Programa - Comunicação Oral Curta - COC13.10 - PET-Saúde e Experiências Formativas no SUS: Cuidado e Inclusão em Contextos Regionais
01 DE DEZEMBRO | SEGUNDA-FEIRA
08:30 - 10:00
COMEÇO, MEIO, COMEÇO: A TRAVESSIA DE UMA FACILITADORA PELA FORMAÇÃO EM TERRITÓRIOS AMAZÔNICOS
Comunicação Oral Curta
Martins, F.M.1
1 UFAM
Período de Realização
Formação de 1 ano para trabalhadores da saúde. Início em agosto/2024 (em andamento).
Objeto da experiência
Formação situada de trabalhadores da saúde para o cuidado integral às populações do campo, floresta e águas.
Objetivos
Narrar, como facilitadora, a experiência vivida em processos de educação permanente voltados ao cuidado em saúde das populações do campo, florestas e águas, valorizando saberes territoriais, práticas tradicionais e promovendo o cuidado intercultural no SUS.
Metodologia
A formação, baseada na escuta, na interculturalidade e na valorização dos saberes tradicionais, promoveu práticas educativas situadas, como os Puxiruns e o uso do Aturá, fortalecendo o SUS nos territórios. Uma travessia viva, afetiva e transformadora a partir dos 5 encontros das trilhas e das formações de EPS enquanto grupo.
Resultados
Fortalecimento dos vínculos entre profissionais e territórios; valorização dos saberes locais e práticas tradicionais; ampliação da escuta e do cuidado intercultural; maior engajamento nas ações de saúde; produção de narrativas e registros do cuidado; construção coletiva de propostas a partir dos Puxiruns. A experiência reforçou a potência da educação permanente no SUS.
Análise Crítica
Aprendi que facilitar é escutar com o corpo inteiro. A formação mostrou que o cuidado nasce do encontro entre saberes diversos. Reconhecer o território como potência e não como carência foi essencial. A maior lição foi entender que educação permanente só faz sentido se for viva, situada e implicada com a transformação social e a justiça nos territórios.
Conclusões e/ou Recomendações
A formação reafirma que o cuidado exige diálogo entre saberes, escuta ativa e presença no território. Um territórios líquido, como é o Amazônico, potente, criativo, atravessados por fixos e fluxos. Recomenda-se que a educação permanente seja presente, situada e co-construída. Assim, fortalece-se o SUS e os saberes ancestrais nos campos, florestas e águas.
EXPERIÊNCIA DE CONSTRUÇÃO E APLICAÇÃO DE UMA OFICINA TUTORIAL DO PET SAÚDE -EQUIDADE - EIXO MATERNAGEM
Comunicação Oral Curta
Luz, H. D. H.1, Farias, A. J. S.1, Oliveira, C. R. S.1, Souza, L. V. S.1, Santos, T. A.1
1 UFBA
Período de Realização
O período de realização se estendeu de janeiro a abril de 2025
Objeto da experiência
Elaboração e aplicação de uma oficina tutorial com foco na maternagem como dimensão do cuidado no mundo do trabalho.
Objetivos
Relatar o processo de concepção metodológica e execução de uma oficina para mobilizar estudantes e trabalhadores da saúde em torno da temática da maternagem; expor a produção política gerada na ocasião; refletir o impacto da atividade na formação acadêmico-profissional em saúde.
Descrição da experiência
A proposta metodológica da oficina foi idealizada e conduzida por um grupo tutorial do PET-Saúde. O foco da atividade foi a maternagem no trabalho na saúde; em simulação a uma conferência de saúde, incluiu dinâmicas de acolhimento, apresentação do conceito de moção e debate orientado a partir da temática. Os participantes construíram moções a partir de cartas motivadoras que abordavam desafios enfrentados por quem materna no mundo do trabalho. A oficina culminou no debate das moções elaboradas.
Resultados
A oficina proporcionou um espaço de formação crítica e produção política, resultando na elaboração de moções que interseccionalizam a maternagem no trabalho com questões de gênero, raça, saúde mental e deficiências. Os participantes relataram reconhecimento, identificação e ampliação da compreensão sobre a diversidade de experiências relacionadas ao cuidado materno e suas implicações no mundo do trabalho. A simulação de uma conferência em saúde propiciou o debate ativo e dinâmico na atividade.
Aprendizado e análise crítica
A experiência evidenciou o potencial pedagógico de metodologias que articulam debate participativo, vivências subjetivas e prática política. A maternagem foi compreendida como uma pauta legítima no campo da saúde do trabalhador, ampliando a noção de cuidado e revelando invisibilidades estruturais nos ambientes laborais. A atividade se mostrou como um excelente artifício para difusão e discussão de um conhecimento pouco abordado nos currículos tradicionais.
Conclusões e/ou Recomendações
Oficinas com essa abordagem favorecem o engajamento crítico de estudantes e profissionais e devem ser incentivadas em espaços de formação, para fortalecimento da mobilização política dos agentes sociais. Recomenda-se sua replicação como estratégia de educação permanente e fortalecimento das pautas de cuidado no trabalho.
LETRAMENTO RACIAL E PET- SAÚDE: FERRAMENTA EDUCATIVA SOBRE EQUIDADE EM SAÚDE NO SUS
Comunicação Oral Curta
Felipe, D. A.1, Oliveira, V. S.1, Vicente, D. A1, Santos, R.C.1, Tavares, V. B. S.1, Ferreira, A. P.2, Oliveira, E. P.2, Silva, E. L.2, Figueiredo, S. M.. A.2, Lima, A.L.A1
1 Secretaria Municipal de Saúde do Recife
2 Universidade Católica de Pernambuco
Período de Realização
A experiência foi realizada no mês de Maio a junho de 2025.
Objeto da experiência
Desenvolvimento de curso online sobre relações étnico-raciais e letramento racial para profissionais de saúde via AVA.
Objetivos
Desenvolver um curso na modalidade online, utilizando Ambiente Virtual de Aprendizagem sobre relações étnico-raciais para promover letramento racial entre profissionais de saúde, contribuindo para práticas mais equitativas e o enfrentamento das desigualdades raciais na atenção à saúde.
Metodologia
A experiência envolveu revisão de literatura, definição de diretrizes pedagógicas e uso de metodologias ativas de ensino-aprendizagem. Contou com rodas de conversa e articulação entre docentes e discentes da universidade, Escola de Saúde do Recife e profissionais da política de atenção à população negra, resultando em conteúdos contextualizados e voltados à equidade na saúde.
Resultados
A experiência resultou na construção de um curso on-line no Ambiente Virtual de Aprendizagem da Escola de Saúde do Recife, a fim de contribuir com o letramento racial de profissionais de saúde. Fortaleceu o diálogo intersetorial e contribuiu para práticas mais equitativas, sensíveis às desigualdades raciais no SUS.
Análise Crítica
A experiência evidenciou a lacuna no letramento racial entre profissionais de saúde e a importância de estratégias educativas acessíveis, como o curso de letramento racial, para promover reflexão crítica. A construção coletiva do material favoreceu o diálogo interprofissional, a valorização da diversidade e o fortalecimento de práticas alinhadas à equidade e aos princípios do SUS.
Conclusões e/ou Recomendações
A fragilidade de letramento racial compromete a equidade no cuidado e a qualidade dos dados. O curso, como ação de educação permanente, traduz temas complexos de forma acessível, crítica e alinhada aos princípios do SUS e dos determinantes sociais. Inserido no PET-Saúde Equidade, reforça a importância de ações formativas no território para fortalecer a equidade racial e enfrentar iniquidades nos serviços de saúde.
O PET-SAÚDE DIGITAL COMO ELEMENTO FORTALECEDOR DO NÚCLEO DE SAÚDE DIGITAL DA UNIFESP
Comunicação Oral Curta
Chriguer, R. S.1, Domingos, T. S.1, Surjus, L. T. L. S.1, Azevedo, R.1, Tavares, I. M.1, Gabrielloni, M. C.1, Kunkel, M. E.2, Salvador, M. E.2, Fegadolli, .2
1 Unifesp
2
Período de Realização
A partir de fevereiro de 2025
Objeto da experiência
PET-Saúde Digital como fortalecedor do Núcleo de Saúde Digital da Unifesp.
Objetivos
Apresentar a experiência da construção do PET-Saúde Digital com foco no fortalecimento das metas do Núcleo de Saúde Digital da Universidade Federal de São Paulo.
Descrição da experiência
O Projeto PET-Saúde Digital da Unifesp foi criado a partir do edital conjunto SEIDIGI/SGTES-MS Nº 1/2025, publicado em 26 de fevereiro de 2025 pelo Ministério da Saúde, PET Saúde/Informação e Saúde Digital. Essa iniciativa é resultado da articulação do PET-Saúde com o Núcleo de Saúde Digital da Unifesp, que visa fortalecer suas metas por meio de grupos de aprendizagem tutorial (GAT) com foco em ações articuladas e integradas de ensino-aprendizagem, educação permanente e assistência à saúde.
Resultados
O PET-Saúde Digital, em consonância com o Núcleo de Saúde Digital, estruturou nove GAT constituídos por Tutores/as, Preceptores/as e estudantes e abrange temas como: cuidado territorial (floresta, campo, rua), vítimas de violência policial, redução de danos, soluções digitais para equidade no uso de canabinóides no SUS, saúde mental na Atenção Básica, tecnologia assistiva 3D em órtese e prótese, Rede Alyne, atendimento LGBTQIAPN+ e urgências oftálmicas.
Aprendizado e análise crítica
A experiência da Unifesp em elaborar projetos que visam a formação, a gestão e a assistência no SUS, articulando diversos campi da Universidade e diversas secretarias municipais de saúde, favoreceram a construção do Projeto PET-Saúde Digital com foco no fortalecimento das metas traçadas pelo Núcleo de Saúde Digital. Essa articulação vivenciada permite um olhar para a junção de políticas públicas com foco na melhoria do cuidado, na equidade e nas transformações em saúde digital.
Conclusões e/ou Recomendações
A construção do Projeto do PET-Saúde Digital da Unifesp apresenta um potente apoio e expansão das atividades elencadas às metas do Núcleo de Saúde Digital da Unifesp. A junção dessas políticas de saúde possibilitam uma extensão das ações de cuidado e educação permanente na perspectiva da Saúde Digital, além de promover a qualificação da formação à nível da graduação.
PET EQUIDADE: VALORIZAÇÃO DOS TRABALHADORES E FUTUROS TRABALHADORES DO SUS EIXO SAÚDE MENTAIS E AS VIOLÊNCIAS RELACIONADAS AO TRABALHO NA SAÚDE
Comunicação Oral Curta
Drumond, A.S.1, Fragoso, M.V.2, Paula, C.C.S2, Oleto, A. O.2, Júnior, C.S.D.3
1 Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais - PUC Minas
2 Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte- SMSA/SUS/BH
3 Universidade Federal de Minas Gerais- UFMG
Período de Realização
2024-2025
Objeto da experiência
Inserção de alunos da área da saúde, ciências humanas e socais em um centro de saúde para estudar o evento violência e saúde mental em trabalhadores.
Objetivos
Contribuir para formação dos trabalhadores e futuros trabalhadores do SUS
Compreender como a violência impacta a saúde mental entre trabalhadores da saúde
Propor intervenções para reduzir a violência no local de trabalho e melhorar a saúde mental dos trabalhadores.
Metodologia
Formação de um Grupo de Trabalho composto por professores de instituições de ensino superior, preceptores da Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte e estudantes dos cursos das áreas da saúde, ciências humanas e sociais, para estudar a violência e seu impacto na saúde mental de trabalhadores de um centro de saúde em Belo Horizonte. O grupo tem como meta elaborar de um projeto de pesquisa que melhorar a compreensão sobre a violência no trabalho seu efeito na saúde mental dos trabalhadores
Resultados
Foram realizados encontros presenciais e virtuais para formação teórica sobre o SUS, violência nos serviços de saúde, realização de oficinas, debates e discussão sobre o tema violência e saúde mental com trabalhadores do centro de saúde e elaboração do projeto de pesquisa para aprofundamento na compreensão de impacto da violência na saúde mental dos trabalhadores
Análise Crítica
Ações de educação pelo trabalho para a saúde visando ao fortalecimento do processo de integração ensino-serviço-comunidade de forma articulada entre o SUS e as instituições de ensino superior têm contribuído para a formação de futuros profissionais, assim como para a criação e a ampliação das condições necessárias ao exercício da valorização dos trabalhadores e futuros trabalhadores do SUS compreendendo o evento violência e impacto na saúde mental dos trabalhadores
Conclusões e/ou Recomendações
Espera-se que o estudo forneça uma compreensão detalhada da prevalência e do impacto da violência no ambiente de trabalho entre os trabalhadores do centro de saúde e os resultados contribuam para o desenvolvimento de políticas e intervenções para reduzir a violência no local de trabalho e melhorar a saúde mental dos trabalhadores.
PET-SAÚDE EQUIDADE E A PEDAGOGIA DAS RAIZEIRAS E RAIZEIROS DO CERRADO
Comunicação Oral Curta
SOUZA, J.M.1, GONÇALVES, A.D.2, CARVALHO, A.L.O.2, SILVA, A.K.A.1, OLIVEIRA, I.M.1, SANTOS, G.C.S.3, LIMA, E.S.3, ANDRADE, F.R.1, GUIMARÃES, S.M.F.2
1 Faculdade de Ciências e Tecnologias em Saúde da Universidade de Brasília
2 Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Brasília
3 Secretaria de Saúde do Distrito Federal
Período de Realização
A atividade foi realizada nos dias 25, 26 e 27 de fevereiro de 2025.
Objeto da experiência
Participamos de projeto de extensão sobre Cerrado, vinculado a ações do Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde (PET-Saúde).
Objetivos
Descrever atividade do projeto de extensão “Bioma Cerrado, conhecimentos tradicionais e diálogos interepistêmicos: Reflorestando a Universidade com Raizeiras e Raizeiros do Cerrado”, realizada com participação de tutoras, preceptoras e estudantes de um grupo de aprendizagem do PET-Saúde: Equidade.
Descrição da experiência
Ao longo de três dias estivemos com três raizeiras quilombolas (São Domingos) e um raizeiro quilombola (Vão do Moleque-Kalunga) de Cavalcante/GO, quando essas guardiãs de saberes ancestrais nos apresentaram a importância do bioma Cerrado para os conhecimentos tradicionais e como elas manejam o Cerrado com cuidado. Participamos de oficinas de chás e banhos, realizamos produção e plantio de mudas. Também fizemos a identificação de plantas medicinais no Cerrado.
Resultados
As raizeiras constroem uma relação de cuidado com o bioma, onde um cuida do outro. Durante a atividade, elas enfatizaram a importância das plantas medicinas e de ter o Cerrado vivo criando vida. A pedagogia envolvida foi criada a partir das próprias raizeiras, as quais, por meio de rodas de conversa e oficinas, nos permitiram manipular as sementes, sentir os cheiros, as rugosidades, as texturas das plantas e seus gostos.
Aprendizado e análise crítica
A 11ª edição do PET-Saúde (2024-2026) dá ênfase à equidade e, pela primeira vez, exige a participação de estudantes de outras áreas do conhecimento, além da saúde. O grupo de aprendizagem tutorial envolvido nessa experiência conta com a participação de duas estudantes de Ciências Sociais. Além disso, uma tutora é antropóloga. Essa composição interdisciplinar tem permitido o desenvolvimento de ações que efetivamente consideram as interseccionalidades no trabalho na saúde.
Conclusões e/ou Recomendações
A atividade relatada teve o intuito de fortalecer o diálogo interepistêmico e interseccional e contribuiu para o processo formativo em saúde, na medida em que mostrou, aos estudantes e preceptoras do PET-Saúde, como a preservação do Cerrado está diretamente relacionada com a preservação da medicina tradicional, da cultura e das populações que nutrem uma relação profunda com esse Bioma.
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO PELO TRABALHO PARA SAÚDE (PET-SAÚDE): DESAFIOS E APRENDIZADOS NA (TRANS) FORMAÇÃO PARA O SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS) EM CHAPECÓ-SC
Comunicação Oral Curta
SILVA FILHO, C. C.1, PRÁ, K. R. D2, LARENTES, G. F.3, BARIMACKER, S. V.3, TOMBINI, L. H. T.4, VENDRUSCOLO, C.5
1 Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), Campus Chapecó-SC, Programa de Pós-Graduação em Enfermagem (PPGENF), e Pós-Doutorando em Serviço Social com Bolsa da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (FAPESC), Edital 20/202
2 Cursos de Graduação e Pós-Graduação em Serviço Social e no Programa de Residência Multiprofissional em Saúde da Família da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Campus Florianópolis-SC
3 Secretaria Municipal de Saúde de Chapecó-SC
4 Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), Campus Chapecó-SC
5 Curso de Graduação em Enfermagem e do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem na Atenção Primária à Saúde da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC)
Período de Realização
Relata-se sobre três edições do PET-Saúde realizadas em Chapecó-SC, de 2015 até 2023.
Objeto da experiência
Relatar e refletir sobre os desafios e aprendizados nas três últimas edições concluídas do PET-Saúde no município de Chapecó-SC (8a à 10a edição).
Objetivos
O objetivo do Programa de Educação pelo Trabalho para Saúde (PET-Saúde), um dispositivo formativo com 11 edições entre os anos 2008 e 2025, é promover a integração entre ensino, serviço e comunidade, com foco em fortalecer a formação de profissionais de saúde para o Sistema Único de Saúde (SUS).
Descrição da experiência
Trata-se de um relato de experiência, a partir das três últimas edições concluídas no município de Chapecó-SC: PET-Saúde Gradua-SUS (2015-2017), PET-Saúde Interprofissionalidade (2019-2021), e PET-Saúde Gestão e Assistência (2022-2023). Constitui-se mediante parceria entre a Secretaria Municipal de Saúde de Chapecó-SC, a Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), a Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), e a Universidade do Oeste de Santa Catarina (UNOESC).
Resultados
O PET-Saúde tem se mostrado uma potente ferramenta para induzir processos formativos problematizadores e sintonizados com a realidade do SUS. A pluralidade temática de suas edições, bem como as dimensões da intersetorialidade, interdisciplinaridade, e interprofissionalidade presentes nas vivências em grupos tutoriais, fazem dele uma política diferencial para resgatar nos futuros profissionais ideais epistemológicos e didático-pedagógicos defendidos desde o movimento da reforma sanitária.
Aprendizado e análise crítica
A integração de fato permanece ainda muito atrelada aos Editais e fomento ministerial, com discreto legado para os currículos e formação em saúde. A criação de disciplinas interprofissionais e projetos interinstitucionais são exemplos exitosos, embora ainda não transversais. Apesar dos encontros potentes, há lacunas como a inexistência em universidades privadas (que percentualmente são as que mais formam), modesta abrangência nas universidades contempladas, e sua inconstância governamental.
Conclusões e/ou Recomendações
A experiência mostra que as tentativas, até então, são de curricularização do PET-Saúde na formação em saúde, com efeitos positivos, mas retroalimentando certa dependência dessa iniciativa. Defende-se que o SUS, em si, deve ser curricularizado transversalmente (ou seja, “o óbvio” que precisa ser dito), de modo não conteudista, para além deste necessário programa (dentre outros que possam existir ciclicamente).
A INFLUÊNCIA DA INTERSETORIALIDADE NA CONSTRUÇÃO DO GRUPO DE ADOLESCENTES ‘’ME DÁ A MÃO’’: UMA EXPERIÊNCIA MULTIFACETADA NO MUNICÍPIO DE SANTOS, SÃO PAULO
Comunicação Oral Curta
Silva, G. R. G.1, Silva, M. A.1, Soares, B. B. A.1, Silva, M. G. C.1, Almeida, V. R. K.1, Diláscio, B. E. M.1, Manetta, G. M.1, Lima, S. M. M.1, Barros, A. N.1, Andrade, T. H. P.1
1 Prefeitura Municipal de Santos - PRMAPS
Período de Realização
Teve início em junho de 2023, e se mantém presente até a atualidade.
Objeto da experiência
Adolescentes cursando 8° e 9° anos do Ensino Fundamental de uma escola municipal do município de Santos, São Paulo.
Objetivos
Promover a saúde do adolescente de forma integral, intersetorial e interdisciplinar. Utilizar a cultura hip hop como competência cultural. Estimular o autocuidado da saúde dos adolescentes. Fortalecer o vínculo com o serviço de saúde. Proporcionar o desenvolvimento da responsabilidade social.
Metodologia
O grupo é composto por residentes multiprofissionais, eMulti, ACS e convidados. Os encontros ocorrem mensalmente em uma escola municipal. As temáticas abordadas incluíram saúde mental, educação sexual e transformação da realidade, exploradas por meio de oficinas de artes urbanas, poesia e dinâmicas interativas. Posteriormente, a valorização na participação social, com foco em direitos humanos e cidadania, permitiu que os jovens participassem ativamente da construção e desenvolvimento do grupo.
Resultados
O vínculo entre adolescentes e profissionais da APS permitiu assegurar a universalidade de acesso. Isso ficou evidente pela elevação do número de consultas médicas, de enfermagem e da cobertura vacinal, diminuindo disparidades, garantindo equidade e justiça social. Considerando os determinantes sociais de saúde, foi possível problematizar a mudança de perspectiva da realidade, trazendo senso crítico e a valorização da cultura local, promovendo comportamentos de autocuidado e hábitos saudáveis.
Análise Crítica
A experiência perpassa o campo científico e agrega em valor moral e de humanidade. Atuar em em territórios em situação de vulnerabilidade social, onde direitos humanos básicos como moradia, saneamento básico, alimentação e lazer não são garantidos é extremamente desafiador. Como resposta a essa problemática, foi fundamental trabalhar de maneira intersetorial, só por meio da rede de atenção à saúde é possível diminuir as iniquidades sociais e garantir acesso equitativo aos adolescentes.
Conclusões e/ou Recomendações
Portanto, é preciso reconhecer que o neoliberalismo aprofunda desigualdades e fragiliza os sistemas de proteção social. Assim, ao atuarmos com foco na equidade, buscamos romper com essa lógica, promovendo práticas que valorizam o cuidado coletivo, o direito à saúde e o fortalecimento de vínculos comunitários. Essa experiência, não apenas amplia nossa formação, como também nos compromete eticamente com a transformação social.
DANÇANDO A LIBERDADE NO CAPS: RELATO DE EXTENSÃO, E POTENCIALIDADES DA DANÇA CIRCULAR NO CUIDADO EM SAÚDE MENTAL COLETIVA
Comunicação Oral Curta
Favoretto, C.C.R1, Nunes, F.C1, Favoretto, C.C.R1
1 UFG
Período de Realização
Fevereiro a Junho/2022 e Setembro a Dezembro/2023
Objeto da experiência
Reimplantação e organização de um Grupo de dança circular de um centro de atenção psicossocial.
Objetivos
Analisar a implementação e os resultados de um projeto de extensão com grupo terapêutico de dança circular em um Centro de Atenção Psicossocial tipo II Transtorno.
Descrição da experiência
O projeto de extensão focou na retomada de um grupo de dança circular em um CAPS, paralisado pela pandemia. A parceria auxiliou na implantação e condução de encontros semanais com, em média, 10 usuários (grupo aberto, sem restrições de gênero/idade). A dinâmica incluía chegada, organização do centro, acolhimento, alongamento, execução das danças e avaliação final, estruturada pela observação e literatura em coordenação de grupos.
Resultados
Para acolhimento e avaliação, utilizamos emojis espalhados no chão. No início e fim, usuários escolhiam a imagem que representava suas emoções, explicando-as no centro do grupo. Essa técnica visava entender o estado emocional na chegada e partida. Observamos alegria e entusiasmo, reforçando a importância da dança circular na vinculação terapêutica e adesão ao tratamento. A estratégia alinha-se aos princípios da atenção psicossocial, promovendo vinculação, participação ativa e pertencimento.
Aprendizado e análise crítica
A técnica de acolhimento com emojis revelou um desafio: a não coincidência entre a imagem escolhida e a emoção verbalizada. Por vezes usuários escolhiam emojis de tristeza, mas declaravam felicidade, ou vice-versa. Isso indicou uma falta de alfabetização emocional, comum em indivíduos com transtornos mentais graves (ansiedade, esquizofrenia...), que afetam a capacidade de reconhecer e gerenciar emoções. Nesses casos, priorizamos o significado da fala, pois ali residia a verdadeira expressão.
Conclusões e/ou Recomendações
Observou-se que, apesar da dificuldade em detalhar emoções, usuários comunicavam se eram positivas ou negativas. Isso ressalta a crucialidade de um ambiente seguro e acolhedor, que propicia a expressão livre. Tal espaço é essencial para fortalecer o vínculo terapêutico, promovendo o cuidado humanizado e a autonomia dos participantes na saúde mental.
MAPEAMENTO DE USUÁRIOS DA REDE DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Comunicação Oral Curta
Carvalho, F. C do1, Valença, D.F2, Sanabria, C.A.P1, Garcia, E. G1, Jesus, H.M de1, Ferreira, A.V.L1, Souza, D.R. A de2, Santos, V. L1
1 UEFS
2 UFS
Período de Realização
01/03/2022 à 31/03/2023
Objeto da experiência
Experiências durante o mapeamento de usuários de uma UBS que fazem uso de serviços da RAPS, como atividade desenvolvida no âmbito da RMSM/UFS.
Objetivos
Este relato de experiência tem como objetivo compartilhar vivências adquiridas durante o processo de mapeamento de usuários adscritos a uma Unidade Básica de Saúde (UBS), que também estão vinculados e são atendidos por serviços da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS)
Descrição da experiência
No estágio eletivo do Programa de Residência Multiprofissional em Saúde Mental (RMSM) da Universidade Federal de Sergipe (UFS), os residentes têm a possibilidade de escolher o serviço em que irão atuar. Nesse contexto, uma UBS, localizada em Aracaju–SE, foi selecionada como campo de prática. As atividades desenvolvidas incluíram territorialização, mapeamento de usuários com demandas em saúde mental, apoio matricial e articulação entre os serviços da RAPS.
Resultados
A construção cartográfica do território foi realizada por meio de dois mapas: um manual e outro digital, com o uso da ferramenta Google Maps. Esse processo contou com o apoio da equipe da eSF. As microáreas foram atualizadas com base nas transformações observadas no território. Simultaneamente, foram realizadas visitas a três CAPS, onde os prontuários foram analisados manualmente. Os usuários atendidos pela RAPS foram inseridos no mapa digital, enquanto o mapa físico foi afixado na UBS.
Aprendizado e análise crítica
As vivências possibilitaram o fortalecimento do processo de trabalho na busca pela integralidade do cuidado aos usuários de saúde mental, por meio da territorialização, do mapeamento, do apoio matricial com troca de saberes entre profissionais de diferentes serviços e da articulação em rede. Tais ações permitiram traçar novas possibilidades para o estreitamento dos vínculos, fomentando o compartilhamento de casos e o diálogo entre as equipes.
Conclusões e/ou Recomendações
A integração entre a Atenção Básica e os CAPS, possibilitou uma atuação mais articulada e eficiente, promovendo a troca de saberes e o reconhecimento das demandas locais. A disponibilização do mapa virtual ao Consultório na Rua fortaleceu as estratégias de cuidado, impactando positivamente a prática profissional e contribuindo para o desenvolvimento dos residentes e a ampliação da compreensão sobre o cuidado em saúde mental no SUS.