
Programa - Comunicação Oral Curta - COC14.4 - Promoção à saúde e prevenção de doenças/agravos na população idosa
01 DE DEZEMBRO | SEGUNDA-FEIRA
08:30 - 10:00
08:30 - 10:00
DESENVOLVIMENTO DE INSTRUMENTO NACIONAL PARA AVALIAÇÃO DE CIDADES AMIGAS DAS PESSOAS IDOSAS A PARTIR DO ELSI-BRASIL: UMA ABORDAGEM INOVADORA COM DADOS SECUNDÁRIOS
Comunicação Oral Curta
1 Programa de Pós Graduação em Estudos da Ocupação UFMG
2 Núcleo de Estudos em Saúde Pública e Envelhecimento (NESPE) - UFMG/ Instituto René Rachou
3 Programa de Pós - Graduação em Saúde Pública, UFMG
Período de Realização
Agosto de 2024 a junho de 2025: análise de referenciais internacionais e seleção de itens do ELSI.
Objeto da experiência
Desenvolvimento de instrumento baseado no ELSI-Brasil para avaliar a amigabilidade urbana segundo modelo da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Objetivos
Desenvolver um instrumento, com base nas questões presentes na coorte ELSI-Brasil e em parâmetros internacionais, para avaliar a amigabilidade de cidades brasileiras com pessoas idosas, viabilizando uma aplicação rápida, padronizada e de base populacional.
Descrição da experiência
A experiência envolveu a análise de três instrumentos internacionais: o Age-Friendly Cities and Communities Questionnaire (23 itens), o Checklist da OMS (84 itens) e o Guia Europeu (53 indicadores) para identificar variáveis equivalentes no ELSI-Brasil. Na primeira etapa, três avaliadores independentes selecionaram questões potencialmente compatíveis com as oito dimensões do modelo da OMS. As questões sem consenso serão reavaliadas com apoio de especialistas em envelhecimento e saúde urbana.
Resultados
Foram identificadas 95 variáveis do ELSI-Brasil com potencial aderência às dimensões do modelo da OMS. A distribuição por tema foi a seguinte: Habitação (13), Espaços ao ar livre e edifícios (9), Comunicação e informação (9), Transportes (3), Participação cívica e emprego (12), Participação social (26), Respeito e inclusão social (5) e Apoio comunitário e serviços de saúde (18). O instrumento encontra-se em fase de estruturação de escores por domínio e escore total.
Aprendizado e análise crítica
A experiência evidenciou o valor da articulação entre dados secundários robustos e modelos internacionais como uma estratégia metodológica inovadora e de baixo custo. Reforça-se a relevância da ciência aplicada à realidade nacional e da criação de instrumentos sensíveis ao contexto urbano brasileiro. A construção em etapas, com validação por especialistas, contribui para a legitimidade e a aplicabilidade futura do questionário proposto no campo das políticas públicas voltadas ao envelhecimento.
Conclusões e/ou Recomendações
A proposta representa um avanço significativo ao adaptar instrumentos internacionais validados à realidade brasileira, utilizando dados disponíveis de uma coorte nacional em andamento. Ao final do processo, espera-se que o instrumento possa subsidiar análises populacionais e contribuir para a formulação de políticas públicas intersetoriais voltadas à promoção de ambientes urbanos inclusivos, acessíveis e amigáveis ao envelhecimento com qualidade.
FATORES SOCIODEMOGRÁFICOS ASSOCIADOS AOS SINTOMAS DEPRESSIVOS EM IDOSOS COMUNITÁRIOS BRASILEIROS: UMA REVISÃO INTEGRATIVA DE LITERATURA
Comunicação Oral Curta
1 UFMT
Apresentação/Introdução
A prevalência de depressão no mundo tem variado entre 40,78% em países de alta renda e 17,05% em países de média e baixa. O Brasil tem apresentado uma prevalência de 21%. A identificação de fatores sociodemográficos associados à ocorrência de sintomas depressivos se faz necessária num cenário no qual o Brasil convive com a urbanização acelerada e o envelhecimento da população.
Objetivos
Descrever os fatores sociodemográficos associados aos sintomas depressivos em idosos brasileiros comunitários a partir de uma revisão integrativa de literatura (RIL) no período entre 2014 a 2024.
Metodologia
A RIL possibilita a integração de resultados produzidos por diferentes tipos de estudos e foi realizada a fim de responder “Estão os sintomas depressivos associados ao sexo, faixa etária, escolaridade e renda na população idosa brasileira?”. A pergunta de pesquisa foi formulada a partir do acrônimo PICO onde definiu-se P (idosos brasileiros), I (Fatores sociodemográficos - sexo, faixa etária, escolaridade e renda, C (idosos comunitários), O (sintomas depressivos). Os artigos foram selecionados na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) descritores controlados com operadores booleanos, incluídos estudos nos idiomas português, espanhol e inglês, sobre o Brasil, e disponível na integralidade.
Resultados
Dentre os 11 artigos selecionados (8 transversais, 2 estudos de linhas de base de coorte e 1 de linha de base ensaio clínico randomizado), identificou-se maior número de publicações nos anos de 2016, 2021 e 2023, realizados nas regiões Sul e Sudeste com ausência de estudos sobre o tema na região Norte. A Escala Geriátrica de Depressão - 15 (pontos de corte ≥5 e ≥6) foi a mais utilizada para avaliar os sintomas depressivos. A prevalência de sintomas depressivos variou entre 18,3% a 30,6%, com maior ocorrência em mulheres, idosos de baixa escolaridade e menor renda. Para a faixa etária foram observados estudos com direção de associação negativa, positiva ou sem significância estatística.
Conclusões/Considerações
A literatura revela que a prevalência de sintomas depressivos entre idosos brasileiros variou de 18,3% a 30,6%, se distribuindo desigualmente na população, sendo maior entre mulheres, idosos com menores escolaridade e renda. Esses dados mostram a necessidade de estratégias de intervenção e atenção à saúde aos sintomas depressivos considerarem as desigualdades de gênero e nível socioeconômico.
PREVALÊNCIA E FATORES ASSOCIADOS À CONDIÇÃO DE ACAMADO EM PESSOAS IDOSAS BRASILEIRAS: RESULTADOS DA PESQUISA NACIONAL DE SAÚDE, 2019
Comunicação Oral Curta
1 Universidade Federal do Rio Grande do Norte
2 Fundação Oswaldo Cruz
3 Universidade federal do Ceará
Apresentação/Introdução
O Brasil atravessa, atualmente, uma transformação em sua estrutura etária populacional, caracterizada pelo aumento significativo da proporção de pessoas idosas. Com o processo de envelhecimento e o surgimento de multimorbidades, ampliam-se a necessidade de cuidados especializados a esse grupo, sobretudo para aquelas que se encontram restritas ao leito.
Objetivos
Dessa forma, o objetivo desse trabalho é estudar a prevalência e os fatores associados à condição de acamado das pessoas idosas brasileiras, a partir da mais recente Pesquisa Nacional de Saúde, 2019.
Metodologia
Trata-se de um estudo transversal, realizado com dados secundários da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) de 2019. Utilizou-se nesse estudo, a amostra de 22.728 pessoas idosas (60 anos ou mais), considerando como desfecho a condição de acamado. Como variáveis independentes, foram analisadas características sociodemográficas, condições e utilização de serviços de saúde. A partir disso, foi investigado a diferença de proporção de idosos acamados de acordo com as variáveis independentes, com base no teste qui-quadrado de Rao-Scott. E em seguida aplicou-se a regressão de Poisson, a um nível de significância de 5% e razão de prevalência (IC95%).
Resultados
Observou-se que 4,3% da amostra estavam acamadas. Esse dado, esteve associado ao sexo feminino (RP=1,3; IC=1,0-1,6), renda per capita familiar até um salário mínimo (RP=1,3; IC=1,1-1,6), multimorbidade (RP=1,5; IC=1,1-2,0), artrite ou reumatismo (RP=1,4; IC=1,1-1,8), AVC ou derrame (RP=1,4; IC=1,1-1,8), doença crônica pulmonar (RP=1,9; IC=1,3-3,0), depressão (RP=1,5; IC=1,1-1,9), queda nos últimos 12 meses (RP=1,5; IC=1,2-1,9), polifarmácia (RP=1,3, IC=1,0- 1,6), consulta médica no último ano (RP=1,9; IC=1,1-3,1) internação no último ano (RP=3,2; IC=2,5-4,0), atendimento de urgência no domicílio (RP=1,8; IC=1,3-2,5).
Conclusões/Considerações
Embora a prevalência de pessoas idosas acamadas tenha se mostrado baixa, esse dado possui importância epidemiológica e social, pois evidencia a demanda desse grupo por serviços de suporte e cuidados diários, os quais nem sempre estão disponíveis. Essa condição, esteve associada a características sociodemográficas, sexo feminino e renda baixa, além de vinculada a condições de saúde, como doenças crônicas não transmissíveis e suas consequências.
AVALIAÇÃO DOS ASPECTOS QUE INFLUENCIARAM A ADESÃO À REDE BEM CUIDAR NO CICLO DA PESSOA IDOSA E A LONGITUDINALIDADE DO CUIDADO
Comunicação Oral Curta
1 UFSM
2 UPF
Apresentação/Introdução
O Rio Grande do Sul, um dos estados com envelhecimento populacional mais acelerado do Brasil, lançou em 2021 a Rede Bem Cuidar (RBC), pelo Decreto Estadual Nº 56.062. Neste primeiro ciclo priorizou o cuidado integral e humanizado à pessoa idosa, promovendo práticas de saúde voltadas ao rastreamento de idosos e seus estratos de risco, envelhecimento saudável e à melhoria da qualidade de vida.
Objetivos
Identificar os fatores que facilitaram e dificultaram a adesão à Rede Bem Cuidar no ciclo da pessoa idosa, assim como para a manutenção das ações de cuidado à população idosa na Atenção Primária à Saúde.
Metodologia
Trata-se de um estudo descritivo com profissionais de municípios da 4ª Coordenadoria Regional de Saúde do Rio Grande do Sul, selecionados a partir de Unidades de Saúde certificadas com o Selo Ouro no Programa RBC no ciclo de 2021 a 2023. Dos 33 municípios da 4ª CRS, 32 aderiram à RBC; destes, 3 não receberam selo, 3 obtiveram selo bronze, 3 selo prata e 18 selo ouro. Foi aplicado um formulário estruturado com atores estratégicos de municípios ou equipes contempladas pela RBC que receberam o Selo Ouro no período mencionado. Houve uma recusa. O formulário foi pré-testado para adequação das questões. O estudo foi aprovado pelos Comitês de Ética da UFSM e da Secretaria Estadual de Saúde.
Resultados
Os 17 profissionais de saúde referiram fatores que facilitaram a adesão à RBC: recurso financeiro 13 (76,47%), equipe completa 12 (70,59%), apoio da gestão 11 (64,71%) e capacitação para o cuidado da pessoa idosa 10 (58,82%). Os fatores que dificultaram foram a dificuldade em alcançar idosos isolados 12 (70,59%), a resistência da equipe 10 (58,82%) e a cobrança por metas 8 (47,06%). O que facilitou a manutenção das ações foi a estabilidade da equipe 12 (70,59%), o apoio da gestão 9 (52,94%) e a avaliação contínua 8 (47,06%). Os desafios para a longitudinalidade do cuidado foram a alta demanda de trabalho 12 (70,59%), falta de motivação da equipe 7 (41,18%) e limitação de recursos (29,41%).
Conclusões/Considerações
Identificou-se como facilitadores o apoio financeiro, da gestão, equipe completa e as capacitações recebidas. Os desafios para a implantação e manutenção das ações da RBC estavam relacionados à alta demanda de trabalho, à falta de engajamento da equipe e da comunidade e à falta de continuidade dos recursos. A avaliação contínua das políticas públicas é fundamental para garantir a efetividade, a eficiência e a longitudinalidade das ações.
GUIA DE SAÚDE DA PESSOA IDOSA
Comunicação Oral Curta
1 PUC-Campinas
Período de Realização
O Guia de Saúde da Pessoa Idosa foi elaborado entre Outubro/2024 e Maio/2025.
Objeto da produção
Trata-se de um Guia de Saúde voltado à promoção da saúde e bem-estar da população idosa no contexto brasileiro.
Objetivos
Oferecer orientação e apoio à população idosa por meio de um material breve e de leitura fácil, com informações sobre estilo de vida, direitos, prevenção de doenças e datas comemorativas, promovendo o letramento em saúde e incentivo à autonomia.
Descrição da produção
Foram pesquisados conteúdos em sites governamentais, materiais da área da saúde e revistas científicas sobre envelhecimento, com o objetivo de identificar as informações disponíveis. A seleção foi orientada pelos principais achados, priorizando temas relacionadas à saúde, como estilo de vida e direitos humanos. Na elaboração do material, foram considerados critérios de legibilidade, clareza e formatação adequada, seguindo diretrizes específicas para a população idosa.
Resultados
O material foi desenvolvido com linguagem acessível e layout visual pensado especialmente para o público idoso. Aborda temas importantes como envelhecimento no Brasil, direitos da pessoa idosa, qualidade de vida, principais doenças crônicas não transmissíveis, alimentação saudável, atividade física, saúde bucal, prevenção de quedas, datas comemorativas e programas de saúde. As imagens ilustrativas contribuem para a compreensão do conteúdo e incentiva o cuidado integral.
Análise crítica e impactos da produção
O produto tem potencial para fortalecer o letramento em saúde, promover a conscientização sobre direitos e incentivar a adoção de hábitos saudáveis. Seu formato utiliza linguagem simples, imagens ilustrativas e estrutura visualmente acessível, especialmente pensada para o público idoso, o que facilita a leitura. Um diferencial importante é a abordagem multidimensional do envelhecimento. No entanto, uma limitação é a ausência de avaliação prática e de feedback dos usuários sobre sua efetividade.
Considerações finais
Trata-se de um material promissor, pois reúne informações relevantes de forma acessível, incentivando a autonomia. Pode ser utilizado por profissionais, cuidadores e instituições como apoio em ações de educação em saúde. Recomenda-se sua validação junto às pessoas idosas e a adaptação para outros formatos, como Braille e audiovisual. Sua efetividade está diretamente ligada ao uso prático e à participação ativa dos próprios usuários.
MEMÓRIA ATIVA: EDUCAÇÃO EM SAÚDE PARA MUDANÇA NO ESTILO DE VIDA E PREVENÇÃO DA DEMÊNCIA DE ALZHEIMER EM UM SERVIÇO DE ATENÇÃO PRIMÁRIA DA SAÚDE SUPLEMENTAR.
Comunicação Oral Curta
1 CASSI
Período de Realização
Atividade realizada em abril de 2025 no cuidado de saúde da população com 60 anos e mais.
Objeto da experiência
Abordagem dos riscos modificáveis da demência por Alzheimer e incentivo da estimulação cognitiva e interação social na Atenção Primária à Saúde (APS).
Objetivos
Compartilhar a experiência da equipe da APS no fortalecimento emocional dos pacientes, para a construção de hábitos favoráveis à preservação da memória, por meio de estratégias da Medicina do Estilo de Vida, além de reforçar o vínculo com a equipe, com vistas à adesão às ações cuidadoras.
Descrição da experiência
Considerando que 30,2 % da população assistida são maiores de 60 anos e o aumento da prevalência do Alzheimer, foi organizada a atividade de educação em saúde com abordagem coletiva. Um painel, construído com os registros dos pacientes de fatos memoráveis vivenciados, subsidiou a abordagem sobre o que é o Alzheimer e os fatores de riscos modificáveis. A partilha de hábitos de vida que fomentaram a estimulação cognitiva e o convívio social concluiu a atividade por meio de uma roda de conversa.
Resultados
Os pacientes compreenderam a importância da prevenção do Alzheimer por meio dos hábitos de estimulação cognitiva como palavras cruzadas, Sudoku, costura, artes plásticas, manutenções domésticas, dança, viagens, orações que compartilharam com os demais presentes. Animaram-se ao tomarem conhecimento de que o convívio social e o estímulo das funções cognitivas promovem a saúde, nesta fase da vida, aprendendo que são ações cuidadoras orientadas pela equipe de profissionais da APS.
Aprendizado e análise crítica
A atividade promoveu o compartilhamento dos fatores de riscos modificáveis, possibilitando a prevenção do Alzheimer e a manutenção da memória ativa com maior autonomia do paciente no seu cuidado de saúde. Os pacientes foram informados sobre as potencialidades da APS e do rastreamento para a prevenção das doenças. O estímulo à adesão ao estilo de vida saudável por meio das estratégias da Medicina do Estilo de Vida foi ratificado com vistas à melhoria do processo saúde-doença dos pacientes.
Conclusões e/ou Recomendações
A atividade foi positiva uma vez que subsidiou os pacientes com informações e orientações para o cuidado de saúde e prevenção das demências mais prevalentes na população com 60 anos ou mais. É importante incentivar a estimulação cognitiva e o convívio social, a fim de promover a memória ativa. Recomenda-se a maior divulgação das possibilidades de atuação da APS, como também a adoção de estilo de vida saudável, para a melhor qualidade de vida.
CAFÉ COM POLÍTICAS: FORMAÇÃO CIDADÃ DE PESSOAS IDOSAS NA EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA DA FACULDADE DE SAÚDE PÚBLICA DA USP
Comunicação Oral Curta
1 FSP-USP
Período de Realização
O Grupo “Café com Políticas” se reúne periodicamente desde o ano de 2023.
Objeto da experiência
Trata-se de um espaço para discussão sobre cidadania e direitos com pessoas idosas ou interessadas da comunidade, realizado na FSP-USP.
Objetivos
Promover a formação cidadã e política de pessoas idosas usuárias da URSI e da comunidade, por meio do debate sobre direitos, políticas públicas e serviços. Estimular o protagonismo e a participação social, valorizando os saberes das pessoas idosas e promovendo trocas intergeracionais.
Descrição da experiência
O grupo é composto por pessoas idosas usuárias da Unidade de Referência à Saúde da Pessoa Idosa (URSI) e participantes da comunidade, reunindo-se periodicamente na Faculdade de Saúde Pública da USP. Os encontros têm como base temas escolhidos coletivamente e envolvem rodas de conversa, leitura de textos, análise de notícias e discussões sobre direitos e políticas públicas. A experiência articula ensino, pesquisa e extensão, promovendo o diálogo entre os saberes populares e técnico-científicos.
Resultados
Observou-se o fortalecimento da autonomia e do protagonismo das pessoas idosas participantes, com aumento da confiança para reivindicar direitos, entender o papel da rede de atenção e acessar serviços. Houve também maior integração entre a universidade e a comunidade, com ampliação do repertório político dos envolvidos. A iniciativa inspirou outros projetos e atividades de extensão, assim como a produção de materiais educativos em parceria com as pessoas idosas participantes.
Aprendizado e análise crítica
A experiência demonstrou a potência da extensão universitária como espaço de diálogo e construção coletiva do conhecimento. A escuta ativa e o respeito aos saberes das pessoas idosas foram fundamentais para o engajamento. Os desafios incluem a manutenção da regularidade dos encontros, a inclusão digital de alguns participantes e a necessidade de maior apoio institucional para iniciativas intersetoriais e intergeracionais de longo prazo.
Conclusões e/ou Recomendações
O Grupo “Café com Políticas” reforça a importância da extensão universitária comprometida com os direitos humanos e a participação social. Recomenda-se sua continuidade e ampliação, com apoio a metodologias participativas e espaços interdisciplinares de formação. A experiência mostra que o vínculo entre universidade e comunidade pode transformar saberes e práticas em prol do envelhecimento digno.
GRUPO IDADE FELIZ: EXPERIÊNCIA DE ATENDIMENTO EM EDUCAÇÃO FÍSICA NO POLO ACADEMIA DA SAÚDE PARA IDOSOS COM DCNT E SAÚDE MENTAL EM JI-PARANÁ-RO
Comunicação Oral Curta
1 UNIR
Período de Realização
Atuação contínua do grupo Idade Feliz nos últimos 5 anos, com atividades semanais.
Objeto da experiência
Atendimento físico e promoção de saúde para 60 idosos cadastrados, com foco em DCNT e saúde mental.
Objetivos
• Promover a estabilização das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) e o bem-estar mental dos idosos, por meio de atividades físicas regulares;
• Contribuir para a melhora da qualidade de vida, redução de sintomas depressivos e integração social dos participantes.
Descrição da experiência
O grupo Idade Feliz, composto por 60 idosos cadastrados e ativos, é atendido pela profissional de Educação Física da equipe multiprofissional eMULTI no Polo Academia da Saúde em Ji-Paraná-RO. Realizado atividades físicas adaptadas semanalmente, focadas em prevenção e controle das DCNT e cuidados com a saúde mental. O grupo também desenvolve ações educativas e de incentivo ao autocuidado, promovendo interação social e apoio mútuo entre os participantes.
Resultados
Ao longo dos cinco anos, o grupo mostrou eficiência na estabilização das DCNT, como hipertensão e diabetes, e na melhora dos quadros depressivos. Observou-se maior adesão ao autocuidado, redução de internações e consultas emergenciais, além de fortalecimento dos vínculos sociais, que contribuem para a saúde mental e a qualidade de vida dos idosos.
Aprendizado e análise crítica
A experiência revelou a importância da atuação integrada da Educação Física na saúde coletiva do idoso, mostrando que exercícios regulares e acompanhamento contínuo impactam positivamente a saúde física e mental. Desafios incluem manter a adesão e adaptar atividades às limitações individuais. O trabalho reforça a necessidade de estratégias personalizadas e o papel do autocuidado na prevenção de agravamentos.
Conclusões e/ou Recomendações
O grupo Idade Feliz demonstra que intervenções contínuas em saúde física e mental são essenciais para a população idosa, contribuindo para a prevenção e controle das DCNT. Recomenda-se a expansão do modelo para outras regiões, com fortalecimento da equipe multiprofissional e inclusão de ações educativas que promovam o autocuidado e a participação ativa dos idosos no cuidado à própria saúde.
“ATIVAMENTE”: EXPERIÊNCIA EXITOSA NA PROMOÇÃO DA SAÚDE FÍSICA E COGNITIVA DE PESSOAS IDOSAS NA APS CARIOCA POR MEIO DA EDUCAÇÃO FÍSICA
Comunicação Oral Curta
1 SMS/RJ
2 UFRJ
Período de Realização
De agosto de 2023 até o presente momento.
Objeto da experiência
Relato da criação e desenvolvimento do grupo “AtivaMente”, voltado à saúde física e cognitiva de pessoas idosas no contexto da Atenção Primária à Saúde.
Objetivos
Relatar a criação e continuidade do grupo “AtivaMente” como resposta a uma demanda das equipes de saúde e ao diagnóstico territorial, buscando estimular, por meio da Educação Física, as capacidades cognitivas e físicas de pessoas idosas na Atenção Primária, de forma integrada ao cuidado em saúde.
Descrição da experiência
Diante das demandas das equipes de saúde e do diagnóstico territorial, surgiu a reflexão sobre como a Educação Física poderia contribuir para o estímulo cognitivo, aliado à prática de atividade física. A partir disso, iniciaram-se estudos entre a profissional responsável e uma acadêmica bolsista, resultando na criação do grupo “AtivaMente”, em agosto de 2023, no CMS Heitor Beltrão. A proposta segue ativa, com mais de 40 pessoas idosas participantes.
Resultados
Desde seu início, o grupo ampliou sua participação de 18 para mais de 40 pessoas, com impactos positivos relatados em memória, socialização, autonomia e funcionalidade. As atividades, baseadas em exercícios físicos com dupla tarefa e estimulação cognitiva, promovem um cuidado integral e humanizado. A iniciativa evidenciou o protagonismo da Educação Física na promoção da saúde pública, fortalecendo vínculos comunitários e contribuindo para a melhoria da qualidade de vida dos participantes.
Aprendizado e análise crítica
A experiência demonstrou que é possível atuar no campo da cognição por meio da prática corporal, reafirmando o importante papel da Educação Física na promoção da saúde. O processo colaborativo com a acadêmica bolsista reforçou o papel da formação acadêmica na qualificação dos serviços de saúde e na construção de práticas mais sensíveis às necessidades do território.
Conclusões e/ou Recomendações
O grupo “AtivaMente” evidencia o potencial transformador da Educação Física na APS, especialmente na promoção da saúde integral de pessoas idosas. A articulação entre diagnóstico territorial, escuta das equipes e ações interprofissionais revela-se fundamental para o desenvolvimento de estratégias sustentáveis e eficazes. Recomenda-se ampliar o debate sobre a inserção da Educação Física no cuidado integral físico e cognitivo no SUS.
PRIMEIRO ENCONTRO DO GRUPO DE ENVELHECIMENTO ATIVO E SAUDÁVEL NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Comunicação Oral Curta
1 Universidade Federal de Juiz de Fora - Campus GV
Período de Realização
16 de Junho de 2025
Objeto da experiência
Relato da realização do primeiro encontro de um grupo voltado à promoção do envelhecimento ativo e saudável em uma Estratégia Saúde da Família (ESF).
Objetivos
Promover a integração social e o protagonismo da pessoa idosa por meio da criação de um espaço coletivo de escuta, acolhimento e educação em saúde. Estimular práticas de autocuidado e corresponsabilidade no processo de envelhecimento.
Descrição da experiência
O primeiro encontro contou a presença de 14 idosos e membros da equipe multiprofissional da ESF Valdivina Ferreira de Meireles Ferraz I (Nanuque-MG). A atividade, iniciou com uma dinâmica de apresentação e uma exposição dialogada sobre a proposta do grupo e o conceito de envelhecimento ativo, seguido de uma roda de conversa sobre o tema “direito do idoso”. Os participantes expressaram suas expectativas e sugeriram temáticas para os próximos encontros.
Resultados
A atividade contou com adesão significativa e participação ativa dos idosos, que demonstraram entusiasmo e interesse pela proposta do grupo. Observou-se um ambiente de acolhimento e troca, favorecendo o fortalecimento de vínculos entre usuários e profissionais, além de estímulo à autonomia dos participantes. Permitiu o planejamento participativo na escolha de temas para os encontros futuros, como saúde mental, alimentação saudável e violência contra o idoso.
Aprendizado e análise crítica
A experiência evidenciou a importância de espaços coletivos na atenção à saúde da pessoa idosa, indo além da abordagem biomédica. A escuta ativa e a construção participativa do grupo favoreceram o reconhecimento dos idosos como sujeitos de direito e de saber. Como desafio, destaca-se a necessidade de manutenção da regularidade dos encontros e envolvimento contínuo de toda a equipe multiprofissional.
Conclusões e/ou Recomendações
A implantação de grupos de envelhecimento saudável se mostra estratégica para a promoção da saúde na APS, contribuindo para o fortalecimento do cuidado longitudinal e centrado no usuário. Recomenda-se a continuidade dos encontros com planejamento participativo e a ampliação da iniciativa para outros territórios, com apoio da gestão e valorização das práticas de educação em saúde.
DETERMINANTES SOCIAIS EM SAÚDE E QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS DA COMUNIDADE ASSISTIDOS PELA ATENÇÃO BÁSICA.
Comunicação Oral Curta
1 UFOB
2 UFES
Apresentação/Introdução
O envelhecimento é um processo marcado por mudanças fisiológicas e psicológicas que desencadeiam reduções naturais na capacidade do corpo, sendo impactada pelas condições de vida de cada pessoa. A Qualidade de Vida (QV) é um importante indicador de saúde durante a senescência. Os determinantes sociais em saúde afetam os processos do envelhecimento e impactam diretamente na QV dos idosos.
Objetivos
Este estudo teve como objetivo avaliar a Qualidade de Vida e os seus fatores associados, de idosos da comunidade atendidos pela Atenção Básica em um município do interior da Bahia
Metodologia
Tratou-se de um estudo transversal, quantitativo e analítico, com utilização de dados primários, utilizando o parâmetro STROBE. Participaram do estudo 316 idosos com 60 anos completos ou mais, de ambos os sexos, que residiam em domicílios urbanos (não institucionalizados) cobertos por alguma unidade básica de saúde (UBS) da cidade de Barreiras-BA. Utilizando-se o SPSS 20, foi realizada uma análise descritiva, uma análise bivariada utilizando o Teste Qui-Quadrado de Pearson e também o Teste T de Student, e por fim uma Regressão Logística Binária.
Resultados
Identificou-se uma associação entre o estado civil e a autopercepção da QV dos idosos (p=0,040), a dimensão das Relações Sociais da QV foi a que apresentou melhor média (x ̅ = 75,0), e a do Meio Ambiente a pior (x ̅ = 61,2). Ter sintomas depressivos aumenta 3,1 vezes as chances de ter uma QV ruim (OR=3,112; IC95% 1,631-5,938). Ter multimorbidades aumenta 2,3 vezes as chances de ter uma QV ruim (OR=2,301; IC95% 1,013-5,226). Idosos que possuem alguma religião tem 5,3 vezes mais chances de ter uma QV ruim (OR=5,323; IC95% 1,165-24,333).
Conclusões/Considerações
Atuar com ações integrais frente aos determinantes sociais em saúde e não apenas nas doenças relacionadas ao envelhecimento, promover estilo de vida mais saudáveis e aumentar o apoio social dos idosos da comunidade são os desafios das equipes de saúde da família.

Realização: