
Programa - Comunicação Oral Curta - COC5.4 - APS frente à Covid-19 e perfil clinico em outras situações
01 DE DEZEMBRO | SEGUNDA-FEIRA
08:30 - 10:00
08:30 - 10:00
REORGANIZAÇÃO DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE NO BRASIL DURANTE A PANDEMIA DE COVID-19: UMA REVISÃO INTEGRATIVA DA LITERATURA
Comunicação Oral Curta
1 IMS
2 ENSP
Apresentação/Introdução
A pandemia de COVID-19 exigiu uma rápida reorganização da Atenção Primária à Saúde (APS) no Brasil, revelando tanto avanços quanto limitações no sistema. Este estudo revisita a literatura científica para analisar estratégias adotadas, desafios enfrentados e implicações para políticas e práticas futuras, destacando o papel da telessaúde e as disparidades regionais e sociais acentuadas durante o período.
Objetivos
Realizar uma revisão integrativa da literatura científica sobre a reorganização da APS no Brasil durante a pandemia de COVID-19, identificando estratégias eficazes, desafios enfrentados e suas implicações para a prática e política de saúde.
Metodologia
A metodologia consistiu em uma busca abrangente em bases como a Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) e o PubMed Central (PMC), utilizando descritores específicos e operadores booleanos para capturar estudos relevantes sobre reorganização dos serviços, qualidade do cuidado e disparidades regionais. Ao todo, 527 artigos foram triados, dos quais 40 foram incluídos para análise final, sendo classificados quanto à relevância, qualidade metodológica e adequação às ferramentas CASP e MMAT.
Resultados
Os resultados indicam que a telessaúde foi uma solução fundamental para manter o cuidado contínuo, especialmente para pacientes com doenças crônicas, mas sua implementação expôs desigualdades estruturais, limitando o acesso em regiões vulneráveis devido à falta de infraestrutura tecnológica. A pandemia intensificou as desigualdades regionais e sociais no acesso aos cuidados de saúde, afetando populações vulneráveis e exigindo uma adaptação rápida dos serviços. A falta de coordenação entre diferentes níveis de governo e a ausência de diretrizes claras comprometeram a resposta integrada do sistema
Conclusões/Considerações
O estudo conclui que, apesar dos desafios, a pandemia criou oportunidades para fortalecer a Atenção Primária à Saúde no Brasil, destacando a necessidade de investimentos em infraestrutura, capacitação profissional e políticas que promovam equidade e inclusão digital. A incorporação de tecnologias mostrou-se essencial, mas ainda representa um desafio, exigindo maior foco na integração tecnológica neste nível de atenção.
ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE, PROTEÇÃO E REDUÇÃO DE RISCOS NO CONTEXTO DE PANDEMIA EM CAPITAIS BRASILEIRAS
Comunicação Oral Curta
1 Políclinica Regional de Saúde, Ribeira do Pombal-BA
2 ISC/UFBA
Apresentação/Introdução
A pandemia de Covid-19 acometeu muitos trabalhadores na Atenção Primária à Saúde (APS). A incorporação das ações da vigilância foi fundamental para a condução de medidas na APS para reduzir a transmissão do vírus. Diante do acometimento de trabalhadores, questionou-se: Quais ações para a proteção da saúde e redução dos riscos relacionados com o SARS-CoV-2 foram desenvolvidas nos serviços de APS?
Objetivos
Identificar medidas de proteção da saúde e redução dos riscos, bem como, descrever características e mudanças na organização dos serviços de Atenção Primária à Saúde (APS) diante da pandemia de Covid-19 em capitais de diferentes regiões brasileiras.
Metodologia
Trata-se de estudo de casos múltiplos realizado em capitais brasileiras, constituindo um recorte de estudo maior, aprovado na Chamada MCTIC/CNPq/FNDCT/MS/SCTIE/Decit Nº 07/2020, acessado a partir do banco da pesquisa, que aplicou questionário a trabalhadores da APS de duas capitais brasileiras denominadas de município 1 e município 2. Também, realizou-se revisão documental, a partir dos planos de contingência publicados no período de 2020 a 2021, aplicando as medidas potenciais para o controle da transmissão do SARC-CoV-2, seguindo a Nota Técnica GVIMS/GGTES/ANVISA Nº 04/2020.
Resultados
Os resultados evidenciam que as duas capitais apresentaram em seus planos de contingência ações da vigilância em saúde para redução do risco para os trabalhadores e usuários das unidades de saúde. Os questionários analisados evidenciam a necessidade de adoção/aplicação de medidas para melhorar a saúde do trabalhador para prevenção e proteção ao adoecimento físico e mental, além de medidas de enfrentamento como a reorganização do processo de trabalho, uso dos equipamentos de EPI’s, capacitação e a educação em saúde. Ademais, este estudo constatou novo modus operandi desenvolvido como meio de contribuir para redução do risco ocupacional nos serviços de saúde da Atenção Primária à Saúde.
Conclusões/Considerações
Estratégias e medidas diversas, por exemplo, plano de contingência, reorganização do processo de trabalho, mudanças nos fluxos de usuários, direcionam para o enfrentamento de pandemias, além de proporcionar resposta efetiva para a gestão do risco ocupacional. Faz-se necessária discussão ampliada sobre o lugar da APS no enfrentamento de situações epidêmicas/pandêmicas, destacando suas potencialidades no cuidado articulado às ações de vigilância.
CONDIÇÕES PÓS-COVID E ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE ENTRE 2021 E 2024
Comunicação Oral Curta
1 UFMT
Apresentação/Introdução
Embora muitos se recuperem da fase aguda da Covid-19, parte dos pacientes desenvolve condições crônicas que afetam a qualidade de vida. Essas condições variam e demandam atenção contínua, especialmente na APS, porta de entrada do SUS. No entanto, pouco se sabe sobre a magnitude desses atendimentos na atenção primária.
Objetivos
Analisar os atendimentos realizados pela atenção primária à saúde em relação aos casos de condições pós-COVID-19 no período de 2021 a 2024.
Metodologia
Trata-se de um estudo ecológico, descritivo e exploratório com dados do Sistema de Informação em Saúde para a Atenção Básica (SISAB). Foram incluídos registros de atendimentos com o CID-10 U09.9, abrangendo consultas e procedimentos realizados entre 2021 e 2024 em todas as Unidades da Federação (UF), sendo avaliado a distribuição por região, sexo, faixa etária, local de atendimento e tipo de procedimento.
Resultados
No período considerado, foram mais de 180 mil atendimentos por condições pós-covid na atenção primária, com maior proporção nos anos de 2022 e 2023, com cerca de 68 mil atendimentos em cada ano. Como esperado, as Regiões Sudeste e Nordeste lideraram em número de atendimentos. Maio proporção de atendimentos aconteceu entre mulheres (66% dos atendimentos) e faixa etária de 40 a 49 anos com cerca de 1/3 dos atendimentos. A grande maioria dos atendimentos foram realizados nas unidades básicas de saúde (UBS), com menos de 5% realizadas no domicílio, e predominância de demanda espontânea na maioria dos estados e anos, quando comparado com demanda programada.
Conclusões/Considerações
Os resultados evidenciam que as condições pós-Covid-19 ainda têm sido pouco registradas na APS. O perfil dos atendimentos, com maior proporção entre mulheres, adultos de meia-idade e por demanda espontânea, revela desafios no planejamento e organização dos serviços diante de uma condição crônica emergente e complexa, marcada pela variabilidade de sintomas.
CONHECIMENTO DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE SOBRE A COVID LONGA E SOBRE A LINHA DE CUIDADOS EM COVID LONGA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA EM UM MUNICÍPIO DO ESTADO DE SÃO PAULO
Comunicação Oral Curta
1 Faculdade de Ciências Médicas UNICAMP
Apresentação/Introdução
As complicações persistentes da Covid-19 (condição pós-Covid-19/Covid longa) é um problema global que demanda organização dos serviços de saúde. Em Campinas/SP foi proposta uma linha de cuidados em 2021, porém, as ações na Atenção Primária à Saúde ainda não foram avaliadas. Informações sobre o tema podem contribuir para subsidiar ações de gestão e qualificar o cuidado às pessoas com Covid longa.
Objetivos
Verificar o conhecimento dos profissionais de saúde sobre a Linha de Cuidados para a Covid Longa na Atenção Primária à Saúde em Campinas/SP e sobre a condição pós-Covid-19.
Metodologia
Estudo transversal, descritivo, por meio de dados de pesquisa avaliativa sobre a implementação da Linha de Cuidados em Covid Longa em Campinas/SP, realizada em 2024. Participaram do estudo profissionais de 44 Centros de Saúde (n=67). A coleta de dados foi realizada por meio de formulário eletrônico enviado aos profissionais de saúde da assistência e coordenadores dos Centros de Saúde do município. Utilizou-se a estatística descritiva para caracterizar o perfil dos participantes; e o Modelo Lógico da Linha de Cuidados em Covid Longa na Atenção Primária à Saúde proposto pela Secretaria Municipal de Saúde para a avaliação do conhecimento dos profissionais, bem como a literatura recente.
Resultados
A maioria dos respondentes era do sexo feminino (80,6%), Enfermeiros (62,7%) e do distrito de saúde Noroeste (29,9%). O conhecimento sobre a condição e a Linha de Cuidados foi maior entre coordenadores (78,1%) do que entre profissionais da assistência (22,9%). As principais fontes de informações sobre a Covid Longa foram: materiais da Secretaria Municipal de Saúde (50%), Ministério da Saúde (46,9%) e Organização Mundial de Saúde (18,8%). As principais manifestações da Covid longa reconhecidas foram fadiga (97,1%), falta de ar (82,9%) e queda de cabelo (77,1%); os principais fatores de risco mencionados foram: sobrepeso/obesidade, a saúde geral debilitada e ausência/incompletude da vacinação.
Conclusões/Considerações
O estudo identificou que o conhecimento sobre a Linha de Cuidados em Covid Longa pelos profissionais da Atenção Primária à Saúde em Campinas/SP e sobre esta condição ainda é incipiente. Os achados apontam a necessidade de estratégias de educação permanente sobre o tema e maior divulgação da linha de cuidados, visando qualificar a atuação das equipes de saúde e aprimorar a resposta do Sistema Único de Saúde às demandas geradas pela Covid longa.
SINTOMAS EM ADULTOS COM COVID LONGA: UM ESTUDO TRANSVERSAL NA ATENÇÃO PRIMÁRIA
Comunicação Oral Curta
1 UFPB
2 SMS/PB
Apresentação/Introdução
Este estudo teve como objetivo determinar a ocorrência de sintomas neurológicos persistentes após infecção leve a moderada por SARS-CoV-2 em pacientes atendidos na atenção primária durante a pandemia de 2021. Um estudo transversal retrospectivo foi realizado em seis unidades públicas de saúde da família em João Pessoa, Brasil.
Objetivos
Determinar a ocorrência de sintomas persistentes após infecção aguda leve e moderada por SARS-CoV-2 em pacientes atendidos na atenção primária durante a pandemia de 2021.
Metodologia
Este estudo incluiu pacientes com 18 anos ou mais que procuraram uma USFs entre janeiro e dezembro de 2021. Foram considerados como casos de COVID Longa aqueles que ocorreram dentro de 3 meses após o início da infecção por SARS-CoV-2, tiveram duração de pelo menos 2 meses e não puderam ser explicados por nenhum diagnóstico alternativo. As análises estatísticas foram conduzidas via SPSS v25.0, com isso, características da COVID-19 foram expressos como médias e desvios-padrão para variáveis contínuas e como valores absolutos para variáveis categóricas. A ocorrência de sintomas foi expressa como uma proporção, com intervalos de confiança de 95% estimados por meio do método Clopper-Pearson.
Resultados
No total, 226 pacientes com infecção confirmada por SARS-CoV-2 responderam ao questionário. A média de idade foi de 49,5 anos (DP = 15,3) e 68,1% eram do sexo feminino. Aproximadamente 37% apresentavam comorbidades, sendo as mais comuns hipertensão arterial (25,2%), diabetes (11,1%) e doenças musculoesqueléticas (4,9%). De todos os pacientes, 98,7% receberam a vacinação contra a COVID-19 na atenção primária. Entre todos os participantes, 69,0% preencheram a definição de COVID Longa e apresentaram pelo menos um sintoma prolongado após a COVID-19. Dos pacientes com COVID Longa, 73,1% eram mulheres, 68,6% tinham menos de 60 anos, 73,1% eram não brancos.
Conclusões/Considerações
Sintomas persistentes são altamente comuns entre pacientes após uma infecção não grave por SARS-CoV-2. Este estudo reforça a necessidade de avaliar a prevalência de comprometimentos em pacientes com COVID-19 prolongada na atenção primária, utilizando desfechos clínicos registrados rotineiramente
VIVÊNCIAS DO DISTANCIAMENTO SOCIAL E IMPACTOS PSICOSSOCIAIS DURANTE A PANDEMIA DE COVID-19 EM UM PEQUENO MUNICÍPIO BRASILEIRO: UM ESTUDO QUALITATIVO
Comunicação Oral Curta
1 UEM
2 UEPG
Apresentação/Introdução
A pandemia de COVID-19 exigiu medidas como o distanciamento social. Embora eficazes, essas ações geraram impactos psicossociais, como ansiedade, isolamento e barreiras no acesso à saúde. Em municípios pequenos, as vulnerabilidades locais ampliaram esses efeitos, evidenciando a necessidade de investigação contextualizada.
Objetivos
Investigar as experiências de usuários de uma unidade de saúde em um pequeno município brasileiro quanto aos impactos psicossociais, econômicos e no acesso aos serviços de saúde decorrentes do distanciamento social durante a pandemia.
Metodologia
Estudo qualitativo com abordagem descritiva, realizado por meio de entrevistas semiestruturadas com 19 usuários entre maio e dezembro de 2021. As entrevistas foram gravadas, transcritas na íntegra e analisadas segundo a técnica de análise temática, com codificação linha a linha e categorização dos achados.
Resultados
A análise revelou três grandes temas: (1) impacto socioeconômico, com destaque para perda de renda, rotina e vínculos sociais; (2) experiências com os serviços de saúde, marcadas por suspensão de atendimentos e receio de contágio; e (3) efeitos do isolamento na saúde mental, incluindo sentimentos de medo, angústia e sobrecarga emocional. Apesar das dificuldades, os participantes reconheceram o esforço dos profissionais da saúde local, embora apontassem limitações estruturais no enfrentamento da crise.
Conclusões/Considerações
O distanciamento social teve repercussões significativas mesmo em localidades com menor rigor nas medidas, evidenciando a necessidade de fortalecer a atenção psicossocial na atenção primária e garantir continuidade assistencial em contextos de crise sanitária. A escuta qualificada e a integração da saúde mental ao cuidado cotidiano mostraram-se essenciais para mitigar os danos nas populações mais vulneráveis.
OS DESAFIOS DA PESQUISA CLÍNICA MULTICÊNTRICA NO BRASIL: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA DO ESTUDO PROVEN-DIA
Comunicação Oral Curta
1 BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo
Período de Realização
De 2023 a maio de 2025, contemplando a concepção e viabilização do PROVEN-DIA.
Objeto da experiência
Concepção e viabilização do Ensaio Clínico Randomizado Multicêntrico Nacional que avalia a efetividade do Programa de Prevenção de Diabetes (PROVEN-DIA).
Objetivos
Descrever e analisar criticamente a experiência do PROVEN-DIA, desde a sua concepção até o momento atual.
Descrição da experiência
O PROVEN-DIA é um ensaio clínico controlado randomizado multicêntrico, cujo objetivo é avaliar a efetividade do programa na redução da incidência de Diabetes tipo 2. É prevista a participação de 30 centros de pesquisa com 53 participantes cada, totalizando 1590 participantes incluídos até junho de 2026. A iniciativa é uma parceria entre BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo e Ministério da Saúde via Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde.
Resultados
O PROVEN-DIA foi idealizado em 2022 por meio de um estudo piloto realizado em 5 centros com 220 participantes em 2023. Com base nos resultados, o protocolo nacional foi desenvolvido para 30 centros. Até maio de 2025, 14 centros estão ativos (projeto aprovado, contrato assinado e equipe treinada) e os demais seguem em tramitação. Apesar da ampla divulgação e emprego de estratégias diversificadas, o estudo enfrenta dificuldades no recrutamento, contando com 132 participantes.
Aprendizado e análise crítica
A experiência do piloto permitiu identificar riscos à viabilidade da pesquisa, sobretudo ético-contratuais, favorecendo a adoção de estratégias para sua mitigação, visto que o tempo despendido nesta tramitação é um dos principais desafios. Em fase de recrutamento, o estudo enfrenta dificuldades na inclusão de participantes, o que tem gerado preocupação entre os pesquisadores. Por isso, é imperativo seguir testando novas estratégias para ampliar o recrutamento e engajar indivíduos elegíveis.
Conclusões e/ou Recomendações
Identificar e enfrentar precocemente os riscos à viabilidade de um estudo são essenciais para sua condução. O estudo piloto foi crucial para antecipar e mitigar barreiras da intervenção e do processo regulatório. No entanto, não previu os desafios do recrutamento. Para superá-los, estamos reavaliando estratégias, como a articulação entre universidades e secretarias de saúde, além da possível revisão dos critérios de elegibilidade.
PERFIL CLÍNICO DE PESSOAS IDOSAS COM LESÃO POR PRESSÃO CADASTRADAS NA ATENÇÃO PRIMÁRIA
Comunicação Oral Curta
1 UFCA
2
Apresentação/Introdução
Lesões por pressão (LP) são injúrias na pele e/ou nos tecidos subjacentes, geralmente sobre proeminências ósseas, causadas por pressão prolongada, isolada ou combinada com o cisalhamento. A idade avançada é um fator de risco relevante para seu surgimento em decorrência de declínios próprios ao processo do envelhecimento humano que ampliam os riscos para alterações cutâneas.
Objetivos
Caracterizar o perfil clínico de pessoas idosas com lesão por pressão cadastradas na Atenção Primária à Saúde do município de Cajazeiras-PB.
Metodologia
Estudo descritivo realizado entre janeiro e maio de 2025 com idosos cadastrados na Atenção Primária à Saúde em Cajazeiras-PB, composta por 30 Unidades Básicas de Saúde. Foram incluídos usuários com idade superior a 60 anos que apresentassem LP. A coleta de dados ocorreu com instrumento previamente elaborado, aplicado por meio de avaliação clínica e entrevista estruturada. Os dados foram analisados por estatística descritiva para caracterizar o perfil dos pacientes. Ainda, o presente estudo faz parte do Projeto Guarda-chuva, do grupo de pesquisa Laboratório de Tecnologias de Informação e Comunicação em Saúde (LATICS) vinculado à UFCG, campus Cajazeiras-PB, aprovado sob parecer 6.048.916.
Resultados
Participaram do estudo 11 idosos com idade superior a 75 anos, sendo 63,6% homens e 36,4% mulheres. Todos apresentavam mobilidade reduzida e estavam acamados há mais de um ano. Hipertensão arterial foi observada em 81,8% e diabetes mellitus em 72,7%. Estavam em uso contínuo de fraldas devido à incontinência e apresentavam baixo peso segundo o índice de massa corporal (IMC). Apresentavam pele desidratada, perfusão sanguínea comprometida e risco muito elevado para lesões por pressão, segundo a Escala de Braden. Quanto às características das lesões, em 45,5% dos casos, os pacientes apresentavam múltiplas lesões, tendo predominância das lesões de grau III, sendo a região sacral a mais acometida.
Conclusões/Considerações
Idosos acamados com mobilidade reduzida, associando comorbidades como hipertensão e diabetes, apresentaram risco elevado para o desenvolvimento de lesões por pressão, potencializado por baixo índice de massa corporal, desidratação cutânea e comprometimento da perfusão sanguínea. Tais achados evidenciam a importância de estratégias multidisciplinares para prevenção e manejo eficaz dessas lesões em populações geriátricas vulneráveis.
PERFIL E TENDÊNCIAS DAS NECESSIDADES ASSISTENCIAIS NO PROGRAMA MELHOR EM CASA NO BRASIL ENTRE 2019 E 2023
Comunicação Oral Curta
1 UFRGS
2 CGADOM - Ministério de Saúde
Apresentação/Introdução
O Programa Melhor em Casa (PMeC), parte integrante da Rede de Atenção à Saúde (RAS), é fundamental o acesso à saúde, por meio da desospitalização, continuidade do cuidado, reabilitação e cuidados paliativos domiciliares. Compreender o perfil de seus usuários e a evolução das demandas é crucial para o planejamento e aprimoramento das políticas públicas de saúde.
Objetivos
Analisar características demográficas e tendências temporais nas avaliações realizadas pelo Programa Melhor em Casa (PMeC) no período de 2019 a 2023.
Metodologia
Estudo observacional retrospectivo que analisou dados secundários do PMeC no Brasil, de 2019 a 2023. Foram avaliados o número de avaliações em pacientes acamados, em reabilitação funcional e em cuidados paliativos oncológicos e não oncológicos. A tendência temporal foi analisada por regressão linear simples, com ano como variável independente. O coeficiente de determinação (R²) e o valor de p avaliaram a significância das tendências. Os dados foram tratados no software SPSS 28.0.
Resultados
No período, 66,6% das avaliações foram de idosos: 39,8% entre 60–79 anos e 26,8% acima de 80 anos, a maioria mulheres (52,9%; p=0,001). Quanto à raça/cor, 52,9% eram pardos e pretos, 43,5% brancos, 3,2% amarelos e 0,1% indígenas. Não declararam: 0,4%. Observou-se tendência crescente nas avaliações realizadas entre 2019 e 2023. O número de indivíduos com necessidades de reabilitação apresentou crescimento médio anual de 8.020 avaliações (R²=0,94; p=0,006), enquanto os acamados aumentaram em 8.982/ano (R²=0,96; p=0,003). A demanda por cuidados paliativos oncológicos cresceu 1.254/ano (R²=0,98; p=0,001) e por cuidados não oncológicos 1.975/ano (R²=0,99; p<0,001).
Conclusões/Considerações
O perfil etário, de gênero e raça indica que o PMeC atende principalmente grupos vulneráveis, ressaltando a importância de ações que considerem os determinantes sociais e garantam acesso e continuidade no cuidado. Além disso, os resultados reforçam a necessidade de estratégias articuladas para atender às demandas crescentes da população com limitações funcionais.
ORGANIZAÇÃO COMUNITÁRIA NO ENFRENTAMENTO À DETERMINAÇÃO SOCIAL DA SAÚDE E AS POSSIBILIDADES PARA A ATENÇÃO BÁSICA
Comunicação Oral Curta
1 UNIFESP
Apresentação/Introdução
A Atenção Básica tem suas ações referenciadas pelo território e deve se organizar a partir das necessidades e demandas locais. Em áreas periféricas e de extrema pobreza, situações graves e urgentes que envolvem a questão fundamental da determinação social da saúde se apresentam de forma bastante explícita. Dentre vários aspectos, a problemática da moradia se mostra como imprescindível e inadiável.
Objetivos
Compreender os processos de organização comunitária no enfrentamento à determinação social da saúde num território de ocupação em um morro no município de Santos e as possibilidades de articulação com a Atenção Básica (AB) à Saúde.
Metodologia
Trata-se de uma pesquisa social em saúde com abordagem qualitativa e orientação na Psicologia Social Comunitária de base Sócio-histórica. Após a aprovação pela Plataforma Brasil, foram realizadas entrevistas com seis moradores de uma área de ocupação em um morro de Santos e uma entrevista com o agente comunitário do território. Além disso, a pesquisadora é trabalhadora do SUS atuando na região e seu diário de campo também serviu como importante instrumento. A análise foi realizada com base na Hermenêutica de Profundidade que conta com quatro fases: análise sócio-histórica; análise formal ou discursiva; interpretação/reinterpretação; contextualização da ideologia.
Resultados
Categorias que emergiram: as condições concretas de vida na busca por moradia adequada; a luta em defesa da ocupação; o sentido de comunidade; a relação com o serviço de saúde da AB no território; as vivências e os afetos do lugar. A organização comunitária autônoma surgiu como fundamental na conquista por moradia, mostrando a força do coletivo. Evidenciou-se certo distanciamento do serviço da AB em relação aos aspectos sociais do processo saúde-doença. O ACS mostrou sensibilidade para esta temática, inclusive compreendendo o desencadear e ou agravamento de doenças físicas a partir de problemas sociais e psicológicos, mas poucas ações da equipe do serviço se comprometem nessa vertente.
Conclusões/Considerações
Ainda se faz necessário que a AB possua um olhar e uma atuação comprometida com a determinação social da saúde. As diretrizes do SUS e da própria AB trazem esse aspecto, entratento na prática, devido a vários fatores, sua concretização é difícil. Número insuficiente de profissionais servidores, aumento nas demandas, cobrança por produtividade, podem ser alguns aspectos que contribuem para uma AB ainda voltada para procedimentos.

Realização: