Programa - Comunicação Oral Curta - COC13.16 - Formação Profissional em Saúde: Estratégias Pedagógicas, Equidade e Fortalecimento do SUS

Apresentação/Introdução
Na atualidade, no âmbito universitário, a transformação do processo educativo, transcendendo a concepção tecnicista-positivista (passiva e tradicional) para a crítico-reflexiva (ativa e inovadora), é prioridade. Destarte, a formação cidadã de estudantes reflexivos e comprometidos com o Sistema Único de Saúde (SUS), é também responsabilidade das universidades e de professores aptos e implicados.

Objetivos
Este estudo, tem como objetivo, analisar o Web-Portfólio Reflexivo (WPR), como método de ensino ativo e inovador, no processo de desenvolvimento da aprendizagem baseada em investigação no estudo das Políticas de Saúde de estudantes da área da saúde.

Metodologia
Pesquisa qualitativa cujos dados foram coletados por meio da análise documental. Neste estudo se analisou os WPRs (n= 47), construídos por estudantes da área da saúde (n= 212) em uma disciplina de Políticas de Saúde, de uma universidade pública brasileira, durante os anos de 2020, 2021 e 2022. Os WPR se construíram digitalmente na plataforma CANVA (seguindo as diretrizes do Guia do estudantes), e ao final de cada semestre letivo, foram incorporados à coleção disponível na plataforma de publicação digital da disciplina de Políticas de Saúde, intitulada Camaleo, onde é possível consultar de forma aberta e gratuita em sua totalidade (Enlace: https://en.calameo.com/accounts/6535846).



Resultados
Foram analisados 47 WPR. Entre os achados deste estudo, destacam-se: o aprimoramento das competências comunicativas com ênfase na escrita e na análise, o gerenciamento de informações estimulando o pensamento crítico, as competências sistêmicas por meio da criatividade e autonomia e a prática da autorregulação fomentada pelos feedbacks, provocando a recuperação ativa dos estudantes. A ênfase é dada ao desenvolvimento da aprendizagem investigativa, que é a aprendizagem que leva os alunos a cultivarem os processos de enriquecimento conceitual, estruturação e organização, exercitando a capacidade de identificar fontes confiáveis, fundamentando suas condutas em evidências científicas.

Conclusões/Considerações
O exercício da aprendizagem por investigação, potencializado pelos WPR, atuando como uma estratégia para evitar a manipulação de ideias e atitudes dogmáticas, muito presentes hoje em todo o mundo, responsáveis por alimentar desinformações em todos os âmbitos, confundindo as pessoas e ameaçando seriamente a saúde pública e o SUS, além de incitar conflitos violentos e todos os tipos de injustiça social. Vivemos em uma época de crise civilizacional.

Período de Realização
Dezembro de 2024 a junho de 2025, com turmas formativas contínuas para profissionais de saúde.

Objeto da experiência
Treinamento clínico de profissionais de saúde com base no diagnóstico situacional da sífilis em gestantes e crianças no município de Florianópolis.

Objetivos
Apresentar a experiência de capacitação clínica de profissionais de saúde, um dos eixos do projeto Nascer sem Sífilis, como estratégia institucional para a melhoria da resposta municipal na redução da transmissão vertical e na qualificação do cuidado na APS e articulação da rede.

Descrição da experiência
O diagnóstico situacional revelou falhas na assistência ao pré-natal, tratamento inadequado e vulnerabilidades sociais que influenciaram a persistência da sífilis congênita. Como resposta, estruturou-se um plano de treinamento clínico com foco no manejo da sífilis e uso do sistema SALUS. Entre 2024 e 2025, foram realizadas 13 turmas com metodologia ativa, discussão de casos reais e revisão de protocolos, abordando também determinantes sociais, vigilância e registro qualificado.

Resultados
Foram capacitados 600 profissionais, incluindo médicos, enfermeiros, pediatras, ginecologistas e farmacêuticos, com alta satisfação: 96,9% deram nota ≥ 8 e 95,9% recomendam a formação. Participantes destacaram a clareza dos protocolos, aplicabilidade dos conteúdos e qualidade do material. Impacto: aumento da testagem, melhor condução dos casos, aumento do uso da plataforma SALUS e fortalecimento da integração com a vigilância. Também foram emitidas instruções normativas para testagem e registro.

Aprendizado e análise crítica
A experiência evidenciou que o diagnóstico situacional qualificado é determinante para orientar formações clínicas efetivas e contextualizadas. A escuta ativa dos profissionais viabilizou adequações no conteúdo e formato, ampliando a adesão. Dando continuidade a próxima etapa irá contemplar técnicos de enfermagem para execução de testes rápidos, manejo sífilis e o Sistema de Atenção e Vigilância em Saúde (SALUS).

Conclusões e/ou Recomendações
O treinamento fundamentado em diagnóstico situacional fortalece a resposta municipal frente à sífilis congênita. Recomenda-se ampliar a formação para toda a equipe multiprofissional, garantir periodicidade e incluir módulos práticos sobre sistemas e protocolos. Essa abordagem fortalece a APS como coordenadora do cuidado e contribui diretamente para os critérios de certificação da eliminação da transmissão vertical.

Período de Realização
Trata-se de um relato de experiência realizada no período de 23 de maio a 04 de junho de 2025.

Objeto da experiência
Relatar a potencialidade da execução de pesquisas durante Conferências de Saúde enquanto agente transformador da formação profissional, em Sergipe.

Objetivos
Fomentar o reconhecimento dos espaços de controle e participação social como locais de formação em saúde, em Sergipe; Promover a integração ensino-serviço-comunidade por meio de pesquisa de campo durante Conferência Municipal de Saúde; Desenvolver habilidades necessárias ao pesquisador iniciante.

Metodologia
A experiência fez parte de uma dissertação de Mestrado em Enfermagem da Universidade Federal de Sergipe, que versa sobre Planejamento e Gestão. Ocorreu durante Conferência Extraordinária Municipal de Saúde de São Cristóvão como etapa de elaboração do Plano Municipal de Saúde. Foi desenvolvida em 3 fases (1) estruturação da equipe de auxiliares de pesquisa, (2) formação nas temáticas de Planejamento e Gestão em Saúde; Controle Social e Pesquisa Qualitativa, e (3) execução da coleta de dados.

Resultados
A equipe foi composta por 2 discentes de mestrado acadêmico em Enfermagem e 6 discentes de graduações em: enfermagem; fisioterapia; odontologia; psicologia e educação física. Foram realizados 3 formações no período noturno, online de maneira síncrona. A execução da coleta de dados ocorreu no durante a Conferência Municipal de Saúde, que permitiu aos discentes: participar das discussões, vivenciar as temáticas trabalhadas nas formações, e ter o primeiro contato com o controle social.

Análise Crítica
A experiência demonstrou-se inovadora na formação em saúde no estado de Sergipe, uma vez que promoveu, a partir da pesquisa, o contato intencional e sistemático com a participação social no processo de formulação das políticas de saúde. Além disso, ao coletar as entrevistas foi possível conhecer sobre a gestão do Sistema Único de Saúde, e os desafios enfrentados pelos gestores na elaboração do planejamento, do monitoramento e avaliação, contribuindo para o aprendizado dos discentes.

Conclusões e/ou Recomendações
Por fim, inserir estudantes de graduação no controle social permite o desenvolvimento de um perfil profissional mais engajado na defesa do SUS e consciente da sua atuação enquanto um ato político. É fato que os conselhos e as conferências de saúde são espaços potentes de formação profissional, todavia, em Sergipe, isso ainda é muito pouco explorado, sendo recomendado que sejam incluídos discentes nesses espaços, realizando atividades diversas a fim de melhorar a formação em Saúde Coletiva.

Apresentação/Introdução
O SUS reconhece a integração ensino-serviço-comunidade (IESC) como estratégia essencial para qualificar atenção, formação e trabalho em saúde. Embora prevista em normas como o COAPES, sua efetivação enfrenta desafios. É necessário desenvolver ferramentas pedagógicas que fortaleçam a IESC nos diversos cenários de prática.

Objetivos
Construir, validar e avaliar uma trilha de aprendizagem que fortaleça a articulação ensino-serviço-comunidade, com mecanismos de monitoramento e avaliação, apoiando técnicos e gestores do SUS e das IES na qualificação da IESC

Metodologia
Pesquisa metodológica de abordagem mista, organizada em três etapas: construção de trilha de aprendizagem baseada no produto “Reflexões para a efetiva IESC”, articulando Educação Permanente e Taxonomia de Bloom; aplicação e avaliação por técnicos e gestores do SUS e IES, com instrumento adaptado do Actions Model; e validação pelo Método Delphi com 21 especialistas. A análise combinará técnicas de Análise de Conteúdo e Estatística Descritiva. Espera-se fortalecer o diálogo ensino-serviço-comunidade e alinhar a formação aos princípios do SUS, resultando em ferramenta formativa validada, com potencial de replicação. Projeto aprovado pelo CEP (CAAE 79493424.4.0000.5505).

Resultados
Espera-se que a trilha de aprendizagem favoreça a articulação dialógica entre ensino, serviço e comunidade, alinhando a formação ao SUS. A avaliação por técnicos e gestores permitirá ajustes e verificação da aplicabilidade, enquanto a validação por especialistas garantirá sua relevância. O resultado será uma ferramenta formativa validada e replicável.


Conclusões/Considerações
A trilha de aprendizagem proposta é uma inovação metodológica voltada à qualificação da IESC no SUS. Ao integrar fundamentos da Educação Permanente, da Taxonomia de Bloom e da Aprendizagem Significativa e Colaborativa, busca ampliar as capacidades formativas dos territórios. Com avaliação pelo Método Delphi e pelos próprios atores do sistema, propõe-se uma ferramenta ética, contextualizada e com potencial de subsidiar políticas públicas.

Período de Realização
O curso de Acolhimento foi realizado entre os meses de setembro de 2024 e março de 2025.

Objeto da experiência
Profissionais das Unidades Básicas de Saúde do município de Catalão, no interior do Estado de Goiás.

Objetivos
Descrever a experiência da realização de um curso de Acolhimento das UBS do município supracitado com discussão de temas como gênero, sexualidade, deficiência, raça e etnia, com foco no Programa Nacional de Equidade e na Política Nacional de Humanização (PNH).

Metodologia
O Curso “Acolhimento na Atenção Primária” foi desenvolvido por meio do Programa Nacional de Educação pelo Trabalho para Saúde (PET-Saúde). A atividade incluía um momento de exposição dialogada sobre a PNH, Política Nacional de Atenção Básica (PNAB), Programa Nacional de Equidade e as práticas de cuidado realizadas. Durante a conversa os profissionais eram convidados a discutir sobre casos clínicos apresentados e debater sobre a realidade da unidade.

Resultados
O espaço acolhedor forneceu um ambiente propício para troca de saberes entre acadêmicos, profissionais e gestores, através da análise crítica da realidade, potencializando práticas mais atentas às necessidades dos usuários. As equipes relataram um aprimoramento das habilidades de escuta ativa e comunicação, voltada para as especificidades dos usuários, das comunidades, e para as políticas e programas apresentados. Observou-se um estreitamento do vínculo dos estudantes com a rede de saúde.

Análise Crítica
A experiência evidenciou a importância da educação permanente em saúde como ferramenta de qualificação profissional, reflexão crítica da realidade dos serviços de saúde e reforçou o papel da Atenção Primária na promoção do respeito à diversidade e à autonomia dos usuários do SUS.

Conclusões e/ou Recomendações
Foi possível fomentar debates sobre as práticas de cuidado, qualificando o atendimento oferecido por meio da escuta sensível, do vínculo e do conhecimento das políticas, e principalmente o Programa Nacional de Equidade.

Período de Realização
Agosto a dezembro de 2024

Objeto da produção
Elaboração de curso introdutório de 40 horas sobre o SUS, com base em metodologias participativas e foco na formação crítica dos trabalhadores da saúde.

Objetivos
Elaborar curso introdutório ao SUS para desenvolver competências críticas sobre sua estrutura, diretrizes, financiamento e participação social, capacitando trabalhadores para aplicar princípios do sistema, atuar em redes de atenção e fortalecer a APS e o controle social.

Descrição da produção
O curso foi elaborado a partir da identificação de lacunas formativas no Tocantins. A ETSUS estruturou um projeto pedagógico com base na PNEPS, definindo objetivos, eixos curriculares, metodologias ativas (como Arco de Maguerez, TBL e cine viagem), perfis docentes e estratégias avaliativas. Oficinas pedagógicas garantiram a coerência técnico-política do produto com os objetivos formativos.

Resultados
O produto compreende curso com matriz curricular, carga horária de 40h, conteúdos atualizados, métodos participativos e avaliação diagnóstica, formativa e somativa. Inclui plano pedagógico, critérios de seleção docente e orientações metodológicas, sendo replicável em diversos contextos formativos da gestão e da assistência.

Análise crítica e impactos da produção
produção responde à ausência de curso introdutório ao SUS no Tocantins, fortalecendo a formação política e técnica de trabalhadores. Com práticas pedagógicas emancipadoras e conteúdo estruturante da Saúde Coletiva, promove inovação e pode ser replicada. Expressa os princípios da reforma sanitária e reforça a EPS como estratégia de mudança institucional.

Considerações finais
O curso elaborado constitui um produto educacional estratégico para o campo da Saúde Coletiva. Ao integrar fundamentos políticos, pedagógicos e operacionais do SUS, oferece uma resposta qualificada a desafios persistentes da formação em saúde. Trata-se de uma tecnologia educacional replicável, validada tecnicamente, e comprometida com o fortalecimento do SUS por meio da qualificação crítica de seus trabalhadores.

Período de Realização
Setembro de 2024 a junho de 2025

Objeto da experiência
Construção do manual de preceptoria no Distrito Sanitário II (DS II), no município do Recife/PE.

Objetivos
Descrever a construção do Manual de Preceptoria que organizou e padronizou as etapas da preceptoria no âmbito do Distrito Sanitário II (DS II), visando orientar e qualificar o processo formativo no território

Descrição da experiência
Frente a questões relacionadas ao processo de trabalho da preceptoria, observou-se a necessidade de um instrumento norteador. Nesse contexto, o DS II elaborou um Manual de Preceptoria. Realizando pesquisa bibliográfica e discussões com expertises em saúde coletiva para construção. Dispõe de ferramentas para preceptoria, como Termo de Aceite, Carta de Apresentação e formulários de frequência, para aprimorar a emissão das declarações, além dos fluxos de adesão, permanência e desligamento.

Resultados
O manual contribuiu para tornar visível a complexidade do processo de preceptoria no território, permitindo maior clareza sobre papéis, fluxos e responsabilidades de cada ator. Sendo validado pela equipe da Divisão Distrital de Gestão do Trabalho e Educação na Saúde, Gerência Distrital e Secretaria Executiva de Gestão do Trabalho e Educação na Saúde, o manual é uma experiência piloto para o município e tem como meta ser implementado promovendo diálogo intersetorial e alinhamento das práticas.

Aprendizado e análise crítica
O material construído propõe os critérios e processos para se tornar preceptor, até o exercício da preceptoria, valorizando e fortalecendo a educação permanente em saúde no SUS. Buscou-se sistematizar um processo de trabalho essencial frente à educação em saúde e formação profissional no DS II, assim como no município. A prática da preceptoria e o papel da equipe preceptora devem ser fortalecidas e instrumentos como este contribuem para esse processo.

Conclusões e/ou Recomendações
Iniciativas como essa, são fundamentais para que a educação na saúde seja fortalecida, trazendo a otimização de processos de trabalho no SUS. Recomenda-se que este manual seja reconhecido como uma proposta de ampliação à nível municipal, aspirando a isonomia a nível municipal dos processos de preceptoria.

Período de Realização
Janeiro de 2023 a Janeiro de 2025

Objeto da experiência
Gestão de ações educacionais a distância para médicos do programa na região norte, enfrentando barreiras de conectividade e infraestrutura digital.

Objetivos
Relatar a experiência da UNA-SUS UFAM na superação de desafios de conectividade para implementar ofertas educacionais no Programa Mais Médicos, analisando estratégias tecnológicas e organizacionais usadas para garantir a formação de médicos em 113 municípios da região Norte.

Metodologia
A UFAM foi responsável por matricular e acompanhar 1.175 médicos bolsistas em 113 municípios da região Norte, com desafios como baixa conectividade, validação manual de inscrições e barreiras logísticas. Foram inicializados a criação de ferramentas digitais para cadastro, matrícula e acompanhamento pedagógico, além de mobilizar tutores e supervisores para apoio remoto e presencial.

Resultados
Foram efetivadas 1.074 matrículas (91,4%). A UNA-SUS UFAM desenvolveu um projeto piloto de plataforma hoje operacional que permite a automatização da validação das inscrições e reduzindo o retrabalho. A média de participação superou 90%, mesmo com as adversidades. A experiência mostrou que soluções digitais simples e articulação pedagógica são eficazes, revelando que pequenas ações geram grande impacto em populações excluídas de regiões extremas do Brasil.

Análise Crítica
A experiência evidenciou que a exclusão digital é um obstáculo estrutural à educação em saúde e revela vazios assistenciais na região Norte. Com planejamento, integração de equipes e uso de tecnologias adequadas ao território, foi possível obter resultados significativos. Destaca-se a importância da escuta ativa dos alunos, da adaptação pedagógica e da inovação tecnológica para reduzir desigualdades e fortalecer o SUS.

Conclusões e/ou Recomendações
A atuação da UNA-SUS UFAM ampliou o acesso à formação em saúde, mesmo em regiões com baixa infraestrutura tecnológica. Reforça-se a importância de políticas públicas de inclusão digital, parcerias intersetoriais e soluções educacionais flexíveis, adaptadas às realidades locais. Recomenda-se expandir o uso de tecnologias de baixo custo e fortalecer a educação a distância como estratégia para promover equidade no acesso à saúde.

Período de Realização
Primeira edição do curso eMulti em FormAção, entre fevereiro a julho de 2025.


Objeto da experiência
Mudanças na prática docente: de metodologias tradicionais para interativas e ancoradas na práxis em curso de formação para trabalhadores.

Objetivos
Refletir sobre os deslocamentos vivenciados pelas docentes de aprendizagem na transição dos modelos tradicionais para interativos e ancorados na práxis, aplicados na formação para qualificação das eMultis do SUS, utilizando a metodologia Balint Paideia, na perspectiva da função docente apoiador.

Descrição da experiência
O Curso eMulti em FormAção voltado para a formação de cerca de 3 mil trabalhadores dispersos nacionalmente com encontros síncronos semanais via AVA, em turmas de 25 alunos e dupla docente. O Método Balint Paidéia de discussão de casos reais e aporte teórico-conceitual, permite a circulação da palavra, escuta ativa de saberes numa práxis de troca e apoio. A avaliação formativa reflete a percepção crítica discente sobre o processo educativo e na prática da APS, demonstrando a mudança de práticas.



Resultados
O resultado percebido nos relatos de transformação da prática profissional a partir das reflexões sobre o próprio trabalho e do apoio mútuo demonstram os efeitos positivos que os encontros proporcionam na atuação das equipes, aumento da capacidade de análise dos cenários profissionais, proposição de diálogos em seus locais de trabalho e satisfação com o percurso educacional, refletindo o papel de docente-apoiador no processo de ensino e aprendizagem.



Aprendizado e análise crítica
Exercer a docência na primeira turma do curso de formação de trabalhadores das eMulti trouxe mudanças de perspectivas para a construção pedagógica coletiva, pautada na diversidade de origens e conhecimentos e fortemente ancorada na reflexão da prática profissional. A formação docente trouxe um novo olhar para o exercício da prática construtivista, de apoio e de produção de subjetividades e afetos, onde a potência da grupalidade se apresenta cada vez mais evidente na produção de novos saberes.


Conclusões e/ou Recomendações
Os deslocamentos das perspectivas docentes são sustentados na supervisão com Orientadoras de Aprendizagem, espaço de apoio do apoio. Aprendemos a autovigilância ética, ser antirracista, empático, na reinvenção da prática e de si, em corresponsabilidade e afetos. Os laços fortalecidos entre pessoas, instituições e movimentos para transformar a sociedade em defesa da vida e do SUS, numa práxis cidadã no contexto da formação docente e profissional.

Período de Realização
A atividade relatada foi realizada entre março e maio de 2025

Objeto da experiência
A experiência se deu na produção de dados da pesquisa, mas que eram estimulados a criarem um diário de campo sobre a vivência.

Objetivos
Relatar a experiência durante a produção de dados da pesquisa com pessoas que vivem com HIV/AIDS.

Descrição da experiência
Esta ação era realizada as terças feiras pela manhã, em que os pesquisadores iam até o Serviço de Saúde específico que cuidava de pessoas que vivem com HIV/AIDS, e os usuários eram interpelados pela enfermeira que atuava no local da seguinte forma: você deseja relatar sobre a sua experiência após a infecção? E a partir dessa ensigna, as pessoas que aceitavam, eram direcionadas para uma sala reservada para participar da entrevista.

Resultados
Ao iniciar a produção dos dados era nítido perceber o desejo da não continuidade da vida, o quão está associado o HIV a morte, mas, que se caracterizava pelo isolamento social e afetivo, principalmente das mulheres. Algo que chamava atenção é a questão da ética e responsabilidade sobre a vida do outro, o quão era real nas mulheres, além do medo de ser reconhecido pela infecção, e se concretizava com a não divulgação da infecção para familiares e amigos.

Aprendizado e análise crítica
O fazer da pesquisa vai além da produção dos dados, mas os encontros com essas pessoas sempre promoviam autoanálise do coletivo de pesquisadores, o quão é real um adoecimento fragilizar o sentido da vida, e como os estigmas sociais persistem e são reais. No entanto, um fato potencializou a análise, o quão era perceptível a não responsabilidade das pessoas cisgênero masculina, o que exacerbava o apagamento social e afetivo das mulheres, ou seja, o gênero em análise também neste quesito.

Conclusões e/ou Recomendações
O experienciar a pesquisa é algo que deve ir além do tecnicismo que se constrói a ideia de formação de competências de escrita e divulgação, mas pode, a partir dos encontros e seus efeitos na vida dos pesquisadores, tanto pessoal, como acadêmica, contribuir de forma significativa para a sua formação mais humana e compreensiva sobra a vida do outro, e proporcionar um olhar holístico no cuidar.