
Programa - Comunicação Oral Curta - COC28.1 - REGULAÇÃO EM SAÚDE E ACESSO A ATENÇÃO ESPECIALIZADA: EXPERIÊNCIAS EM REDES E SERVIÇOS DO SUS
01 DE DEZEMBRO | SEGUNDA-FEIRA
08:30 - 10:00
08:30 - 10:00
A ATUAÇÃO DA REGULAÇÃO DO ACESSO FRENTE À EMERGÊNCIA DAS ARBOVIROSES EM MINAS GERAIS
Comunicação Oral Curta
1 SES-MG
Período de Realização
O COE Minas Arboviroses transcorreu no período de janeiro a julho de 2024.
Objeto da experiência
O papel da Regulação do Acesso de Urgência e Emergência no Centro de Operações de Emergências (COE) de Arboviroses, no estado de Minas Gerais, em 2024.
Objetivos
A Regulação do Acesso de Urgência e Emergência tem como missão viabilizar o acesso aos leitos hospitalares, pautada nos princípios da universalidade, equidade e integralidade. O objetivo do presente relato é destacar a importância do monitoramento e da avaliação pela regulação durante uma epidemia.
Descrição da experiência
Em janeiro de 2024, o cenário epidemiológico relacionado às arboviroses motivou o decreto de emergência e a instalação do Centro de Operações de Emergências (COE) em Saúde Pública no estado de MG. Diversas ações foram conduzidas no âmbito do COE, contando com a atuação da Regulação do Acesso, que procedeu com a vigilância das hospitalizações, baseada nos dados do SUSfácilMG, ferramenta por meio da qual a busca oportuna por leitos na rede assistencial do SUS-MG é operacionalizada em tempo real.
Resultados
O monitoramento contínuo e sistemático dos indicadores relacionados às solicitações de internação e às internações realizadas, no fluxo de Urgência e Emergência, subsidiou a elaboração de documentos como a Avaliação de Risco e o Plano de Ação do Evento; a realização de reuniões com gestores loco-regionais, objetivando a proposição de ações específicas nos territórios; e a construção de um painel de dados, contribuindo para a transparência e disseminação das informações em saúde.
Aprendizado e análise crítica
O relato destaca a relevância da participação da Regulação do Acesso em um Centro de Operações de Emergências em Saúde Pública. Ademais, reforça a importância da intersetorialidade em saúde como uma estratégia de gestão capaz de articular saberes, práticas e esforços, com o objetivo de mitigar os impactos negativos das emergências sobre indivíduos e sistemas de saúde.
Conclusões e/ou Recomendações
A Regulação do Acesso exerceu ativamente o seu papel, demonstrando a importância da sua atuação junto à vigilância epidemiológica e subsidiando a adoção de estratégias necessárias ao enfrentamento da emergência em saúde pública das arboviroses em Minas Gerais.
A TELEDERMATOLOGIA DO NÚCLEO DE TELESSAÚDE DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ NA QUALIFICAÇÃO DA REGULAÇÃO À ATENÇÃO ESPECIALIZADA NA AMAZÔNIA ORIENTAL
Comunicação Oral Curta
1 Universidade Federal do Pará
Apresentação/Introdução
O acesso à dermatologia no Brasil é limitado por barreiras socioeconômicas, geográficas e pela má distribuição de especialistas, sobretudo na Amazônia. A capital Belém é referência na Atenção Especializada (AE) no Pará. A teledermatologia, implantada pelo NUTS/UFPA, busca auxiliar a Atenção Primária no manejo de casos e otimizar o encaminhamento à AE, reduzindo a espera por consultas.
Objetivos
Descrever a frequência de solicitações para Teledermatologia conforme a classificação de risco do laudo das lesões e o encaminhamento para seguimento na atenção especializada por meio dos cadastros no Sistema de Regulação (SISREG).
Metodologia
Estudo longitudinal com dados dos 626 laudos de Teledermatologia emitidos entre 01/01/2024 a 01/01/2025 pelo NUTS-UFPA disponíveis no Sistema de Telessaúde e Telemedicina (STT-UFSC), e registros de cadastro e agendamento de consulta do SISREG-Belém/PA com seguimento até 29/03/2025. A amostra foi distribuída em 4 grupos de acordo com as Classificações de Risco (CR) “Branco” e “Azul”, com manejo no âmbito da APS, “Verde” e “Amarelo”, ambos com necessidade de cadastro no Sistema de Regulação (SISREG) para seguimento consulta/exame na AE. As respectivas porcentagens foram analisadas.
Resultados
Conforme a CR no gráfico 1, dos 626 laudos, 50,80% dos casos tiveram resolução conduzida na APS, sendo 4,95% classificados como “Branco” e 45,85% como “Azul”. Dos demais 49,20% de casos que necessitam de avaliação na AE, 34,34% foram classificados como “Verde” e 14,86% como “Amarelo”. Quanto ao cadastro no SISREG (gráfico 2), do total de 215 casos verdes, 51,62% foram cadastrados sendo destes 20,93% com efetivo agendamento de consulta, por outro lado, dos 93 casos “Amarelo”, 79,56% foram cadastrados, com 72,04% com efetivo agendamento de consulta, deste total de casos com CR “Amarelo” 75,25% foram câncer de pele, com 56,98% sendo câncer de pele não melanoma e 18,27% câncer de pele melanoma.
Conclusões/Considerações
O NUTS/UFPA contribuiu para a linha de cuidado de dermatologia na capital, garantindo resolubilidade na APS para a maioria dos casos de teledermatologia. Além disso, permitiu-se a priorização dos casos graves na AE, para tal destaca-se a importância das estratégias pactuadas entre o NUTS/UFPA e a Secretaria Municipal de Saúde na capacitação de médicos(as) e técnicos(as) administrativos para a correta inserção dos pacientes no SISREG.
AS UPAES COMO ESTRATÉGIA DE CUIDADO NA ATENÇÃO ESPECIALIZADA EM SAÚDE: A EXPERIÊNCIA DA REGULAÇÃO DE ACESSO
Comunicação Oral Curta
1 UPE
2 ASCES/UNITA
3 UNIFESP
Apresentação/Introdução
A Atenção Especializada (AE) é definida por práticas de cuidado e serviços ambulatoriais e hospitalares, com especialistas e alta tecnologia. A AE está estruturada em policlínicas, ambulatórios e centros de referência. Em Pernambuco, foram instituídas as Unidades Pernambucanas de Atenção Especializada (UPAEs), para ampliar o acesso ao ambulatório especializado. Pernambuco tem quinze UPAEs.
Objetivos
Analisar a percepção dos gestores das Unidades Pernambucanas de Atenção Especializada acerca do fluxo da regulação de acesso, nas macrorregiões de Pernambuco.
Metodologia
Estudo qualitativo, cartográfico e com uso de entrevista aberta. Parte integrante da pesquisa “Cartografia da Atenção Especializada no SUS: Formulação, Formação e Gestão do Cuidado em Redes” aprovado no Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade Federal de São Paulo, sob o CAAE: 74672723.6.0000.5505 e Parecer nº 6.621.336. A coleta de dados ocorreu de fevereiro a maio de 2024, com gestores de quatro UPAEs: Abreu e Lima, Caruaru, Serra Talhada e Petrolina. As entrevistas foram gravadas em áudio e transcritas. A análise de dados fundamentou-se em categorias temáticas. A entrevista só iniciou após a leitura e assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.
Resultados
A AE em Pernambuco tem uma ampla rede de serviços, dentre eles, as UPAEs. Na regulação de acesso, os gestores afirmaram que a entrada da população nas UPAEs é regulada pelas Gerências Regionais de Saúde a partir da Atenção Primária à Saúde (APS). Contudo, observou-se uma fragilidade na existência de protocolos clínicos que orientem os profissionais da APS quanto aos critérios e fluxos de encaminhamento para a AE. Como consequência, tem-se uma longa fila de espera, com limitada transparência sobre a oferta de vagas para a população, absenteísmo e barreiras de acesso. Destaca-se a experiência de Caruaru, com o aplicativo ViCONSUS, onde os usuários consultam os seus agendamentos.
Conclusões/Considerações
O estudo evidencia os desafios enfrentados para o acesso a AES nas UPAEs em Pernambuco. Apesar desse serviço realizar interconsultas, exames e procedimentos, o cuidado compartilhado entre a APS e a AE ainda é frágil. É importante uniformizar e ampliar os protocolos clínicos, fortalecer o matriciamento, a articulação entre a gestão e atenção à saúde, e investir na saúde digital, com ferramentas que permitam a transparência das filas de espera.
CONTRIBUIÇÕES DO CEA/SUS-MG PARA IMPLEMENTAÇÃO DO COMPONENTE MUNICIPAL DE AUDITORIA
Comunicação Oral Curta
1 SES/MG UFRN
Período de Realização
O trabalho teve como período de realização : Junho de 2024 a março de 2025
Objeto da experiência
Cooperação técnica entre Componente Estadual de Auditoria (CEA/SUS-MG) e município piloto para implantar o Componente Municipal de Auditoria.
Objetivos
Contribuir para implantação e implementação do Componente Municipal de Auditoria (CMA) em municípios sede de microrregião, que aderiram ao eixo único de comando, no estado de Minas Gerais.
Apoio na gestão para formalização do CMA.
Descrição da experiência
A partir da análise de 20 Auditorias Programadas do CEA/SUS-MG (2019-2023), cuja não conformidade verificada foi a Inexistência do componente municipal de auditoria do SUS implantado e implementado, foi selecionado o município de Almenara/MG, como piloto para o desenvolvimento do projeto de intervenção, com a elaboração de instrumentos norteadores: Instrutivo (orientação), Checklist (diagnóstico situacional) e Plano de Trabalho (operacional).
Resultados
Foi realizada a Cooperação Técnica entre a AUDSUS/SES-MG e a SMS, para implantação e implementação do CMA em Almenara. Em visita, foi aplicado Checklist para diagnóstico situacional. Realizada oficina com apresentação e detalhamento do Instrutivo para implantação e implementação do CMA e definição de cronograma para acompanhamento das etapas do processo com a equipe designada da SMS.
Aprendizado e análise crítica
A intervenção realizada no município de Almenara/MG demonstrou a relevância do apoio institucional no fortalecimento das ações de auditoria no Sistema Único de Saúde. Os instrumentos criados pela equipe do CEA/SUS-MG e os processos de trabalho desenvolvidos junto ao município possibilitaram a aproximação entre as partes, representando um avanço significativo para que a equipe municipal se capacite para a formalização e a organização do seu componente de auditoria.
Conclusões e/ou Recomendações
A realização desta intervenção possibilitou a aproximação e diálogo construtivo, com sugestão de estratégias viáveis para a implantação e implementação do Componente Municipal de Auditoria (CMA). Espera-se que este trabalho seja estendido aos demais municípios mineiros, integrando a agenda anual de atividades do CEA/SUS-MG, demonstrando a potência da cooperação técnica como ferramenta estratégica para o fortalecimento da gestão do SUS municipal.
IMPLANTAÇÃO DO SISTEMA REGULANAE COMO ESTRATÉGIA DE REGULAÇÃO E PARECERES MÉDICOS NA REDE PÚBLICA DO RIO GRANDE DO NORTE
Comunicação Oral Curta
1 Secretaria de Estado da Saúde Pública do Rio Grande do Norte (SESAP/RN)
2 SESAP/RN
3 UFRN
Período de Realização
De julho de 2022 a fevereiro de 2025
Objeto da experiência
Implantação do sistema RegulaNAE para qualificar a regulação e os pareceres médicos especializados na Rede SUS Estadual.
Objetivos
Desenvolver e implantar um sistema digital de regulação de pareceres médicos especializados, aprimorando a decisão clínica nas unidades descentralizadas e aumentando a resolutividade dos serviços de menor complexidade, garantindo o uso racional e estratégico dos recursos humanos da rede SESAP.
Descrição da experiência
A experiência iniciou com um diagnóstico situacional da assistência especializada no estado. A partir disso, a Secretaria de Saúde desenvolveu, com equipe própria, o sistema RegulaNAE, que viabiliza solicitações, via web, de pareceres especializados em diversas áreas. O sistema substituiu formulários manuais, estruturou a comunicação entre unidades de menor e maior complexidade. Houve expansão gradual para diferentes regiões e especialidades, integrando à gestão estadual de informações em saúde.
Resultados
Foram registrados mais de 20 mil chamados entre janeiro de 2024 e fevereiro de 2025, sendo mais de 85% resolvidos sem necessidade de encaminhamento para unidades de referência. O sistema ampliou o acesso a pareceres especializados, possibilitando que especialistas orientassem médicos generalistas em atendimentos de menor complexidade, aumentando a resolutividade local, evitando transferências desnecessárias e reduzindo a sobrecarga nos hospitais de maior porte.
Aprendizado e análise crítica
A construção e implantação do RegulaNAE mostrou que soluções tecnológicas no SUS são viáveis com equipes engajadas e articulação entre áreas. A resistência inicial de parte dos profissionais foi superada com capacitação e resultados. Destaca-se a importância do envolvimento dos usuários no desenvolvimento de sistemas e do uso estratégico da tecnologia para reorganizar a atenção e promover a educação em saúde por meio da troca entre especialista e generalista.
Conclusões e/ou Recomendações
O RegulaNAE se mostra como experiência exitosa e replicável em outros contextos do SUS. Recomenda-se a ampliação para novas regiões e especialidades, capacitação contínua das equipes envolvidas e integração com demais sistemas assistenciais e de gestão da saúde. A incorporação de tecnologia voltada à regulação fortalece as redes de atenção e contribui para a garantia do acesso com qualidade e oportunidade.
PAINEL DA REGULAÇÃO HOSPITALAR PEDIÁTRICA COMO FERRAMENTA PARA MONITORAMENTO DA REDE ASSISTENCIAL DURANTE A SAZONALIDADE VIRAL EM PERNAMBUCO
Comunicação Oral Curta
1 IAM/ FIOCRUZ - PE
2 SES-PE
3 UFPE
Período de Realização
Durante o período sazonal dos vírus respiratórios pediátricos em Pernambuco (março a Julho de 2025).
Objeto da experiência
Painel da regulação hospitalar pediátrica para síndrome respiratória aguda grave em Pernambuco.
Objetivos
Descrever a experiência de implantação e uso de um painel da regulação hospitalar pediátrica como instrumento de monitoramento da demanda e da capacidade assistencial durante a sazonalidade de vírus respiratórios em Pernambuco.
Metodologia
A implantação do painel surgiu da necessidade de monitorar, em tempo hábil, informações sobre a pressão assistencial por leitos pediátricos para síndrome respiratória aguda grave durante a sazonalidade viral em Pernambuco. O painel, que integra informações de sistemas de diferentes processos do fluxo de regulação hospitalar, possibilitou o monitoramento diário de indicadores, análise de médias móveis e cruzamento entre oferta e demanda por leitos.
Resultados
A criação do painel permitiu a visualização diária de dados compilados para a regulação pediátrica, bem como análises mais robustas sobre a fila de espera, solicitações e encaminhamentos por unidade e região. Com isso, subsidiou o planejamento e a tomada de decisão em tempo oportuno, qualificando a resposta da rede assistencial durante a sazonalidade viral de 2025 e fortalecendo o processo de trabalho da regulação hospitalar com base em evidências atualizadas
Análise Crítica
A experiência evidenciou a importância da integração de dados em tempo real para a tomada de decisão na regulação hospitalar pediátrica. Destaca-se como avanço a articulação intrasetorial e o uso de ferramentas digitais como suporte à gestão, embora desafios como a padronização das informações e a atualização contínua dos sistemas ainda persistam.
Conclusões e/ou Recomendações
A experiência reforça a necessidade de painéis dinâmicos na rotina da regulação hospitalar, especialmente em períodos de alta demanda como em situações de emergências epidemiológicas. Recomenda-se sua manutenção contínua, ampliação para outras especialidades e investimento na qualificação dos dados e equipes envolvidas no processo.
POLÍTICAS DE REGULAÇÃO EM SAÚDE E TEMPO OPORTUNO NO CUIDADO AO CÂNCER DE COLO DE ÚTERO E MAMA EM SÃO PAULO: UMA REVISÃO DE ESCOPO SOBRE NAVEGAÇÃO DO CUIDADO EM SAÚDE
Comunicação Oral Curta
1 FSP USP
Apresentação/Introdução
A Regulação da Saúde no Brasil tem como objetivo melhorar prestação de serviços e garantir acesso e qualidade da saúde para população. O acesso de usuários requer processos organizativos potentes, que considerem a complexidade e gravidade do diagnóstico, características dos pacientes e diversidade das redes de atenção. No trabalho, abordamos a inclusão da navegação do cuidado em sistemas de saúde.
Objetivos
Analisar a produção do conhecimento e sua potencialidade relacionada à Navegação do Cuidado, como ferramenta de Gestão do Cuidado em Saúde, no apoio a implementação das Políticas Públicas de Saúde no SUS. Produzir síntese de evidências.
Metodologia
Revisão de escopo, método JBI, mapeando e analisando literatura existente, identificando lacunas de conhecimento e conceitos-chave, desenvolvendo um ensaio sobre navegação do cuidado, incluindo a navegação comunitária de pacientes, navegação de pacientes nos serviços, navegação nos sistemas de saúde e nos complexos reguladores. Pergunta de pesquisa foi estruturada por meio do acrônimo PCC: População, Conceito e Contexto. Pergunta de Pesquisa (Protocolo scoping review): Qual o papel da Navegação do Cuidado como dispositivo de Gestão do Cuidado e de Regulação do Acesso em Saúde? Qual a sua relação com a Política Nacional de Atenção Especializada, de Regulação em Saúde e Oncológica no Brasil?
Resultados
A navegação do cuidado é utilizada como apoio aos usuários, no intuito de aumentar adesão e sucesso do tratamento. Identifica barreiras enfrentadas pelos usuários nos territórios para acessar o cuidado e reduzir atrasos no tratamento. A navegação do cuidado, surgiu na área da oncologia, utilizando conhecimentos especializados e experiência clínica, proporcionando cuidado focado nos aspectos físicos, sociais e emocionais, guiando usuários, familiares e cuidadores para a tomada de decisão com equipes multidisciplinares. Além do manejo do cuidado, empoderou pacientes com informações e suporte, atuando como elo entre eles e os profissionais da equipe.
Conclusões/Considerações
A partir da análise das evidências da literatura sobre Navegação do Cuidado em Saúde, pretendemos apoiar a Política Nacional de Atenção Especializada (Brasil, 2023) na escolha de caminhos que qualifiquem as políticas de cuidado e diminuam iniquidades em saúde no Brasil.
TELEINTERCONSULTA NEUROCIRURGIA: QUALIFICAÇÃO DA REGULAÇÃO DE ACESSO À AVALIAÇÃO DE NEUROCIRURGIA DE URGÊNCIA DA SECRETARIA ESTADUAL DE SAÚDE DE PERNAMBUCO
Comunicação Oral Curta
1 SES PE
Período de Realização
A experiência foi iniciada no período de novembro de 2024 e tem caráter permanente
Objeto da experiência
Implantação da Teleinterconsulta em neurocirurgia integrado à regulação de acesso para avaliação remota e realização de neuroimagem, na rede estadual
Objetivos
Apresentar o fluxo assistencial de acesso à teleinterconsulta neurocirurgia de urgência, visando qualificar o cuidado e agilizar o atendimento a pacientes para neuroimagem e avaliação subsequente,, disponibilizando o serviço mais adequado de forma racional, oportuna e priorizando riscos.
Descrição da experiência
Através de trabalho entre as Diretorias Assistenciais, a Diretoria Telessaúde e o Hospital da Restauração foi definido como protocolo para o acesso à urgência de neurocirurgia HR devem ser precedidas de teleinterconsulta em casos específicos de menor gravidade e sem sinais de alarme. Assim, casos indefinidos quanto à indicação cirúrgica evitariam deslocamentos desnecessários, priorizando pacientes graves, reduzindo a lotação da urgência neurocirurgia do estado e qualificando os acessos.
Resultados
Os resultados preliminares são animadores. O processo já foi implantado em 10 das 12 gerências regionais de saúde da rede e já resultou numa redução de 30% da necessidade de encaminhamento para avaliação presencial no serviço de referência no mês de maio de 25. Isso equivale a uma redução de 346 pacientes.
Aprendizado e análise crítica
Os resultados preliminares demonstram que a ampliação do serviços para realização de neuroimagem nas demais unidades integrantes da RUE tendem a reduzir ainda mais os encaminhamentos para avaliação presencial por neurocirurgião, o que resulta num importante impacto na resolubilidade da rede e na qualidade do cuidado para estes pacientes.
Outro fator que pode contribuir para a consolidação e robustez do projeto é a estruturação de equipe fixa e permanente.
Conclusões e/ou Recomendações
O custo operacional, quanto aos recursos humanos e materiais, foi o habitual e equiparado uma equipe médica com plantonista único por turno. A implantação do projeto está em expansão para as unidades da rede e monitoramento dos resultados preliminares encorajam a expansão da estratégia de uso da teleinterconsulta integrada à regulação de acesso a serviços para outras linhas de cuidado.
MUDANÇAS NO MODELO HOSPITALAR ESPANHOL E REFLEXÕES PARA O BRASIL: DEFINIÇÃO DE TIPOLOGIAS HOSPITALARES E ORGANIZAÇÃO DO DESENHO REGIONAL
Comunicação Oral Curta
1 UEL
2 ENSP/FIOCRUZ
Apresentação/Introdução
A Espanha é o Estado das autonomias pelas competências do nível regional formalizado pela Constituição de 1978 em 17 Comunidades Autônomas, 50 províncias e 8 mil municipalidades. A Lei 16/2003 de 28 de maio define as competências dos serviços de saúde e postula diferentes tipologias hospitalares que organizam a atenção de agudos e crônicos no país e produzem rede hospitalar de apoio.
Objetivos
Analisar o desenho territorial da Espanha no Sistema Nacional de Saúde (SNS) e como esta organização territorial integram a atenção hospitalar (AH) e compará-la com o Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil.
Metodologia
O trabalho possui como referencial metodológico a análise comparada em saúde, com dados avaliados de forma qualitativa através do Institucionalismo histórico. Foi realizada análise documental e de campo, utilizando leis, resoluções e outras normas correspondentes e entrevistas semiestruturadas. O doutorado sanduíche teve duração de quatro meses, de abril a julho de 2024 na CCAA das Ilhas Baleares. Foram entrevistadas treze pessoas (Baleares, Catalunha e Madrid), com profissionais da APS, da AH, gestão, conselho de classe e parlamento. As entrevistas foram gravadas e transcritas no sistema Transkriptor. Ao todo, ocorreram nove visitas técnicas aos serviços de Saúde e espaços de gestão.
Resultados
A Espanha desde 2003 possui tipologia hospitalar: Hospitais Geral, Hospitais Especializados e Hospitais de Média e Larga Instância e há uma rede hospitalar onde um hospital de agudos tem um hospital de cronicidade como sua referência em uma via ascendente e descendente para os usuários. Com o envelhecimento da população e a constatação do modelo da AH se mostrava ineficiente e de baixa qualidade em termos de cuidado, houve mudança na rede hospitalar e na APS. Os hospitais intermediários em conjunto com as enfermeiras de caso dos hospitais e da APS tem um papel de coordenadores do cuidado. A AH pública e contratada dentro de tipologias claras foi fundamental para regionalização do SNS.
Conclusões/Considerações
Este estudo não pretende ter uma valoração colonizada, mas comprender o avanço de um país que passou pelo envelhecimento de sua população e o que fizeram para sustentar e aprimorar seu sistema universal de saúde. E analizar como é ter uma média complexidade majoritamente pública e o que isto muda na organização regional. Os Hospitais de Cronicidade produziram mudanças significativa no modelo de atenção hospitalar nas CCAA entrevistadas.
IMPLANTAÇÃO DA TELEINTERCONSULTA EM NEUROCIRURGIA EM PERNAMBUCO: ESTRATÉGIAS E DESAFIOS
Comunicação Oral Curta
1 Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco - SES/PE
Período de Realização
A implantação e execução inicial deu-se entre dezembro de 2024 e maio de 2025
Objeto da experiência
Relatar a experiência da implantação do serviço da Teleinterconsulta em Neurocirurgia pela Central de Regulação Hospitalar (CRH), em Pernambuco.
Objetivos
Descrever a experiência dos profissionais da Central de Regulação Hospitalar com a Teleinterconsulta em Neurocirurgia, ressaltando a sua relevância como estratégia no matriciamento dos profissionais assistentes e na redução da superlotação nas urgências e emergências da rede estadual.
Metodologia
A implantação da Teleinterconsulta em neurocirurgia ocorreu para apoiar diuturnamente os médicos neurologistas da Rede de Urgência e Emergência do estado de Pernambuco, nas condutas clínicas voltadas à pacientes com condições neurológicas agudas, além de proporcionar o matriciamento dos profissionais assistentes que solicitam atendimento à distância com orientações diagnósticas e terapêuticas por meio do atendimento remoto via Call Center, com registro de atendimentos no Sistema Clinic.
Resultados
A equipe de neurocirurgiões responsável pelas teleinterconsultas foi composta por nove médicos neurocirugiões. No período de 2 de dezembro de 2024 a 30 de maio de 2025, foram realizados mais de 1.500 atendimentos remotos, dos quais mais de 60% foram resolvidos nas unidades de origem com o apoio especializado, evidenciando a efetividade da estratégia na qualificação das condutas e na racionalização dos encaminhamentos.
Análise Crítica
A experiência proporcionou o aprendizado significativo ao evidenciar o potencial da teleinterconsulta na qualificação do cuidado e no apoio à decisão clínica. Destacou-se a importância da comunicação efetiva entre os níveis de atenção e a necessidade de protocolos bem definidos. Durante o processo de implementação enfrentou-se desafios como a padronização das informações e a integração dos sistemas, reforçando a importância do aperfeiçoamento contínuo da estratégia.
Conclusões e/ou Recomendações
A teleinterconsulta revelou-se uma ferramenta eficiente na qualificação dos encaminhamentos de pacientes de neurocirurgia para as unidades de saúde, contribuindo para a agilidade nas decisões clínicas e para um atendimento mais rápido e especializado na especialidade de neurocirurgia. Ademais, favorece a ampliação do conhecimento e da experiência necessários à formulação de políticas públicas que promovam a expansão desse modelo de cuidado.
ESTRATÉGIAS EFETIVAS PARA REDUZIR AS LISTAS DE ESPERA PARA PROCEDIMENTOS ELETIVOS
Comunicação Oral Curta
1 FSP/USP
Apresentação/Introdução
A regulação foi sistematizada e organizada a partir da Política Nacional de Regulação, e nesse âmbito, as filas de espera para acessar a atenção especializada ambulatorial e, posteriormente os procedimentos eletivos, são uma questão preponderante para toda a Regulação do Acesso e o restante do sistema, pois é nela que a população enxerga o grande gargalo do SUS.
Objetivos
O objetivo desta síntese de evidências é apreender as principais estratégias efetivas de redução dos tempos de espera para procedimentos eletivos no mundo
Metodologia
O trabalho é um estudo qualitativo, de síntese de evidências, que utilizou o acrônimo PCC (população, contexto e conceito) para a elaboração da seguinte pergunta de pesquisa: Quais são as estratégias efetivas para redução do tempo de espera para a atenção especializada nos sistemas de saúde público e privado no Brasil e no mundo? Os critérios de inclusão foram todos os estudos que abordavam uma ou mais estratégias de manejo das filas de espera para o acesso à atenção especializada e apresentavam alguma avaliação que determinava a intervenção como efetiva, e os critérios de exclusão foram estratégias relacionadas à urgênciaemergência e ao período da COVID-19.
Resultados
Algumas das estratégias efetivas para reduzir o tempo de espera na atenção especializada são: Lean, melhoria de processos, prontuário eletrônico, telessaúde, Six Sigma, gestão de listas de espera e otimização de agendamentos. As evidências destacam sua aplicação em contextos públicos e privados, com impacto positivo na gestão da demanda, organização de filas e melhoria no atendimento. Ademais, os dispositivos de gestão do cuidado e arranjos tecnológicos de regulação, os processos de informatização e interconectividade, o replanejamento da capacidade e reorganização dos fluxos de trabalho, e a integração das equipes foram eficazes para melhorar o acesso e reduzir gargalos assistenciais.
Conclusões/Considerações
As evidências indicam que estratégias como Lean, telessaúde, prontuário eletrônico, otimização de agendas e gestão da demanda são eficazes na redução do tempo de espera na atenção especializada. Os dispositivos de gestão do cuidado, os processos de informatização e as equipes multiprofissionais também contribuíram para maior eficiência e acesso mais ágil nos sistemas de saúde, assim promovendo uma melhoria no acesso da população.
DESAFIOS E AVANÇOS NA IMPLANTAÇÃO DO PROJETO PILOTO DO PROGRAMA MAIS ACESSO A ESPECIALISTAS (PMAE), NO MUNICÍPIO DE SALVADOR/BA.
Comunicação Oral Curta
1 Instituto de Saúde Coletiva/UFBA
2 Prefeitura Municipal de Salvador
Período de Realização
O monitoramento iniciou no mês de Abril, seguindo em Maio e Junho de 2025
Objeto da experiência
Monitoramento e Avaliação do Projeto piloto de implantação do Programa Mais Acesso A Especialistas (PMAE), no município de Salvador, Bahia.
Objetivos
Monitorar o processo de implantação do Projeto Piloto PMAE, em Salvador, identificando os principais desafios e resultados alcançados, a partir da Oferta de Cuidados Integras (OCI) de Cardiologia, enquanto atividade da Residência Multiprofissional de Planejamento e Gestão em Saúde
Metodologia
Realizou-se monitoramento no campo da Diretoria de Regulação, Controle e Avaliação, das ações realizadas pela Unidade Executante, neste caso, um Multicentro de Saúde, localizado em Salvador. Para tal, elaborou-se uma Matriz de Avaliação da Implantação; um Banco de Dados com atualização diária, com dados coletados da plataforma E-SUS Regulação e do Relatório Mensal do Multicentro; além de visita técnica para acompanhar a navegação do cuidado dos usuários atendidos através das OCI ofertadas.
Resultados
Durante o monitoramento identificou-se falha significativa na comunicação entre a Atenção Primária a Saúde e a Atenção Especializada, em nível de assistência e de gestão, que são perpetuadas pelo modelo de atenção vigente, caracterizado pela fragmentação da atenção. Ademais, há dificuldade no Multicentro em implementar nova lógica de cuidado, centrada na integralidade entre os níveis de atenção; observa-se ainda a ausência de interoperabilidade entre os Sistemas de Informação disponibilizados.
Análise Crítica
O monitoramento do programa PMAE resultou em aprofundamento do conhecimento sobre o funcionamento da APS e AES, e a importância em alinhar a comunicação e a gestão integrada entre ambas. Ademais, aplicou-se o a árvore de problemas e o modelo lógico, auxiliando para a construção de análise crítica do Programa, que apontou a fragilidade no planejamento e a necessidade de maior vinculação dos usuários à APS e da AES com o território. Aspectos que devem ser observados na implantação das demais OCI
Conclusões e/ou Recomendações
O PMAE segue com a proposta de organização do acesso aos serviços especializados, por meio da ampliação reorganizada da oferta de consultas e exames. Para a ampliação do escopo da implementação em Salvador, é fundamental atentar-se à qualificação dos fluxos de encaminhamento e de atendimento, mas também dos processos de gestão, do modelo de atenção e da atuação dos profissionais, garantindo assim a resolutividade no cuidado em saúde.

Realização: