
Programa - Comunicação Oral Curta - COC7.4 - Comunicação Popular e Coletiva em Saúde
01 DE DEZEMBRO | SEGUNDA-FEIRA
08:30 - 10:00
08:30 - 10:00
CONSTRUÇÃO COLABORATIVA DE MATERIAIS INFORMATIVOS NO PROJETO COMUNICA FAVELA: JUNTOS CONTRA O ESTIGMA, PRECONCEITO E DISCRIMINAÇÃO DO HIV/AIDS - CEDAPS/FUNDO POSITIVO
Comunicação Oral Curta
1 UFRJ
2 CEDAPS
Período de Realização
Julho de 2024 a fevereiro de 2025
Objeto da experiência
Oficina de educomunicação (facilitação) e produção de materiais informativos para enfrentamento do estigma, discriminação e preconceito do HIV/Aids
Objetivos
Desenvolvimento participativo, com ativistas e lideranças comunitárias que atuam com o HIV/Aids, de materiais de comunicação para disseminação de informações sobre IST/HIV/Aids em favelas e periferias para combater o estigma, o preconceito e a discriminação com pessoas que vivem com HIV/Aids.
Descrição da experiência
A experiência ocorreu na ONG/OSC CEDAPS - Centro de Promoção da Saúde, com a facilitação de uma oficina de educomunicação com ativistas e lideranças comunitárias, onde foram levantadas as informações prioritárias, o formato e a linguagem adequadas para comunicar sobre IST/HIV/Aids para população de favelas e periferias, e a partir desse levantamento foram desenvolvidos materiais digitais e físicos que foram disseminados por lideranças comunitárias que atuam nesses territórios.
Resultados
Os materiais, com mensagens e conteúdos em linguagem popular, foram disseminados para 136 lideranças comunitárias de favelas e periferias. Os digitais, através das mídias sociais, alcançaram 863.143 pessoas. Além disso, com as oficinas houve a construção de um espaço seguro e reflexivo, permitindo que pessoas vivendo com HIV/Aids compartilhassem suas experiências e desafios, promovendo acolhimento e fortalecimento, com a participação de 50 representantes de favelas e periferias na discussão.
Aprendizado e análise crítica
A experiência demonstrou que o desenvolvimento de materiais informativos construídos colaborativamente com pessoas que fazem parte do público a quem se destina a informação, possuem ótima apreensão do conteúdo, e a vivência de pessoas que estão na temática central (PVHA) proporciona que os pontos mais importantes de serem abordados estejam presentes. Além disso, evidenciou a falta de materiais informativos adequados sobre a temática para as populações em maior situação de vulnerabilidade social.
Conclusões e/ou Recomendações
Recomenda-se mais incentivo e investimento para a produção de materiais informativos construídos de maneira participativa com pessoas que integram o público-alvo da informação, por se tratar da melhor fonte de conhecimento a respeito da linguagem e conteúdo adequados. A comunicação é uma ferramenta potente para contribuição na redução do estigma, preconceito e discriminação enfrentados por pessoas vivendo com HIV/Aids.
DENGUE? MOBILIZE! JOGO DE TABULEIRO COMO FERRAMENTA EDUCATIVA NA PROMOÇÃO DA SAÚDE E VIGILÂNCIA EM SAÚDE
Comunicação Oral Curta
1 EPSJV/FIOCRUZ
2 CDTS/FIOCRUZ
3 UNIGRANRIO
Período de Realização
Setembro a dezembro de 2024
Objeto da produção
Protótipo de jogo educativo voltado à mobilização social contra a dengue para estudantes do Ensino Médio de escolas públicas.
Objetivos
Produzir, aplicar e avaliar um jogo de tabuleiro como instrumento de educação e mobilização territorial no enfrentamento à dengue, integrando ações de promoção da saúde e vigilância em saúde, com foco em estudantes do Ensino Médio de escolas públicas.
Descrição da produção
Referenciado nos princípios da vigilância em saúde e da promoção da saúde, o jogo aborda determinantes sociais da dengue e estratégias de prevenção, estimulando o debate, cooperação e a análise territorial. A experiência foi avaliada por observação de participantes e grupo focal, considerando: usabilidade; relevância do conteúdo para a realidade vivida pelos estudantes e aprendizagem percebida, segundo roteiro adaptado do instrumento MEEGA+.
Resultados
O jogo gerou alto envolvimento dos participantes, favorecendo a reflexão sobre a dengue, o papel do vetor, os fatores socioambientais e a mobilização comunitária. Foi percebido como recurso acessível, atrativo, divertido e educativo. As interações durante a atividade revelaram potencial do jogo como instrumento da vigilância em saúde e apoio à educação em saúde nos territórios, reforçando ainda a importância da vacinação e o papel do SUS no combate a endemias e no atendimento à população.
Análise crítica e impactos da produção
O jogo “Dengue? Mobilize!” foi desenvolvido como instrumento educativo para estimular o engajamento comunitário no enfrentamento da dengue. A produção do jogo materializa a articulação entre educação, território e saúde. Sua aplicação evidenciou o potencial dos jogos nas ações de vigilância em saúde e participação social, engajando a população no enfrentamento de problemas de saúde pública.
Considerações finais
“Dengue? Mobilize!” é ferramenta educativa que fortalece a promoção da saúde e a vigilância em saúde nos territórios. Aplicado em escolas públicas, aproximou estudantes de temas do cotidiano, estimulando debate e reflexão crítica. Comunicação oral com protótipo em mesa. Duração: 30 minutos
ESTRATÉGIA DE VACINAÇÃO CONTRA A INFLUENZA: FORMATOS DE COMUNICAÇÃO ADOTADAS PELO MINISTÉRIO DA SAÚDE
Comunicação Oral Curta
1 ISC/UFBA
Apresentação/Introdução
A comunicação de risco, essencial em campanhas de vacinação, deve ser fundamentada em evidências e promover diálogo com diferentes públicos, considerando percepções, crenças e contextos culturais. Para isso, é fundamental combater a desinformação, ampliar o acesso à informação confiável, integrar atores locais e garantir estratégias centradas no usuário e nos princípios do SUS.
Objetivos
Analisar as estratégias e formatos de comunicação utilizados para a campanha de Influenza no ano de 2025 adotadas pelo Ministério da Saúde.
Metodologia
Foi realizada uma caracterização e análise das estratégias de comunicação construídas a partir do documento: “Estratégia de Vacinação contra a Influenza nas regiões Nordeste, Centro-Oeste, Sul e Sudeste 2025” desenvolvido pelo Ministério da Saúde (MS). Considerou-se nas peças comunicacionais do Instagram e do site do MS. Para isso foi analisado a partir de critérios chaves para o SUS, como Vigilância em saúde; Assistência à saúde; Promoção da saúde; e Educação em Saúde; e das categorias temáticas de comunicação observando: Clareza da linguagem; Modelo de comunicação predominante; Diversidade de atores; e Diferentes contextos.
Resultados
As peças comunicacionais apresentam linguagem clara e acessível, o que favorece a Promoção da Saúde ao abordar sintomas da gripe, importância da vacinação e grupos prioritários. No entanto, há pouca articulação explícita com ações de Vigilância em Saúde, o que enfraquece a integração com o monitoramento epidemiológico. Observa-se ainda, escassa diversidade de atores representados, com pouca presença de sujeitos comunitários e recortes étnico-raciais, falhando também em contextualizar realidades regionais, o que compromete a apropriação da informação e predomina um modelo vertical e informativo de comunicação. A campanha precisa fortalecer o diálogo, a representatividade e a territorialização.
Conclusões/Considerações
Foi possível observar que o Ministério da Saúde adota uma estratégia midiática e “publicitária” em torno da campanha, operando a partir do gerenciamento de crise sem trabalhar com a população na perspectiva da promoção à saúde, com baixa interação e participação do público e pautado na contenção de risco e não na prevenção. Assim, é necessário pensar uma campanha precisa e fortalecer o diálogo, a representatividade e a territorialização.
EXPERIÊNCIAS DE COMUNICAÇÃO POPULAR NA SAÚDE MENTAL: EXPRESSÃO, RESISTÊNCIA E PROTAGONISMO NO COLETIVO DESENCUCA
Comunicação Oral Curta
1 COLETIVO DESENCUCA
2 MINISTÉRIO DA SAÚDE
Período de Realização
De 2013 até a atualidade, com ênfase nas ações comunicativas entre 2018 e 2025.
Objeto da experiência
Compartilhar práticas de comunicação popular no campo da saúde mental, com foco na expressão de sujeitos historicamente excluídos.
Objetivos
Compartilhar práticas de comunicação popular em saúde mental desenvolvidas pelo Coletivo Desencuca, valorizando a expressão de sujeitos excluídos, o fortalecimento da luta antimanicomial e o cuidado em liberdade por meio da arte e da mídia comunitária.
Descrição da experiência
O Coletivo Desencuca atua em Goiânia desde 2013 como movimento autônomo e autogerido formado por usuários da RAPS, artistas, trabalhadores da saúde e pessoas em situação de vulnerabilidade. Entre suas ações comunicativas, destacam-se o programa de rádio Fala Desencuca (2018), o Cineclube Cuca Maluca (2023), exposições, intervenções culturais e formações, como formas de expressão, denúncia e formação crítica. Atua em redes com CAPS, universidades, movimentos sociais e culturais.
Resultados
As ações comunicativas fortaleceram o protagonismo de pessoas com histórico de sofrimento psíquico e exclusão social. A rádio popularizou temas como reforma psiquiátrica, direitos humanos e cuidado em liberdade. O cineclube ampliou o debate sobre saúde mental em espaços públicos. O coletivo se tornou referência em comunicação comunitária na saúde, integrando práticas culturais e midiáticas ao cuidado.
Aprendizado e análise crítica
A experiência revelou a potência da comunicação como prática de cuidado, formação e mobilização social. Foi possível perceber que a linguagem acessível, a escuta ativa e o protagonismo dos participantes ampliam a efetividade das ações. Entretanto, a ausência de financiamento permanente e a dificuldade de sustentação técnica dos meios comunicativos desafiam a continuidade dessas práticas.
Conclusões e/ou Recomendações
A comunicação popular deve ser reconhecida como parte das estratégias de cuidado e promoção de saúde mental. Recomenda-se maior valorização e financiamento de iniciativas autônomas, com foco em mídia livre e protagonismo dos usuários. Tais práticas ampliam o acesso à informação, fortalecem redes de apoio e contribuem para uma saúde pública mais democrática, crítica e humanizada.
NARRATIVAS PALIATIVAS: ANÁLISE SOCIOANTROPOLÓGICA SOBRE A EXIBIÇÃO DO ADOECIMENTO POR MULHERES JOVENS EM ASSISTÊNCIA PALIATIVA NO INSTAGRAM
Comunicação Oral Curta
1 Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) -Instituto de Estudos de Saúde Coletiva (IESC)
Apresentação/Introdução
A pesquisa analisa as postagens de mulheres jovens que estão em atendimento paliativo, no Instagram. Inspiradas em AnaMi (@paliativas), as narrativas revelam transformações nas/das sensibilidades contemporâneas, nos limites entre público e privado e nos modos de vivenciar a terminalidade.
Objetivos
Apreender os sentidos, valores, emoções e objetivos expressos nas experiências de adoecimento;
Descrever alterações físicas, profissionais, financeiras e familiares relatadas nas narrativas;
Refletir sobre elementos invisibilizados na (hiper)exposição.
Metodologia
Trata-se de pesquisa qualitativa com base em etnografia realizada em ambiente digital, fundamentada na perspectiva crítica das ciências sociais em saúde. O campo de investigação é a plataforma Instagram. A seleção dos perfis foi orientada por hashtags específicas (#paliativas, #cuidadospaliativos) e considerou número de seguidores e capital midiático. Foram coletados posts, vídeos, reels, stories, entrevistas em podcasts e vídeos do YouTube relacionados. A análise busca compreender como se articulam os elementos de subjetividade, ativismo, estética e bioeconomia nas narrativas, reconhecendo a interdependência entre online e offline nas construções de sentido.
Resultados
As análises preliminares indicam um padrão narrativo centrado na exibição afetiva e performática do adoecimento, com forte apelo ao engajamento social e emocional. As autoras reafirmam autonomia, fruição da vida e dignidade, enquanto denunciam o silenciamento institucional. Atuam como “empreendedoras morais”, articulando ativismo, reconhecimento e financiamento coletivo. A estética das postagens configura uma “morte espetacular”, que desafia o modelo biomédico, silencioso e oculto, entretanto pode propiciar invisibilização de emoções e sensações como medo, dor crônica, fracasso terapêutico e o processo do morrer.
Conclusões/Considerações
As narrativas paliATIVAS tensionam modelos tradicionais de terminalidade, ao exibir dor, fragilidade e morte como partes integrantes do viver. A presença digital de jovens configura uma biopolítica que reivindica reconhecimento, autonomia e cuidado. O estudo contribui à Saúde Coletiva, ao refletir sobre os impactos das tecnologias digitais na produção de subjetividades e nos desafios éticos, afetivos e políticos dos cuidados paliativos.
O YOUTUBE COMO ESPAÇO DE CUIDADO? UMA REVISÃO DE ESCOPO ACERCA DA PRÁTICA DE ILLNESS VLOGGING
Comunicação Oral Curta
1 UFBA
Apresentação/Introdução
Sendo a comunicação, o pertencimento e a aceitação em grupos sociais necessidades e direitos humanos básicos, aponta-se que a decisão de visitar redes de pares online no YouTube pode ser um momento crucial da experiência de adoecimento, especialmente para quem vive com condições de saúde estigmatizadas, crônicas e/ou contestadas.
Objetivos
Tem-se por objetivo mapear e interpretar as evidências disponíveis na literatura acerca de como e porquê experiências de saúde-doença-cuidado são compartilhadas no YouTube (illness vlogging).
Metodologia
A metodologia foi estruturada com base no Joanna Briggs Institute Manual for Evidence Synthesis. A pergunta de pesquisa fora definida em função do acrônimo “PCC”: P - população (pessoas que vivem com alguma doença); C - conceito (illness vlogging); C - contexto (YouTube). A coleta dos dados foi feita em junho de 2024, e os estudos foram identificados a partir das bases: PubMed, LILACS/BVS, Web of Science, Scopus e Scielo. Os descritores utilizados foram: youtube AND (doença OR enfermidade OR condição) AND (vlog OR experiência OR história OR narrativa) em inglês, espanhol e português. Os resultados foram interpretados à luz da socioantropologia da saúde e do pensamento afrodiaspórico.
Resultados
No total, tem-se 20 estudos selecionados, perfazendo 995 vlogs e 3.897 comentários. As condições de saúde mais abordadas foram relacionadas à saúde mental, condições crônicas, contestadas e câncer. Dentre o conjunto de praticalidades empreendidas por esses sujeitos ao longo dos seus itinerários de cura e cuidado, tem-se o momento em que, através de uma câmera, se mostra e/ou conta como viver como uma dada condição de saúde é feita-na-prática. Contudo, a produção dos vídeos é apenas uma parte do que estamos chamando de enactment audiovisual de tais condições. Dentre as motivações, tem-se: ajudar os pares, denunciar injustiças, ser compreendido e documentar o tratamento em vista da cura.
Conclusões/Considerações
Faz-se necessário que o campo da saúde coletiva faça certa vigilância para que a “informação” (seu conteúdo e qualidade) não seja o único foco de atenção das pesquisas sobre plataformas de mídias sociais, em detrimento da comunicação. Ou seja, da pluralidade de agenciamentos e disposições de indivíduos e grupos sociais no que concerne ao processo de apropriação das plataformas de mídias sociais para falar sobre saúde.
REDE DE JOVENS COMUNICADORES: COMUNICAÇÃO POPULAR E VIGILÂNCIA POPULAR EM SAÚDE NOS TERRITÓRIOS PERIFÉRICOS DO RJ
Comunicação Oral Curta
1 Associação Experimental de Mídia Comunitária – BEMTV – Prefeitura Municipal de Niterói
2 Associação Experimental de Mídia Comunitária – BEMTV – Universidade Federal do Rio de Janeiro
3 Associação Experimental de Mídia Comunitária – BEMTV
Período de Realização
De abril de 2020 até o presente (experiência ativa e em expansão contínua nos territórios atendidos)
Objeto da experiência
Formação de jovens de favelas como comunicadores populares, atuando no enfrentamento à desinformação e promoção da saúde em comunidades periféricas do RJ.
Objetivos
Formar jovens como comunicadores populares em saúde para enfrentar desinformação e ampliar o acesso à informação segura e aos serviços do SUS; fortalecer redes locais de comunicação, estimular a participação social e valorizar saberes periféricos na construção do cuidado em saúde.
Descrição da experiência
Desenvolvido pela Bem TV desde 2020, o projeto forma jovens moradores de favelas de Niterói, São Gonçalo e Rio de Janeiro para atuar na produção e difusão de conteúdos sobre saúde, direitos sociais e meio ambiente. A metodologia envolve trilha formativa digital (Pluriverso), uso de tecnologias de baixo custo e vigilância popular em saúde, com foco no enfrentamento à desinformação, na valorização territorial e no fortalecimento do SUS junto às comunidades.
Resultados
Foram formados mais de 1500 jovens comunicadores, com alcance de mais de 180 mil pessoas nos territórios. Produção de mais 200 conteúdos sobre saúde, vacinação, direitos sociais e ambientais. Cerca de 70% da população relatou maior capacidade de reconhecer fake news. Jovens ampliaram vínculos comunitários e protagonizaram ações de comunicação, incidência política e vigilância popular em saúde, atuando como pontes entre população e SUS.
Aprendizado e análise crítica
A experiência evidenciou que comunicação é um direito que sustenta outros direitos. A formação em comunicação popular é potente ferramenta de promoção da saúde e enfrentamento às desigualdades. Os jovens se revelaram protagonistas fundamentais, e o trabalho em rede mostrou-se essencial. Enfrentou-se a exclusão digital com estratégias criativas e coletivas, demonstrando que tecnologias acessíveis e comunicação comunitária são caminhos viáveis e sustentáveis de transformação social.
Conclusões e/ou Recomendações
A experiência reforça a importância da comunicação popular como estratégia estruturante do SUS. Recomenda-se que políticas públicas incentivem formações em educação e comunicação popular em saúde nos territórios vulnerabilizados. O direito à comunicação deve ser reconhecido como ferramenta de cuidado e cidadania. Redes de jovens comunicadores populares são fundamentais para promover saúde, garantir direitos e democratizar o acesso à informação.
RELATO DE EXPERIÊNCIA: A UTILIZAÇÃO DAS MÍDIAS SOCIAIS COMO FERRAMENTA ESTRATÉGICA PARA PROMOÇÃO E COMUNICAÇÃO EM SAÚDE
Comunicação Oral Curta
1 UnB
Período de Realização
A experiência foi vivenciada no período de 18 de março a 28 de junho de 2024.
Objeto da experiência
A Unidade Básica de Saúde 17 (Tipo 2) de Ceilândia, em Brasília, está situada no P Sul, é responsável pelo atendimento dos territórios de Pôr do Sol.
Objetivos
Relatar a experiência vivenciada durante o estágio obrigatório realizado no cenário de atenção básica do curso de Saúde Coletiva, enfatizando o uso da comunicação como uma ferramenta estratégica para a promoção da saúde.
Descrição da experiência
O estágio na UBS 17 foi uma experiência que possibilitou identificar melhorias e propor intervenções. A principal atividade foi a gestão do Instagram institucional, visando fortalecer a comunicação com a comunidade e ampliar o acesso a informações de saúde. Foram produzidos conteúdos sobre o território, exames preventivos, campanhas como "Maio Amarelo", vacinação, grupos de bem-estar e o Bolsa Família. Para fortalecer o vínculo da unidade com a comunidade, foi criada uma logo exclusiva.
Resultados
Como resultado, observou-se um aumento significativo na procura por serviços ofertados pela unidade, especialmente em relação aos exames preventivos e à vacinação contra a poliomielite. Além disso, houve crescimento expressivo nos cadastros e no acompanhamento dos beneficiários do Programa Bolsa Família. Esses resultados evidenciam o impacto positivo da comunicação digital na promoção da saúde e na aproximação da comunidade com os serviços da Atenção Primária por meio das mídias sociais.
Aprendizado e análise crítica
A elaboração de conteúdos atrativos e acessíveis possibilitou a tradução do conhecimento no olhar do sanitarista, transformando os conhecimentos técnicos em mensagens objetivas e engajantes, abordando temas de grande relevância, como prevenção de doenças e campanhas de vacinação. Essa prática contribuiu para a redução das barreiras de comunicação entre a unidade de saúde e a população, promovendo maior conscientização sobre cuidados com a saúde.
Conclusões e/ou Recomendações
O uso do Instagram mostrou-se uma estratégia eficaz para ampliar o alcance das informações e fortalecer a conscientização da comunidade sobre temas de saúde pública. Essa experiência teve papel fundamental na formação do bacharel em Saúde Coletiva, ao integrar práticas de comunicação em saúde com as necessidades do território, desenvolvendo habilidades técnicas, críticas e criativas essenciais para a atuação profissional.
VOZES NA REDE: PODCAST DE ESCUTA SENSÍVEL E PROTAGONISMO SOCIAL NA SAÚDE MENTAL
Comunicação Oral Curta
1 UNICAMP
Período de Realização
Projeto iniciado em 2020, com três temporadas lançadas e uma nova prevista para 2025.
Objeto da experiência
Relato de experiência da extensão universitária “Vozes na Rede”, um podcast que articula escuta ativa e participação social na saúde mental.
Objetivos
Promover reflexões sobre o campo da saúde mental, valorizando o envolvimento de diferentes atores sociais na manutenção da RAPS e desmistificando o tema de forma prática e dialogada, por meio da produção do podcast “Vozes na Rede”.
Descrição da experiência
“Vozes na Rede” é um projeto de extensão iniciado em 2020, voltado à produção de um podcast sobre saúde mental. Ao longo de três temporadas, os episódios promoveram a construção coletiva de saberes e compartilhamento de experiências. Participaram do podcast professores, estudantes e profissionais da RAPS de diferentes regiões do Brasil, e, na nova temporada, foram convidadas pessoas usuárias dos serviços comunitários de saúde mental.
Resultados
A experiência ampliou o debate sobre saúde mental ao promover encontros, escuta e articulação político-social entre diferentes atores. Os episódio se consolidaram como espaço de expressão, educação e valorização de trajetórias singulares, fortalecendo o envolvimento social e a visibilidade das experiências nas redes vivas de cuidado. Contribuiu para desmistificar o campo da saúde mental e estimular o engajamento social dos convidados e ouvintes.
Aprendizado e análise crítica
A experiência evidenciou a potência das mídias digitais como espaços de resistência, cuidado e produção de sentidos coletivos. Evidenciou-se a escuta ativa como ferramenta metodológica e política, enquanto a pluralidade de vozes ampliou o impacto formativo e social do podcast. Contudo, desafios como a sustentabilidade das ações, a manutenção do engajamento dos ouvintes e o cuidado ético na exposição das vozes exigem atenção constante às estratégias de comunicação e mobilização.
Conclusões e/ou Recomendações
Projetos de extensão como “Vozes na Rede” revelam o potencial interseccional e transformador do diálogo entre saúde e educação, e da escuta na saúde mental. A extensão universitária se fortalece quando valoriza práticas colaborativas, escuta qualificada e participação social. Recomenda-se fortalecer parcerias com coletivos, movimento sociais e mídias independentes, ampliando o diálogo com os territórios e o protagonismo dos atores sociais.
ENCRUZILHADA DE SABERES NA EDUCAÇÃO INFANTIL: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA SOBRE EDUCAÇÃO POPULAR EM SAÚDE E LETRAMENTO RACIAL NA PRIMEIRA INFÂNCIA
Comunicação Oral Curta
1 UFRB
2 UFBA
Período de Realização
20 de abril a 16 de agosto de 2024.
Objeto da experiência
Práticas educativas sobre bullying, racismo e suas diferenças com crianças de uma turma do fundamental no ensino público de Santo Antônio de Jesus-BA.
Objetivos
Compartilhar a experiência de desenvolvimento de oficinas orientadas pela Educação Popular com crianças da educação básica sobre as diferenças entre bullying e racismo, reconhecendo as diferentes formas de discriminação racial e suas consequências no cotidiano familiar, escolar e comunitário.
Descrição da experiência
Trata-se da experiência de discentes do Bacharelado Interdisciplinar em Saúde que, por meio da Extensão Popular, desenvolveram oficinas participativas com crianças do Ensino Fundamental sobre bullying e racismo. Os encontros envolveram a investigação do universo vocabular: temas geradores identificados a partir da realidade vivida; Codificação e problematização: a partir da gamificação, para a construção coletiva de um material educativo, visando contribuir para o letramento racial das participantes.
Resultados
Como produto da práxis educativa, foi construído com as crianças, em sua maioria negras e periféricas, um álbum seriado sobre bullying e racismo, utilizando recursos criativos. Articulando habilidades motoras e reflexivas, cada página do álbum foi desenvolvida a partir de atividades pedagógicas interativas sobre letramento racial realizadas em cada encontro, adequadas à linguagem e ao contexto, com o uso de metodologias ativas que envolveram recorte, vídeos, desenhos, lápis e tintas.
Aprendizado e análise crítica
Falar de violência com crianças é complexo e desafiador, sobretudo porque envolve primeiro escutar biografias atravessadas pelo racismo cotidiano desde a primeira infância, ao mesmo tempo um contexto escolar marcado pela hegemonia do discurso da democracia racial. As oficinas possibilitaram articular saber teórico e práxico, entre sala de aula e território, viabilizada pela escuta ativa, dialógica e respeitosa à alteridade, a partir de um processo educativo afetivo e problematizador.
Conclusões e/ou Recomendações
Destacamos a atualidade da Educação Popular para a formação interdisciplinar e ampliada na saúde. Os recursos lúdicos e didáticos, aliados à horizontalidade, potencializaram o processo educativo, possibilitando o protagonismo das crianças nas discussões e na co-construção do álbum seriado, que teve como ponto de partida suas próprias experiências e histórias de vida, viabilizando a ressignificação de sentidos sociais sobre bullying e racismo.
VILA PRAIA NEWS: PROMOVENDO COMUNICAÇÃO EM SAÚDE DE MANEIRA CLARA E ACESSÍVEL
Comunicação Oral Curta
1 SBIBAE
Período de Realização
Em andamento desde 02/2024.
Objeto da experiência
Elaboração do jornal “Vila Praia News” pela equipe de saúde e o time de segurança da Unidade Básica de Saúde Vila Praia.
Objetivos
Informar, educar e estreitar laços entre os profissionais de saúde e a população atendida na unidade de saúde e conscientizar a comunidade sobre a importância da segurança do paciente e a segurança do trabalhador.
Descrição da experiência
Em fevereiro de 2024, após reuniões entre a equipe de saúde e o time de segurança da UBS Vila Praia, foi elaborado o jornal com os temas: Artigos Educativos (alimentação, atividade física e saúde mental), Agenda de Eventos (informações sobre campanhas de vacinação e atividades comunitárias) e Práticas Seguras (segurança do trabalhador e paciente). O jornal é distribuído na sala de espera da unidade, fixado no quadro de anúncios e enviado via aplicativo de comunicação para a população.
Resultados
Os usuários dão retornos positivos da ação, sentem-se mais engajados em seu autocuidado e dispostos a participar das ações e campanhas de vacinação. Há melhora da comunicação interna e externa, ao ampliar o acesso à informação, promoção da interação entre profissionais e população e da adesão às boas práticas de segurança. A ação promove também a prática interprofissional, ao envolver diferentes categorias na sua elaboração, fortalece o trabalho em equipe, colaboração e troca de conhecimentos.
Aprendizado e análise crítica
O “Vila Praia News” consolidou-se como importante canal de comunicação, sendo instrumento da promoção da segurança do paciente e dos profissionais de saúde e da saúde da população. A experiência demonstrou também o impacto positivo de iniciativas que visam aproximar os profissionais de saúde da comunidade, bem como os benefícios da troca interprofissional dos trabalhadores para o aprendizado mútuo e fortalecimento do vínculo da equipe.
Conclusões e/ou Recomendações
Os profissionais da Unidade Básica de Saúde Vila Praia planejam continuar o projeto, buscando novas maneiras de envolver mais os trabalhadores e a comunidade na sua criação, de desenvolver temas que atendam às suas necessidades, trabalhando para a promoção da saúde da população e a construção de um ambiente mais seguro.

Realização: