Programa - Comunicação Oral Curta - COC34.1 - Emergências e Desastres
01 DE DEZEMBRO | SEGUNDA-FEIRA
08:30 - 10:00
A IMPLEMENTAÇÃO DAS UNIDADES DE RESPOSTA RÁPIDA NO RIO DE JANEIRO COMO ESTRATÉGIA PARA QUALIFICAÇÃO DA VIGILÂNCIA E ENFRENTAMENTO DE EMERGÊNCIAS EM SAÚDE PÚBLICA
Comunicação Oral Curta
Amaral, L. F.1, Souto, A. P. M.1, França, B. C.2, Cordeiro, C. R.3, Marsico, E. F. C.1, Duffrayer, K. M.1, Geraldo, M. C. H. M.1, Aguiar, G. M. O.3, Ribeiro, C. L. P.1
1 SMS-RJ/SUBPAV/SVS/CIEVS
2 IESC/UFRJ
3 SMS-RJ/SUBPAV/SVS
Período de Realização
Fevereiro a maio de 2025, com foco nas notificações registradas no trimestre pelas URRs municipais.
Objeto da experiência
Atuação das Unidades de Resposta Rápida (URR) do Rio de Janeiro na detecção e resposta a eventos de saúde pública.
Objetivos
Descrever e avaliar a atuação da URR no município do Rio de Janeiro, analisando sua efetividade na detecção precoce e resposta oportuna a eventos de saúde pública com base na metodologia 7-1-7, proposta pela OMS para qualificação da vigilância em saúde.
Descrição da experiência
O Rio de Janeiro é um cenário desafiador para a vigilância em saúde, com elevada mobilidade populacional, eventos internacionais e desigualdades sociais. Em 2023, foram estruturadas URRs em 10 áreas programáticas para fortalecer a resposta a emergências em saúde pública. A atuação foi analisada entre fevereiro e maio de 2025, com base em 504 notificações. A metodologia 7-1-7 da OMS foi utilizada como referência para avaliar o tempo de detecção, comunicação e resposta às situações registradas.
Resultados
Entre fevereiro e maio de 2025, foram notificadas 504 ocorrências. Destas, 291 (57,7%) foram surtos, com 85,2% de resposta oportuna. Dos 123 casos de doenças de interesse em saúde pública, 76,4% tiveram resposta oportuna. Quanto às 90 notificações relacionadas a desastres ou emergências ambientais, 78,9% foram consideradas oportunas. Esses resultados indicam um desempenho satisfatório da URR diante de eventos diversos no território.
Aprendizado e análise crítica
A descentralização das ações, por meio das URRs, contribuiu para a agilidade na resposta a eventos. No entanto, identificou-se que casos isolados e doenças menos frequentes ainda representam desafios, exigindo aprimoramento nos fluxos de trabalho e capacitação contínua das equipes. A experiência também mostrou a importância da padronização de critérios para classificação de eventos e do uso de ferramentas digitais para monitoramento em tempo real.
Conclusões e/ou Recomendações
A experiência da URR no Rio de Janeiro evidencia o potencial da descentralização para o fortalecimento da vigilância e resposta em saúde pública. Recomenda-se o investimento contínuo em equipes, tecnologia e integração entre os níveis de gestão, além da consolidação de protocolos de resposta. O uso sistemático da metodologia 7-1-7 pode ampliar a efetividade frente aos desafios emergentes no território.
AÇÕES DE PREPARAÇÃO E RESPOSTA EM ABRIGOS EMERGENCIAIS TEMPORÁRIOS: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA DO VIGIDESASTRES RECIFE-PE
Comunicação Oral Curta
Siqueira, M. G. M.1, SIlva, B. M.1, Barros, N. G. M.1, Scripnic, D. S. C. O.1, Oliveira, R. M. A.1, Lins, R. S. M. A1, Nascimento, G. V. S.1, Texeira, M. B.1, Vila Nova, A. H. O.1, Abath, M. B.1
1 PCR
Período de Realização
O relato de experiência ocorreu no período de janeiro de 2024 a junho de 2025.
Objeto da experiência
Atuação do Vigidesastres nas ações de preparação e resposta em abrigos para populações vulneráveis diante de desastres decorrentes de chuvas intensas.
Objetivos
Relatar as ações desenvolvidas pelo programa de vigilância em saúde na prevenção aos potenciais riscos associados aos desastres no Recife em abrigos emergenciais temporários.
Descrição da experiência
A identificação de abrigos temporários é fundamental para garantir a saúde de pessoas afetadas por desastres naturais. Desde 2024, a Vigilância em Saúde do Recife, a Assistência Social e Defesa Civil atuam em parceria na identificação de locais seguros para abrigamento. Para tanto, são realizadas inspeções sanitárias e ambientais antes e durante os desastres, o que possibilita uma resposta mais eficaz ao prevenir e mitigar riscos sanitários, ambientais e epidemiológicos aos desabrigados.
Resultados
Em 2024, foram inspecionados 40 abrigos emergenciais e as informações identificadas foram analisadas e encaminhadas à Assistência social e Defesa Civil municipal para que as adequações fossem realizadas. Em 2025, foram realizadas 42 inspeções e identificada a necessidade de substituição de quatro abrigos que não possuíam estrutura adequada para abrigamento. Durante a ocorrência do evento, as inspeções também foram realizadas de forma integrada com as equipes de saúde.
Aprendizado e análise crítica
A articulação intersetorial realizada pelo Vigidesastres demonstrou que as ações como mapeamento dos abrigos, inspeções sanitárias e capacitações contribuem para uma preparação e resposta eficaz e equânime em situações de desastres. Essa ação evidenciou que a inclusão da vigilância em saúde na gestão de abrigos é essencial para garantir melhores condições no acolhimento, prevenção de agravos à saúde e fortalecimento da resiliência comunitária diante de emergências de saúde pública.
Conclusões e/ou Recomendações
A atuação da vigilância em saúde nos abrigos é fundamental para prevenção de doenças e agravos e proteção das populações acolhidas. O uso de ferramentas padronizadas nas inspeções contribuiu para respostas mais sistemáticas, promovendo a melhoria contínua das ações. Por fim, a experiência em Recife evidenciou a importância de abrigos com espaços estratégicos de cuidado à saúde e não apenas como locais de acolhimento temporário.
CARACTERIZAÇÃO ESPAÇO-TEMPORAL DA EMERGÊNCIA POR CHUVAS NO RIO GRANDE DO SUL, 2024
Comunicação Oral Curta
Proença, R.1, Semeão, ASS.1, Cavalcante, JR.1, Frank, CHM.1, Mendonça, TB.1, Costa, POM.1, Fonseca, JLP.1, Freitas, DRC.1, Garcia, MHO.1, Barreira Filho, EB.1
1 Ministério da Saúde
Apresentação/Introdução
Chuvas intensas e inundações estão entre os desastres naturais mais recorrentes, com impactos desproporcionais sobre populações vulneráveis. Em abril e maio de 2024, o estado do Rio Grande do Sul (RS) enfrentou um dos maiores desastres climáticos da sua história recente, afetando profundamente o sistema de saúde e a infraestrutura dos municípios.
Objetivos
Caracterizar a emergência em saúde pública decorrente das chuvas intensas e inundações no Rio Grande do Sul em 2024, a partir da análise espacial dos danos humanos e da declaração oficial de emergência nos municípios.
Metodologia
Estudo ecológico descritivo abrangendo o período de 29 de abril a 31 de maio de 2024. As unidades de análise foram os 497 municípios do RS e as nove regiões funcionais de planejamento. As variáveis analisadas incluíram: (i) número e proporção de municípios com declaração oficial de emergência ou estado de calamidade pública; (ii) óbitos, feridos e enfermos por 100 mil habitantes; e (iii) desalojados e desabrigados por mil habitantes. Os dados foram extraídos de fontes públicas como Defesa Civil/RS e o Sistema Integrado de Informações sobre Desastres (S2ID), e georreferenciados por meio de mapas temáticos.
Resultados
Dos 497 municípios do estado, 91,3% decretaram emergência, sendo 19,1% em estado de calamidade pública. As regionais 2 e 1 foram as mais impactadas, concentrando os maiores índices de mortalidade, morbidade e desabrigamento. Na Regional 2, foram registrados 5,2 óbitos por 100 mil habitantes e até 116,3 desabrigados por mil. A análise espacial revelou forte contiguidade territorial entre os municípios mais atingidos, exigindo respostas coordenadas em nível regional.
Conclusões/Considerações
A extensão e desigualdade dos impactos revelam vulnerabilidades estruturais e a urgência de políticas públicas territorializadas e intersetoriais. A saúde pública deve ocupar papel central na resposta aos desastres climáticos, com investimento em governança de risco, sistemas de informação qualificados e fortalecimento da capacidade adaptativa do SUS, especialmente em territórios suscetíveis a eventos extremos.
CASO IMPORTADO DE SARAMPO NO DISTRITO FEDERAL: RELATO DA RESPOSTA RÁPIDA E DAS AÇÕES DE VIGILÂNCIA
Comunicação Oral Curta
Araujo, L. S.1, Reis, P. O2, Segatto, T. C. V2, Carvalho, M. H.2, Malta, J. M. A. S.2, Lacerda, V. D.3, Glehn, M. P. V.2, Castro, A. F.2, Sales, M. A. O.2, Nascimento, G. L.2
1 Escola de Governo da Fiocruz Brasília
2 Secretaria de Saúde do Distrito Federal
3 Organização Pan-Americana de Saúde
Período de Realização
Desde a detecção até o último dia de monitoramento dos contatos: 01/03/2025 a 26/03/2025.
Objeto da experiência
Resposta da vigilância epidemiológica do Distrito Federal (DF) frente ao caso confirmado de sarampo.
Objetivos
Descrever a investigação epidemiológica conduzida frente à detecção do caso suspeito de sarampo no Distrito Federal.
Analisar os aspectos que contribuíram positivamente e os entraves identificados na condução da investigação epidemiológica do caso.
Metodologia
Relato das ações da vigilância epidemiológica do DF desde a detecção até a confirmação do caso suspeito de sarampo. A notificação da suspeita foi realizada ao Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde do DF (CIEVS-DF) por hospital privado no dia 01/03/2025, por meio de contato telefônico. Diante disso, o CIEVS procedeu a coleta de amostra, investigação epidemiológica oportuna, monitoramento de contatos, bloqueio e atualização vacinal.
Resultados
Cidadã do sexo feminino, entre 30 e 40 anos, vacinada, com histórico de viagem internacional, procurou pronto-socorro com exantema, febre e coriza. Exames confirmaram sarampo, com isolamento do genótipo D8, compatível com vírus em circulação no continente asiático, onde esteve no período de contágio. Identificaram-se 281 contatos e realizou-se bloqueio vacinal em 102. Todos foram acompanhados até 26/03, sem casos secundários.
Análise Crítica
A coordenação da resposta rápida foi fundamental para o sucesso da investigação epidemiológica, com atuação conjunta da área técnica de doenças exantemáticas, Rede de Frio e unidades assistenciais. Destaca-se a sensibilização da rede privada na detecção oportuna e no isolamento imediato da paciente, evitando circulação na unidade de saúde. A ausência de casos secundários evidencia a eficácia da resposta.
Conclusões e/ou Recomendações
A hipótese de contágio no continente asiático, onde a paciente esteve, foi reforçada pelo isolamento do genótipo D8. A articulação entre vigilância epidemiológica das redes pública e privada foi decisiva para o êxito da resposta rápida e prevenção de casos secundários no Distrito Federal.
PADRONIZAÇÃO DOS FLUXOS DE NOTIFICAÇÃO DE EMERGÊNCIAS EM SAÚDE PÚBLICA PELA REDE DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA HOSPITALAR EM PERNAMBUCO
Comunicação Oral Curta
Noronha, G. A.1, Sivini, M. A. V. C.1, Rocha, B. G.1, Silva, R. C. F.1, Lima, J. L.1, Azevedo, R. S. A.1, Silva, B. M.1
1 Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco.
Período de Realização
Janeiro a março de 2025.
Objeto da experiência
Registrar fluxos e procedimentos de notificação de emergências em saúde pública pelos núcleos de Vigilância Epidemiológica Hospitalar (VEH).
Objetivos
Apresentar e padronizar os fluxos de comunicação e notificação de possíveis emergências em saúde pública adotados pelas VEHs em Pernambuco, visando fortalecer a detecção precoce e a resposta oportuna no âmbito hospitalar.
Descrição da experiência
A experiência consistiu na elaboração de fluxograma para padronizar processos de notificação e resposta a possíveis emergências em saúde pública pela rede estadual de VEH. O fluxograma foi construído com base em normativas estaduais e federais, práticas operacionais da Secretaria Estadual de Saúde e rotinas já realizadas pelas VEHs. O trabalho também descreve como a Rede Estadual de VEH está estruturada atualmente, com 32 hospitais, dos quais 25 integram a rede nacional (Renaveh).
Resultados
O Fluxograma define etapas claras: captação ativa nos hospitais; identificação óbitos/casos; comunicação ao Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (notificação imediata em 24h); registro nos sistemas de informação; coleta de amostras; início da investigação em 48h com articulação interinstitucional; monitoramento; encerramento com compartilhamento de informações com Municípios e Gerências Regionais. O modelo fortalece a vigilância sensível, oportuna e integrada em Pernambuco.
Aprendizado e análise crítica
O fluxograma fortalece a identificação oportuna de possíveis emergências em saúde pública, sem a necessidade de aguardar o registro das fichas nos sistemas de informação oficiais. Destacou-se a importância de uma vigilância hospitalar proativa, com comunicação ágil, articulação entre os níveis de gestão e expertises das áreas técnicas de referência. A experiência reforça o papel estratégico das VEHs na resposta rápida e na efetividade das ações frente às emergências de saúde pública.
Conclusões e/ou Recomendações
A padronização dos fluxos fortalece a vigilância hospitalar como componente estratégico na resposta às emergências em saúde pública. Recomenda-se a ampliação da experiência para outros territórios e a continuidade de processos de formação e apoio institucional às equipes, visando consolidar práticas oportunas, articuladas e sustentáveis.
PRÉ - OFICINAS E OFICINAS DE PREPARAÇÃO E RESPOSTAS - PPR ÀS EMERGÊNCIAS EM SAÚDE PÚBLICA COM AS REGIONAIS DE SAÚDE DA BAHIA - ESTRATÉGIAS PARA ELABORAÇÃO DOS PPR A EVENT
Comunicação Oral Curta
Araujo, F.A1, Santos, M.F.1, Júnior, E.R.1, Lima, C.R.1, Gomes, G.F.1, Evangelista, D.N.1
1 SESAB - SECRETARIA DA SAÚDE DO ESTADO DA BAHIA
Período de Realização
2023 a 2025
Objeto da experiência
Elaboração dos Planos de Preparação e Respostas - PPR dos 9 Núcleos Regionais de Saúde (NRS) do Estado da Bahia.
Objetivos
Apoiar os NRS do Estado da Bahia para a elaboração dos PPR para a preparação, monitoramento e resposta a eventos relacionados a desastres.
Descrição da experiência
As Pré-Oficinas foram realizadas de forma remota e as Oficinas presencialmente, com apresentação das etapas de elaboração de um PPR a Risco de Desastres, caracterização do território, mapeamento da população susceptível e vulnerável a eventos por desastres, com discussão de estudo, elaboração matriz de risco, de responsabilidades, estruturação do COE e realização de simulados de mesa.
Resultados
Foram realizadas 09 Pré oficinas para todos os NRS Cievs Regionais e 03 Oficinas de Preparação e Resposta a desastres nas Macrorregionais Centro Norte, Extremo Sul, Oeste, no estado da Bahia, resultando em três planos de Preparação e Respostas estruturados e com previsão de entrega e publicação para este ano e os demais estão em fase de elaboração.
Aprendizado e análise crítica
As Pré-Oficinas e Oficinas de Preparação e Resposta a desastres realizadas nos NRS Cievs Regionais, provocaram um melhor entendimento por parte dos profissionais, sobre a importância da elaboração dos Planos de Preparação e Resposta (PPR), para resposta oportuna a eventos ocasionados por desastres.
Conclusões e/ou Recomendações
As Emergências em Saúde Pública ocasionadas por desastres são cada vez mais comuns devido as mudanças climáticas, tornando-as cada vez mais frequentes e devastadoras no estado da Bahia. Desta forma, as Pré-Oficinas e Oficinas de Preparação e Resposta a Desastres, foram estratégias para elaboração dos PPR das regionais, subsidiando os profissionais para melhor resposta às emergências em Saúde Pública ocasionadas por desastres.