
Programa - Comunicação Oral Curta - COC13.13 - Interprofissionalidade na Saúde: Formação, Colaboração e Defesa do SUS
01 DE DEZEMBRO | SEGUNDA-FEIRA
08:30 - 10:00
08:30 - 10:00
ANÁLISE DA DISPONIBILIDADE PARA O APRENDIZADO INTERPROFISSIONAL DE ESTUDANTES DOS CURSOS DA SAÚDE DO INTERIOR DO CEARÁ
Comunicação Oral Curta
1 UFC
Apresentação/Introdução
A Educação Interprofissional (EIP) tem se destacado como uma abordagem essencial no treinamento de profissionais de saúde, promovendo a colaboração e a comunicação entre diferentes áreas.
Objetivos
O objetivo deste estudo é analisar a disponibilidade para o aprendizado interprofissional de estudantes dos cursos da saúde do interior do Ceará.
Metodologia
O estudo foi realizado com 411 estudantes de Educação Física, Enfermagem, Psicologia, Odontologia e Medicina de duas universidades públicas em Sobral, Ceará. Aplicou-se um questionário sociodemográfico e a escala Readiness for Interprofessional Learning Scale (RIPLS), que contem 27 itens sobre trabalho em equipe e colaboração, identidade profissional e atenção centrada no paciente. Os dados coletados foram analisados no software Jamovi. Utilizou-se os testes ANOVA para comparação entre os grupos, o teste t e a correlação de Pearson para explorar as relações entre variáveis dependentes e independentes, com nível de significância de p<0,05.
Resultados
Os estudantes dos cinco cursos de graduação em saúde que participaram deste estudo mostraram-se disponíveis e interessados para o aprendizado interprofissional. Isso significa que há perspectiva para um trabalho colaborativo entre diferentes profissionais da saúde, o que favorece a oferta de um cuidado integral e de qualidade ao paciente. Identificou-se diferenças significativas entre os cursos de graduação em relação ao trabalho em equipe, identidade profissional e atenção centrada no paciente. Os resultados apontam para uma maior disponibilidade para colaboração entre os estudantes de psicologia, enquanto o curso de educação física apresentou menor prontidão para a EIP.
Conclusões/Considerações
Os resultados apontam, ainda, que as instituições de ensino devem intensificar a promoção da educação interprofissional desde as fases iniciais dos cursos, integrando práticas colaborativas no currículo, por meio de estágios conjuntos e projetos interdisciplinares, visando uma formação mais alinhada às necessidades do SUS e às complexidades do cuidado integral ao paciente.
MATERIALIZAÇÃO DA INTERPROFISSIONALIDADE NOS CURSOS DE GRADUAÇÃO EM SAÚDE COLETIVA: UM PANORAMA NO BRASIL
Comunicação Oral Curta
1 UNB
Apresentação/Introdução
A interprofissionalidade, embora prevista nas Diretrizes Curriculares da Saúde Coletiva, ainda é incipiente na formação do sanitarista. Estudos indicam a ausência dessa prática no ensino, revelando uma lacuna entre a proposta pedagógica e sua efetiva implementação nos cursos de graduação.
Objetivos
Mapear o ensino da interprofissionalidade nos cursos de graduação em Saúde Coletiva no Brasil, por meio da análise de projetos pedagógicos e matrizes curriculares, visando fortalecer a formação interprofissional do sanitarista.
Metodologia
Estudo quanti-qualitativo, exploratório, mediante análise documental de dados secundários. Foram consultados o e-MEC e os sites das IES com cursos de Saúde Coletiva para coleta de PPCs, matrizes curriculares e ementas. A análise buscou a presença dos termos “interprofissionalidade”, “colaboração”, “prática colaborativa” e “trabalho em equipe”. Os dados foram sistematizados e analisados no Excel. O estudo dispensou aprovação ética por utilizar fontes públicas.
Resultados
Foram analisados 21 PPCs de bacharelados em Saúde Coletiva de universidades públicas, distribuídos entre Norte (5), Nordeste (4), Centro-Oeste (3), Sudeste (4) e Sul (5). As atualizações mais recentes são de 2024 (UFMG, UFRN, UNB-Darcy Ribeiro), 2023 (UFOPA, UFPR, USP) e 2022 (UFRR, UERGS, UFRGS, UNILA, UNB-Ceilândia, UFCSPA). A interprofissionalidade aparece, via “trabalho em equipe”, nas seções de competências, perfil do egresso, estágio, objetivos, extensão e diretrizes. Nas ementas, destaca-se nos eixos: 1 (transversal), 2 (política/gestão) e 3 (ciências sociais e humanas). Observou-se a ausência de conteúdos no eixo 4 (epidemiologia)
Conclusões/Considerações
O estudo revela avanços pontuais na inserção da interprofissionalidade na formação em Saúde Coletiva, com ênfase no termo “trabalho em equipe”. No entanto, sua abordagem ainda é limitada e pouco sistematizada, especialmente nas ementas do eixo de epidemiologia. Os achados reforçam a necessidade de atualização curricular e fortalecimento da formação interprofissional do sanitarista.
MOBILIZANDO CORAÇÕES E MENTES PARA A DEFESA E O FORTALECIMENTO DA SAÚDE E DO SUS”: RELATO DE EXPERIÊNCIA DA REALIZAÇÃO DO VER-SUS NO GRUPO HOSPITALAR CONCEIÇÃO EM 2025
Comunicação Oral Curta
1 Grupo Hospitalar Conceição
2 Residente do Programa de Saúde Coletiva – Gestão em Saúde do Grupo Hospitalar Conceição
Período de Realização
A Edição do VER-SUS no GHC acontece de janeiro a julho de 2025, incluindo todas as etapas do processo
Objeto da experiência
Relato da gestão, organização e implementação do VER-SUS realizado no GHC, em Porto Alegre/RS, em parceria com a Rede Unida e o Ministério da Saúde
Objetivos
Compartilhar os processos vivenciados na Comissão Executora do VER-SUS no GHC, valorizando-o como importante ferramenta para a qualificação de futuros trabalhadores do Sistema Único de Saúde em todo país, compartilhando experiências e incentivando sua realização em diversos municípios brasileiros.
Descrição da experiência
O Projeto foi implementado por uma Comissão Executiva que desenhou, ao longo de meses, o detalhamento do projeto e construiu, democrática e coletivamente, com diversos atores do SUS, a composição das vivências. Em 7 dias intensos de visitas a serviços de saúde e discussões teóricas, a estratégia busca construir um olhar crítico e uma postura reflexiva junto aos profissionais que atuarão no SUS, incentivando a participação em espaços de controle social e a formação política dos trabalhadores.
Resultados
O VER-SUS GHC ofertou 80 vagas para viventes e 16 para facilitadores, com uma procura total de 230 inscritos. Vindos de diversos municípios do país, os candidatos expressam a diversidade que compõe a força de trabalho do SUS, o que torna a experiência ainda mais plural e conectada com a realidade do sistema de saúde. Sensibilizar os estudantes e ajudá-los na transformação em trabalhadores é o principal resultado que o projeto almeja, contribuindo de forma importante para a qualificação do SUS.
Aprendizado e análise crítica
Este projeto incide no sentimento de pertencimento e de engajamento de novos trabalhadores para o SUS, o que se faz necessário pela complexidade que o cuidado em saúde demanda. É na diversidade de pessoas, realidades e ofertas de cuidado que se torna possível construir uma saúde coletiva que seja, de fato, universal, integral, equânime e humanizada. Só é possível construir e assegurar o SUS com trabalhadores forjados a partir dessa perspectiva ética e nesse sentido o VER-SUS se faz grandioso.
Conclusões e/ou Recomendações
A proposta do VER-SUS reflete a relevância do SUS, um sistema que vai além de uma consulta ou tratamento, pois promove formação crítica, política e ética com integração na realidade social que incide nos determinantes da saúde. Portanto, forma-se profissionais questionadores e engajados nas mudanças do sistema de saúde, como efeito, são capazes de disseminar saberes coletivos fundamentais para a melhoria contínua da atenção à saúde.
OFICINA DE GRUPO DE ENCONTRO PARA O FORTALECIMENTO INTERPROFISSIONAL ENTRE RESIDENTES E TRABALHADORES DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
Comunicação Oral Curta
1 UEFS
Período de Realização
Segundo semestre de 2025, com quatro encontros presenciais quinzenais, de duas horas cada.
Objeto da produção
Oficina baseada na Abordagem Centrada na Pessoa e Grupos de Encontro, voltada à qualificação de equipes da Atenção Primária.
Objetivos
Fortalecer relações interprofissionais por meio de vivências coletivas, estimulando vínculo, escuta, empatia e reflexão crítica sobre o cuidado e o trabalho em equipe entre residentes e trabalhadores das unidades-polo da Residência Multiprofissional em Saúde da Família.
Descrição da produção
Serão quatro encontros quinzenais de duas horas com metodologia rogeriana e vivências lúdicas. As atividades incluem dinâmicas de integração, dança circular, pintura ao ar livre e chuva de ideias. Os encontros visam construir um ambiente facilitador, seguro e colaborativo, valorizando a escuta, o acolhimento e as experiências dos participantes, com base nos princípios da Abordagem Centrada na Pessoa.
Resultados
Espera-se fortalecimento de vínculos, cooperação entre residentes e trabalhadores e mudanças nas interações das equipes. A ludicidade favorece expressão emocional e reflexão sobre o trabalho, promovendo práticas colaborativas. A experiência pode contribuir para um cuidado mais integral, qualificado e afetivo nas unidades de saúde da família.
Análise crítica e impactos da produção
A oficina tensiona práticas tecnicistas e propõe abordagem relacional e afetiva. Em contextos de fragmentação, o espaço lúdico oferece oportunidade de escuta e reconhecimento mútuo. A experiência promove convivência ética, valorização da subjetividade e fortalecimento dos vínculos interprofissionais, ampliando a potência coletiva do trabalho no Sistema Único de Saúde.
Considerações finais
A proposta pode ser replicada como prática de educação permanente, contribuindo para equipes mais integradas e sensíveis. Ao articular experiência subjetiva e fortalecimento institucional, a oficina promove mudanças sustentáveis nas rotinas das unidades e amplia o cuidado interprofissional na Atenção Primária à Saúde.
QUALIFICAÇÃO SOBRE INTERPROFISSIONALIDADE E TRABALHO COLABORATIVO NA SAÚDE NA PROMOÇÃO DO CUIDADO INTEGRAL: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Comunicação Oral Curta
1 SESAB
2 UEFS
3 UNEB
Período de Realização
A atividade relatada foi realizada no dia 22 de maio de 2024
Objeto da produção
Este produto tem como objeto a qualificação de profissionais sobre a temática da “Interprofissionalidade e Prática Colaborativa no Cuidado em Saúde”.
Objetivos
Promover a qualificação de estudantes e trabalhadores de saúde para o cuidado interprofissional e colaborativo, com vistas à integralidade do cuidado.
Descrição da produção
Os participantes foram trabalhadores de saúde, estudantes de graduação e pós-graduação da saúde. Os participantes juntamente com a equipe executora do curso, se reuniram no dia 22 de maio 2024, de forma presencial para reflexão a despeito do processo de trabalho e as implicações sobre a prática colaborativa e Interprofissionalidade no cuidar, com o intuito de produzir efeitos transformadores. A formação aconteceu com a utilização de metodologias ativas, com discussão de casos.
Resultados
Durante a qualificação, os participantes se (re)aproximaram ou (re)conheceram temas não explorados na prática profissional ou nos processos formativos, como: o conceito ampliado de saúde; determinantes sociais; fatores socioculturais na atenção à saúde; necessidades de saúde; e a possibilidade de atuar em equipe no cenário para Interprofissionalidade. À curto prazo, foi possível sensibilizar para a promoção de espaços de educação e prática interprofissional com atuação colaborativa
Análise crítica e impactos da produção
A formação de profissionais de saúde tem favorecido práticas de cuidado fragmentadas nos serviços de saúde, corroborando com a individualidade, sem priorizar o trabalho em equipe e a prática interprofissional colaborativa. Assim, reforça-se a importância do desenvolvimento da Interprofissionalidade e do trabalho colaborativo na saúde, para a promoção do cuidado integral e de qualidade aos usuários dos serviços de saúde
Considerações finais
Com o desenvolvimento deste curso espera-se que os participantes tenham se (re)aproximado dos temas relacionados à educação e prática interprofissional colaborativa e repensem o desenvolvimento de competências que estimulem o trabalho em equipe integrado. Espera-se, à longo prazo, que Educação Interprofissional e a Prática Interprofissional e colaborativa, estejam imanentes nos processos formativos e no trabalho em saúde.
TUTORIA EM SAÚDE COLETIVA PARA ESTUDANTES DE CURSOS DE GRADUAÇÃO E PÓS EM CAMPO DE ESTÁGIO: UMA EXPERIÊNCIA INTERPROFISSIONAL
Comunicação Oral Curta
1 FAMED-UFU
2 GABIR-UFU
3 FO-UFU
Período de Realização
O projeto de interiorização no qual ocorre a tutoria acontece desde março de 2023.
Objeto da experiência
O relato trata do processo de tutoria em saúde coletiva para estudantes durante realização de estágios no SUS.
Objetivos
Refletir sobre as potencialidades e desafios da realização de tutoria em saúde coletiva com estudantes de graduação e pós-graduação de diferentes áreas da saúde que estão em campo de estágio no SUS, por profissionais com diferentes formações.
Metodologia
Estudantes de graduação e pós em saúde de uma universidade federal desenvolvem parte de seus estágios obrigatórios em municípios de pequeno porte, o que permite a vivência de diferentes cenários de produção do cuidado. Este projeto de interiorização surgiu visando a ampliação da rede de ensino e desenvolvimento de ações de saúde em contextos diversos. A tutoria de tais atividades é realizada semanalmente por docentes e técnicos administrativos em educação com formação em saúde coletiva.
Resultados
A tutoria ocorre a partir dos relatos sobre as vivências e aporte teórico sobre temas da saúde coletiva, o que possibilita a reflexão e aprimoramento de práticas nos territórios. A presença de tutores com formações diversas - psicologia, enfermagem, medicina, serviço social e odontologia - favorece um olhar amplo sobre a realidade e possibilidades de intervenção setoriais e intersetoriais. Isso favorece o aprendizado sobre o trabalho interprofissional e o desenvolvimento de competências diversas
Análise Crítica
O projeto possibilita o aumento da qualidade formativa em saúde coletiva – especialmente em atenção primária a saúde, mas não só -, e promove o aprendizado e trabalho interdisciplinar. O diálogo entre gestão, assistência e academia é propiciado, bem como o suporte aos estudantes e profissionais de saúde dos municípios parceiros. Desta forma, os resultados em saúde desses territórios, tanto qualitativos quanto quantitativos, devem ser pesquisados e certamente mostrarão melhorias.
Conclusões e/ou Recomendações
O projeto propicia importantes experiências aos estudantes, preceptores e tutores envolvidos no sentido de maximizar o conhecimento em saúde coletiva e estreitar as relações entre trabalhadores (da universidade e da assistência), gestores e estudantes. Tal processo possibilita algo que ainda ocorre de forma insipiente na formação que é o diálogo interprofissional, algo promissor para a formação dos futuros profissionais.
CELEBRANDO OS 34 ANOS DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Comunicação Oral Curta
1 UEFS
Período de Realização
A atividade relatada foi realizada nos dias 19 e 20 de setembro de 2024.
Objeto da experiência
Recordar e comemorar o dia de institucionalização do Sistema Único de Saúde (SUS) e discutir a relevância da garantia de seus princípios e diretrizes.
Objetivos
Relatar a experiência no desenvolvimento do Seminário em celebração aos 34 anos do Sistema Único de Saúde, com o tema “Equidade e saúde: promover respeito às diversidades para garantir a integralidade no SUS”.
Metodologia
Relato de experiência das atividades desenvolvidas no referido seminário, promovido pelo programa de extensão “DIVULGASUS: Divulgação do Sistema Único de Saúde na promoção da saúde enquanto direito à cidadania”, em parceria com o Mestrado Profissional em Saúde Coletiva e o Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva da Universidade Estadual de Feira de Santana. Os participantes foram trabalhadores de saúde, docentes e discentes da graduação e pós-graduação, e teve carga horária de 12 horas.
Resultados
O evento contou com a participação de 118 ouvintes (trabalhadores de saúde, docentes e discentes da graduação e pós-graduação) e de palestrantes com destaque no cenário local, estadual e nacional. A conferência de abertura que aconteceu na noite do primeiro dia teve como título o tema do evento, sendo discutido no dia seguinte os desafios para a equidade no SUS e a equidade e saúde de acordo com distintas perspectivas e grupos vulneráveis.
Análise Crítica
A regulamentação do SUS com a promulgação da Lei 8.080 em 19 de setembro de 1990 precisa ser recordada e comemorada, por se tratar de um dos maiores sistemas universais de saúde do mundo e que diante de seus avanços e desafios tem buscado promover a garantia de seus princípios e diretrizes, especificamente da equidade e integralidade, a partir da promoção do respeito às diversidades, em seus 34 anos de existência.
Conclusões e/ou Recomendações
O desenvolvimento deste seminário pode ter colaborado para o conhecimento da importância desse sistema público de saúde na garantia de direitos, o que poderá promover o seu fortalecimento. Destaca-se a relevância do envolvimento ensino-serviço-pesquisa, bem como da participação de discentes e docentes da graduação e pós-graduação na organização e efetivação desta atividade, colaborando para a expansão de conhecimentos sobre o SUS e a sua defesa.
O ESTÁGIO CURRICULAR EM EDUCAÇÃO FÍSICA HOSPITALAR: IMPACTOS FORMATIVOS E DESAFIOS À INTERPROFISSIONALIDADE NO SUS
Comunicação Oral Curta
1 Universidade Federal de Goiás (UFG)
2 Secretaria de Estado da Saúde, do Estado de Goiás.
Apresentação/Introdução
A atuação do profissional de Educação Física na área hospitalar é emergente no SUS, ainda com pouca visibilidade e práticas fragmentadas. A Saúde Coletiva propõe cuidado integral e interdisciplinar. Este estudo analisa como o estágio supervisionado contribui para a formação crítica dos estudantes.
Objetivos
Compreender, na perspectiva de estudantes de Educação Física, o papel do profissional da área no contexto hospitalar e analisar os impactos do estágio curricular obrigatório na formação acadêmica e profissional, à luz dos princípios do SUS e da Saúde Coletiva.
Metodologia
O estudo é qualitativo, exploratório e do tipo estudo de caso, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital das Clínicas, UFG. A amostra foi por conveniência, com recrutamento intencional de estagiários de Educação Física, considerando aqueles que realizaram estágio no hospital. Estudantes que não responderam ao questionário foram excluídos. As categorias analíticas adotadas foram: 1. Características sociodemográficas; 2. História de vida e saúde; 3. Percepção sobre o profissional de Educação Física no SUS; 4. Avaliação da atuação profissional.
Resultados
Foram selecionados 29 participantes, estudantes e egressos de EF que estagiaram na unidade co-participante. Desses, 26 responderam ao questionário. A maioria só conheceu a atuação hospitalar do PEF no estágio. Jovens (18–29), homens (69%) e brancos (62%) predominaram. Relataram boa saúde geral (72%) e mental (59%), sono regular (48%) e prática física regular (93%). A maioria não usava álcool, cigarros, anabolizantes ou medicamentos controlados. O estágio foi considerado impactante e revelou desafios como estrutura precária, invisibilidade, fragmentação do cuidado e pouca integração interprofissional.
Conclusões/Considerações
O estudo destacou a importância do estágio hospitalar para a formação de PEFs, revelando desconhecimento prévio dos estudantes sobre essa área. Apontou lacunas curriculares e a necessidade de integrar a EF às demandas do SUS. Defende-se uma formação crítica e interprofissional, voltada ao cuidado integral e à equidade no acesso à saúde.
OFICINA DE REGULAÇÃO DO ACESSO EM SAÚDE NO PROCESSO DE ENSINO APRENDIZAGEM DO INTERNATO DE SAÚDE COLETIVA
Comunicação Oral Curta
1 PUC Minas
Período de Realização
Primeiro semestre de 2025, durante o Internato de Saúde Coletiva do curso de Medicina da PUC Minas.
Objeto da experiência
Uso de metodologias ativas na construção de conhecimentos sobre regulação do acesso em saúde no ensino da Saúde Coletiva (SC), no curso de Medicina.
Objetivos
Apresentar a experiência do uso da metodologia de oficinas de aprendizagem no curso de Medicina para a simulação de um caso clínico voltado para desenvolver habilidades de tomada de decisão acerca dos processos de regulação do Acesso no Sistema Único de Saúde e vivenciar o papel do médico regulador.
Descrição da experiência
Realizou-se oficinas de aprendizagem com temas da SC, entre eles Regulação do Acesso em Saúde, integrando o conhecimento com a Medicina de Família e Comunidade (MFC). Inicialmente, os internos analisaram casos clínicos que exigiam a atuação da regulação, o conhecimento em MFC, a identificação e o preenchimento adequado de guias de encaminhamentos. Após, atuaram como médico regulador e analisando os encaminhamentos advindos dos casos clínicos, exercitando a tomada de decisão e a análise crítica.
Resultados
A oficina proporcionou uma oportunidade prática e realista dos internos aplicarem conhecimentos clínicos da MFC centrado na pessoa, exercitarem a tomada de decisão sobre encaminhamentos para a central de regulação, além de treinarem a habilidade para o preenchimento qualificado de guias de encaminhamentos para serviços especializados, procedimentos de alto custo e cirurgias eletivas. Também aprofundou o entendimento sobre o papel do médico regulador na garantia do acesso equitativo e eficiente.
Aprendizado e análise crítica
O uso da metodologia de oficinas de aprendizagem para o ensino da Saúde Coletiva contribuiu para o aprendizado ativo, estimulou o trabalho em equipe, ativou o cuidado centrado na pessoa com a qualificação dos encaminhamentos e preparou os internos para os desafios da gestão dos serviços de saúde. A compreensão da Regulação do Acesso em Saúde, contextualizada na vivência da MFC, promoveu o protagonismo dos internos e contribuiu para a compreensão da complexidade do sistema único de saúde.
Conclusões e/ou Recomendações
O uso de metodologias ativas para o ensino da Saúde Coletiva, com casos simulados, pode favorecer a aquisição de conhecimentos, habilidades e atitudes necessárias para a tomada de decisão e resolução de problemas à medida que integra teoria e prática, contribuindo para a formação de profissionais críticos e preparados para atuarem no Sistema único de Saúde. Recomenda-se o ensino da Saúde Coletiva integrado com a MFC.
MATRICIAMENTO EM SAÚDE MENTAL NO MÊS DA LUTA ANTIMANICOMIAL
Comunicação Oral Curta
1 Instituto Aggeu Magalhães/Fiocruz
2 UPE
Período de Realização
As atividades de matriciamento, relatadas neste trabalho, ocorreram no mês de maio de 2024.
Objeto da experiência
Atividades de matriciamento realizadas em duas Unidades de Saúde da Família (USF), no mês da luta antimanicomial, tendo como tema a Saúde Mental.
Objetivos
Geral: estimular o debate sobre saúde mental e luta antimanicomial no cotidiano de trabalho das equipes de saúde da família (eSF). Específicos: a) discutir o fluxo de cuidado na Rede de Atenção Psicossocial (RAPS); c) debater o processo de trabalho em saúde mental nos territórios das USF.
Descrição da experiência
Foram matriciadas seis eSF de duas USF diferentes. O matriciamento ocorreu em encontro único com cada equipe de saúde e teve uma duração média de duas horas cada. O tema dos encontros foi: “Um debate político e ampliado sobre Saúde Mental”, com foco em debater a RAPS e suas ferramentas enquanto produto de um movimento social. A ação ocorreu com base em um roteiro semiestruturado, que também pautava a atuação da Estratégia de Saúde da Família junto a RAPS.
Resultados
Os momentos oportunizaram que os profissionais de saúde que compõem a equipe eMulti, e tem as USF como referência direta, expusessem seu cotidiano de trabalho, com debates importantes sobre o tema. Os profissionais das eSF demonstraram desconhecer as implicações políticas e sociais do SUS em relação à saúde mental e o funcionamento da RAPS; dentre as estratégias utilizadas, a classificação de risco em saúde mental fez com que esses profissionais tivessem maior participação no debate.
Aprendizado e análise crítica
Mesmo enfrentando algumas dificuldades para a sua realização, a atividade se consolidou como importante para melhorar a compreensão das dinâmicas estabelecidas no cotidiano das USF, com relação ao tema da Saúde Mental. Com isso, se confirmou a importância do matriciamento para o fortalecimento do SUS, uma vez que permitiu a qualificação das eSF, o que pode produzir um maior e melhor acesso das pessoas aos serviços de saúde, aspecto essencial para construção de uma sociedade livre e democrática.
Conclusões e/ou Recomendações
As rodas de conversa trouxeram algumas pistas importantes para o trabalho com ações de matriciamento, apontando para estratégias que possam ser utilizadas em outras ações semelhantes e demonstrando que é possível e necessário discutir saúde de maneira politicamente contextualizada. Indicamos a necessária retomada da lógica de trabalho onde os profissionais de saúde se vêem em um constante movimento de aprendizado, dentro e fora de suas equipes.

Realização: