrativas, espiritualidade e ancestralidade como dimensões do cuidado em saúde no SUS.
Descrição da experiência
Construção coletiva da revista por meio de rodas de conversa, debates em sala, produção textual, entrevistas e curadoria de uma playlist sensorial, com base nos conteúdos da disciplina Sociologia Aplicada à Saúde.
Resultados
A E-zine Muñtu foi lançada em 20 de novembro de 2023, como produto digital interativo que valorizou saberes ancestrais e práticas integrativas em saúde. A revista ampliou o olhar dos estudantes sobre o cuidado no SUS, sendo bem recebida na comunidade acadêmica e promovendo diálogo interdisciplinar.
Aprendizado e análise crítica
A experiência contribuiu para a formação crítica dos estudantes, ao integrar arte, espiritualidade e saúde coletiva. Evidenciou-se a importância das PICS na construção do cuidado ampliado e a necessidade de reconhecer saberes historicamente marginalizados no campo da saúde.
Conclusões e/ou Recomendações
Recomenda-se o incentivo a práticas pedagógicas criativas que incluam espiritualidade, cultura e ancestralidade. A E-zine Muñtu demonstrou ser um recurso eficaz na formação em saúde coletiva, favorecendo uma visão plural e integral do cuidado ofertado pelo SUS.
EFEITOS DA AURICULOTERAPIA EM PESSOAS COM DOR CRÔNICA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA.
Pôster Eletrônico
1 UDESC
Período de Realização
Outubro de 2024 a maio de 2025.
Objeto da experiência
Realizar aplicação de auriculoterapia em adultos com dor crônica, visando a melhora da funcionalidade, alívio do quadro álgico e sintomas adjacentes.
Objetivos
Descrever os efeitos da auriculoterapia na intensidade do quadro álgico, integrando aspectos de qualidade de vida: sono, humor, bem-estar e redução no uso de fármacos, ao longo de sessões semanais realizadas por acadêmicas de fisioterapia.
Descrição da experiência
A auriculoterapia foi oferecida semanalmente para adultos pelo projeto de extensão GEPESC, na Clínica Escola de Fisioterapia do CEFID/UDESC. Foram atendidos 10 participantes com dor crônica, com idades entre 20 a 63 anos. A aplicação foi realizada em pontos específicos (analgesia, subcortex, tálamo, relaxamento muscular e na área da dor), alternando o lado de aplicação a cada semana.
Resultados
Aconteceram, em média, 5 sessões por participante. Houve relatos de 80% na redução da dor, 60% de melhora na qualidade do sono, 70% de diminuição da ansiedade e 50% diminuíram o uso de medicamentos. Cerca de 70% dos participantes relataram melhora nos aspectos de foco, estabilidade emocional e sensação de bem-estar. A maioria dos participantes relatou alívio da dor após 2-4 sessões.
Aprendizado e análise crítica
Ao ofertar auriculoterapia para comunidade, foi possível observar a efetividade de uma prática segura no tratamento complementar para dor crônica e sintomas adjacentes, sendo acessível e não invasiva. Associada com as práticas de educação e saúde, a escuta qualificada favorece a adesão à prática. Entretanto, a variação no número de sessões com faltas advindas por infortúnio prejudicam a manutenção do tratamento. A vivência demonstra a importância das PICs para a comunidade.
Conclusões e/ou Recomendações
A participação dos programas de extensão favorecem o acadêmico, a comunidade e a consolidação das PICs no cenário de saúde pública. A auriculoterapia demonstrou-se eficaz na redução do quadro álgico e na melhora da qualidade de vida em pessoas com dor crônica. Recomenda-se a inclusão da prática de protocolos padronizados e escalas clínicas para o uso da terapêutica e contribuição na pesquisa e análise de dados.
REFLEXOLOGIA PODAL COMO ESTRATÉGIA DE CUIDADO EM SAÚDE NA FORMAÇÃO MÉDICA COMUNITÁRIA: EXPERIÊNCIA EM COMUNIDADE QUILOMBOLA DO INTERIOR DA BAHIA
Pôster Eletrônico
1 Faculdade Estácio IDOMED Alagoinhas
Período de Realização
A oficina ocorreu em 15 de abril de 2025 como culminância da extensão iniciada em agosto de 2024.
Objeto da experiência
Promover o autocuidado e o alívio da dor crônica por meio da reflexologia podal em uma comunidade quilombola no interior da Bahia.
Objetivos
Descrever a oficina de reflexologia podal realizada em uma comunidade quilombola no interior da Bahia, fortalecendo a articulação entre saberes populares e práticas integrativas, além de proporcionar vivência prática aos discentes de medicina, com foco na formação humanizada e territorializada.
Metodologia
A extensão foi desenvolvida com apoio de uma instituição de ensino superior que culminou em oficinas práticas de reflexologia. Após uma roda de conversa sobre os fundamentos da técnica, suas indicações e contraindicações. Foi distribuído material com o mapa dos pontos reflexos. Após higienização e breve anamnese, formaram-se duplas para aplicar as manobras nas zonas reflexas. Participaram usuários, cuidadores, agentes comunitários de saúde, lideranças locais e outros membros da equipe.
Resultados
A oficina gerou grande interesse e participação ativa. Relatos apontaram alívio imediato de tensões e facilidade na aplicação da técnica em casa. Um caso simbólico foi o de uma mulher que passou a cuidar da mãe com dores usando reflexologia. A presença da comunidade e da “farmácia viva” fortaleceu o vínculo entre os saberes tradicionais e o conhecimento técnico. A ação extensionista promoveu autonomia, autocuidado e integração interprofissional no território.
Análise Crítica
A atividade permitiu aos estudantes vivenciarem o cuidado fora do modelo hospitalocêntrico, exercitando empatia, escuta ativa e respeito às práticas tradicionais. A extensão universitária se mostrou ferramenta essencial para construir conhecimento com e para a comunidade. A integração entre teoria e prática, território e universidade, revelou-se potente para formação crítica, comprometida com a equidade, o cuidado integral e a valorização da cultura local.
Conclusões e/ou Recomendações
A experiência com a reflexologia podal demonstrou ser uma estratégia eficaz e acessível para o cuidado da dor crônica. A integração entre saberes locais e PICS fortaleceu o vínculo entre universidade e comunidade, estimulando autonomia e autocuidado. Recomenda-se a ampliação dessas ações, bem como a inclusão das PICS nos currículos da formação em saúde, contribuindo para um cuidado mais integral, culturalmente sensível e humanizado.
RESGATE DA HISTÓRIA E REINTRODUÇÃO DAS PICS EM UMA UBS: CONSTRUÇÃO PARTICIPATIVA DE HORTO MEDICINAL COMO INSTRUMENTO DE CUIDADO E MEMÓRIA.
Pôster Eletrônico
1 UFS
Período de Realização
Agosto a setembro de 2024.
Objeto da experiência
Resgate da história da fitoterapia e reintrodução das PICS com a construção de um horto medicinal na UBS.
Objetivos
Resgatar a memória histórica da unidade e valorizar os saberes tradicionais em saúde por meio da reintrodução das práticas integrativas, com foco na fitoterapia, envolvendo
Descrição da experiência
A experiência iniciou-se em agosto de 2024, com reunião entre profissionais e estudantes para discutir a proposta de resgate da fitoterapia, prática histórica da UBS Manoel de Souza, situada em Aracaju/SE. Após pesquisa com usuários sobre o uso de ervas, foram selecionadas espécies como cidreira, boldo, hortelã, capim-santo, ora-pronobis, entre outras. Em setembro, foi construído um horto coletivo, com irrigação e identificação das plantas.
Resultados
A construção do horto gerou engajamento entre profissionais, estudantes e comunidade, promovendo um espaço de cuidado e pertencimento. As ervas são colhidas para uso supervisionado, com orientações quanto às indicações, preparo e contraindicações, reforçando o vínculo com os usuários e revalorizando práticas ancestrais no cotidiano da UBS.
Aprendizado e análise crítica
A retomada das PICS evidenciou o potencial dos saberes populares aliados ao cuidado técnico, demonstrando que memória, cultura e saúde podem caminhar juntas. O envolvimento da equipe mostrou que mesmo em cenários de alta demanda, é possível reorganizar o processo de trabalho e resgatar práticas com sentido coletivo.
Conclusões e/ou Recomendações
A construção do horto medicinal se mostrou uma estratégia potente de revalorização dos saberes locais e de reintrodução das PICS de forma segura e educativa. Recomenda-se sua replicação como ferramenta de promoção da saúde, vínculo comunitário e resgate da história institucional nas unidades de saúde da família.
CURSO SAÚDE E BEM VIVER: CONSTRUÇÃO COMPARTILHADA DE CUIDADO INTEGRAL E PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES EM SAÚDE (PICS) PARA A SAÚDE MENTAL NO RIO GRANDE DO SUL
Pôster Eletrônico
1 Universidade Federal do Rio Grande do Sul
2 Tutor Curso Saúde e Bem Viver
3 Tutora Curso Saúde e Bem Viver
4 Secretaria Municipal de Saúde de Pejuçara
5 Coordenadora curso Saúde e Bem Viver
6 SES-RS
Período de Realização
Fase de planejamento: de julho a dezembro de 2024. Fase de execução: de janeiro a junho de 2025.
Objeto da experiência
Curso de educação continuada para promoção de saúde mental, autocuidado e bem viver de profissionais da atenção básica no estado do Rio Grande do Sul.
Objetivos
Desenvolver nos profissionais de saúde a capacidade de identificar suas próprias necessidades emocionais e físicas, compartilhando recursos para fortalecer resiliência frente a situações estressantes, integrando práticas de autocuidado e PICS. Promover cuidado integral para equipes e territórios.
Descrição da experiência
Curso híbrido, com encontros onlines e presenciais, em todo o estado. Os estudantes foram distribuídos em onze turmas, com um tutor responsável cada, e coordenação estadual. Teve três momentos - cuidar de si; viver em equipe e agir no território. Concebe de cuidado integral que transcende a visão curativa para propor a promoção, prevenção e reabilitação, considerando profissionais de saúde, equipes e usuários em sua totalidade e em seu contexto social, através de metodologias ativas.
Resultados
Participaram 264 estudantes: profissionais da APS, RAPS e servidores estaduais. Tutores e coordenação apoiaram os estudantes em seus processos pessoais, trabalhos com as equipes e elaboração de planos de intervenção aplicados em 90 municípios, apresentados em uma Mostra Estadual. Foram relatados inúmeros benefícios por estudantes e usuários, como aumento de bem estar quanto ao seu momento pessoal, nas relações de trabalho e senso de equipe, assim como melhor adesão de usuários aos tratamentos.
Aprendizado e análise crítica
Representa um avanço significativo na qualificação do cuidado em saúde mental no Brasil, como iniciativa que fomenta cultura de cuidado integral, colaborativo e enraizado na realidade das comunidades. É testemunho do compromisso com a promoção de uma sociedade onde o bem-estar mental é reconhecido como um pilar essencial para o "bem viver". Traz PICS integradas ao cuidado nos territórios como ferramentas para as equipes e população, com boa aceitação.
Conclusões e/ou Recomendações
Iniciativas de educação continuada precisam dialogar com a realidade concreta vivida pelos profissionais e usuários, para promoção de saúde que faça sentido no contexto dos territórios. É imperativo retomar noções de bem viver, e potencializar a saúde individual e coletiva de quem realiza o trabalho cotidiano de cuidado. Contudo, a qualificação das intervenções dependerão de investimentos financeiros robustos e de gestores sensibilizados pela causa.
GUIA ILUSTRADO DE ORIENTAÇÃO PARA IMPLANTAÇÃO DE JARDIM DE CURA INTEGRATIVO PARA AUXILIAR ESTUDANTES E PROFISSIONAIS DA ÁREA DA SAÚDE.
Pôster Eletrônico
1 UFRGS
2 UFSC
Período de Realização
O material didático foi elaborado em 2024 e 2025 durante a realização do mestrado no ensino na saúde
Objeto da produção
O guia apresenta um jardim de cura nos moldes da Medicina Tradicional Chinesa e uma proposta de conceito de jardim de cura integrativo nas PICS.
Objetivos
O objetivo desse material didático é apresentar uma experiência de implantação de jardim com plantas de uso medicinal, integrando conteúdo sistematizado e ilustrado, de forma a mostrar um passo a passo de todas as etapas de implantação de um modelo de jardim de cura integrativo.
Descrição da produção
O Guia foi dividido em três partes. I. Aborda conceitos na temática proposta. II. Apresenta etapas para a construção de um Jardim de Cura Integrativo e III. Apresenta a experiência de implantação e implementação do Jardim de Cura da UFRGS. O guia foi sistematizado de forma a mostrar um passo a passo a partir de infográficos com elementos como texto, fotografias e desenhos sobre o tema. Foi utilizada a plataforma de design gráfico Canva e será disponibilizado no repositório digital da UFRGS.
Resultados
Considerando que a literatura apresenta o termo jardim de cura, prioritariamente, na área da arquitetura e paisagismo, foi considerado relevante refletir sobre o conceito Jardim de Cura num sentido mais abrangente, situada na área da saúde e do ensino na saúde nas PICS. Nessa perspectiva, foi criado o termo Jardim de Cura Integrativo, sugerindo alguns critérios para denominar e vincular esse tipo de jardim com a saúde pública.
Análise crítica e impactos da produção
A falta de recursos financeiros próprios mostra a importância da criação de diretrizes dentro da política pública de saúde para fomentar financeiramente esses espaços, por isso, o material didático pretende contribuir com subsídios para proposições de projetos de lei das políticas públicas de saúde, visando garantir recursos destinados à implantação e manutenção desses espaços que são potentes para instigar e refletir sobre as possibilidades de cuidado e autocuidado em saúde pública
Considerações finais
Após uma extensa reflexão e análise comparativa entre diferentes tipos de jardins descritos na literatura e a proposta do Jardim de Cura Integrativo, ficou evidente a necessidade de caracterizar, diferenciar e posicionar o conceito procriado a partir dos critérios elaborados neste estudo. Com isso pretende-se contribuir para orientar e aprimorar o planejamento e a execução de um Jardim de Cura Integrativo no âmbito das PICS.
DO-IN COMO FERRAMENTA DE CUIDADO NA APS: UMA EXPERIÊNCIA DE ELABORAÇÃO DE MATERIAIS EDUCATIVOS
Pôster Eletrônico
1 UDESC
Período de Realização
Outubro de 2024 a novembro de 2024.
Objeto da produção
Desenvolver um folder educativo que descreve técnicas de Do-In voltadas para o alívio de queixas comuns.
Objetivos
Promover o acesso a técnicas de Do-In para alívio de cefaleia, ansiedade, câimbras musculares, sinusite, dores, insônia e constipação entre usuários do SUS, ampliando o uso de práticas integrativas e complementares na Atenção Primária e incentivando o autocuidado.
Descrição da produção
Realizada a leitura na íntegra do livro “Do-In: O Livro dos Primeiros Socorros (vol. 1)” de Juracy Cançado e selecionadas técnicas para cefaleia, ansiedade, câimbras musculares, sinusite, dores, insônia e constipação. Produziu-se, no Canva, um folder A4 de duas dobras composto por capa, introdução à prática, queixas e seus respectivos pontos específicos, técnica de palpação e fotos ilustrativas e contracapa com e-mail para contato e referências.
Resultados
Os folders foram disponibilizados na Clínica Escola de Fisioterapia da UDESC para retirada livre pelos usuários, promovendo acesso prático às técnicas de Do-In. Nos Centros de Saúde do Abraão e Monte Cristo, da Secretaria de Saúde de Florianópolis, os profissionais da equipe multiprofissional os receberam positivamente, utilizando-os para orientar e apoiar os usuários. A ação reforçou a integração das práticas orientais no cuidado ofertado pelo SUS.
Análise crítica e impactos da produção
O aumento da procura pelas PICs e, principalmente, pelas técnicas orientais milenares na APS cresce cada vez mais no Brasil. O Do-In é uma dessas práticas que está sendo reconhecida e pode ser ofertada na APS. O Do-In utiliza os mesmos pontos que a acupuntura, mas pode ser autoaplicado. Dessa forma, a disseminação dos folders entre os usuários do SUS é uma forma de a oportunidade de disseminar os conhecimentos e universalizar o acesso a ambas.
Considerações finais
A elaboração e distribuição do folder sobre o Do-In na APS demonstraram impacto positivo na promoção do cuidado integral no SUS. A experiência destacou o valor das PICs como estratégias complementares e o papel educativo das universidades na difusão de saberes tradicionais. A receptividade positiva reforça o potencial do Do-In como ferramenta acessível e efetiva na Atenção Primária.
CONSTRUÇÃO COLABORATIVA DE UM GUIA PARA IMPLANTAÇÃO DA TERAPIA COMUNITÁRIA INTEGRATIVA (TCI) NA ATENÇÃO PRIMÁRIA DO SUS
Pôster Eletrônico
1 UFPR
2 UEPG
3 ABRATECOM
Período de Realização
Agosto de 2022 a julho de 2025
Objeto da produção
Apoiar gestores municipais e estaduais, profissionais de saúde, lideranças comunitárias e outros atores do controle social, na implementação da TCI.
Objetivos
a) Realizar oficinas colaborativas interinstitucionais sobre a implantação da TCI na Atenção Primária; b) Sistematizar o material resultante das etapas prévias para a elaboração do conteúdo do guia.
Descrição da produção
O processo de construção do guia ocorreu de forma colaborativa, envolvendo cerca de 60 pessoas. Três oficinas coletivas foram realizadas no formato on-line, criando um espaço de troca de saberes entre: Profsaúde, universidades, escolas de saúde pública, secretarias de saúde municipais e estaduais, referências técnicas em Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS), associações do terceiro setor, movimentos sociais, redes comunitárias e entidades de âmbito municipal, estadual e nacional.
Resultados
Como resultado desse processo colaborativo, foi produzido um material sólido, representativo das potencialidades da TCI na Atenção Primária à Saúde (APS). A editoração foi realizada pela Associação Brasileira de Terapia Comunitária Integrativa (ABRATECOM). Observou-se que o aumento da inserção da Terapia Comunitária Integrativa ao SUS, por meio da elaboração do guia, representou uma oportunidade concreta de reflexão sobre o modelo de cuidado, com foco na escuta, vínculo, equidade e participação social.
Análise crítica e impactos da produção
Considerando a implementação da TCI como estratégia inovadora e sustentável, esse guia consiste em uma ferramenta essencial para a difusão, popularização e consolidação da TCI no SUS. A TCI amplia o acesso ao cuidado em saúde mental e fortalece a atenção primária com base na participação comunitária e na valorização dos saberes locais.
Considerações finais
A elaboração do guia permitiu expandir e qualificar o cuidado em saúde mental, promovendo maior autonomia dos indivíduos em relação ao próprio bem-estar. A experiência reafirma o potencial da TCI como prática transformadora no SUS, alinhada aos princípios de integralidade e participação social.

Realização: