Programa - Comunicação Oral Curta - COC13.8 - Saúde Coletiva na Pós-Graduação: Equidade e Políticas Públicas

Apresentação/Introdução
A produção de conhecimento no campo da saúde coletiva tem uma agenda pautada nas políticas públicas e demandas sociais. O programa de Pós-Graduação em Saúde da Criança e da Mulher (PPGSCM) vem, a mais de 35 anos, formando mestres e doutores cujos trabalhos evidenciam o forte compromisso com temas relacionados à saúde da mulher, criança e outras populações que ao longo dos anos foram sendo incorporadas.


Objetivos
Analisar a produção de teses e dissertações do Programa de Pós-Graduação em Saúde da Criança e da Mulher defendidas nos últimos 35 anos e sua interface com as principais políticas públicas de saúde.


Metodologia
Foram analisadas teses e dissertações defendidas no PPGSM/IFF entre 1988 e 2023, agrupadas por períodos (1988-1997; 1998-2007; 2008-2017; 2018-2023) e examinadas quanto ao tipo de pesquisa, ano, tema, população, local, dados, resultados e conclusões. Esse material foi comparado às principais políticas públicas voltadas à saúde da mulher e da criança. O levantamento dessas políticas foi realizado por meio de revisão da literatura. A leitura minuciosa dos textos, a identificação das políticas citadas, a organização cronológica, o público-alvo, os objetivos e impactos foram conduzidos com o auxílio do COPILOT. Os dados foram armazenados no REDCAP.


Resultados
Do total de 810 trabalhos avaliados, 72% foram dissertações e 28% teses. Predominaram métodos qualitativos (57,3%) e uso de dados primários (71,3%). A maioria dos estudos não foi realizada no IFF (72%), sendo 21,2% no município do Rio de Janeiro e 9,6% em nível nacional. Os principais grupos investigados foram crianças (25,5%), mulheres (25,2%) e recém-nascidos (20,3%). Entre os temas, destacaram-se gestação (12%) e parto/nascimento/puerpério (11%). Essas produções dialogam com políticas públicas voltadas à saúde da mulher e da criança, revelando aderência às agendas prioritárias e aos marcos normativos do período analisado.

Conclusões/Considerações
Os temas dos trabalhos mostram articulação com inúmeras políticas de saúde, sobretudo as que versam sobre a saúde da criança e da mulher constituindo um repositório para profissionais e gestores da área da saúde. O Programa incorporou temáticas e grupos importantes para o campo da Saúde Coletiva (população LGBTQIAPN+ e o estudo das masculinidades). Como lacunas, observamos menor número de publicações sobre populações em vulnerabilidade social

Período de Realização
Atividade desenvolvida entre março e abril de 2025 no Mestrado Profissional em Saúde da Família.

Objeto da experiência
Construção coletiva de uma árvore de problemas com alunos do Mestrado Profissional em Saúde da Família vinculado a UNIFESSPA, atuantes na APS no Pará

Objetivos
Estimular a reflexão crítica sobre as práticas de educação permanente na Atenção Primária em Saúde (APS) no Pará, promovendo o diálogo entre profissionais do SUS e docentes, e subsidiando propostas de reorganização do processo de trabalho a partir da realidade dos territórios.

Descrição da experiência
A atividade reuniu profissionais da APS para a construção coletiva de uma árvore de problemas. A metodologia possibilitou identificar e analisar desafios dos territórios de atuação, suas causas estruturais e institucionais. Essa estratégia pedagógica buscou estimular o pensamento crítico e analítico, e também fortalecer a capacidade dos sujeitos de situar-se politicamente diante dos desafios enfrentados, rompendo com abordagens técnico fragmentadas e descontextualizadas da formação em saúde

Resultados
Foram identificadas raízes complexas que dificultam a efetivação da educação permanente, como sobrecarga de trabalho, ausência de planejamento institucional, desvalorização da formação continuada e falta de protocolos claros. As falas apontam também para resistências culturais e institucionais, revelando a distância entre as diretrizes oficiais e a realidade dos serviços. A árvore construída serviu como ferramenta pedagógica e crítica sobre o cotidiano do trabalho na APS.

Aprendizado e análise crítica
A construção da árvore de problemas permitiu aproximar o campo da formação do campo da prática, promovendo um processo formativo ancorado nos territórios e nas experiências concretas dos trabalhadores. As discussões evidenciaram como o acúmulo de responsabilidades, a rotatividade de profissionais e a falta de estímulo institucional impactam diretamente na formação contínua. Revelou que a educação permanente ainda é vista como algo externo ao processo de trabalho, e não como parte integrante da rotina.

Conclusões e/ou Recomendações
Utilizar a árvore de problemas como estratégia pedagógica não é apenas uma escolha metodológica, mas uma posição epistemológica e política, ao reconhecer os trabalhadores da saúde como sujeitos de saber. Recomenda-se a utilização dessa metodologia em espaços de educação em saúde e gestão, fortalecendo a escuta ativa e a corresponsabilidade. Políticas de educação permanente devem ser territorializadas e articuladas com a rotina dos trabalhadores da APS.

Período de Realização
O curso foi realizado entre março de 2020 e maio de 2025, com três turmas sucessivas e avaliações contínuas.

Objeto da experiência
Análise das percepções discentes sobre a estrutura, conteúdo e aplicabilidade do curso de Gestão em Saúde (ENSP/Fiocruz) ofertado nas regiões CO, NO e NE.

Objetivos
Avaliar a experiência formativa dos alunos do curso, parceria Ministério da Educação, com foco na clareza dos conteúdos, coerência entre carga horária e atividades desenvolvidas, contribuição para a prática profissional, visando gerar subsídios para o aprimoramento pedagógico do curso.

Metodologia
A formação de gestores no SUS é fundamental para qualificar os processos de trabalho. Foram analisadas as avaliações parciais e finais das turmas 2020/23/24 do curso de especialização Gestão em Saúde, ofertado na modalidade a distância. A coleta abrangeu aspectos como interesse pelas unidades temáticas, coerência pedagógica, aplicabilidade prática e sugestões de melhoria. A maioria demonstrou satisfação com os conteúdos e reconheceu sua contribuição para a prática profissional em cargos de gestão no SUS.

Resultados
Mais de 90% dos estudantes consideraram os temas relevantes e aplicáveis à prática. Unidades como Planejamento em Saúde e Gestão da Qualidade se destacaram pela clareza e aplicabilidade. A elaboração de projetos de intervenção e uso de ferramentas de gestão foram elogiadas. Sugestões incluíram mais exemplos práticos, aprofundamento em gestão de pessoas e uso de tecnologias. As avaliações destacaram o impacto da formação no desempenho profissional e criticidade dos participantes.

Análise Crítica
A experiência reforça o valor da escuta ativa aos alunos como parte do processo educativo. A heterogeneidade dos perfis dos alunos revela a necessidade de estratégias pedagógicas mais flexíveis e interativas. Embora o curso seja avaliado positivamente, a demanda por maior aprofundamento e por metodologias diversificadas indica um ponto de atenção para revisões curriculares futuras.

Conclusões e/ou Recomendações
O curso Gestão em Saúde demonstra efetividade na formação de gestores em saúde, com reconhecimento expressivo de aplicabilidade prática. Recomenda-se o fortalecimento de recursos multimídia, aprofundamento de temas críticos e ampliação de espaços de troca entre pares e tutores. A manutenção da escuta discente, por meio de avaliações contínuas, é essencial para o aprimoramento constante da proposta pedagógica.

Período de Realização
Março de 2023 a julho de 2025 (em andamento).

Objeto da experiência
Projeto de extensão focado na divulgação científica e institucional do PPGSP-UFMG por meio do Instagram e YouTube.

Objetivos
Ampliar o acesso às produções científicas do PPGSP-UFMG; popularizar a ciência; expandir as matrículas na pós-graduação e fortalecer ações afirmativas por meio da divulgação dos editais; formar estudantes em comunicação científica e integrar extensão, ensino e pesquisa.

Descrição da experiência
Em 2023, o PPGSP-UFMG criou um projeto de extensão voltado à divulgação científica nas redes sociais, com perfis no Instagram e YouTube. Utilizando linguagem acessível e recursos visuais, são divulgadas pesquisas, eventos e editais. A equipe reúne docentes, estudantes de graduação e pós (bolsistas e voluntárias), com planejamento coletivo e análise de métricas. Desde 2024, a inclusão de duas bolsistas ampliou a regularidade e a qualidade das ações.

Resultados
Foram publicados mais de 453 posts no Instagram, com 3.280 seguidores e mais de 50 mil visualizações nos últimos 30 dias. Um dos principais impactos foi o aumento no número de candidatos: em relação a 2023, o mestrado registrou aumento de 167% em 2024 e 122% em 2025; no doutorado, 180% e 133%. O número de autodeclarados negros no mestrado subiu mais de 200%, com preenchimento total das vagas. O projeto foi premiado como Destaque em Extensão na Pós-graduação, entre os 20 melhores da UFMG.

Aprendizado e análise crítica
A experiência demonstrou que a extensão universitária pode ser um vetor estratégico para aproximar a pós-graduação da sociedade. O uso das redes sociais permitiu romper barreiras comunicacionais da linguagem científica e ampliar o acesso à informação. Destaca-se como desafio a dificuldade de engajamento de discentes da pós-graduação e a necessidade de ampliar a conscientização sobre o papel formativo e social da extensão no meio acadêmico.

Conclusões e/ou Recomendações
A experiência reafirma o potencial transformador da extensão na popularização da ciência e no acesso à pós-graduação. Recomenda-se que os programas incorporem ações permanentes de divulgação científica e que iniciativas como esta tenham apoio institucional contínuo. A integração entre ensino, pesquisa e extensão fortalece a formação crítica e aproxima a universidade da sociedade.

Período de Realização
A oferta do Curso de Especialização em Medicina da Família e Comunidade (MFC) iniciou em 2024.

Objeto da experiência
Oferta da Especialização em MFC na modalidade EaD para médicos atuantes em (DSEIs) localizados em áreas remotas e/ou de baixa conectividade.

Objetivos
Relatar a experiência de estruturação pedagógica da Especialização em MFC na modalidade EaD, no âmbito do PMMB, para médicos atuantes em DSEIs, enfrentando desafios de isolamento geográfico, baixa conectividade e limitações de infraestrutura, nos mais diversos modelos de escala de trabalho.


Metodologia
A UFAM, oferta a Especialização em MFC a médicos de DSEIs, no âmbito da UNASUS e do PMMB, que exige um planejamento didático especial e desafiador. Estruturou-se a execução didática com encontros síncronos obrigatórios para um currículo flexível e turmas com calendários adaptados às realidades locais. Mapearam-se localizações, infraestrutura tecnológica e escala de trabalho dos profissionais. Foram organizadas turmas com encontros em semanas alternadas, outras mensais conforme escala de trabalho.

Resultados
A flexibilização curricular, aliada à estrutura EaD da UFAM, permitiu a participação ativa dos médicos, mesmo em áreas remotas. O mapeamento prévio das condições locais e a adaptação do cronograma contribuíram para a permanência e sucesso dos cursistas. Ofertas em EaD que permitam a flexibilização curricular é a única alternativa viável para formação de médicos em áreas remotas na Região Norte.

Análise Crítica
Evidenciou a importância de respeitar o contexto amazônico e indígena na formação médica. A personalização dos calendários e a escuta ativa das necessidades dos estudantes foram fundamentais. Superar a lógica padrão de EaD e investir em soluções territoriais são caminhos promissores para garantir formação em saúde com equidade. O sucesso na participação em encontros síncronos é fundamental para a permanência do Médico no PMMB e, a APS nas comunidades indígenas e nos vazios assistenciais.

Conclusões e/ou Recomendações
Cursos voltados para profissionais de saúde na Região norte devem considerar o território e as condições reais destes profissionais. Recomenda-se que políticas públicas de formação médica contemplem modelos flexíveis e contextuais, com suporte tecnológico adequado, promovendo justiça social e fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS) em áreas remotas.

Período de Realização
02/2025-06/2025

Objeto da experiência
Análise da contribuição do mestrado da UNILA na formação de profissionais voltados à integração regional na tríplice fronteira.

Objetivos
Investigar de que forma o Programa de Pós-Graduação em Políticas Públicas e Desenvolvimento da UNILA contribui para a formação de estudantes latino-americanos com foco em desenvolvimento regional, integração e atuação crítica em contextos de fronteira

Descrição da experiência
Esta produção acadêmica está em fase inicial e propõe refletir sobre o papel do mestrado da UNILA como espaço de formação crítica e intercultural no territorio. A partir de leituras teóricas e discussões em sala de aula, o trabalho busca articular o conceito de políticas públicas com a experiência de integração regional promovida pela UNILA, analisando a proposta curricular, o perfil dos discentes e os desafios do desenvolvimento na tríplice fronteira.


Resultados
Como resultado parcial, identificou-se que o programa promove a diversidade de olhares latino-americanos e favorece a construção de uma base teórica comum voltada à realidade regional. A troca entre estudantes de diferentes países fortalece a reflexão sobre os desafios do desenvolvimento e amplia o horizonte de atuação profissional crítica em territórios de fronteira. A produção ainda está em desenvolvimento e será aprofundada ao longo do curso.

Aprendizado e análise crítica
A análise crítica inicial mostra que a UNILA representa um modelo alternativo de universidade pública comprometida com a integração dos povos latino-americanos. No entanto, também se observam tensões e desafios institucionais que impactam a efetividade dessa proposta, como limitações estruturais e políticas. A reflexão sobre o papel dos programas de pós-graduação deve considerar não apenas o currículo, mas também as condições concretas de inserção social e regional dos(as) estudantes

Conclusões e/ou Recomendações
A presente produção, ainda em fase inicial, aponta para a relevância de se estudar o papel da educação superior na construção de políticas públicas integradas na América Latina. A UNILA, por sua localização estratégica e vocação institucional, oferece um campo fértil para essas reflexões. Pretende-se aprofundar a pesquisa ao longo do mestrado, incorporando dados empíricos e entrevistas com estudantes e egressos do programa.

Período de Realização
agosto de 2024 até o presente momento.

Objeto da experiência
Vivência coletiva dos mestrandos do PROFSAÚDE FIOCRUZ RJ na perspectiva de uma formação crítica, decolonial e interprofissional em saúde da família.

Objetivos
Refletir criticamente sobre o processo formativo experimentado pelos mestrandos da 5ª Turma do PROFSAÚDE/FIOCRUZ RJ, destacando os deslocamentos subjetivos e profissionais com foco na quebra de paradigmas tradicionalmente construídos nas realidades dos territórios de atuação na APS.

Metodologia
Provenientes de diferentes cenários da APS do Estado do Rio de Janeiro, o corpo discente do PROFSAUDE/FIOCRUZ RJ vivencia a integração ensino-serviço-comunidade fomentada pela análise crítica e reflexiva das realidades dos territórios. Essa experiência ensina que os territórios vivos são nossos verdadeiros caminhos de aprendizado. Em cada aula, cada atividade acadêmica, cada troca, vamos ressignificando a prática, valorizando os saberes comunitários e dando potência ao cuidado compartilhado.

Resultados
O processo formativo promoveu deslocamentos potentes no modo de ver e viver o trabalho na APS. Os territórios passaram a ser reconhecidos como espaço onde o cuidado multidimensional é encontro e resistência. A decolonização dos saberes se expressa na valorização do conhecimento popular e no reconhecimento da subjetividade como parte do cuidado. A escuta ganhou centralidade e a interprofissionalidade foi vivida como estratégia de enfrentamento das desigualdades e do modelo biomédico centrado.

Análise Crítica
O mestrado veio desestabilizar certezas e nos convidar a olhar o cotidiano com olhos que reconhecem o cansaço e a sobrecarga, mas também que veem as redes vivas como potências para uma APS construída por quem acredita no SUS como direito. Ao acessar as camadas profundas dos territórios e dos sujeitos, os mestrandos rompem com a fragmentação do cuidado e utilizam a troca da experiência acadêmica para tornar o percurso formativo um ato de (re)existência e luta por justiça epistêmica e social.

Conclusões e/ou Recomendações
Mais do que uma formação acadêmica, o mestrado do PROFSAUDE se configura catalisador de transformação pessoal e institucional. A experiência ressignifica a prática profissional, ampliando nossa capacidade crítica e colaborativa, enraizada nos territórios. Por fim, ampliar políticas públicas que valorizem a formação no serviço é essencial como estratégia para o fortalecimento do SUS e da APS enquanto campo de cuidado e aprendizado vivo e pulsante.

Período de Realização
08 de maio de 2025 a 13 de junho de 2025.


Objeto da experiência
Aplicação da matriz SWOT na estratégia de cuidado de uma paciente na Atenção Primária em Saúde


Objetivos
O objetivo desse estudo de caso é proporcionar entendimento sobre a importância da matriz no dia a dia da APS e poder orientar estratégias para o cuidado da paciente e dos seus familiares.

Metodologia

Em uma aula do Mestrado Profissional em Saúde da Família (PROFSAUDE) na Universidade Federal de Uberlândia (UFU), a turma foi dividida em dois grupos, e cada discente compartilhou um caso da sua prática na APS. Cada grupo elaborou a matriz SWOT para um dos casos apresentados. Após, houve o compartilhamento dos resultados e discussão entre os grupos.

Resultados

Foram sugeridos cuidados individualizados para a paciente escolhida, como intensificação do acompanhamento por ACS, psicóloga e enfermeiro, plano de cuidado compartilhado, escuta qualificada, auriculoterapia, vigilância ao uso de substâncias e articulação com CRAS/CREAS. Nas semanas seguintes, foram aplicadas duas das sugestões durante os atendimentos subsequentes à paciente, com oferecimento de auriculoterapia, com boa aceitação da paciente, e discussão do caso com a assistente social.

Análise Crítica
A discussão da ferramenta durante o PROFSAUDE contribuiu para o aprimoramento da prática dos discentes na APS, com impacto positivo na saúde da paciente envolvida. A matriz SWOT mostrou-se útil para confeccionar o plano de cuidado a partir da identificação das forças, oportunidades, fraquezas e ameaças presentes no caso de forma singular e humanizada, permitindo maior qualidade e resolubilidade na APS.


Conclusões e/ou Recomendações
A construção da matriz SWOT durante uma aula do PROFSAUDE evidenciou o potencial do mestrado para empoderar os profissionais da APS e desenvolver novas habilidades para sua prática profissional. É fundamental fomentar os programas de pós-graduação profissionais a fim de aproximar o meio acadêmico das universidades e o trabalho na APS.

Período de Realização
Reuniões de planejamento pedagógico realizadas nos dias 3 de outubro de 2023 e 2 de julho de 2024.

Objeto da experiência
Experiência exitosa na organização e estrutura curricular da Especialização em Vigilância Sanitária, da Escola de Saúde Pública do Ceará (ESP/CE).

Objetivos
A prática apresentada visa descrever o planejamento pedagógico na organização e estrutura curricular para realização da décima primeira turma, iniciada em outubro de 2024 e duração de 12 meses, contribuindo para que os serviços de vigilância sanitária sejam mais efetivos, no âmbito do SUS/Ceará.

Descrição da experiência
Com reuniões de planejamento previamente agendadas com a equipe técnica da Coordenadoria de Vigilância Sanitária da Secretaria de Saúde do Ceará (SESA/CE), as matrizes curricular e de competências foram elaboradas considerando o perfil dos profissionais, o histórico de temas abordados nas turmas anteriores e as necessidades atuais. Os módulos e as unidades didáticas foram revisitados para definição das competências necessárias, como meio prático de constatação da aprendizagem problematizadora.

Resultados
A matriz curricular proposta em reunião foi redefinida em oito módulos, considerando os temas: SUS e Políticas de Saúde no Brasil, Vigilância em Saúde e Atenção Primária em Saúde, Risco Sanitário, Vigipós e Eventos Adversos, Direito Sanitário, Gestão da Qualidade, Educação e Comunicação e o último, transversal, referente à metodologia da pesquisa científica. A partir da definição da matriz curricular, foi ressignificada a matriz de competências e seus respectivos objetivos de aprendizagem.

Aprendizado e análise crítica
As metodologias ativas de ensino-aprendizagem foram mantidas nos encontros híbridos, valorizando a apreensão de novos conhecimentos, a tomada de decisões conjuntas, a conscientização da realidade vivenciada, o conhecimento das possibilidades reais e concretas de encontrar caminhos de solução para problemas comuns, a definição de prioridades e a motivação para a ação. Dessa forma, as atividades desenvolvidas pelos alunos em cada módulo foram melhor avaliadas pelos docentes e Coordenação.

Conclusões e/ou Recomendações
Conclui-se que o planejamento compartilhado entre a Coordenação colegiada e a equipe técnica especializada é essencial para a organização curricular por competência, fortalecendo a capacidade para mobilizar, articular e colocar em prática os conhecimentos, as habilidades e as atitudes a partir do reconhecimento de problemas e reflexões críticas sobre os processos de trabalho em vigilância sanitária.

Período de Realização
De agosto de 2024 até o presente.

Objeto da experiência
Vivência da primeira turma do ProfSaúde em Sergipe como estratégia de estímulo ao trabalho interprofissional na APS.

Objetivos
Relatar a experiência da primeira turma do ProfSaúde em Sergipe, destacando como o curso estimula o trabalho interprofissional e contribui para superar a formação fragmentada dos cursos de graduação, fortalecendo a atuação em equipe e a integralidade do cuidado na APS.

Descrição da experiência
Composta por 15 discentes — seis médicos, quatro enfermeiras, quatro dentistas e uma nutricionista — atuantes em oito municípios sergipanos, a primeira turma do ProfSaúde vivencia práticas formativas que estimulam a colaboração entre diferentes categorias. A metodologia adotada envolve a construção essencialmente em equipe das atividades propostas, bem como a socialização de experiências e produções. O corpo docente, também multiprofissional, enriquece o processo de ensino-aprendizagem.

Resultados
A convivência entre diferentes categorias favoreceu o reconhecimento dos papéis de cada uma e fortaleceu o planejamento conjunto nas unidades de APS. A prática colaborativa passou a ser mais incorporada no cotidiano dos discentes. A diversidade profissional entre alunos e professores ampliou a reflexão crítica e a troca de saberes, qualificando o cuidado ofertado.

Aprendizado e análise crítica
A experiência evidencia que a formação interprofissional pode corrigir lacunas deixadas pela graduação fragmentado. Sabe-se que a atuação conjunta qualifica o cuidado, mas há pouco ou nenhum diálogo previsto pelas ementas curriculares. O ProfSaúde estimula a escuta entre pares, o planejamento coletivo e o cuidado centrado no usuário. Em Sergipe, a vivência conjunta entre profissionais e docentes de diferentes áreas tem potencial transformador no SUS local.

Conclusões e/ou Recomendações
Recomenda-se a ampliação de programas como o ProfSaúde, que promovem a formação interprofissional e fortalecem a APS. A experiência em Sergipe mostra que práticas colaborativas podem ser desenvolvidas na formação em serviço, gerando impacto direto na organização do trabalho e na qualidade da atenção prestada.