
Programa - Comunicação Oral Curta - COC23.1 - Mortalidade e Desafios Regionais no cenário das políticas públicas
01 DE DEZEMBRO | SEGUNDA-FEIRA
08:30 - 10:00
08:30 - 10:00
A GESTÃO DO PROGRAMA SAÚDE NA ESCOLA, DURANTE O CICLO 2023-2024: A VOZ DOS MUNICÍPIOS! PESQUISA NACIONAL DE AVALIAÇÃO DA EFETIVIDADE DA GESTÃO INTERSETORIAL DO PSE
Comunicação Oral Curta
1 FIOCRUZ Braília
2 UFSB
3
4 MS
5 Fiocruz Brasília
Apresentação/Introdução
O Programa Saúde na Escola (PSE) visa integrar as redes de educação e saúde, com foco na formação integral de estudantes por meio de gestão intersetorial. O grupo de trabalho intersetorial (GTI) é o dispositivo de gestão instituído, mas seu funcionamento enfrenta desafios. O estudo analisa a percepção de gestores dos GTI municipais sobre a implementação e os resultados do programa.
Objetivos
Conhecer a efetividade da gestão intersetorial do PSE, na perspectiva dos gestores dos grupos de trabalho intersetoriais municipais, em 2023 e 2024.
Metodologia
Estudo transversal da “Pesquisa Nacional de Avaliação da Gestão Intersetorial do PSE”, com 1.100 respondentes de GTI-M sorteados por região e porte populacional. Aplicou-se inquérito eletrônico com 88 itens em escala Likert. A estrutura do instrumento foi baseada em portarias oficiais e valoração por especialistas. Foi realizada análise de frequência das categorias agregadas de concordância e não concordância, considerando sete categorias: Intersetorialidade, Sustentabilidade, Participação, Monitoramento e Avaliação-M&A, Disponibilidade, Qualidade Técnica e Arranjos Adaptativos.
Resultados
Apenas 35,2% dos GTIM são formalizados, 94,8% realizam reuniões e 85,2% planejam intersetorialmente as ações do PSE. A rotatividade de membros é alta (37,4%), mas 91% demonstram satisfação em participar. Quanto à participação, 54,9% indicam envolvimento dos alunos em espaço deliberativo. Em M&A, 51,8% têm sistemas próprios e 81% recorrem ao SISAB. Apenas 29,8% consideram os recursos suficientes e 36% contam com parcerias. A maioria sente tecnicamente capaz para atuar no PSE (86,3%) embora seja rara a formação para o gestor (38%). Cerca de 37,7% realizam formações em escolas e UBS. Por fim, 80% constroem as ações a partir das demandas locais, revelando capacidade de adaptação.
Conclusões/Considerações
O PSE é um programa longevo, com alocação de algum recurso financeiro pela saúde e forte engajamento dos gestores com o programa. Há maior chance de ação intersetorial em GTIM institucionalizado, desafios no M&A, na formação e pouca participação comunitária, embora busquem atender as demandas dos territórios. O estudo sugere que, a despeito dos desafios, o GTIM consegue promover maior interação entre as redes da saúde e da educação.
CONSTRUÇÃO INICIAL DA POLÍTICA ESTADUAL DE SAÚDE DO HOMEM NO RS: COOPERAÇÃO ENTRE GESTÃO E UNIVERSIDADE COMUNITÁRIA
Comunicação Oral Curta
1 Universidade do Vale do Rio dos Sinos, Secretaria Estadual de Saúde do Rio Grande do Sul
2 Universidade do Vale do Rio dos Sinos
3 Secretaria Estadual de Saúde do Rio Grande do Sul
Período de Realização
Realização: Janeiro de 2024 a dezembro de 2026
Objeto da experiência
Objeto da experiência: Formulação participativa da Política de Saúde do Homem do RS por meio de acordo entre Unisinos e Secretaria Estadual de Saúde
Objetivos
Objetivos: Relatar a experiência inicial de construção colaborativa de política pública voltada à saúde do homem no RS, articulando dados epidemiológicos, diretrizes nacionais e estaduais e saberes intersetoriais
Descrição da experiência
Descrição da experiência: Em 2024, firmou-se um acordo de cooperação entre a SES/RS e o Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva da Unisinos para a elaboração da Política Estadual de Saúde do Homem. A fase atual envolve revisão documental, análise de dados demográficos e epidemiológicos, estudo das normativas existentes e planejamento de estratégias participativas, como oficinas regionais com atores-chave da saúde e da sociedade civil.
Resultados
Resultados: Embora em fase inicial, a experiência já fortaleceu laços institucionais e definiu metodologias de trabalho pautadas em abordagens colaborativas e territorializadas. A iniciativa vem mobilizando diferentes setores da gestão e da academia para construção de diretrizes baseadas em evidências e sensíveis às desigualdades sociais e de gênero.
Aprendizado e análise crítica
Aprendizado e análise crítica: A experiência aponta para a importância da corresponsabilidade na formulação de políticas públicas em saúde. A articulação interinstitucional estimula abordagens que superam modelos tradicionais, incorporando a pluralidade dos sujeitos e a complexidade do cuidado em saúde do homem. Os desafios incluem alinhar diferentes expectativas, ritmos e linguagens institucionais
Conclusões e/ou Recomendações
Conclusões e/ou recomendações: Recomenda-se a continuidade e o fortalecimento de espaços de escuta e coprodução de políticas em saúde com ampla participação social e territorial. O envolvimento de instituições acadêmicas enriquece o processo com análise crítica e rigor técnico, promovendo políticas mais equitativas e contextualizadas
ESTRATÉGIA DE ENFRENTAMENTO À MORTALIDADE MATERNA, INFANTIL E FETAL NA MACRORREGIÃO JEQUITINHONHA
Comunicação Oral Curta
1 SES/MG
Período de Realização
Projeto regional de caráter cíclico com início em junho/2024 e fim do primeiro ciclo dezembro/2025.
Objeto da experiência
O projeto envolve ações que abrangem a Rede de Cuidado Materno Infantil, com foco na vigilância do óbito e na melhoria das práticas assistenciais.
Objetivos
O projeto regional tem como objetivo desenvolver ações para o combate à mortalidade materna e infantil através de ações de vigilância do óbito e assistência ao pré-natal, parto e puerpério.
Descrição da experiência
Foram realizadas oficinas de vigilância de óbitos, para a estruturação dos Comitês Municipais e Hospitalares de Investigação. Também foi promovida uma Reunião Temática da CIB com gestores municipais de saúde, na qual foram apresentados o Boletim da Vigilância do Óbito. Além, disso, foi realizado o Seminário de manejo clínico das principais condições de mortalidade infantil e materna. Destaca-se ainda a ação de Mobilização Social, o dia 28 de maio, Dia Nacional de Redução da Mortalidade Materna.
Resultados
Profissionais de 31 municípios capacitados para a investigação dos óbitos. Foi elaborado o Boletim Macrorregional anual do Comitê e da Vigilância do Óbito. Todos os hospitais da Macrorregião Jequitinhonha implantaram e mantêm em funcionamento seus Comitês de Investigação de Óbitos, bem como 27 municípios com comitês ativos e 4 estão em processo de ativação. Mais de 250 profissionais dos 3 níveis de atenção treinados no manejo clínico das principais causas de mortalidade materna e infantil.
Aprendizado e análise crítica
O projeto está alinhado aos objetivos estratégicos da SES/MG, especialmente à meta de reduzir as taxas de mortalidade materna e infantil aos menores níveis da série histórica. Responde a uma demanda regional urgente, visto que, em 2024, a Macrorregião Jequitinhonha apresentou a maior razão de mortalidade materna do estado (73,42/100 mil NV) e infantil de 9,98/1.000 NV. Destaca-se a importância da vigilância ativa e da qualificação contínua das equipes.
Conclusões e/ou Recomendações
Em 2024, a Macrorregião Jequitinhonha registrou a maior razão de mortalidade materna do estado de Minas Gerais, apesar de contar com pontos de atenção distribuídos nos três níveis de atenção à saúde voltados à linha materno-infantil. Esse cenário evidencia a urgência de ações permanentes. É essencial fortalecer a coordenação entre os serviços de saúde, promover a qualificação contínua dos profissionais, assegurar o acesso oportuno e resolutivo.
INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO DOS SISTEMAS DE SAÚDE NO MUNDO E SUA ACURÁCIA: UMA REVISÃO DE ESCOPO
Comunicação Oral Curta
1 UFRN
Apresentação/Introdução
A avaliação de serviços de saúde é um componente essencial para a otimização dos recursos na área da saúde. Apesar disso, a complexidade do campo, caracterizado pelos múltiplos fatores que condicionam o diagnóstico, dificulta o aperfeiçoamento do processo. Para qualificar os sistemas de saúde, os instrumentos de avaliação são essenciais frente à aferição da qualidade dos serviços ofertados.
Objetivos
O objetivo desta revisão de escopo é mapear os instrumentos utilizados para mensurar a qualidade dos serviços de saúde em diversos países do mundo, entendendo os aspectos considerados por cada um e seu nível de acurácia.
Metodologia
Trata-se de uma revisão de escopo estruturada conforme diretrizes do Instituto Joanna Briggs (JBI). Foram utilizadas as bases de dados Pubmed, Lilacs, Scopus, Embase e literatura cinzenta, entre outubro de 2024 e abril de 2025. A busca foi mediada por descritores pré definidos, controlados por intermédio dos Descritores em Ciências da Saúde (DeCS/MeSH). O processo de busca, identificação e avaliação dos artigos foi realizado aos pares e de forma cega, com posterior análise dos resultados. Foram incluídos estudos publicados em qualquer idioma, sem restrição temporal, com diferentes abordagens metodológicas acerca das estratégias utilizadas para a análise dos serviços de saúde no mundo.
Resultados
As estratégias de busca recuperaram 1.698 artigos, que, após a remoção de duplicatas e triagem, tornaram-se 21 estudos incluídos. O aspecto considerado com maior frequência foi o processo, seguido da estrutura e do resultado. Poucos estudos abordaram as dimensões de estrutura, processo e resultado simultaneamente em sua avaliação. Os dois serviços mais avaliados foram o serviço hospitalar e o serviço de atenção básica. A eficiência do sistema e a satisfação do usuário ou do profissional também foram citados. Os instrumentos de avaliação em saúde apresentam uma diversidade de abordagens metodológicas, refletindo a complexidade e a multiplicidade de dimensões envolvidas nesse processo.
Conclusões/Considerações
As finalidades para o estabelecimento de cada instrumento variam conforme o sistema de saúde do país. Embora haja o encontro de particularidades entre alguns instrumentos estudados, não há uma padronização para a caracterização dos serviços de saúde. Assim, é preconizado que cada instrumento seja idealizado por agentes que considerem os aspectos dos serviços a serem avaliados e o seu contexto associado.
MORTALIDADE E VIOLÊNCIA ENTRE ADOLESCENTES E JOVENS ADULTOS EM BELO HORIZONTE, MG, NO PERÍODO DE 2013 A 2023
Comunicação Oral Curta
1 SMSA-BH-GEPSA
2 SMSA-BH-SIM
3 SMSA-BH-DESA
4 SMSA-BH,GEPSA
5 SMSA-BH DPSV
Apresentação/Introdução
Em 2023, o Brasil registrou 40.690 mortes de jovens de 15 a 24 anos, 37,3% por violência. Em MG foram 3.192 óbitos, 62,4% por causas externas; em BH, 453 mortes, 50% externas (DATASUS, 2024). Em 2022, a OMS estimou 1,3 milhão de mortes globais nessa faixa etária (UNICEF, 2024). É essencial monitorar e orientar políticas públicas (Malta et al., 2021).
Objetivos
Este boletim visa analisar óbitos e violências em jovens de BH, orientar políticas públicas, propor medidas eficazes e identificar ações de saúde para prevenir mortes evitáveis, melhorar a qualidade de vida e promover ambientes mais seguros,
Metodologia
Este estudo ecológico analisou óbitos do SIM e notificações de violência interpessoal e autoprovocada do Sinan em jovens de 10 a 24 anos residentes em Belo Horizonte (2013-2023). A população foi dividida em três faixas etárias: 10-14, 15-19 e 20-24 anos. Foram avaliadas variáveis sociodemográficas, tipo e local da violência e reincidência, comparando os períodos 2013-2018 e 2019-2023. Considerou-se raça/cor autodeclarada, com negros (pretos/pardos) e outros (amarelos/indígenas). Analisou-se mortalidade por faixa etária, sexo e raça, usando dados do Ministério da Saúde e IBGE.
Resultados
Entre 2013 e 2023, Belo Horizonte registrou 4.984 óbitos de jovens, com predominância masculina e negra; a mortalidade entre negros foi 2,3 vezes maior, e homicídios foram a principal causa. Mortes por causas externas, como suicídios e acidentes de trânsito, também foram altas. Notificações de violência no Sinan somaram 12.388 casos, mais frequentes entre mulheres, negros e jovens de 15-19 anos. A reincidência atingiu 35,5% (2019-2023), mostrando urgência em políticas públicas para proteger grupos vulneráveis.
Conclusões/Considerações
As causas externas são a principal causa de morte entre jovens, evidenciando desigualdades raciais e sociais. Belo Horizonte enfrenta essa realidade com o Plano Municipal de Prevenção à Letalidade Juvenil (2022), criado pelo COMJUVE, que visa reduzir mortalidade e violência. Foram definidas metas para a Secretaria de Saúde, monitorado pela Gerência de Promoção à Saúde.
OFICINAS DE PLANEJAMENTO E MONITORAMENTO NA SAÚDE INDÍGENA: AVANÇOS E POTENCIALIDADES DAS ESTRATÉGIAS FORMATIVAS PARTICIPATIVAS.
Comunicação Oral Curta
1 ENSP/FIOCRUZ
2 IOC/FIOCRUZ
Período de Realização
Novembro de 2024 a junho de 2025, em 4 Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI).
Objeto da experiência
Processo formativo, com metodologias ativas, em planejamento local e monitoramento para profissionais da saúde indígena.
Objetivos
Relatar experiência de desenvolvimento de competências técnicas em planejamento e monitoramento; compartilhar metodologias participativas na construção colaborativa de produtos técnicos contextualizados; apresentar processo de qualificação para gestão local dos processos de trabalho.
Descrição da experiência
Realizadas oficinas em 4 DSEI com 20 grupos (5 por distrito) utilizando metodologias ativas e aprendizagem baseada em problemas. Participantes construíram coletivamente produtos técnicos incluindo modelo lógico, plano de monitoramento e fichas de qualificação de indicadores. O processo foi estruturado em etapas progressivas: análise situacional participativa, priorização de problemas, planejamento de intervenções e elaboração conjunta de instrumentos de monitoramento locais.
Resultados
Foram elaborados 20 planejamentos locais contextualizados às realidades territoriais específicas. A avaliação dos participantes destacou: aquisição de novos conhecimentos, metodologia dialógica e participativa, qualificação da equipe docente, articulação efetiva com o planejamento e áreas técnicas. Valorizaram conteúdos apresentados de forma clara e aplicada, construção colaborativa de produtos, fortalecimento da saúde indígena e possibilidade de aplicar o planejamento no cotidiano.
Aprendizado e análise crítica
A experiência evidenciou alto potencial dos processos participativos para o planejamento local. O trabalho em equipe orientado, aliado a discussões e às dinâmicas de ensino, possibilitaram a integração entre teoria e prática permitindo o compartilhamento de experiências e do aprendizado. As metodologias ativas facilitaram a apropriação de instrumentos técnicos, a interação dos participantes e o desenvolvimento de competências para aplicação no trabalho cotidiano nos territórios indígenas.
Conclusões e/ou Recomendações
A experiência demonstrou que estratégias formativas sobre planejamento são fundamentais para qualificar a gestão do cuidado e os processos de trabalho na saúde indígena. Recomenda-se: realizar oficinas bianualmente; ampliar participação de gestores e coordenadores; implementar acompanhamento pós-formação; criar grupos de trabalho locais; estabelecer canais permanentes comunicação; e expandir temáticas incluindo saúde mental e saneamento.
PERFIL DE MORTALIDADE DA POPULAÇÃO RESIDENTE NA AMAZÔNIA LEGAL BRASILEIRA
Comunicação Oral Curta
1 Icict/Fiocruz
Apresentação/Introdução
O território da Amazônia Legal é uma região enfrenta desafios relacionados a características geográficas, sociais e ambientais. É formado pela Região Norte, pelo Mato Grosso, e por parte do Maranhão. A análise do perfil de mortalidade da população residente nesse território pode evidenciar padrões e contrastes regionais e subsidiar ações de planejamento em saúde para redução das iniquidades.
Objetivos
Analisar o perfil de mortalidade da população residente no território da Amazônia Legal brasileira, no período 2011-2021.
Metodologia
Trata-se de estudo descritivo transversal a partir de dados secundários. Para o cálculo da mortalidade por grupos de causa e mortalidade infantil foram utilizados dados do SIM e do Sinasc. A população utilizada foi a do Estudo de Estimativas populacionais por município, sexo e idade - 2000-2021. As taxas foram padronizadas por idade pelo método direto, adotando a estrutura etária da população do Brasil em 2010. Foi calculada a proporção dos óbitos com causa mal definida como indicador de qualidade da informação do SIM e do preenchimento da causa básica dos óbitos. Os indicadores foram calculados para Brasil, Amazônia Legal, UFs da Amazônia Legal e Regiões Metropolitanas da Amazônia Legal.
Resultados
A taxa de mortalidade geral mostrou-se superior na Amazônia Legal em relação ao país. Até 2020, cerca de 24% dos óbitos foram por doenças do aparelho circulatório, 18% por causas externas, 13% por neoplasias e 10% por doenças do aparelho respiratório. As taxas por doenças do aparelho circulatório e por doenças do aparelho respiratório mostraram-se estáveis e a mortalidade por neoplasias apresentou crescimento. A mortalidade por causas externas foi superior a nacional. Observou-se uma grande variabilidade das taxas de mortalidade infantil, e seis regiões metropolitanas apresentaram valores superiores ao da Amazônia Legal.
Conclusões/Considerações
A identificação de desigualdades nos perfis de mortalidade das diferentes abrangências analisadas pode orientar políticas públicas mais equitativas e eficazes. Estudos futuros podem conjugar esses achados com aspectos que influenciam a condição de saúde da população, como os ambientais, socioeconômicos, demográficos, e, especialmente, os relacionados ao financiamento, estrutura, oferta e desempenho dos serviços de saúde.
PROJETO SAÚDE DIGITAL MÓVEL: ESTUDO DOS ATENDIMENTOS REALIZADOS POR TELESSAÚDE EM MUNICÍPIOS DO VALE DO JEQUITINHONHA (2023–2024)
Comunicação Oral Curta
1 UFVJM
Apresentação/Introdução
O Projeto Saúde Digital Móvel, da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, é o primeiro do país a ofertar telessaúde por meio das unidades móveis, a populações residentes em áreas mais remotas do Vale Jequitinhonha, desde 2023. Aprovado pelo Departamento de Saúde Digital - Ministério da Saúde, integra o programa 'Universidade nas Comunidades', da Pró-Reitoria de Extensão.
Objetivos
Quantificar e analisar os atendimentos realizados pela equipe de Saúde Digital Móvel da UFVJM, entre janeiro de 2023 e dezembro de 2024, relacionados a exames de telediagnóstico e ações de teleconsultoria.
Metodologia
Trata-se de estudo retrospectivo, com abordagem quantitativa, baseado na análise de dados de atendimentos da equipe de saúde digital móvel da UFVJM. As informações, registradas em planilha da coordenação, foram exportadas para o software SPSS (versão 22.0), com análises descritivas. O presente estudo utilizou como variáveis: idade, sexo, tipo de exame e número de municípios. A pesquisa abrange o período de janeiro de 2023 a dezembro de 2024, considerando ações em 20 municípios do Vale do Jequitinhonha. Estudo aprovado pelo Comitê de Ética da UFVJM (6.864.383, em 04/06/2024).
Resultados
O município solicita à Pró-Reitoria de Extensão e, após reuniões e assinatura do termo de cooperação, a equipe e os alunos se deslocam para o município para realizarem os atendimentos por cerca de quatro dias nas localidades, usando a unidade móvel e espaços comunitários. O projeto já atendeu 6.537 pessoas em 20 municípios do Vale do Jequitinhonha: foram 2.962 telediagnósticos em cardiologia (ECG), 2.550 em oftalmologia (retinografia) e 1.025 teleconsultorias em dermatologia. Do total, 4.146 eram mulheres e 2.122 homens. A média de idade dos pacientes variou entre 50 e 60 anos. Também foram feitas 75 ações de tele-educação, 4.305 atendimentos odontológicos e 548 rastreios de câncer bucal.
Conclusões/Considerações
O estudo mostrou que o Projeto Saúde Digital Móvel é uma ferramenta viável de promoção e prevenção à saúde, que qualifica o cuidado à população, auxilia na regulação dos atendimentos, reduz filas de espera e custos para os usuários e municípios, além de contribuir para a formação profissional dos alunos.
TELECARDIOLOGIA MÓVEL NO SUS: PERFIL DOS ACHADOS ELETROCARDIOGRÁFICOS NAS AÇÕES ITINERANTES DO PROJETO SAÚDE DIGITAL MÓVEL NO VALE DO JEQUITINHONHA (MG), 2023-2024
Comunicação Oral Curta
1 UFVJM
Apresentação/Introdução
A telecardiologia tem se mostrado uma estratégia eficaz para o rastreamento e diagnóstico precoce de doenças cardiovasculares. No Vale do Jequitinhonha , integra os serviços do Projeto Saúde Digital Móvel da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, de caráter itinerante, com realização de exames nos municípios e emissão de laudos por profissionais de outros núcleos de telessaúde.
Objetivos
Analisar o perfil sociodemográfico e os principais achados eletrocardiográficos dos laudos dos exames de telecardiologia realizados pelo projeto de Saúde Digital Móvel, da UFVJM, entre os períodos de setembro de 2023 a dezembro de 2024.
Metodologia
Estudo retrospectivo e quantitativo, com análise descritiva de dados secundários provenientes do banco de laudos do projeto. Foram incluídos todos os eletrocardiogramas realizados em 20 municípios do Vale do Jequitinhonha no período de setembro de 2023 a dezembro de 2024. As variáveis analisadas incluíram idade, sexo, presença de traçado normal e os achados eletrocardiográficos mais frequentes. A análise foi realizada no software SPSS (versão 22.0). Estudo aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UFVJM (6.864.383/2024).
Resultados
Foram analisados 3.191 eletrocardiogramas, com média de idade dos pacientes de 53,9 anos. Do total, 61,9% eram do sexo masculino e 37,9% feminino. Em relação aos achados, 41,6% apresentaram traçado normal e 58,4% alterações eletrocardiográficas. As mais frequentes foram: ritmo sinusal (88,6%), alterações inespecíficas da repolarização ventricular (10%), desvio do eixo do QRS para a esquerda (6%), padrão de repolarização precoce (5,3%), bloqueio divisional antero-superior esquerdo (5,2%), bloqueio atrioventricular de 1º grau (4,4%), arritmia sinusal (4,3%), sobrecarga ventricular esquerda (4%), bloqueio incompleto do ramo direito (3,9%) e bloqueio completo do ramo direito (3%).
Conclusões/Considerações
A telecardiologia, por meio do Projeto Saúde Digital Móvel, tem se mostrado uma ferramenta resolutiva no diagnóstico precoce das principais doenças cardiovasculares na população do Vale do Jequitinhonha, ampliando o acesso, qualificando o cuidado e fortalecendo a regulação e a organização da linha de cuidado cardiovascular no SUS.
A ATENÇÃO PRÉ-HOSPITALAR MÓVEL: DISPOSITIVO DA INTEGRALIDADE NO SUS
Comunicação Oral Curta
1 ENSP/Fiocruz
Apresentação/Introdução
O SAMU é um componente essencial do SUS, desempenhando um papel crucial na promoção da integralidade em saúde. Criado para fornecer atendimento emergencial em situações de urgência, o SAMU contribui significativamente para a melhoria da qualidade do cuidado ao oferecer uma resposta rápida, o que é fundamental para a continuidade do tratamento e para a redução de morbidade e mortalidade.
Objetivos
Refletir sobre os atendimentos realizados pelo SAMU como dispositivo da integralidade no SUS, além de identificar os avanços e os desafios na consolidação de um sistema de saúde que busca garantir a universalidade e a equidade na atenção â saúde.
Metodologia
Este estudo possui abordagem qualitativa, fundamentada na análise de artigos científicos relacionados ao SAMU e sua contribuição para o cuidado integral no SUS. A seleção dos textos foi realizada por meio de busca em bases de dados acadêmicas, utilizando critérios de inclusão e exclusão para garantir a relevância e atualidade das fontes. A análise foi conduzida por meio de leitura interpretativa, identificando categorias e temas que evidenciem a importância do SAMU na promoção de uma assistência integral, contribuindo para uma melhor compreensão do seu papel e seus desafios, afim de assegurar uma assistência acessível, ágil e humanizada no Brasil.
Resultados
A atuação do SAMU não se limita ao atendimento imediato, mas também envolve a coordenação e o encaminhamento dos pacientes para serviços especializados e unidades de saúde, garantindo um atendimento integrado e contínuo. No entanto, enfrenta desafios relacionados à falta de recursos e infraestrutura inadequada. Além disso, a coordenação e comunicação entre o SAMU e outros serviços de saúde são essenciais para assegurar a continuidade do cuidado, e falhas nesse aspecto podem comprometer o atendimento. A formação contínua dos profissionais do SAMU é igualmente importante para manter a qualidade do serviço e assegurar uma resposta adequada às necessidades emergenciais.
Conclusões/Considerações
A integralidade na saúde e o papel do SAMU evidenciam a importância de um sistema integrado que atenda às necessidades da população. A implementação do SAMU representou um avanço significativo na organização dos serviços de emergência. O SAMU não apenas facilitou o acesso aos serviços de saúde, mas também melhorou a qualidade do atendimento, reduzindo os tempos de espera e promovendo a humanização do cuidado.

Realização: