
Programa - Comunicação Oral Curta - COC19.4 - Políticas Públicas e Regulação da Saúde Digital
01 DE DEZEMBRO | SEGUNDA-FEIRA
08:30 - 10:00
08:30 - 10:00
SAÚDE DIGITAL NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE: OBSTÁCULOS E ESTRATÉGIAS PARA A INCLUSÃO DIGITAL
Comunicação Oral Curta
1 UFFS
2 PUC/PR
Apresentação/Introdução
A implementação de ferramentas digitais na Atenção Primária à Saúde constitui componente central das políticas de inovação do SUS, visando aprimorar a governança dos dados, a eficiência operacional, a rastreabilidade das informações clínicas e a longitudinalidade do cuidado. Contudo, persistem desafios estruturais, sociotécnicos e de capacitação que impactam sua efetividade e sustentabilidade.
Objetivos
Analisar, à luz da literatura científica dos últimos dez anos, os avanços, entraves e repercussões à implantação de tecnologias digitais como o e-SUS APS e Prontuários Eletrônicos na organização, gestão e resultados assistenciais da APS.
Metodologia
Realizou-se revisão integrativa sistemática, utilizando descritores controlados e termos livres, em bases SciELO, PubMed, LILACS e Biblioteca Virtual em Saúde, abrangendo publicações de 2014 a 2024. Selecionaram-se estudos originais, revisões e relatos de experiência que abordaram a implementação e o impacto de ferramentas digitais (e-SUS APS, PEC, Conecte SUS) na APS. As dimensões avaliadas incluíram infraestrutura tecnológica, qualificação de recursos humanos, usabilidade dos sistemas, efeitos sobre a equidade, indicadores de qualidade do cuidado e experiências de usuários e gestores. A análise agregou métodos quantitativos e qualitativos.
Resultados
Os estudos evidenciam ampliação progressiva do uso de sistemas digitais, notadamente e-SUS APS e PEC, refletida no aumento da resolutividade clínica, integração intersetorial de dados, rastreamento epidemiológico e agilidade nas rotinas assistenciais. Observam-se avanços na produção e uso da informação para gestão e tomada de decisão, bem como maior transparência nos fluxos operacionais. Entretanto, limitações em infraestrutura tecnológica, acesso à internet, heterogeneidade regional, déficit de capacitação continuada e resistência dos atores implicam disparidades na adoção e na efetividade dos sistemas, restringindo o potencial transformador das inovações digitais.
Conclusões/Considerações
A informatização da APS, alavancada por políticas nacionais de saúde digital, promove ganhos na organização, monitoramento e integralidade do cuidado. Contudo, para consolidar avanços, é imprescindível fortalecer políticas públicas intersetoriais, ampliar investimentos em infraestrutura e formação permanente, e mitigar desigualdades regionais, garantindo a sustentabilidade, equidade e a plena efetividade das tecnologias digitais no SUS.
VISA DIGITAL - TRANSFORMAÇÃO DIGITAL DA VIGILÂNCIA SANITÁRIA DE MINAS GERAIS
Comunicação Oral Curta
1 Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais
Período de Realização
Abril de 2023 a maio de 2025
Objeto da experiência
Implantação do VISA Digital como sistema catalisador da transformação digital e simplificação dos serviços da Vigilância Sanitária de Minas Gerais.
Objetivos
Desenvolver um sistema catalisador da transformação digital e modernização dos serviços prestados pela Vigilância Sanitária de Minas Gerais (Visa-MG); proporcionar uma experiência mais ágil, eficiente e amigável aos cidadãos; aprimorar a eficácia e a qualidade dos processos internos da instituição.
Descrição da experiência
O desenvolvimento do VISA Digital utiliza a metodologia ágil Scrum por meio de sua abordagem iterativa e incremental, que permite entregas contínuas e com foco em agregação de valor. Essa metodologia é baseada nas seguintes etapas: Planejamento (definição dos requisitos), Execução (desenvolvimento) e Revisão (sprint review e retrospectiva). Nesse contexto, foram desenvolvidos o Módulo de Solicitação de Alvará Sanitário e o Módulo de Requerimento de Aprovação de Projeto Arquitetônico.
Resultados
Os módulos foram disponibilizados no VISA Digital de forma online e o login do cidadão é por meio do gov.br. O sistema gera automaticamente o Documento de Arrecadação Estadual via integração com a Secretaria de Estado da Fazenda. O requerente pode acompanhar em tempo real a situação da solicitação e obter o alvará sanitário e a aprovação de projeto arquitetônico com autenticação validada por QR CODE. Foram emitidos mais de 828 alvarás e 670 projetos aprovados de atividades de alto risco.
Aprendizado e análise crítica
A aplicação da metodologia ágil no desenvolvimento do VISA Digital permitiu entregas contínuas e com foco na agregação de valor. Como benefícios destacam-se a integração com outros sistemas de informação; otimização na obtenção do alvará e na avaliação de projeto arquitetônico; tramitação de processos com mais rapidez, transparência e simplificação. Como aprendizado, é preciso fortalecer o feedback dos cidadãos para aprimorar a usabilidade e atender as expectativas e necessidades dos usuários.
Conclusões e/ou Recomendações
A experiência reforça o compromisso institucional da Superintendência de Vigilância Sanitária com a transformação digital, simplificação e modernização dos serviços prestados aos cidadãos mineiros. A implementação do VISA Digital gerou benefícios e comodidades que fortalecem a transparência, agilidade e qualidade dos serviços ofertados pela Visa-MG aos usuários, o que promove impactos diretamente na saúde coletiva.
PRONTUÁRIO ÚNICO E INTEGRAÇÃO ASSISTENCIAL NA SAÚDE DIGITAL
Comunicação Oral Curta
1 UFBA
Apresentação/Introdução
A transformação digital na saúde requer inovação e marcos normativos que garantam integração, continuidade do cuidado e segurança da informação. Prontuário único e interoperabilidade são pilares do SUS eficiente. A digitalização deve seguir princípios de equidade, participação social e controle público.
Objetivos
Analisar as iniciativas normativas brasileiras voltadas à digitalização e integração de dados clínicos, com foco na construção de uma plataforma unificada de informações em saúde.
Metodologia
Foi utilizada a técnica de análise documental, a partir de um levantamento sistemático de proposições legislativas nos portais oficiais do Senado Federal, de setembro de 2024 a janeiro de 2025. Os documentos foram organizados em uma matriz de sistematização contendo variáveis como tipo de publicação, principais achados e atores envolvidos. Os descritores utilizados para a busca foram: Saúde Digital, Tecnologia Digital para Saúde, Tecnologia de Saúde Digital e Estratégias de e-Saúde. A categorização temática resultou em eixos analíticos, sendo o eixo “Prontuário Único e Integração Assistencial” o foco desta análise.
Resultados
Foram identificadas duas proposições centrais: o PL nº 3814/2020, que propõe a criação de uma plataforma digital única no SUS, e o PLS nº 167/2014, que autoriza o armazenamento digital de prontuários com certificação eletrônica. Ambos os projetos apontam para a padronização e integração dos dados clínicos como elementos-chave para a efetividade do cuidado. Destaca-se o esforço normativo em promover maior eficiência, continuidade assistencial e segurança da informação.
Conclusões/Considerações
A análise documental evidencia que há propostas legislativas voltadas para avanços importantes no campo da integração assistencial, embora ainda fragmentados. A consolidação do prontuário único no SUS exige sinergia entre marcos legais, infraestrutura tecnológica e governança da informação em saúde.
A TRAJETÓRIA DA SAÚDE DIGITAL NO BRASIL: ANÁLISE DA EVOLUÇÃO REGULATÓRIA E LACUNAS À LUZ DO SISTEMA DE SAÚDE
Comunicação Oral Curta
1 USP
Apresentação/Introdução
Apesar dos avanços normativos recentes e do crescente interesse científico em torno do tema, não há na literatura uma sistematização de como evoluiu a regulação da saúde digital no Brasil ou de todos os seus contornos regulatórios atuais. O estudo buscou construir um panorama descritivo completo e formular, a partir das lacunas regulatórias identificadas, sugestões de aprimoramento.
Objetivos
Identificar, sistematizar e analisar as normas publicadas sobre saúde digital no Brasil entre 2002 e 2024, permitindo a reconstrução do processo regulatório e a sua avaliação à luz das diretrizes internacionais.
Metodologia
As normas foram buscadas na Seção 1 do Diário Oficial da União (DOU), a partir do banco de dados abertos da Imprensa Nacional, compreendendo todo o período disponível, de 2002 a 2024. Para formulação dos parâmetros de busca, foram selecionadas palavras-chave listadas na base de Descritores em Ciências da Saúde e no texto do Programa SUS Digital. As palavras-chave foram testadas na busca online do DOU, e foram incluídas nos parâmetros de busca as com maior número de ocorrências. As normas encontradas foram analisadas segundo o método da análise temática, e os resultados encontrados foram contrastados com a literatura cinzenta sobre regulação da saúde digital.
Resultados
Entre 2002 e 2024, foram encontradas 222 normas em nível federal que tratavam do tema da saúde digital. Foi possível identificar, entre elas, três temas principais: prestação de serviços de saúde por meio de tecnologias de informação e comunicação (TICs); requisitos técnicos e éticos para o uso de TICs em saúde; sistemas públicos de informação em saúde, e; políticas públicas para o fortalecimento da infraestrutura digital e utilização de TICs nos equipamentos públicos de saúde. Ao longo do tempo, nota-se evolução da regulação em favor dos princípios do SUS, mas persiste importante lacuna na definição de estruturas de governança e regras que englobem também o setor privado.
Conclusões/Considerações
O estudo revela importante evolução na regulação da saúde digital ao longo dos anos, especialmente após a pandemia de COVID-19, a favor da coletivização e modernização de TICs para a prestação de serviços no SUS. Contudo, também revela importantes lacunas que impedem uma saúde digital inclusiva e equitativa, especialmente na fragmentação da governança e ausência de instrumentos de fiscalização e de enforcement sobre o setor privado.
INCORPORAÇÃO DE TECNOLOGIAS DIGITAIS NA APS: RELAÇÃO ENTRE O ÍNDICE NACIONAL DE MATURIDADE DA SAÚDE DIGITAL E A VULNERABILIDADE SOCIAL DE MUNICÍPIOS NO PARANÁ
Comunicação Oral Curta
1 UNIVERSIDADE DE LONDRINA - UEL
Apresentação/Introdução
A saúde digital refere-se ao uso de tecnologias da informação e comunicação (TICs) nos serviços de saúde. Este estudo parte da hipótese de que municípios com menor Índice de Vulnerabilidade Social (IVS) apresentam maior Maturidade Digital. A análise da correlação entre IVS e INMSD pode revelar padrões para a adoção de medidas que fortaleçam a Saúde Digital na Atenção Primária à Saúde (APS).
Objetivos
Objetivos: Analisar a incorporação de tecnologias na APS nos municípios do Paraná, verificando a relação entre o Índice Nacional de Maturidade da Saúde Digital (INMSD) e o Índice de Vulnerabilidade Social (IVS).
Metodologia
Metodologia: Estudo misto, com levantamento de dados secundários e análise estatística e descritiva, abrangendo 399 municípios do Paraná. Foram analisadas três variáveis do INMSD: "Sistemas e plataformas de interoperabilidade" (capacidade de integração de sistemas de saúde), "Telessaúde e serviços digitais" (disponibilidade de consultas e serviços remotos) e "Infraestrutura e Segurança" (recursos tecnológicos e proteção de dados). Essas variáveis foram relacionadas ao IVS dos municípios. A correlação entre INMSD e IVS foi avaliada por análise estatística. Dados do IVS e do INMSD foram obtidos de relatórios nacionais.
Resultados
Observou-se associação estatisticamente significativa (p < 0,05) entre o IVS e todas as dimensões analisadas do INMSD em nível estadual. A associação mais forte ocorreu no domínio "Infraestrutura e Segurança", sugerindo que a vulnerabilidade social impacta diretamente a disponibilidade de recursos tecnológicos. Municípios com IVS 2 (alta vulnerabilidade) apresentaram INMSD mais baixos, indicando menor maturidade digital. O domínio Telessaúde obteve as menores médias absolutas entre os municípios, apontando para a necessidade de investimentos. Dessa forma, melhorias em infra e infoestrutura podem gerar maior impacto em municípios com alta vulnerabilidade.
Conclusões/Considerações
Conclusões/Considerações finais: A variação regional no Paraná destaca a necessidade de políticas estaduais adaptadas, Investimentos em telessaúde e infraestrutura são prioritários para reduzir disparidades na incorporação de tecnologias na APS, promovendo equidade no acesso a serviços digitais de saúde. Os resultados também sugerem que outros fatores além do IVS também influenciam os índices INMSD.
NORMATIVAS PARA REGULAMENTAÇÃO DA SAUDE DIGITAL: INOVAÇÃO, DESAFIOS E LIÇÕES ENTRE BRASIL E PORTUGAL
Comunicação Oral Curta
1 UFBA - IMS/CAT
2 UnB
3 UFBA
Apresentação/Introdução
À medida que crescem os esforços para sintetizar evidências em saúde digital, torna-se necessário compreender a produção normativa sobre as prioridades para a governança e regulamentação da política de saúde na área, uma vez que a legislação direciona as ações desenvolvidas pela gestão e serviços nos sistemas de saúde.
Objetivos
O estudo tem como objetivo analisar os marcos regulatórios da saúde digital no Brasil e em Portugal a partir de uma abordagem documental em perspectiva comparada.
Metodologia
Trata-se de uma pesquisa qualitativa do tipo documental que teve como fonte de dados os atos normativos publicados sobre a regulamentação da saúde digital no Brasil e em Portugal. Foram analisados 25 documentos oficiais, mediante análise de conteúdo. Da análise emergiram duas categorias: normas jurídicas estruturantes e normas jurídicas operacionais ou técnicas. Parte-se do pressuposto que a expansão da saúde digital nesses dois países apresenta fases semelhantes na maturidade das políticas e pretende-se promover a análise crítica e o intercâmbio de experiências.
Resultados
No Brasil, há expansão gradual da saúde digital no Sistema Único de Saúde, com ênfase na interoperabilidade dos sistemas de informação e integração operacional. Em Portugal, destaca-se o direcionamento normativo para investimentos na literacia digital dos usuários e profissionais. Embora em nenhum dos dois países tenha prevalecido atos normativos com detalhamento suficiente de ações a serem desenvolvidas pelos serviços, os documentos enfatizam a necessidade de garantir a equidade e o acesso amplo aos benefícios da tecnologia em saúde na concepção da infraestrutura digital.
Conclusões/Considerações
Analisar os principais marcos para a saúde digital em ambos países pode contribuir para colmatar lacunas na base de evidências e fortalecer uma agenda científica de implementação emergente do ecossistema digital associada a análises do contexto social, político, econômico, jurídico e ético, aspectos nevrálgicos para garantir abordagens de saúde digital equitativas.
PANORAMA DA ONCOLOGIA PEDIÁTRICA NO BRASIL: UMA FERRAMENTA TECNOLÓGICA DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE
Comunicação Oral Curta
1 INSTITUTO DESIDERATA
Período de Realização
Plataforma desenvolvida em 2024 com dados de até 2023, sendo lançada oficialmente no início de 2025.
Objeto da produção
O Panorama de Oncologia Pediátrica é uma plataforma online sistematizada que desde 2025 reúne dados oficiais sobre o câncer infantojuvenil no Brasil.
Objetivos
O Panorama tem como objetivo visibilizar informações de saúde acerca do câncer infantojuvenil no Brasil, consolidando informações que subsidiem a construção de políticas públicas equânimes e efetivas.
Descrição da produção
O Panorama é um estudo quantitativo, transversal, e exibe dados até 2023 referentes a incidência, mortalidade, acesso ao tratamento e monitoramento da informação, extraídos dos bancos: RHC, RCBP, SIM, IBGE, Sistema de Atenção à Saúde para Atenção Básica e Atlas de Mortalidade por Câncer (INCA). As taxas de mortalidade foram ajustadas por idade em método direto, usando a referência da população padrão mundial. Dados foram tabulados no Excel e foi criado um site para apresentação dos resultados.
Resultados
No Brasil, observou-se estagnação da mortalidade por câncer infantojuvenil nas últimas décadas, sendo maior entre meninos (46,5/milhão), adolescentes de 15 a 19 anos (49,6/milhão). No recorte raça/cor, indígenas apresentam a maior taxa de mortalidade (76,9/milhão). A região Norte tem a maior taxa regional (47,5/milhão), superior à nacional (42,6/milhão) e dispõe de apenas 3 hospitais habilitados em oncologia pediátrica, 33 a menos se comparado a região Sudeste.
Análise crítica e impactos da produção
O Panorama da Oncologia Pediátrica possibilitou, ao tratar dados oficiais, um diagnóstico da situação da oncologia pediátrica no Brasil, evidenciando disparidades importantes, como a disparidade étnico-racial evidenciada na população indígena, que morre quase 2x mais por câncer infantojuvenil se comparado a população geral. Essa ferramenta possibilita aos setores tomadores de decisão evidências para basear e desenvolver ações com foco em reverter essa realidade.
Considerações finais
A plataforma reforça a importância de fortalecer os sistemas de informação pública que são essenciais para o desenvolvimento de estratégias mais precisas e eficazes. Através do panorama, busca-se não apenas avançar na qualidade do atendimento oncológico pediátrico, mas também garantir que as políticas públicas sejam cada vez mais justas e adequadas as necessidades de quem mais precisa.
PROGRAMA PESQUISA PARA O SUS - GESTÃO COMPARTILHADA EM SAÚDE (PPSUS) DIANTE DA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL: CONTRIBUIÇÕES E DESAFIOS PARA A ÉTICA E A INOVAÇÃO EM SAÚDE.
Comunicação Oral Curta
1 Fiocruz Brasília
Apresentação/Introdução
A IA tem ganhado espaço no campo da saúde por seu potencial transformador. No Brasil, embora ainda sem marcos regulatórios definidos, projetos financiados por programas públicos como o PPSUS já empregam essa tecnologia. Isso impõe desafios quanto à condução ética, à responsabilidade técnica e ao uso seguro desses recursos no SUS.
Objetivos
Analisar projetos com IA fomentados pelo PPSUS (2004–2020), mapear normativas internacionais, identificar desafios éticos e propor recomendações para elegibilidade de projetos futuros.
Metodologia
Trata-se de uma pesquisa qualitativa, exploratória e descritiva, ainda em andamento. As etapas realizadas até o momento incluíram revisão bibliográfica e análise documental de editais e relatórios do PPSUS (2004–2020). Foram identificados projetos com aplicação de IA em alguma fase. A próxima etapa consiste na análise desses projetos à luz do Guia de Análise Ética de Inovações Digitais da Fiocruz, com categorização de aspectos como privacidade, transparência, segurança e governança. Serão incluídas também normativas internacionais, visando embasar recomendações éticas para editais futuros do PPSUS.
Resultados
A etapa inicial da pesquisa resultou na identificação de 28 projetos fomentados pelo PPSUS entre 2004 e 2020, com uso de IA em fases como coleta, análise de dados ou desenvolvimento de soluções. Esses projetos abrangem diferentes áreas temáticas, como doenças crônicas, infecções e suporte ao diagnóstico. Os dados sugerem que o uso da IA vem crescendo mesmo sem diretrizes normativas claras. A análise ética detalhada, com base no Guia de Análise Ética de Inovações Digitais da Fiocruz. Boas práticas identificadas incluem atenção à transparência nos algoritmos e esforço inicial de capacitação de profissionais do SUS, mas ainda sem padronização regulatória ou acompanhamento pós-implementação.
Conclusões/Considerações
O uso da IA nos projetos PPSUS evidencia seu potencial transformador. No entanto, a ausência de regulamentação específica compromete a segurança e a responsabilidade ética. O estudo propõe critérios orientadores para editais futuros, visando um fomento mais seguro e alinhado às políticas públicas e às normativas internacionais de saúde digital.
AVALIAÇÃO DO SISTEMA DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE E SEGURANÇA DA TRABALHADORA E DO TRABALHADOR NAS SECRETARIAS DE SAÚDE ESTADUAIS BRASILEIRAS - UM ESTUDO EXPLORATÓRIO
Comunicação Oral Curta
1 UFBA
2 IFBA
3 IFPR
Apresentação/Introdução
O Sistema de Informação em Saúde e Segurança do Trabalhador (SISST) é fundamental na coleta, análise e gestão de informações relacionadas a acidentes de trabalho e doenças ocupacionais. Para mapear as necessidades das Secretarias Estaduais de Saúde (SES) foi criado um questionário visando coletar informações sobre a existência do SISST e a infraestrutura associada a cada estado.
Objetivos
Analisar o estado atual dos SISST nas SES brasileiras, identificando características, infraestrutura, desafios e necessidades, com base em respostas a um questionário aplicado.
Metodologia
Estudo exploratório, quantitativo e descritivo. Foi utilizado um questionário como instrumento de coleta, com 29 perguntas e 7 variáveis para análise: Perfil dos respondentes; Panorama Geral do SISST: Existência, Tipo, Características e Objetivos; Infraestrutura Técnica e Operacional; Integração e Coleta de Dados; Recursos e Financiamento; Atividades e Colaboração; Desafios e Necessidades. O questionário foi enviado por e-mail às SES no dia 04 de novembro de 2024. A coleta foi realizada entre 05 de novembro e 04 de dezembro de 2024. Responderam ao questionário 18 SES. Os resultados foram analisados no PowerBi com uma análise comparativa e intersecções de Práticas nos SISSTS entre os estados.
Resultados
A análise revelou uma acentuada heterogeneidade e fragilidade nos SISST estaduais. A maior concentração de respostas foi entre os agentes públicos (55,6%). Predomina o uso de ferramentas não especializadas (planilhas - 56,6%, métodos manuais- 44,4%), com poucos sistemas informatizados dedicados (11,1%). Identificou-se: Lacuna Tecnológica: infraestrutura deficiente, armazenamento de dados fragmentado e inseguro (incluindo papel - 18,9%), e ausência de software específico (88,9%); Problemas de Dados: baixa integração com sistemas internos (SES, 6,6%) e nacionais (Ministério da Saúde - MS, 0%); Escassez Crítica de Recursos: falta de orçamento e pessoal dedicado na maioria dos estados (16,7%).
Conclusões/Considerações
Existe um descompasso significativo entre a importância estratégica do SISST e sua realidade operacional precária na maioria dos estados. O fortalecimento do SISST é urgente e requer investimento coordenado em tecnologia, recursos dedicados (financeiros e humanos), capacitação, padronização de dados, integração de sistemas e articulação interinstitucional, visando garantir a efetiva proteção e promoção da saúde dos trabalhadores no âmbito do SUS.

Realização: