
Programa - Comunicação Oral Curta - COC7.1 - Vigilâncias, hábitos e estrategias midiáticas
01 DE DEZEMBRO | SEGUNDA-FEIRA
08:30 - 10:00
08:30 - 10:00
"PODCAST: PAPO COMPRIMIDO": USO DAS MÍDIAS SOCIAIS PARA VEICULAÇÃO DE INFORMAÇÕES QUANTO AO USO MEDICINAL DE PRODUTOS DERIVADOS DE CANNABIS SATIVA L.
Comunicação Oral Curta
1 UNEB
Período de Realização
O período de realização do podcast “Papo Comprimido” foi de outubro de 2022 a junho de 2023.
Objeto da produção
A temporada do podcast “Papo Comprimido” aborda o uso medicinal da Cannabis, promovendo diálogo e informação sobre esses medicamentos.
Objetivos
Usar ferramentas como o podcast Papo Comprimido para divulgar informações claras e científicas sobre o uso medicinal da Cannabis, promovendo a tradução do conhecimento, o combate à desinformação e o uso racional de medicamentos.
Descrição da produção
A segunda temporada do podcast Papo Comprimido foi desenvolvida a partir de uma metodologia composta por etapas como definição de temas, elaboração de roteiros, criação de vinheta, gravação, edição, publicação e distribuição. Os episódios foram hospedados na plataforma Spotify, devido ao seu amplo alcance. A divulgação foi reforçada por meio de redes sociais como Instagram e WhatsApp, com o objetivo de ampliar o acesso e o engajamento do público com o conteúdo.
Resultados
A temporada produziu e disponibilizou três episódios: “Você sabia que a maconha pode ser usada como remédio?”; “História do uso da cannabis medicinal”; “Regulamentação dos produtos derivados de cannabis para fins medicinais”.Os episódios foram guiados por roteiro previamente estruturadocom cerca de 15 minutos de duração. Adotou-se uma linguagem clara, acessível e sensível às especificidades regionais, favorecendo uma abordagem informativa, fluida e compreensível dos temas propostos.
Análise crítica e impactos da produção
As estatísticas disponibilizadas pela plataforma Spotify indicaram um número significativo de ouvintes, com um total de 165 cliques e um pico de 64 cliques no último episódio. Os dados demográficos revelaram que a audiência foi majoritariamente composta por mulheres (64,8%) e a faixa etária predominante foi entre 35 a 44 anos (24,8%). Esses dadosapontam para um projeto bem-sucedido em termos de engajamento, mas com oportunidades claras de expansão e aprimoramento em caso de continuidade.
Considerações finais
O podcast Papo Comprimido mostrou-se uma ferramenta inovadora para divulgar informações sobre o uso medicinal da Cannabis sativa L., aproximando o conhecimento científico da sociedade. A produção contribuiu para o enfrentamento da desinformação e reforçou o papel da comunicação em saúde como estratégia de educação, extensão e promoção do uso racional de medicamentos.
CIDADANIA LÍQUIDA E CIGARRO ELETRÔNICO: UM OLHAR DA COMUNICAÇÃO E SAÚDE SOBRE A IDEOLOGIA NAS NARRATIVAS JORNALÍSTICAS DA FUMAÇA AO VAPOR
Comunicação Oral Curta
1 Fundação Oswaldo Cruz, Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde. Programa de Pós-Graduação em Informação e Comunicação em Saúde. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Apresentação/Introdução
O tabagismo é uma das principais causas de mortes no mundo. A indústria tem a comunicação como estratégia primordial para se manter no mercado e obter novos dependentes. Embora haja grande alcance de restrição de publicidade, as narrativas jornalísticas podem cristalizar sentidos no imaginário social, favorecendo ideologias que em que o cidadão é apenas um consumidor e não sujeito de direitos.
Objetivos
Analisar como as narrativas jornalísticas, articuladas com o contexto histórico e político, modulam a construção de sentidos em torno da cidadania e saúde pública,evidenciando disputas ideológicas na arena midiática do controle do tabaco.
Metodologia
A análise será em três jornais de maior circulação nacional: Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo e O Globo em interface com outros suportes midiáticos. O recorte é de seis meses da publicação da lei antifumo em 1996 e em seis meses de tramitação do Projeto de Lei 5008/2024, para fins de contemporaneidade. Com base na análise pragmática da narrativa desenvolvida por Motta (2013), acessaremos, para além do texto em si, as próprias representações sociais contidas nas construções argumentativas. O método indiciário de Ginzburg (1989) nos permitirá revelar elementos estruturantes de ideologias, por meio de indícios, detalhes, aparentemente insignificantes, que revelam estruturas mais amplas.
Resultados
Foram encontradas 1002 ocorrências para a palavra "cigarro" no período de 1996. E 375 para o período 23/24 que trata de cigarros eletrônicos. Até o momento, foram submetidas a um primeiro plano de análise, 834 ocorrências. Descartamos 372 por não trazerem sentido com o objeto da pesquisa e 462 categorizadas conforme o núcleo sintático e semântico em: " lei antifumo", "comportamento", " estado x indústria", " saúde x doença". Essas ocorrências estão sendo reunidas por similaridade e submetidas a um segundo plano de análise: de conteúdo. E por fim, ao plano da análise da metarrativa, a fim de revelar a estrutura profunda dos modelos ideológicos dominantes nas narrativas que envolvem cigarros.
Conclusões/Considerações
Entendemos que todo enunciado é ideológico e que as narrativas produzidas pela mídia são centrais para as sociedades em que estão inseridas. A análise preliminar dos resultados nos dá indícios de que, embora a publicidade seja proibida, ela aparece de forma velada, por vezes associada ao conteúdo jornalístico, apontando inclinação neoliberal e favorecendo discursos que privilegiam o mercado de tabaco em contraposição à saúde do cidadão.
COMUNICAR SAÚDE EM TEMPOS DE CRISE: ESTRATÉGIAS E DESAFIOS DA ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO DA ANVISA DURANTE A PANDEMIA DE COVID-19
Comunicação Oral Curta
1 Fiocruz-Brasília
Apresentação/Introdução
Durante a pandemia de covid-19, observou-se a necessidade de comunicar saúde de maneira mais correta e precisa, em meio às incertezas científicas. Considerando a emergência sanitária, a escassez de informações científicas sobre a doença e o papel de instituições públicas sanitárias como a Anvisa, entende-se relevante compreender o trabalho de sua Assessoria de Comunicação durante a pandemia.
Objetivos
O estudo teve como objetivo analisar as estratégias de comunicação utilizadas pela Assessoria de Comunicação da Anvisa durante a pandemia de covid-19, bem como mapear os desafios e possibilidades enfrentados por essa assessoria no contexto da crise.
Metodologia
Trata-se de um estudo qualitativo, descritivo e exploratório. Foi realizada pesquisa bibliográfica sobre o tema, seguida de trabalho de campo com entrevistas semiestruturadas em profundidade realizadas com cinco profissionais da Ascom/Anvisa diretamente envolvidos na comunicação institucional durante a pandemia de covid-19. As falas dos entrevistados foram submetidas à análise de conteúdo, com identificação de temas emergentes e confronto dos achados com referenciais teóricos em comunicação em saúde.
Resultados
Os resultados evidenciaram a adoção de estratégias de comunicação, como a disseminação multicanal de informações, o uso de linguagem simples e o monitoramento de redes sociais para combater rumores. Identificaram-se desafios como a necessidade de comunicação clara e acessível, o combate à desinformação e a gestão de pressões internas e externas durante a crise sanitária. Destacaram-se ainda como aprendizados de comunicação em saúde a importância da transparência e a necessidade de modernizar políticas internas para aprimorar a comunicação pública; como desdobramento, elaborou-se um Procedimento Operacional Padrão de comunicação de risco, consolidando as lições para futuras emergências.
Conclusões/Considerações
A pandemia de covid-19 colocou à prova a comunicação institucional da Anvisa, evidenciando a importância da transparência e de uma comunicação ágil e clara para manter a confiança pública em crises sanitárias. Apesar desses desafios, a crise catalisou inovações e aprendizados, reforçando a necessidade de aprimorar as estratégias de comunicação, investir na capacitação contínua da equipe e fortalecer a comunicação em saúde.
CONHECIMENTOS E PRÁTICAS EM SAÚDE DOS VENEZUELANOS DURANTE A PANDEMIA DA COVID-19 RESIDENTES EM MATO GROSSO E AMAZONAS
Comunicação Oral Curta
1 UFMT
2 UNIFESP
Apresentação/Introdução
Durante a pandemia da COVID-19, a disseminação de informações exerceu um papel importante na forma como as pessoas compreenderam a crise e, consequentemente, adotaram ou não medidas de prevenção e controle do vírus. Nesse cenário, emergiu um ecossistema de desinformação, cujo objetivo foi induzir o público a uma determinada opinião, questionando a eficácia das estratégias de saúde pública.
Objetivos
Compreender os conhecimentos e práticas em saúde, durante a pandemia de Covid-19, num grupo de migrantes venezuelanos residentes em Cuiabá e Manaus, buscando entender como o ecossistema de desinformação operou em suas práticas em saúde.
Metodologia
Este estudo se insere na pesquisa intitulada “Acesso à saúde e vulnerabilidades de migrantes internacionais no contexto de disseminação da COVID-19: uma pesquisa interinstitucional em rede colaborativa”. Foram analisadas 20 entrevistas com os venezuelanos residentes nas capitais de Mato Grosso (n=8) e Amazonas (n=12), situadas na Amazônia Legal. Os dados foram agrupados em quatro categorias previamente definidas: Condições de vida, Condições de Saúde, Conhecimentos sobre a pandemia, Práticas em Saúde. Adicionalmente, foram acionados os documentos de contextualização das entrevistas para auxiliar na compreensão das falas de cada migrante.
Resultados
Dentre os entrevistados, 50% souberam por rumores, conhecidos ou ao adoecerem, 45% obtiveram informações sobre a COVID-19 via redes sociais ou televisão e 5% não especificaram a fonte. A adesão ao isolamento foi dificultada pelas moradias compartilhadas e a necessidade de trabalho presencial, que implicou em cuidados adicionais especialmente no trabalho, como o distanciamento, uso de álcool em gel e máscaras. A decisão sobre a vacinação foi influenciada pela (des)confiança na ciência, experiências pessoais, exigências do trabalho, informações diversas e receios sobre efeitos colaterais. Enquanto 70% dos migrantes optaram pela vacinação, 30% preferiram não se vacinar.
Conclusões/Considerações
O ecossistema de desinformação se manifestou na exposição a informações falaciosas sobre a eficácia da vacina e teorias conspiratórias. A dificuldade em discernir informações confiáveis em um ambiente saturado de conteúdos contribuiu para o medo e desconfiança, influenciando na decisão individual de não se vacinar. O enfrentamento reside na garantia do direito à informação técnica, acessível e adequada a fim de promover a autonomia dos migrantes.
ESSA ERVA É BOA PARA QUÊ? ANÁLISE DA CADEIA COMUNICACIONAL SOBRE PLANTAS PARA O CUIDADO NO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO/RJ
Comunicação Oral Curta
1 PPGICS/ICICT/Fiocruz
Apresentação/Introdução
Desde 2006, a Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápico exalta e regulamenta as cadeias produtivas de plantas para o cuidado no Brasil. Porém, a valorização dos conhecimentos tradicionais e populares ainda enfrenta desafios. Em espaços de deliberação, o saber biomédico predomina, refletindo remanescentes históricos da construção da saúde ocidental, especialmente no Rio de Janeiro.
Objetivos
Identificar quais têm sido as vozes e fontes de informação popularmente referenciadas sobre plantas para o cuidado no município do Rio de Janeiro, RJ, de forma a mapear a cadeia comunicacional que compõem os sentidos a elas associados.
Metodologia
Como parte do desenvolvimento de uma investigação quanti-qualitativa de doutorado, em andamento, foi realizada pesquisa de opinião na maior feira livre em cada uma das cinco Áreas de Planejamento Administrativo do município do Rio de Janeiro/RJ, estabelecidas pelo órgão responsável. Foram aplicados 74 questionários estruturados para pessoas maiores de 18 anos que circulavam nas feiras, com questões sobre o consumo de plantas para a saúde e bem-estar e as fontes de informação consultadas para tal. Os resultados preliminares foram tratados por meio do software Excel e analisados sob a perspectiva de que a cadeia comunicacional interfere ativamente na forma como o direito à saúde é exercido.
Resultados
O uso de plantas para saúde foi relatado por 79,7% das pessoas abordadas, mas apenas 17,6% já receberam tal prescrição por profissionais de saúde, enquanto 86,5% costumam receber recomendações de pessoas conhecidas. Sobre as fontes de informação, 56,8% consultam pessoas conhecidas, em sua maioria as mais idosas e erveiras; 44,6% a plataforma Google e 4,1% os profissionais de saúde.
Diante disso, além da ausência da mediação de profissionais de saúde e de seu protagonismo como fonte de informação, foi observado que a cadeia comunicacional das plantas medicinais é operada a partir da circularidade dos conhecimentos tradicionais e populares em intenso processo de midiatização.
Conclusões/Considerações
Os resultados evidenciaram o quanto as pessoas idosas e erveiras, guardiãs do conhecimento tradicional e popular, operam como importantes repositórios de informação e polos comunicacionais para o contexto analisado. Contudo, pela possibilidade de apagamentos e silenciamentos nas narrativas midiáticas sobre o tema, é fundamental o monitoramento de quais são e como esses atores ou agentes concorrem para o protagonismo nessa cadeia comunicativa.
FEBRE OROPOUCHE: DA NEGLIGÊNCIA MIDIÁTICA AO ACONTECIMENTO MARGINAL
Comunicação Oral Curta
1 IS-SES/SP
2 UFSCar
3 USP
4 Não há
Apresentação/Introdução
O não acontecimento midiático tem sido adotado para referir-se a fenômenos de saúde que não repercutem na mídia de massa. Todavia, com base em uma reflexão foucaultiana, esse conceito seria contraditório, visto que a existência de notícias, mesmo em baixa frequência ou publicadas em veículos secundários, caracteriza um acontecimento. Estudo sobre a febre Oropouche ilustra essa questão.
Objetivos
Desde uma perspectiva foucaultiana e da noção de incidente crítico, no contexto da cobertura da febre Oropouche, problematizar o conceito de não acontecimento jornalístico e propor o de acontecimento marginal.
Metodologia
O corpus foi formado por 208 notícias (textos e vídeo-reportagens), veiculadas no período de 01/07/2024 a 01/03/2025 pelo Portal G1. A análise foi orientada pelos estudos críticos do discurso, com vistas à identificação das características da produção jornalística antes, durante e após as primeiras mortes registradas mundialmente por essa enfermidade. O aumento exponencial dos óbitos por febre Oropouche foram entendidos como incidentes críticos, eventos-chave que alteram a dinâmica cotidiana, produzindo efeitos e impactos em um dado contexto. Como incidentes críticos, os óbitos romperam a lógica de invisibilização midiática de massa e deram publicidade à doença, historicamente negligenciada.
Resultados
Houve produção midiática sobre a febre Oropouche no mês imediatamente anterior aos incidentes críticos – aumento exponencial dos óbitos fora da região amazônica, única do país em que a doença era endêmica havia décadas. Essas produções abordam a expansão territorial da Oropouche (arbovírus conhecido desde 1960, sua sintomatologia e as principais medidas de prevenção em relação ao vetor, mosquitos como o Culicoides paraenses. A cobertura de abrangência local passou a ser projetada exponencialmente para veículos nacionais após o incidente crítico, que toma parte considerável do noticiário. Três exemplos de notícia, antes, durante e depois serão utilizados para expor essas características.
Conclusões/Considerações
Houve cobertura da doença antes do incidente crítico, com uma estrutura relativamente estável e características de monitoramento. Assim, a doença não pode ser entendida como um não acontecimento. Daí propomos nomenclaturas alternativas a eventos desse tipo. Seguindo a proposta das doenças midiaticamente negligenciadas, postulamos o conceito de acontecimento de saúde midiaticamente marginalizado para a cobertura da Oropouche anterior aos óbitos.
LIDERANÇAS COMUNITÁRIAS E VIGILÂNCIA PARTICIPATIVA: O PAPEL DA LITERACIA EM SAÚDE E EM SAÚDE DIGITAL NO PROJETO ECOS DA ROTA
Comunicação Oral Curta
1 Secretaria Municipal de Porto Murtinho
2 Fiocruz Mato Grosso do Sul
3 PPGDIP-UFMS/ CIEVS-Secretaria Municipal de Saude de Campo Grande -MS
4 Fiocruz RJ
5 Fiocruz MS
6 FACOM -UFMS/Fiocruz MS/Secretaria Municipal de Saude de Campo Grande -MS
7 FACOM-UFMS
8 CIEVS- Secretaria Municipal de Saude de Campo Grande -MS
9 Escola Nacional de Saúde Publica-Fiocruz
Apresentação/Introdução
A literacia em saúde e digital são determinantes para a vigilância baseada na comunidade, especialmente em regiões vulneráveis, onde fatores como baixa escolaridade e acesso precário à internet dificultam o uso de aplicativos e o engajamento comunitário. O estudo foca a Rota Bioceânica e sua área de fronteira.
Objetivos
Investigar se os níveis de literacia em saúde e digital de lideranças comunitárias influenciam sua adesão e desempenho na notificação de eventos críticos de saúde pública no contexto do Projeto Ecos da Rota.
Metodologia
Estudo transversal com 64 líderes do Projeto Ecos da Rota. Aplicaram-se os instrumentos Health Literacy Questionnaire (9 dimensões) e eHealth Literacy Questionnaire (7 dimensões), ambos em português. As entrevistas foram estruturadas, com leitura completa dos itens. Os dados foram analisados descritivamente por dimensão, com cálculo de média e desvio padrão. Identificaram-se pontos fortes (médias ≥3), desafios críticos (médias ≤2,5 com alto DP) e inconsistências entre literacia em saúde e digital, conforme benchmarks teóricos.
Resultados
A análise descritiva do HLQ revelou médias elevadas em engajamento ativo (3,10±0,42) e comunicação com profissionais (2,88±0,47), mas desafios críticos em navegação no sistema (2,50±0,61) e avaliação de informações (2,65±0,55). No eHLQ, destacaram-se os bons resultados em uso de tecnologia (3,15±0,38) e benefícios percebidos (3,20±0,35), contrastando com a baixa integração de sistemas (2,40±0,58). A dimensão de segurança digital (2,90±0,50) apresentou variação significativa (DP>0,5 em 60% dos itens), indicando percepções heterogêneas sobre proteção de dados. A comparação entre instrumentos mostrou correlação consistente nas dificuldades de avaliação crítica (HLQ:2,65; eHLQ:2,60).
Conclusões/Considerações
Os resultados mostram que, embora líderes comunitários tenham bom engajamento com a própria saúde, enfrentam barreiras em navegar nos serviços e avaliar criticamente informações. Tais fragilidades podem comprometer sua atuação na vigilância e indicam a necessidade de intervenções coordenadas.
PORTAL “CAMPO GRANDE SEM RAIVA”: TECNOLOGIA DE COMUNICAÇÃO PARA O MANEJO DA RAIVA HUMANA
Comunicação Oral Curta
1 UFMS e PMCG
2 FIOCRUZ/MS
3 PMCG
Período de Realização
Maio a outubro de 2024
Objeto da produção
Portal digital educativo voltado à prevenção, manejo e vigilância da raiva humana, com foco na comunicação em saúde.
Objetivos
Ampliar o acesso à informação qualificada sobre raiva humana e sua profilaxia; promover educação permanente para profissionais de saúde; orientar a população sobre condutas diante de acidentes; e otimizar a vigilância epidemiológica por meio da disponibilização de dados e protocolos atualizados.
Descrição da produção
O portal foi desenvolvido a partir de lacunas identificadas em pesquisa sobre o atendimento antirrábico em Campo Grande/MS. Utilizou-se abordagem participativa multidisciplinar entre SESAU, UFMS e Fiocruz. Com conteúdo estruturado com base no Protocolo Ministerial de Profilaxia da Raiva Humana, linguagem acessível e ilustrações, a plataforma oferece informações para a população e profissionais de saúde, em módulos sobre tipos de exposição, sintomas nos animais e censo de imunobiológicos.
Resultados
O site (www.semraiva.com.br) passou a ser utilizado como referência oficial no município e já conta com mais de 3 mil acessos. O slogan principal da página é “Fui mordido, e agora?”. A consulta aos conteúdos tem contribuído para a assertividade das condutas profiláticas e aumento da adesão ao tratamento. O portal também foi incorporado como ferramenta de apoio aos fluxos assistenciais, sendo utilizado nas capacitações das equipes e como material complementar de ensino.
Análise crítica e impactos da produção
O site representa inovação ao integrar comunicação, vigilância e educação em saúde sobre a raiva humana, com impacto direto na mudança de condutas institucionais e práticas clínicas. Sua interface amigável e conteúdo técnico validado promovem a qualificação do cuidado. A ferramenta também reforça a confiança no SUS, favorecendo a equidade no acesso à informação e contribuindo para o enfrentamento de desafios contemporâneos em saúde coletiva, como as doenças negligenciadas e a desinformação.
Considerações finais
A produção do portal “Campo Grande sem raiva” reforça o potencial transformador de tecnologias de comunicação aplicadas ao SUS. Ao integrar saber científico e linguagem acessível, contribui para a democratização do conhecimento e fortalecimento da vigilância epidemiológica, consolidando-se como referência replicável em outros municípios e alinhada aos princípios da Saúde Única e à meta “Zero by 30” da OMS.
VOZES DA SAÚDE E FALE COM AGENTE NA PROMOÇÃO DO DEBATE EM SAÚDE: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA.
Comunicação Oral Curta
1 UFRN
Período de Realização
As experiências compartilhadas neste estudo são datadas do período de Janeiro a Maio de 2025.
Objeto da experiência
A colaboração entre os projetos de extensão “Fale com Agente” e “Programa de Rádio "Vozes da Saúde: diálogos coletivos - 2025”.
Objetivos
Descrever a experiência de discentes da pós-graduação em Saúde Coletiva da UFRN na participação em atividades colaborativas realizadas de maneira articulada entre dois projetos de extensão vinculados ao mestrado em Saúde Coletiva da FACISA/UFRN.
Metodologia
O programa Vozes da Saúde é veiculado toda segunda-feira na Rádio Comunitária do município de Santa Cruz/RN. Já o projeto Fale com Agente é desenvolvido em Natal/RN, e produz podcasts sobre equidade no trabalho em saúde, sendo protagonizado por Agentes Comunitários de Saúde e de Endemias (ACS’s e ACE’s). Uma colaboração entre os projetos resultou na transmissão “dialogada” dos episódios do podcast no programa de rádio, intercalada com comentários e discussões entre os convidados e locutores do programa.
Resultados
O programa Vozes da Saúde exibiu sete episódios, integrando podcasts do Fale com Agente e conectando populações do Rio Grande do Norte. Contou com convidados e discentes de saúde e ciências sociais, abordando temas como o papel do ACS, a saúde da população LGBTQIAPN+ e o etarismo no trabalho. As discussões revelaram diferenças regionais, o vínculo com os ACS e a acessibilidade LGBTQIAPN+, destacando a importância de entender as disparidades e promover conexões através do conhecimento em saúde.
Análise Crítica
O programa Vozes da Saúde e o podcast Fale com Agente promoveram debates sobre saúde coletiva, reforçando o papel dos ACS/ACE. A iniciativa aproximou universidade e comunidade, democratizando informações do SUS via rádio, podcasts e WhatsApp. Apesar de demandar avaliação contínua sobre engajamento, a mídia comunitária se mostra eficaz na educação em saúde, transformando conhecimento acadêmico em ferramenta de empoderamento social.
Conclusões e/ou Recomendações
A universidade deve ser um componente de apoio à sociedade, adotando diferentes estratégias como serviços assistenciais diretos, projetos de ensino, pesquisa e extensão. A articulação entre as diferentes ações ofertadas pela universidade potencializa seus resultados, uma vez que interliga conhecimentos e promove transformação social, visto que torna os saberes científicos mais acessíveis à comunidade, além de melhorar a formação dos discentes.
PERCEPÇÕES DE MÉDICOS DA ATENÇÃO PRIMÁRIA SOBRE OS DESAFIOS COMUNICACIONAIS DA HESITAÇÃO VACINAL INFANTIL NO CONTEXTO PÓS COVID-19
Comunicação Oral Curta
1 USP
2 UFSC
Apresentação/Introdução
A comunicação em saúde é a chave para lidar com a hesitação vacinal no contexto pós COVID-19. Profissionais de saúde, especialmente médicos, têm grande influência nas decisões sobre vacinação. Analisar sua postura e qualificação frente à hesitantes, através das entrevistas semiestruturadas, pode ser uma estratégia para entender os desafios comunicacionais e potencializar a compreensão do fenômeno.
Objetivos
Este projeto tem como objetivo analisar, a partir da perspectiva do entrevistador, as percepções geradas em cada encontro e os possíveis desafios comunicacionais dos médicos no entendimento e condução sobre hesitação vacinal.
Metodologia
Pesquisa qualitativa, com realização de entrevistas semiestruturadas (online e presencial) com seis médicos que estavam atuando na atenção primária e/ou com contato direto com vacinação em consultório como pediatras, médicos da família e generalistas. O período de atividade foi de novembro de 2024 a março de 2025. Todas as seis entrevistas feitas foram verificadas e, a partir do reconhecimento da entrevistadora, exposta as interpretações sobre a reação dos entrevistados, semelhanças e diferenças, correlacionando também a idade, tempo de trabalho na área e especialização do profissional. Dois convites foram negados.
Resultados
Das seis entrevistas realizadas, emergiram quatro determinantes da postura médica frente à hesitação vacinal: idade, trajetória profissional, afinidade e recusa. Médicos mais experientes, com histórico de atuação junto ao PNI, expressaram maior incompreensão na queda das coberturas vacinais. Já profissionais mais jovens, formados em contexto de crescente hesitação vacinal, demonstraram maior conformismo. Especialistas apresentaram maior segurança na comunicação e postura educativa. Entrevistados com vínculo prévio com a pesquisadora foram mais espontâneos, enquanto os recém-conhecidos mantiveram a formalidade. Os que recusaram o convite eram críticos públicos da vacinação contra a COVID-19.
Conclusões/Considerações
Entrevistas semiestruturadas possibilitam captar elementos subjetivos como comportamentos e falas que podem dimensionar a compreensão da hesitação vacinal pelos médicos e auxiliar tanto na melhora da comunicação pelos mais jovens como na atualização da percepção do fenômeno aos mais experientes. A recusa à entrevista também revela como o tema pode se manifestar no meio médico, com liberdade em redes sociais, mas evitada em contextos acadêmicos.
REGULAÇÃO DE PACIENTES NO SUS E DISCURSOS MIDIÁTICOS: UMA REVISÃO DE LITERATURA
Comunicação Oral Curta
1 Fiocruz
Apresentação/Introdução
A regulação de usuários do SUS, para acesso aos diversos níveis da atenção em saúde, apresenta gargalos. Narrativas midiáticas exploram tais gargalos produzindo sentidos e questionamentos sobre os princípios e a eficiência do sistema. Conhecer a produção científica sobre regulação de pacientes e a atuação da mídia contribuirá com os campos da Saúde e da Comunicação e fortalece a Saúde Pública.
Objetivos
Apresentar revisão bibliográfica da produção científica sobre regulação de pacientes no SUS; contribuir para o campo Comunicação e Saúde, em especial, para os estudos midiáticos e refletir sobre o poder dos discursos para a Saúde Pública.
Metodologia
Trata-se de um estudo de revisão bibliográfica, com consulta à BVS – Biblioteca Virtual em Saúde. Foram pesquisados os assuntos “regulação em saúde”, “regulação de pacientes” e “fila do SUS”, sem definição de filtros. Em seguida, utilizou-se o conector AND e as palavras “mídia”, “telejornalismo” e “imprensa” com os 3 assuntos iniciais. Após leitura dos títulos, aplicou-se os filtros “revisão de literatura” e “pesquisa qualitativa”. Em seguida, realizou-se leitura dos resumos dos artigos identificados e um deles, que aborda a produção acadêmica sobre regulação em saúde, foi analisado na íntegra. Esta pesquisa está ancorada nos referenciais teóricos da Comunicação, da Informação e da Saúde.
Resultados
Não foi encontrado nenhum estudo sobre regulação de pacientes no SUS na mídia/imprensa/telejornalismo. A busca por “regulação em saúde” resultou em 64 artigos. Os tipos de estudo mais prevalentes foram pesquisa qualitativa (18), pesquisa clínica (09) e revisão de literatura (08); os demais distribuem-se por categorias como análises econômicas, tecnologias de saúde, estudo etiológico e diagnóstico. Com o assunto “regulação de pacientes”, a busca encontrou dois estudos, ambos sobre atuação médica. Para “regulação em saúde” AND “mídia”, achou-se um artigo sobre aplicativo para acompanhamento de agenda. Não houve resultados para “fila do SUS” nem com os termos “telejornalismo” e “imprensa”.
Conclusões/Considerações
Considerando a importância da mídia para a construção da imagem do SUS e dos discursos que o avaliam, e concordando com Machado (2020) sobre o “SUS Midiático”, esta comunicação aposta na relevância de estudos sobre as narrativas das mídias acerca da regulação de pacientes no SUS. Esta revisão é parte de uma pesquisa de mestrado em andamento na Fiocruz e a própria ausência de estudos sobre regulação e mídia aponta para a importância deste estudo.

Realização: