
Programa - Comunicação Oral Curta - COC5.19 - Atuação multiprofissional na APS
01 DE DEZEMBRO | SEGUNDA-FEIRA
08:30 - 10:00
08:30 - 10:00
ATUAÇÃO MULTIPROFISSIONAL EM SAÚDE: DESAFIOS E IMPACTOS EM COMUNIDADE REMOTA DA AMAZÔNIA PARAENSE
Comunicação Oral Curta
1 UEPA
Período de Realização
Em 25/01/2025, em Vila Açu, São João da Ponta, Pará, com o projeto Amazônia Hope.
Objeto da experiência
Foco no atendimento multiprofissional a comunidades remotas: prevenção, encaminhamento à rede e prevenção em saúde.
Objetivos
Descrever experiência na atenção primária, com ênfase na educação em saúde e na triagem de casos, visando contribuir para a melhoria das condições de vida e o acesso a serviços de saúde para populações historicamente desassistidas, além de analisar os desafios desta modalidade de atendimento.
Descrição da experiência
A equipe multiprofissional, composta por médicos, enfermeiros, fisioterapeutas e dentistas, atuou em espaços comunitários adaptados. Todos os pacientes passaram pela triagem da enfermagem, que os direcionava aos serviços necessários. Os principais atendimentos incluíram consultas médicas e de enfermagem, procedimentos de saúde bucal, e dispensação gratuita de medicamentos. Também, foram oferecidas orientações sobre prevenção de doenças e cuidados gerais de saúde, visando a promoção do bem-estar.
Resultados
Constatou-se a prevalência de verminoses em todas as idades, indicando carência de saneamento e tratamento. Identificou-se também extrema dificuldade de acesso à atenção secundária, devido à distância dos serviços de saúde e à falta de meios de transporte para muitos moradores. Acidentes domésticos em crianças também foram frequentes. Esses achados ressaltaram a importância crucial da equipe multiprofissional em suprir lacunas de saúde e prover atendimento essencial localmente.
Aprendizado e análise crítica
Longas distâncias e isolamento geográfico impactam drasticamente na qualidade do acesso à saúde. Diante das limitações de ações pontuais, priorizou-se o tratamento imediato e a prevenção por meio da educação em saúde. Foi essencial avaliar a continuidade do cuidado, identificando casos especializados e suas reais possibilidades de acesso. O aprendizado reforça a carência de políticas públicas estruturadas. Ações como esta são complementares, mas insuficientes frente à complexidade dos problemas.
Conclusões e/ou Recomendações
Durante a visita, foi evidenciada a vulnerabilidade sanitária de comunidades remotas, onde a falta de infraestrutura e o isolamento dificultam o acesso contínuo à saúde. Conclui-se que é necessário implementar políticas públicas robustas voltadas à descentralização dos serviços. Recomenda-se fortalecer infraestruturas e equipes em cidades do interior, garantindo cuidado contínuo adaptado às realidades locais.
AVALIAÇÃO NUTRICIONAL DE IDOSOS ASSISTIDOS EM UMA UNIDADE DE ATENÇÃO PRIMÁRIA EM SAÚDE DO RIO DE JANEIRO: ARTICULAÇÃO ENTRE UNIVERSIDADE E SERVIÇO.
Comunicação Oral Curta
1 Discente ,UERJ
2 Professora, UERJ
3 Nutricionista; CMS Nilza Rosa
4 Discente, UERJ
5 PROATEC
Período de Realização
Treinamento entre agosto e dezembro de 2024 e avaliações entre janeiro e fevereiro de 2025.
Objeto da experiência
Favorecer o desenvolvimento de habilidades técnicas e pessoais para avaliação nutricional de idosos no contexto da Atenção primária em saúde.
Objetivos
Favorecer o desenvolvimento de habilidades técnicas e pessoais para avaliação nutricional de idosos no contexto da Atenção primária em saúde.
Descrição da experiência
Alunos do projeto de PRODOCÊNCIA participaram ativamente do planejamento à execução de treinamento e avaliação nutricional. Neste contexto, desenvolveram POP pautado nas diretrizes do SISVAN. Alunos da disciplina estágio supervisionado em nutrição em Saúde Coletiva e de projeto de extensão participaram do treinamento e da condução das avaliações nutricionais de participantes do Programa Academia Carioca do CMS Nilza Rosa (CMSNR), no Rio de Janeiro.
Resultados
O treinamento e a avaliação nutricional incluíram planejamento, execução e avaliação. Para o treinamento foram selecionados, sistematizados e propagados referencial teórico através de POP e vídeo construído pelos bolsistas do Projeto PRODOCÊNCIA. Os instrutivos produzidos apoiaram a realização da avaliação nutricional com os usuários do CMSNR, sobretudo idosos, potencializando integração entre teoria e prática, atendimento às demandas do público e suporte às ações do serviço de saúde.
Aprendizado e análise crítica
A participação ativa dos bolsistas nas ações apoiaram o desenvolvimento de perspectiva crítica e aprimoramento nas técnicas para a realização de avaliação nutricional. As etapas de leitura, discussão e exercício prático apoiaram a condução da avaliação com maior qualidade e segurança. Apesar das dificuldades logísticas do território, a atuação ganhou agilidade, graças ao domínio das técnicas e trabalho em equipe, atributos alcançados pela metodologia de trabalho implementada.
Conclusões e/ou Recomendações
A experiência possibilitou o desenvolvimento de habilidades técnicas e pessoais, destacando a avaliação nutricional como ferramenta essencial no cuidado em saúde, especialmente de idosos na Atenção Primária. A articulação entre universidade e serviço de saúde proporcionou vivência prática das ações do nutricionista em saúde coletiva, fortalecendo o aprendizado e contribuindo para uma atuação mais sensível, crítica e qualificada do futuro profissional.
CAPACITAÇÃO EM RASTREIO AUDITIVO DE IDOSOS NA ATENÇÃO PRIMÁRIA: RELATO QUALI-QUANTITATIVO
Comunicação Oral Curta
1 Universidade Federal do Recôncavo da Bahia
2 Secretaria de Estado da Saúde de Rondônia
3 Universidade Estadual de Feira de Santana
Período de Realização
entre outubro de 2021 e maio de 2024, em Santo Antônio de Jesus-BA
Objeto da experiência
Capacitar equipes de UBS para aplicação padronizada do Teste do Sussurro em idosos, promovendo triagem auditiva eficaz na Atenção Primária.
Objetivos
Descrever o desenvolvimento, a implementação e os resultados de um programa de extensão destinado à capacitação de equipes de UBS para a aplicação padronizada do TS em idosos. Avaliar o ganho de conhecimento dos participantes e identificar barreiras operacionais enfrentadas durante a implementação.
Metodologia
Relato de experiência quali-quantitativo, desenvolvido em três fases (planejamento, capacitação e implementação). Participaram gestores municipais, fonoaudiólogas, enfermeiros, médicos, agentes comunitários de saúde e estagiários (n=252). O protocolo incluiu revisão bibliográfica, encontros deliberativos, oficinas presenciais em UBS e no campus da UFRB, uso do aplicativo e-Sussurro, aplicação de pré e pós-testes (17 itens), observação participante e entrevistas semiestruturadas.
Resultados
Nas oficinas da Fase II (n=119), a média de acertos nos testes teóricos aumentou de 45% para 85%, e nos testes práticos de distância/ruído, de 5% para 80%, após treinamento intensivo de 4 horas. Na Fase III (n=133), a introdução do aplicativo e-Sussurro padronizou os registros e a medição de ruído (44–47 dB), reduzindo a variabilidade entre os examinadores. Barreiras como conteúdo extenso e ruído foram superadas com reorganização, salas silenciosas e supervisão fonoaudiológica.
Análise Crítica
O projeto evidenciou que a capacitação estruturada aliada à tecnologia pode qualificar a triagem auditiva na APS. O aprendizado prático e a supervisão ampliaram a segurança dos profissionais, enquanto a análise crítica destacou a importância da adaptação às realidades locais, da formação contínua e da articulação com serviços de referência para garantir efetividade e sustentabilidade da ação. Os depoimentos dos participantes indicaram aumento da confiança e autonomia na realização da triagem.
Conclusões e/ou Recomendações
Um protocolo de capacitação estruturado, alinhado às diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS) e adaptado à realidade local, promoveu um ganho de conhecimento e habilidade prática para a aplicação do TS em idosos. Recomenda-se a realização de ciclos semestrais de reciclagem, a integração direta com serviços de referência e a inclusão de acadêmicos da área da saúde para reforçar e expandir a prática da triagem auditiva na Atenção Primária.
CUIDADO EM REDE: A ALTA REFERENCIADA ENTRE EQUIPES DE FISIOTERAPIA
Comunicação Oral Curta
1 Missão Sal da Terra
Período de Realização
26 de agosto de 2024 a 16 de junho de 2025
Objeto da experiência
Articulação em rede com os fisioterapeutas da Atenção Primária à Saúde com os da Unidade de Atendimento Integrado (UAI)
Objetivos
Relatar as altas referenciadas e articuladas pela Fisioterapia na Atenção Primária e na Unidade de Atendimento Integrado, evidenciando a resolutividade das ações e o impacto no cuidado integral e na continuidade do atendimento aos usuários no município.
Descrição da experiência
Relato de experiência sobre a articulação em rede entre a Fisioterapia da Atenção Primária e da Unidade de Atendimento Integrado, na alta referenciada de atendimentos de urgência e emergência. Os fisioterapeutas da atenção secundária informam aos da APS dados como motivo do atendimento, datas de entrada e alta, estratificação de risco funcional e grau de dependência, possibilitando o direcionamento ágil e a continuidade do cuidado no território.
Resultados
Foram direcionados 27 pacientes, com diferentes níveis de comprometimento funcional, para acompanhamento na Atenção Primária, variando entre visitas domiciliares e atendimentos na unidade de saúde. O prazo para agendamento da avaliação foi de até 10 dias. Além disso, os fisioterapeutas da Atenção Secundária eram informados sobre os desfechos dos atendimentos na APS, fortalecendo o compromisso com o cuidado em rede entre os diferentes níveis de atenção.
Aprendizado e análise crítica
O processo evidenciou que a articulação entre os níveis de atenção fortalece a integralidade do cuidado, amplia a resolutividade da Fisioterapia na rede e favorece a continuidade do acompanhamento. Além disso, reforça a importância da comunicação efetiva entre os serviços para garantir intervenções oportunas, reduzir riscos de agravamento funcional e promover a reabilitação no território.
Conclusões e/ou Recomendações
A alta referenciada em rede fortalece a integralidade do cuidado, ampliando a resolutividade da Fisioterapia e a atenção em rede. A comunicação entre os níveis de atenção garante intervenções precoces e oportunas, efetivando o cuidado com a comunidade, reduzindo o risco de dependência funcional e garantindo a corresponsabilização com a saúde.
FATORES ASSOCIADOS À IMPLANTAÇÃO DE EQUIPES MULTIPROFISSIONAIS NA APS (EMULTI
Comunicação Oral Curta
1 Ministério da Sáude
2
Apresentação/Introdução
A Atenção Primária à Saúde (APS) depende da atuação de equipes multiprofissionais para garantir a integralidade do cuidado. Após 3,5 anos do fim do cofinanciamento federal, o Ministério da Saúde restabeleceu recursos para essas equipes em 2023, mas apesar dos 8.669 credenciamentos, foram homologadas apenas 3.723 equipes, evidenciando desafios para a implantação das eMulti no país.
Objetivos
Identificar fatores associados à implantação de equipes multiprofissionais na APS (eMulti) após o credenciamento pelo Ministério da Saúde.
Metodologia
Estudo de abordagem mista realizado em duas etapas. A etapa quantitativa utilizou dados secundários do Ministério da Saúde referente ao quantitativo de equipes credenciadas e homologadas, calculando o percentual de implantação por município e categorizando os desfechos (total, parcial e não implantação) Aplicou-se regressão logística multinomial no software Jamovi, cruzando com variáveis independentes. Na etapa qualitativa, foi aplicado questionário online a gestores e técnicos envolvidos no processo de implantação das eMulti, com análise de conteúdo em três fases.
Resultados
Os resultados evidenciaram que múltiplos fatores influenciam o sucesso da implantação de equipes eMulti, entre eles, fatores administrativos, identificados como principais causas dos descredenciamentos por dificuldades de contratação de profissionais e cadastramento no CNES. Fatores socioeconômicos demonstraram que municípios com vulnerabilidade social, mas com programas consolidados de transferência de renda, tendem a implantar mais equipes. Quanto à cobertura da APS, municípios com maior cobertura apresentam maior capacidade de implantação. Regionalmente, o Nordeste destacou-se favoravelmente para implantação parcial e total.
Conclusões/Considerações
Os desafios para implantar equipes eMulti envolvem fatores organizacionais, financeiros e regionais. Municípios com a APS consolidada apresentam melhor desempenho na implantação; em contrapartida, municípios maiores e com mais recursos enfrentam dificuldade para expandir as equipes. Além de recursos financeiros, é necessário a implementação de mecanismos estruturados de coordenação intergovernamental e suporte técnico contínuo para acompanhar essa ação.
IMPLEMENTAÇÃO DAS EQUIPES MULTIPROFISSIONAIS NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE NO BRASIL: DESAFIOS DA GESTÃO MUNICIPAL
Comunicação Oral Curta
1 EPSM-ObservaRH/NESCON/FM/UFMG
2 EPSM-ObservaRH/NESCON/FM/UFMG; PUC Minas
Apresentação/Introdução
A criação das Equipes Multiprofissionais (eMulti), em 2023, marca uma nova etapa da Atenção Primária à Saúde no Brasil, com o propostio de ampliar o escopo das ações e fortalecer a integralidade do cuidado. No entanto, sua implementação enfrenta entraves, sobretudo no nível municipal, exigindo análise dos fatores que dificultam sua consolidação.
Objetivos
Identificar os principais desafios enfrentados pelos gestores municipais de saúde na implementação das eMulti, considerando a disponibilidade de profissionais, organização das equipes, recursos disponíveis e dificuldades no processo de contratação.
Metodologia
Trata-se de estudo exploratório, transversal, com dados coletados entre dez/2024 e maio /2025, por meio de um questionário autoaplicável, enviado por via eletrônica a gestores municipais de saúde, selecionados por amostragem aleatória estratificada segundo região e porte populacional. Os dados foram analisados de forma descritiva, com frequências absolutas e relativas, a fim de identificar padrões e desigualdades na implementação das eMulti nos diferentes contextos locais.
Resultados
2.947 gestores das cinco regiões geográficas do país consentiram participar da pesquisa. Fisioterapeutas, psicólogos e farmacêuticos são os mais disponíveis (>90%), enquanto sanitaristas, terapeutas ocupacionais e educadores sociais são os mais escassos. As principais dificuldades de contratação são falta de recursos financeiros e escassez de profissionais, especialmente em fonoaudiologia e especialidades médicas. A APS é o principal campo de atuação das eMulti, exceto para médicos especialistas. Há marcantes desigualdades regionais na disponibilidade de profissionais e na infraestrutura das unidades, frequentemente considerada insuficiente para o desenvolvimento pleno das ações previstas.
Conclusões/Considerações
A implementação das eMulti avança, mas enfrenta desafios estruturais, financeiros e de gestão. Persistem carências profissionais e desigualdades regionais. A insuficiência de recursos e a baixa remuneração dificultam a expansão das equipes. É fundamental aprimorar políticas públicas de fixação profissional, ampliar investimentos e melhorar as condições de trabalho para fortalecer a APS
PRODUÇÃO DE ÁLBUM SERIADO PARA PROFISSIONAIS DE SAÚDE DA ATENÇÃO PRIMÁRIA SOBRE CUIDADOS COM OS PÉS DA PESSOA COM DIABETES
Comunicação Oral Curta
1 Universidade do Vale do Rio dos Sinos
Período de Realização
A ferramenta educativa, álbum seriado, foi elaborada em novembro e dezembro do ano de 2024.
Objeto da produção
Álbum seriado para profissionais da Atenção Primária à Saúde (APS) sobre os cuidados com os pés da pessoa com diabetes.
Objetivos
O álbum seriado foi elaborado com o objetivo de orientar profissionais da saúde na prevenção de complicações dos pés da pessoa com diabetes, facilitando a avaliação clínica e promover o autocuidado dos usuários da APS com diabetes.
Descrição da produção
O álbum seriado foi baseado em protocolos clínicos para prevenção de complicações nos pés de pessoas com diabetes, com foco na detecção precoce de neuropatias, alterações vasculares e deformidades. Utiliza testes validados (monofilamento de Semmes-Weinstein, diapasão 128 Hz e reflexo de Aquiles) conforme diretrizes do Ministério da Saúde. A produção foi conduzida por equipe de pesquisadores e bolsistas da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos) a partir de pesquisa financiada pelo CNPq.
Resultados
A ferramenta educativa em formato de álbum seriado voltada à APS tem contribuído para o aprimoramento de profissionais na detecção precoce de neuropatias e riscos de complicações nos pés de pessoas com diabetes. Ajuda a evitar úlceras e amputações, qualificando de forma didática tanto profissionais quanto usuários, com impacto positivo na redução de agravos e na melhoria da qualidade de vida das pessoas com Diabetes Mellitus.
Análise crítica e impactos da produção
A elaboração de uma ferramenta educativa, representa uma contribuição com potencial impacto para o fortalecimento das ações de cuidado na APS. A abordagem acessível e didática do álbum seriado favorece o entendimento dos profissionais promovendo a educação em saúde, práticas preventivas que podem reduzir a incidência de úlceras, infecções e amputações de pés associadas as complicações da pessoa com diabetes.
Considerações finais
O álbum seriado se destaca pela replicabilidade e aplicabilidade prática, rigor metodológico e enfoque na prevenção, consolidando-se como uma ferramenta estratégica no manejo do pé da pessoa com diabetes. Ao integrar recursos clínicos simples com ações educativas, contribui para o acesso à informação a qualificação do cuidado, a detecção precoce de agravos e a promoção da qualidade de vida em pessoas com Diabetes Mellitus.
SUICÍDIO EM IDOSOS NO BRASIL: PERFIL EPIDEMIOLÓGICO E FATORES SOCIAIS ASSOCIADOS
Comunicação Oral Curta
1 PMG
2 UNILAB
3 UMAX
4 ESP-CE
5 UNICHRISTUS
6 UNIATENEU
7 UECE
8 UNINASSAU
Apresentação/Introdução
O suicídio entre idosos é um problema de saúde pública no Brasil. Fatores como isolamento social, sintomas depressivos, perdas afetivas e ausência de políticas específicas de atenção à saúde mental contribuem para a vulnerabilidade desse grupo. Entre os homens, esse quadro se agrava devido a construções sociais de masculinidade que inibem a expressão emocional e dificultam a busca por suporte.
Objetivos
Descrever o perfil epidemiológico dos óbitos por suicídio entre idosos no Brasil, entre 2020 e 2023, e analisar sua relação com variáveis demográficas e sociais.
Metodologia
Estudo epidemiológico, retrospectivo, com dados extraídos do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM/DATASUS). Foram incluídos todos os óbitos por causas externas classificados como suicídio (CID-10: X60–X84), registrados entre 2020 e 2023, entre indivíduos com 60 anos ou mais. As variáveis analisadas foram sexo, escolaridade, estado civil, local da ocorrência e categoria de causa básica de óbito. As frequências absolutas e relativas foram tabuladas e comparadas segundo subgrupos de maior ocorrência.
Resultados
Foram registradas 11.263 mortes e 81% ocorreram entre homens. O enforcamento (CID X70) foi o método mais comum, responsável por 6.661 mortes (59%), seguido por precipitação de locais elevados (4%) e uso de armas de fogo (2,6%). O domicílio foi o local predominante das ocorrências (69%). Aproximadamente 69% das vítimas possuíam até 7 anos de escolaridade. Quanto ao estado civil, 45% eram casados, 13% viúvos e 18% solteiros. As regiões Sudeste e Sul concentraram a maior parte dos casos. Fatores psicossociais como isolamento, estado civil, ausência de rede de apoio, normas de masculinidade e acesso limitado à atenção à saúde mental são determinantes da invisibilidade e letalidade dos casos.
Conclusões/Considerações
O suicídio entre idosos no Brasil está relacionado a fatores estruturais e psicossociais. O enfrentamento desse fenômeno exige estratégias intersetoriais e territorializadas que articulem políticas públicas de saúde mental, ações de prevenção e programas de apoio social, com foco na escuta, acolhimento e valorização da vida na velhice.
“O ANDARILHO DE MOSSORÓ”: UM AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE E SUA PAIXÃO PELA CULTURA E PELA EDUCAÇÃO POPULAR
Comunicação Oral Curta
1 UFERSA
Período de Realização
A experiência teve início em março de 2020, finalizando em dezembro de 2022
Objeto da experiência
Acompanhamento de ações culturais e educativas de um Agente Comunitário de Saúde e Educador Popular no município de Mossoró-RN
Objetivos
Difundir o trabalho autoral - artístico e sanitário - de um Agente Comunitário de Saúde, acompanhado por uma psicóloga residente como forma de exercício da educação popular em saúde no âmbito da Atenção Básica.
Descrição da experiência
Trata-se de relato de acompanhamento das ações de um Agente Comunitário de Saúde e educador popular no território de abrangência de uma Unidade Básica de Saúde segundo o personagem “O Andarilho de Mossoró”, criado por ele. As ações culturais e educativas eram realizadas na UBS em que estava lotado, especialmente em momentos de festividades folclóricas. A psicóloga residente apoiou a preparação, ação e avaliação, favorecendo a educação popular como iniciativa de cuidado e aprendizagem.
Resultados
O nome “O Andarilho de Mossoró” remonta o caminhar característico da atividade do ACS. O andarilho constroi seu personagem inspirado nos costumes e estética da cultura local - marcada pelos sertanejos, cangaceiros e música de repente. Em suas ações com a comunidade, realizadas na UBS e ao ar livre, o Andarilho traz a música, peças de centro que remetem aos círculos de cultura, trabalha poesias, cordeis e peças teatrais que entrelaçam temas relativos à saúde, cidadania e educação
Aprendizado e análise crítica
O uso da arte e a valorização da cultura local favorece o trabalho de proximidade com a população. Manter vivo o teatro como expressão popular estava na trajetória profissional do Andarilho. O ACS produz-se como agente ativo na comunicação popular em saúde, inventa-se como profissional, sai dos moldes biomédicos e traz a cultura como direito e mote para promoção da cidadania. O Andarilho convida todos para a roda e encanta comunidades e equipes com a possibilidade de um fazer inventivo
Conclusões e/ou Recomendações
A presença da cultura nos espaços de educação e comunicação popular em saúde é via necessária como promoção de cidadania e participação. A criatividade apaixonada do Andarilho de Mossoró produz um enlace entre costumes locais e um fazer profissional humano e de proximidade, considerando a cultura como parte do fazer saúde, como espaço de desenvolvimento e de envolvimento de populações, equipes e usuários na atenção básica.
TESTE DA LINGUINHA, ANQUILOGLOSSIA E FRENOTOMIA EM UMA CASA DE PARTO EM SÃO PAULO: ANÁLISE DESCRITIVA
Comunicação Oral Curta
1 Universidade de São Paulo
Apresentação/Introdução
A anquiloglossia pode causar impactos na amamentação, levando, em alguns casos, ao encaminhamento para realização de frenotomia. Para a melhor compreensão sobre os desdobramentos do procedimento de frenotomia em bebês, é necessário compreender o contexto desses encaminhamentos, analisando o perfil clínico e assistencial de recém-nascidos com e sem anquiloglossia, e a percepção de suas mães.
Objetivos
Analisar dados relacionados à anquiloglossia e ao encaminhamento de bebês para frenotomia em um Centro de Parto Normal em São Paulo.
Metodologia
Estudo de coorte retrospectivo realizado em uma casa de parto localizada na zona sul do município de São Paulo, com mães e bebês atendidos em 2022. Os dados foram obtidos através dos prontuários dos binômios e registrados através de um formulário na plataforma Google Forms. Em 2022, o CPN registrou 383 partos, no entanto 11 prontuários não foram encontrados ou não puderam ser coletados, resultando em uma amostra final de 372 prontuários. Ao total, 70 bebês foram encaminhados para a realização de frenotomia, sendo que somente 55 bebês comprovadamente passaram pelo procedimento. Os dados foram tratados com base na estatística descritiva.
Resultados
Dos 70 bebês encaminhados à frenotomia, a maioria apresentou escore de Bristol ≤ 5 no primeiro teste da linguinha realizado, e 18 bebês apresentaram escore ≥ 6. 70% dos bebês encaminhados passaram pelo teste da linguinha mais de uma vez antes do encaminhamento, sendo que os primeiros testes foram majoritariamente realizados por obstetrizes ou enfermeiras obstetras (90%). As mães com registros de dor e trauma mamilar durante a internação representaram menos de 30% do número total de bebês encaminhados, no entanto, esses percentuais são maiores após a alta do CPN. Mais de 60% dos bebês apresentaram ganho de peso ≥ 20 g/dia antes do encaminhamento para a frenotomia.
Conclusões/Considerações
Os resultados revelam uma diversidade nos perfis clínicos dos bebês encaminhados à frenotomia, o que reforça a importância de avaliações individualizadas, de critérios bem definidos e baseados em evidências para o encaminhamento, e de um acompanhamento minucioso do puerpério. Além disso, evidencia-se também a necessidade de criação de protocolos mais claros relacionados à anquiloglossia e frenotomia.

Realização: