Programa - Comunicação Oral Curta - COC5.7 - Avaliação e monitoramento em saúde na APS

Apresentação/Introdução
Nos anos 2006, 2011 e 2017, foram sancionadas as portarias referentes a PNAB. Em 2019 o MS definiu um novo modelo de financiamento para a APS, denominado Previne Brasil. Observou-se um processo de desmonte do SUS nesse período, através da incorporação cada vez mais clara da racionalidade neoliberal que aprofundou a perspectiva privatizante e o pensamento gerencialista na gestão dos serviços.

Objetivos
O objetivo deste estudo foi analisar as estratégias de pagamento por desempenho propostas pelo PMAQ-AB e pelo Previne Brasil, buscando compreender as suas possíveis repercussões no processo de trabalho e no modelo de atenção preconizada pela APS.

Metodologia
Trata-se de uma pesquisa exploratória, de abordagem qualitativa, tendo como proposta a realização de um levantamento bibliográfico em bases de dados virtuais e no site da Rede de Pesquisa em Atenção Primária à Saúde (ABRASCO). Utilizou-se ainda dados disponíveis na legislação vigente que abordam os dois programas. O estudo foi realizado entre os meses de fevereiro a dezembro de 2022.

Resultados
Os resultados apontaram em relação ao PMAQ-AB, que houve uma tentativa de fazer uma avaliação na área à APS no Brasil e contou com algumas dimensões da gestão, dos trabalhadores e dos usuários, tendo essas dimensões como uma tentativa de expandir essa conceituação. A mudança no formato do financiamento do Previne Brasil é que ele vem numa concepção do repasse financeiro, como também numa ideia de que toda a população tem que ser cadastrada no Sistema Único de Saúde, porém, não se coloca uma forma muito homogênea para fazer o repasse do recurso, e nem se sensibilizou às particularidades de cada realidade municipal.

Conclusões/Considerações
Concluiu-se que num cenário de inflexão no modelo de APS que tem sido apontado nesse período no país, o Previne Brasil se fragmentou mais numa lógica gerencialista do processo de trabalho do que foi o PMAQ-AB por mais que seja importante frisar que os dois de forma alguma rompem com a lógica gerencialista, e sim, pelo contrário, eles se reafirmam.

Período de Realização
Janeiro de 2025 a Abril de 2025.

Objeto da experiência
Trabalho de sensibilização e capacitação das equipes de saúde da Atenção Primária sobre os indicadores de saúde.



Objetivos
Promover a conscientização das equipes de saúde quanto à importância dos indicadores para a gestão e melhoria da qualidade dos serviços, incentivando o uso de dados como ferramenta de planejamento, tomada de decisão e monitoramento das ações em saúde.

Descrição da experiência
A experiência foi conduzida pelas coordenações de cada classe profissional e pela gestão das unidades, onde realizaram orientações específicas e repasses de estratégias direcionadas ao papel de cada categoria nos indicadores de saúde. Foram oferecidas dicas práticas de acompanhamento e monitoramento. As ações incluíram análise periódica das metas e organização de atendimentos em horário estendido, direcionando esforços para os indicadores com maior defasagem no cumprimento das metas.

Resultados
Após as intervenções, observou-se aumento significativo na adesão dos profissionais às ações de registro e monitoramento dos indicadores. Houve melhoria no alcance das metas pactuadas, como aumento das coberturas, melhoria no acompanhamentos de condições de saúde, além de maior participação das equipes nos processos de planejamento local.

Aprendizado e análise crítica
A experiência evidenciou que o envolvimento direto dos profissionais na análise e interpretação dos indicadores fortalece o sentimento de corresponsabilidade pelas metas. Também revelou a importância de espaços de discussão coletiva e feedback contínuo para manter a motivação da equipe. Contudo, foi necessário superar resistências iniciais e reforçar a importância do uso dos dados como instrumento de melhoria da qualidade do cuidado.

Conclusões e/ou Recomendações
O trabalho demonstrou que a conscientização e capacitação das equipes são estratégias essenciais para a melhoria dos indicadores de saúde. Recomenda-se a manutenção de ações de educação permanente sobre o tema, além da institucionalização de momentos de análise dos indicadores como parte da rotina de trabalho das unidades de saúde.

Apresentação/Introdução
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) coleta dados estratégicos sobre os serviços de Atenção Primária à Saúde (APS). A adoção de instrumentos validados nestes inquéritos permite obter indicadores fidedignos e comparáveis. O estudo analisou a incorporação do PCATool, NPS e PDRQ-9 para avaliação de diferentes dimensões da qualidade dos serviços de APS na perspectiva do usuário.

Objetivos
Apresentar a incorporação dos instrumentos Primary Care Assessment Tool (PCATool), Net Promoter Score (NPS) e Patient-Doctor Relationship Questionnaire (PDRQ-9) para avaliação da APS em inquéritos domiciliares nacionais de base populacional do IBGE.

Metodologia
Foi realizada revisão de literatura sobre inquéritos nacionais em saúde executados pelo IBGE a partir de 2019. Os estudos selecionados foram: Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) e Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde (PNDS). A estratégia de busca utilizou documentos oficiais e bases de dados. Foram incluídas publicações detalhando a metodologia e incorporação dos instrumentos PCATool, NPS e PDRQ-9. A extração de dados focou em informações metodológicas. A síntese dos dados foi qualitativa, discutindo a relevância da inclusão dos instrumentos na avaliação da APS brasileira.

Resultados
Todos os inquéritos analisados foram pesquisas amostrais de base domiciliar com representatividade nacional. Houve diferença nos públicos-alvo e nos temas abrangidos em cada, exceto pelos dados socioeconômicos. A PNS (2019) pioneiramente incluiu o PCATool-Brasil (versão reduzida para adultos), traçando uma linha de base para a avaliação da APS em todos os estados. Considerado o maior inquérito domiciliar sobre saúde da população infantil, no Brasil, a PNAD Contínua (2022) incorporou o PCATool, o PDRQ-9 e o NPS em seu questionário. A PNDS (2023) teve como alvo pessoas em idade fértil e adotou o NPS e itens do PCATool relativos à avaliação do atributo Acesso.

Conclusões/Considerações
A incorporação de instrumentos amplamente difundidos e validados nos inquéritos nacionais representou um marco significativo na avaliação da APS na perspectiva do usuário. Esta inovação possibilitará maior comparabilidade dos resultados, inclusive com pesquisas internacionais. O aprimoramento e ampliação dos inquéritos foi possível graças ao apoio do Ministério da Saúde, um exemplo de parceria interinstitucional bem-sucedida.

Apresentação/Introdução
A atuação do Profissional de Educação Física (PEF) na APS configura-se como uma estratégia potente para o incentivo às práticas corporais e à promoção da saúde. No entanto, sua atuação ampliada, envolvendo ações de educação permanente, cogestão participativa e práticas intersetoriais, ainda é incipiente, fragilizando o trabalho interprofissional e fragmentando a atuação ao núcleo de conhecimento.

Objetivos
Descrever a evolução da produção do profissional de Educação Física (PEF) nas equipes NASF/eMulti de Maceió-AL, entre 2019 e 2024, a partir dos dados do Sistema de Informação em Saúde para a Atenção Básica (SISAB).

Metodologia
Trata-se de um estudo descritivo, exploratório e quantitativo, com dados secundários de domínio público extraídos do SISAB/DATASUS. Foram analisadas as atividades coletivas realizadas por equipes NASF/eMulti e, especificamente, pelos PEFs, entre 2019 e 2024, no município de Maceió-AL. As variáveis contemplaram tipo de atividade, tipo de equipe, categoria profissional e ano. A análise foi feita no Excel, com agregação anual e cálculo das variações percentuais ano a ano para identificar tendências de crescimento ou redução na produção.

Resultados
Houve crescimento expressivo na produção dos PEFs em “atendimento em grupo”, com aumento de 203,66% entre 2023 e 2024, representando 90% das ações dessa natureza. Observou-se queda na participação desses profissionais em “educação em saúde” (−59,2%) e “reuniões de equipe” (−87,41%), revelando fragilidade no trabalho interprofissional e nas ações de planejamento e articulação territorial. Também foi identificado redução da “Mobilização Social” tanto na produção da equipe quanto dos PEFs, refletindo o enfraquecimento do controle social, da atuação no território e limitação do papel do PEF como agentes comunitários, restringindo sua atuação às práticas corporais

Conclusões/Considerações
A análise revela avanços na ampliação da produção e no protagonismo do PEF nas atividades coletivas práticas e desafios para a consolidação de uma atuação mais interprofissional e emancipadora. Reforça-se, a necessidade de fortalecer o PEF nas ações intersetoriais, educativas e de planejamento, contribuindo para a consolidação da promoção da saúde e dos princípios da APS.

Apresentação/Introdução
As internações por condições sensíveis à atenção primária (ICSAP) têm sido globalmente utilizadas como indicador da efetividade da APS. Contudo, não se tem conhecimento de avaliações e comparações do desempenho dos municípios na APS, considerando estimativas dessas internações ajustadas ao risco de ocorrência. A metodologia possibilita identificar municípios com excesso de ICSAP.

Objetivos
Classificar o desempenho dos municípios brasileiros na APS, considerando a razão entre ICSAP observadas e estimadas, segundo o risco de ocorrência, e identificar características municipais e da APS associadas ao desempenho.

Metodologia
Estudo transversal baseado em dados do Sistema de Informações Hospitalares (SIH) do SUS, dos anos de 2017 a 2019 e dados acerca da cobertura da APS, disponível no portal e-Gestor da Atenção Básica. Calculou-se a razão entre o total de ICSAP observadas e o total predito para cada município brasileiro, estimado por um modelo de ajuste de risco no nível da internação. Buscou-se avaliar o desempenho da APS municipal, por meio da classificação dos municípios segundo a ocorrência de ICSAP (maior que o esperado, nível esperado, ou menor do que o esperado). Em seguida, avaliou-se a relação entre essa classificação e o porte dos municípios, cobertura da ESF, e a carga horária médica e de enfermagem.



Resultados
Dentre as macrorregiões brasileiras, o Norte e o Nordeste apresentaram os maiores percentuais de ICSAP. Cerca de 35% dos municípios com 20-50 mil habitantes apresentaram mais ICSAP do que o esperado (pior desempenho). No Nordeste, Sudeste e Sul, cerca de 20% dos municípios com mais de 100 mil habitantes tiveram mais ICSAP do que o esperado. No Norte, municípios com cobertura da ESF acima de 70% apresentaram menor percentual de pior desempenho. Entretanto, nas demais regiões, essa relação se enfraquece e perde significância. Observou-se menor proporção de pior desempenho entre municípios com maiores cargas horárias de médicos e enfermeiros em todas as macrorregiões do país.

Conclusões/Considerações
A metodologia adotada permitiu classificar o desempenho dos municípios relativo à sua APS, considerando a razão entre ICSAP observadas e estimadas, com base em ajuste do risco. A maior cobertura das ESF se mostrou significativa para o melhor desempenho dos municípios na região Norte, em contraste com as demais regiões com APS mais consolidadas. Uma maior carga horária de médicos e enfermeiros se mostrou significativa em todas as macrorregiões.

Período de Realização
Janeiro de 2024 a maio de 2025



Objeto da experiência
Implantação de formulários digitais com função de checklist para profissionais da APS como ferramenta de apoio e qualificação do processo de trabalho

Objetivos
Aprimorar a qualidade do cuidado na APS por meio da criação de checklists digitais para apoiar ACS, médicos e enfermeiros(as), reduzindo erros e promovendo práticas mais resolutivas e alinhadas aos protocolos.

Metodologia
A experiência foi realizada no CMS Alexander Fleming (RJ) com foco na qualificação do cuidado via checklists digitais para ACS, médicos e enfermeiros(as). As ferramentas, acessíveis por celular e sem necessidade de login, funcionam como lembretes práticos, com foco em decisões clínicas e correção de falhas recorrentes.


Resultados
Houve melhoria na uniformidade das condutas adotadas pelas equipes, especialmente em relação à solicitação de exames conforme o novo protocolo e ao registro correto de informações clínicas. O uso das ferramentas reduziu a incidência dos erros previamente mapeados e otimizou o tempo das consultas e visitas domiciliares. A acessibilidade dos formulários favoreceu a adesão das equipes, contribuindo para maior padronização das práticas e qualificação da atenção.

Análise Crítica
Aprendeu-se que ferramentas simples, intuitivas e acessíveis são eficazes no enfrentamento dos desafios cotidianos da APS. A escuta das equipes foi essencial para construir soluções aderentes à realidade. Constatou-se que instrumentos práticos facilitam a aplicação dos protocolos e qualificam o cuidado. A experiência reforça que inovações tecnológicas, mesmo simples, podem gerar impacto relevante na prática assistencial e na organização do processo de trabalho.


Conclusões e/ou Recomendações
Recomenda-se expandir o uso de checklists digitais como apoio à prática clínica na APS, aliados à educação permanente. A sistematização por lembretes mostrou-se eficaz para reforçar condutas conforme protocolos e qualificar o cuidado. A participação das equipes foi decisiva para o êxito da experiência.

Apresentação/Introdução
Os primeiros anos de vida são fundamentais para a promoção da alimentação adequada e saudável, principalmente através do aleitamento materno (AM) e da alimentação complementar (AC). A manutenção dessas práticas é influenciada por diversos fatores, como o viver no rural. O cenário requer o fortalecimento de políticas públicas (PP), ainda pouco identificadas e descritas na literatura.

Objetivos
Construir e validar o conteúdo de instrumentos para o diagnóstico situacional de ações desenvolvidas na Atenção Primária à Saúde (APS) para a promoção do AM e da AC no contexto rural.

Metodologia
Estudo metodológico, realizado entre abril de 2024 e março de 2025. A elaboração dos instrumentos partiu da revisão narrativa de materiais de referência, originando 52 tópicos. Os itens foram convertidos em questões distribuídas em dois formulários, um direcionado a coordenadores e outro a profissionais da APS. Ambos foram submetidos a duas rodadas de avaliação quanti e qualitativa por um painel de 10 especialistas, utilizando da técnica Delphi clássica. Para a análise dos dados, aplicou-se o Índice de Validação de Conteúdo (IVC) e do Coeficiente de Validação do Conteúdo (CVC), considerando o valor mínimo de 0,8. A análise dos comentários compôs a avaliação qualitativa.

Resultados
A primeira rodada resultou em alterações consideráveis em ambos os instrumentos, principalmente no número de questões e blocos e na sua redação. A clareza dos itens foi o critério com menores pontuações. Após os ajustes e reavaliação, a segunda rodada trouxe novas contribuições. O instrumento para coordenadores totalizou 8 blocos e 73 itens, enquanto o instrumento para profissionais finalizou com 7 blocos e 109 itens. A análise final revelou a qualidade dos constructos, haja vista que a pontuação de todos os itens e blocos superou 0,9. Considera-se que os instrumentos tiveram seu conteúdo validado e estão aptos à utilização em pesquisas de diagnóstico situacional.

Conclusões/Considerações
Atingiu-se o objetivo de construir e validar instrumentos para diagnóstico de ações da APS voltadas ao AM e AC no contexto rural. As contribuições das painelistas foram essenciais para a qualificação dos formulários. Os instrumentos resultantes do processo de validação podem ser aplicados em pesquisas futuras para subsidiar a tomada de decisão por parte dos gestores públicos, apontando potencialidades e desafios identificados nas PP.

Apresentação/Introdução
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) afeta 1 em cada 31 crianças (SHAW et al, 2025). No Brasil, os primeiros dados oficiais informam que 2,4 milhões de indivíduos são autistas (IBGE, 2025). Diante dessa prevalência crescente e da importância da intervenção para prognóstico favorável, a qualificação dos profissionais da APS faz-se essencial para o rastreio precoce e intervenção oportuna.

Objetivos
Demonstrar a efetividade de uma atividade formativa voltada à qualificação de profissionais da APS para o rastreio precoce do TEA, analisando os níveis de reação e aquisição de conhecimento conforme o modelo de avaliação de Kirkpatrick.

Metodologia
Trata-se de dados preliminares de uma pesquisa de doutorado em andamento, referente a um estudo ecológico de intervenção, cujas unidades de análise são 18 Unidades Básicas de Saúde da APS de São Luís – MA (Intervenção: 9, Controle: 9). No grupo intervenção, os profissionais de saúde de nível superior participaram de formação sobre neurodesenvolvimento infantil e uso do M-CHAT-R/F (CH: 10hs). Avaliou-se reação e aprendizado por meio de questionários, segundo modelo de Kirkpatrick. A etapa atual analisa mudança na prática e impacto no cuidado, comparando taxa de detecção de TEA entre os grupos. Utilizou-se teste de McNemar no Jamovi (p<0,05). Estudo aprovado pelo CEP (Parecer 7.536.461).

Resultados
Participantes do grupo intervenção (n=84) tinham idade média de 37,3 anos, sexo feminino (85,7%), enfermeiros (20,2%), pós-graduados (54,8%) e sem qualificação prévia sobre TEA (74,1%). Houve aquisição de conhecimento significativa em 12 das 15 questões abordadas, entre as quais: reconhecimento de sinal de alerta precoce para TEA (aumento de 83,3% para 89,3%; p<0,001); faixa etária correta para aplicação do M CHAT R/F (de 53,6% para 79,8%; p<0,001) e conduta correta frente a sinais de alerta em crianças de 18 meses (de 77,4% para 96,4%; p<0,001). Quanto à reação, 77,4% estavam totalmente satisfeitos; 92,9% atribuíram nota máxima ao domínio do facilitador e 84,5% recomendariam a formação.

Conclusões/Considerações
Os dados preliminares apontam alta satisfação dos participantes e aumento significativo do conhecimento sobre desenvolvimento infantil, sinais precoces de TEA e uso do M-CHAT-R/F. Isso reforça a efetividade da formação para o rastreio precoce do TEA na APS. A continuidade da pesquisa permitirá avaliar se o conhecimento adquirido resultará em mudanças na prática profissional e em maior detecção precoce de crianças com TEA.

Período de Realização
As atividades dos facilitadores ocorreram entre os meses de maio a agosto de 2024.

Objeto da experiência
Censo Nacional das Unidades Básicas de Saúde (UBS) do Sistema Único de Saúde (SUS).

Objetivos
Objetiva-se descrever o papel estratégico dos “animadores” na divulgação, mobilização, implementação, apoio, respostas às dúvidas e monitoramento dos gestores e respondentes dos municípios ao questionário do Censo das UBS.

Descrição da experiência
A partir do lançamento do Censo das UBS em todo o Brasil, o Estado da Bahia organizou-se na mobilização dos municípios na adesão e preenchimento do questionário online, disponibilizado através da plataforma e-Gestor AB. Uma das estratégias utilizadas pelos entes e órgãos responsáveis foi a figura do “animador”, ao qual atuava diretamente no contato com os municípios incentivando e criando estratégias para finalização do questionário para alcance de 100% do território baiano.

Resultados
A atuação dos “animadores” no Estado da Bahia ocorreu com a participação de 11 técnicos, que foram divididos para apoio as 09 macrorregiões e 28 regiões de saúde, com estratégias diversas, a saber grupos em plataforma de comunicação virtual, webreuniões individuais e coletivas e chamadas telefônicas com gestores e respondentes para retorno das dúvidas e esclarecimentos, ao qual resultou na adesão e resposta ao questionário nos 417 municípios com aproximadamente 5.000 UBS respondentes.

Aprendizado e análise crítica
A atividade dos “animadores” possibilitou o fortalecimento do vínculo com os municípios e a identificação das lacunas estruturais e processuais que são inerente ao trabalho executado na Saúde da Família, possibilitando uma análise crítica da Atenção Primária á Saúde (APS) antes mesmo da divulgação dos dados prevista pelo Ministério da Saúde. Ademais as ações desenvolvidas pelos animadores constituíram movimentos de apoio continuo entre os pares, resultando na integração e desempenho efetivo.

Conclusões e/ou Recomendações
Os desafios evidenciados através da atuação dos “animadores” de Censo, deu-se em maioria pelo período de festividade junina, instabilidade da internet, sobretudo em municípios rurais remotos e da plataforma e-gestor AB, variabilidade de respondente, auto-declaração das resposta e tempo para respondê-las, o que recomendamos uma análise amostral in loco, periodicidade na aplicação do censo, sobretudo em período não eleitoral.

Período de Realização
Fevereiro de 2025


Objeto da experiência
Ações de intervenção para melhoria da qualidade dos exames citopatológicos do colo do útero colhidos na região de saúde norte do Distrito Federal.

Objetivos
Relatar a experiência das intervenções para melhorar a qualidade de exames citopatológicos na Atenção Primária da região de saúde norte do DF.

Metodologia
Foi realizado levantamento das unidades básicas de saúde e identificação dos profissionais que apresentavam maior inconsistência na qualidade das amostras de citopatológicos do colo do útero classificadas como rejeitadas, insatisfatórias e com ausência de Zona de transformação (ZT). Dentre as intervenções propostas para melhorar a qualidade dos exames, foi a realização de um curso de capacitação com foco nas etapas do processo desde a identificação, coleta, acondicionamento e envio das amostras.

Resultados
No último quadrimestre de 2024, 41% das UBS da região Norte apresentaram amostras rejeitadas, 5% insatisfatórias e 44% com ausência de ZT nos exames de citopatológico do colo do útero. Quando são analisados os dados do mês de abril de 2025, após a realização do treinamento em fevereiro de 2025, verifica-se melhora significativa na qualidade da coleta dos exames, com 11% das UBS com amostras rejeitadas, 8% com amostras insatisfatórias e 13% com ausência de ZT.

Análise Crítica
A análise dos dados do Monitoramento Interno de Qualidade dos exames citopatológicos do colo dou útero permitiu a identificação dos pontos de inconsistência da qualidade das amostras, permitindo a gestão intervir focalmente, promovendo melhora significativa nos dados apresentados após a intervenção. A estratégia de intervenção com foco nas UBS com maior necessidade se demonstrou eficiente tendo em vista melhora dos exames coletados e diminuição da quantidade de UBS com amostras inadequadas.

Conclusões e/ou Recomendações
Verificou-se que a avaliação dos pontos críticos e a intervenção direta foi essencial para alcançar os resultados esperados. Os resultados positivos da intervenção através de ações de educação continuada evidenciam a relevância dessa ferramenta para melhoria dos processos de trabalho, garantindo aos profissionais capacitação de acordo com a necessidade identificada para proporcionar uma assistência qualificada à população.