
Programa - Outras Linguagens - OL1 - Arte e Decolonialidade
30 DE NOVEMBRO | DOMINGO
15:00 - 16:30
15:00 - 16:30
AS MÃOS QUE A CIDADE ESQUECE: JUSTIÇA AMBIENTAL, INTERSECCIONALIDADES E A INVISIBILIDADE DOS CORPOS NO PROCESSO DE TRATAMENTO DE RESÍDUOS
Outras linguagens
1 Fundação Estatal Saúde da Família-FESF
2 Ministério da Saúde
3 Universidade de Brasília
4 Escola Superior de Ciências da Saúde
5 UFDPar
Período de Realização
Visita técnica na Usina de Tratamento Mecânico Biológico (UTMB) no dia 05 de junho de 2025.
Objeto da produção
Foi produzido um poema com o título: “As mãos que a cidade esquece”.
Objetivos
Sensibilizar alunos da pós-graduação em Metodologias Ativas sobre as interseccionalidades de gênero, raça e meio ambiente, promovendo reflexões críticas sobre justiça ambiental, desigualdades sociais e condições de trabalho de catadoras e catadores de resíduos sólidos.
Descrição da produção
A atividade consistiu em visita técnica à Usina de Tratamento Mecânico Biológico no P Sul (DF), com o objetivo de conhecer sua estrutura e funcionamento. Foram observadas as condições de trabalho, discutido o processo saúde-doença de catadoras(es) e analisados os impactos socioambientais. O registro incluiu anotações, fotos e a produção de um poema, integrando metodologias ativas e educação crítica.
Resultados
Observou-se que a maior parte da força de trabalho é formada por mulheres negras, evidenciando interseccionalidades de gênero, raça e classe. A visita permitiu compreender que esses corpos são sistematicamente invisibilizados pelas estruturas institucionais e pela sociedade, refletindo a exploração históricas de corpos racializados, embora desempenhe um papel essencial na cadeia produtiva da reciclagem e na preservação ambiental.
Análise crítica da produção
A experiência possibilitou refletir os efeitos das desigualdades estruturais no campo da saúde, ambiental e trabalho, especialmente no que tange à distribuição desigual dos riscos e benefícios ambientais. O protagonismo das mulheres negras na cadeia de resíduos revela como as opressões de gênero, raça e classe se imbricam, configurando situações de vulnerabilidade. O poema produzido buscou transformar essas percepções em linguagem sensível, provocando reflexões e práticas educativas críticas.
Considerações finais
A visita à usina revelou que as mãos que sustentam a reciclagem são as mesmas que a cidade insiste em invisibilizar: mulheres negras, fundamentais para a justiça ambiental. A experiência reafirma a urgência de incorporar perspectivas decoloniais, interseccionais e antirracistas na educação e na saúde, reconhecendo saberes empíricos e valorizando os sujeitos que, mesmo à margem do sistema, promovem vida, sustentabilidade e dignidade.
SAÚDE E SABER NAVEGANDO NA AMAZÔNIA
Outras linguagens
1 UFOPA
2 UCB
3 SEMSA
4 IESPES
5 SEDUC/PA
6 UFPE
Período de Realização
A produção do documentário teve início em março de 2025 e será concluída em setembro do mesmo ano.
Objeto da produção
Documentário sobre a atuação da UBSF-Escola Abaré na Amazônia, envolvendo profissionais de saúde e alunos da Universidade Federal do Oeste do Pará.
Objetivos
Retratar a atenção primária à saúde ofertada pela Unidade Básica de Saúde Fluvial (UBSF) Escola Abaré e o processo de ensino-aprendizagem vivenciados por acadêmicos da Universidade Federal do Oeste do Pará durante as expedições realizadas em comunidades ribeirinhas localizadas na Amazônia Paraense.
Descrição da produção
O documentário com duração de 30 minutos, está em fase de produção, com gravação, sonorização e edição realizadas por empresa especializada. A pesquisa e o roteiro das entrevistas são conduzidos por uma mestranda em Políticas Públicas. As gravações contemplarão os períodos de cheia e seca dos rios amazônicos, refletindo a diversidade ambiental e os desafios logísticos enfrentados nas diferentes épocas do ano. A produção conterá interpretação em Libras, garantindo acessibilidade comunicacional.
Resultados
Análise crítica da produção
Produzir um documentário sobre a atenção primaria à saúde e a formação acadêmica realizados através de uma UBSF-Escola no contexto amazônico é desafiador, sobretudo pela logística. Retratar as singularidades existentes nos períodos de cheia e seca dos rios amazônicos exige que a equipe retorne ao campo em diferentes períodos, tornando o processo oneroso. Entretanto, as dificuldades são compensadas pela visibilidade da realidade local e pelo potencial de atrair recursos para ampliar os serviços.
Considerações finais
A produção permitirá ao espectador conhecer singularidades da atenção primária à saúde em comunidades amazônicas e o processo de ensino-aprendizagem que vem formando profissionais de saúde sensíveis a essas realidades. Apesar das limitações, a presença periódica da UBSF-Escola Abaré junto aos ribeirinhos é essencial à promoção da saúde e da dignidade dessa população. Para sua exibição, é necessário dispor de equipamento de projeção audiovisual.
CURTA METRAGEM SOBRE UMA PROPOSTA DE PESQUISA PARTICIPATIVA EM UMA COMUNIDADE RIBEIRINHA DO AMAZONAS.
Outras linguagens
1 ILMD - Fiocruz
2 Balsa Amarela
Período de Realização
Documentário de pesquisa realizado entre maio/2023 e julho/2024
Objeto da produção
Um curta metragem de 10 min documentando a realização de uma pesquisa em área rural ribeirinha de Manaus.
Objetivos
Realizar um documentário que retratasse os passos de um projeto de pesquisa que aplicou a metodologia de Impacto Coletivo que visava contribuir com a construção de um planejamento colaborativo entre moradores locais e serviços de saúde
Descrição da produção
Documentário observativo, que evita o comentário e a encenação, observando os eventos conforme eles acontecem. O objetivo desse método é destacar aspectos importantes do roteiro, como o cotidiano do lugar e a dinâmica nas relações entre as comunidades, com o mínimo de interferência. Para contextualizar a narrativa documental, algumas entrevistas foram adicionadas. Essas entrevistas ajudam a fornecer um panorama de fundo e maior entendimento sobre a história.
Resultados
Dois passos do projeto foram enfatizados nessa proposta, quais sejam : o levantamento sobre a história da comunidade, onde os mais jovens filmavam os mais velhos contando a história do lugar e a realização da aplicação de metodologia de Mapa Falante, onde moradores mapearam o local onde vivem com o uso da ferramenta "My maps". O documentário foi apresentado em forma de cinema na comunidade, além disso, encontra-se atualmente na página do ILMD- Fiocruz - https://www.youtube.com/watch?v=APcnRPEH-OQ
Análise crítica da produção
Os moradores ficaram fascinados em ser a primeira vez que viram o local onde vivem e eles mesmos sendo parte de uma gravação profissional, o que contribuiu com o aumento da auto-estima e o engajamento das pessoas locais na pesquisa. O documentário dos passos da pesquisa também possibilita que outras instituições de pesquisa ou locais possam conhecer a metodologia utilizada e também poder aplicar em contextos semelhantes.
Considerações finais
O uso de recursos audivisuais são uma excelente ferramenta para divulgação científica sendo possível promover a troca de experiência entre pesquisadores e instituições. Entretanto, esse recurso ainda é pouco utilizado e divulgado como uma ferramenta possível de produção científica.
“ENTRE RIOS E RAÍZES”: CORDEL EDUCATIVO SOBRE VULNERABILIDADES EM SAÚDE NO MUNICÍPIO DE PESQUEIRA E NA COMUNIDADE INDÍGENA XUKURU.
Outras linguagens
1 UFPE
Período de Realização
Realizado de julho a outubro de 2024.
Objeto da produção
Produção de cordel com enfoque nas doenças infecciosas em Pesqueira, evidenciando a situação sanitária da comunidade indígena Xukuru.
Objetivos
Promover a educação popular em saúde por meio do cordel, abordando a situação epidemiológica de Pesqueira e da comunidade Xukuru, com foco na conscientização sobre gastroenterites e outras doenças infecciosas associadas à precariedade do saneamento e ao uso de agrotóxicos.
Descrição da produção
O cordel “Entre rios e raízes: A saga dos Xukurus e a saúde de Pesqueira” foi fruto de uma pesquisa desenvolvida na disciplina de Epidemiologia, do curso de Enfermagem da Universidade Federal de Pernambuco. A partir de uma linguagem poética e acessível, abordou-se a ocorrência de gastroenterites, mortalidade infantil, desigualdades em saúde e impactos ambientais, valorizando os saberes locais como estratégia pedagógica e cultural.
Resultados
A obra possibilitou refletir sobre as causas e consequências de doenças infecciosas que acometem, principalmente, a população Xukuru, devido a falta de água tratada e saneamento impulsiona casos de diarreia e infecções intestinais. A mortalidade infantil por doenças infecciosas (9,22/1.000 nascidos vivos) e internações por diarreia (3,2/1.000 habitantes) foram denunciadas no texto poético.
Análise crítica da produção
A poesia despertou o olhar crítico dos estudantes para as desigualdades em saúde. Os indicadores foram diferentes do atual cenário de transição epidemiológica no Brasil e em Pernambuco, onde se esperaria uma predominância de doenças crônicas. Ao dar visibilidade a agravos típicos de contextos de vulnerabilidade social e ambiental, como gastroenterites, por meio da arte regional, a relevância da atuação da enfermagem junto a populações historicamente vulnerabilizadas foi evidenciada.
Considerações finais
Por fim, conclui-se que a produção demonstrou potencial educativo ao articular ciência e cultura popular, destacando vivências cotidianas de territórios vulnerabilizados. Ao abordar doenças infecciosas em tom poético e político, favoreceu-se a compreensão crítica dos determinantes sociais da saúde, ampliando a visibilidade de comunidades historicamente marginalizadas, como o da etnia Xukuru.
DOCUMENTÁRIO: OGUATA DAS GESTANTES E PUÉRPERAS INDÍGENAS DE DOURADOS E AMAMBAI
Outras linguagens
1 Fundação Oswaldo Cruz de Mato Grosso do Sul (FIOCRUZ-MS)
2 Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS)
Período de Realização
2022 (documentário concluído em dezembro, vinculado à pesquisa 2021-2023)
Objeto da produção
Documentário que retrata as vivências de gestantes indígenas de MS, articulando saberes tradicionais e biomédicos sobre pré-natal, parto e puerpério.
Objetivos
Dar visibilidade às narrativas de mulheres indígenas, Ñandesy e lideranças sobre cuidados tradicionais e desafios no acesso à saúde materna. Promover diálogo intercultural para fortalecer políticas equitativas no SUS, baseado em pesquisa da FIOCRUZ-MS.
Descrição da produção
Realizado em 2022 (47’23”), o documentário registra depoimentos de mulheres das Terras Indígenas de Dourados e Amambai, destacando práticas ancestrais e barreiras no pré-natal e parto. Produzido pela AJI e FIOCRUZ-MS, integra a pesquisa "Avaliação da cobertura e qualidade do pré-natal e parto indígena". Utiliza linguagem audiovisual para sensibilizar sobre interculturalidade na saúde.
Resultados
Análise crítica da produção
O documentário cumpre seu papel ao amplificar vozes marginalizadas, mas enfrenta limitações como a baixa participação de homens indígenas no debate. A abordagem visual potencializa o impacto, porém a distribuição restrita a eventos acadêmicos e comunidades locais reduz seu alcance. Sugere-se parcerias com plataformas digitais para disseminação massiva.
Considerações finais
A produção evidencia a urgência de políticas intersetoriais que integrem saberes indígenas e biomédicos. Destaca-se seu papel como ferramenta de advocacy, influenciando a formação profissional e a gestão em saúde indígena. Recomenda-se a expansão do projeto para outras etnias e a criação de materiais didáticos derivados, garantindo continuidade ao diálogo iniciado.
PODCAST PET-SAÚDE: EQUIDADE - GAT 2 | UFPE
Outras linguagens
1 graduanda UFPE
2 graduando UFPE
Período de Realização
O PET SAÚDE: Equidade iniciou-se em maio de 2024 e encontra-se em andamento.
Objeto da produção
Podcast sobre desafios no trabalho em saúde: sobrecarga de profissionais e a desumanização da assistência no SUS.
Objetivos
Sensibilizar para as desigualdades no acesso à saúde e os impactos da sobrecarga profissional, promovendo reflexão crítica, empatia e desenvolvimento de habilidades comunicativas por meio da simulação de vivências.
Descrição da produção
Produção do Grupo de Aprendizagem Tutorial 2, do PET-Saúde Equidade, da UFPE e Secretaria de Saúde do Recife, que consistiu na elaboração de um podcast com duas simulações: a primeira refere-se a uma mulher em situação de rua que vivencia negligência no atendimento em saúde. A segunda apresenta o depoimento de uma enfermeira acerca da sobrecarga de trabalho, com ênfase nos impactos à saúde mental e no afastamento do convívio familiar.
Resultados
A produção promove a reflexão sobre o acolhimento de populações vulneráveis e os efeitos da sobrecarga em profissionais de saúde. O podcast estimulou a compreensão crítica de fatores sociais e estruturais que interferem na qualidade do cuidado, além de promover o desenvolvimento de habilidades comunicativas e reflexivas entre os/as participantes.
Análise crítica da produção
A produção de uma ferramenta didática alternativa aos moldes tradicionais, estimulou-nos à análise de realidades díspares, entretanto, muito importantes para o cuidado em saúde. De um lado, reflete-se sobre uma usuária que teve o acolhimento negligenciado; de outro, o foco é uma profissional saturada e sobrecarregada, exibindo que existem desafios para a equidade ao acesso à saúde no SUS, além de falhas no desenvolvimento na equidade e promoção do cuidado dos profissionais.
Considerações finais
Este trabalho propiciou a reflexão sobre vulnerabilidades no acesso ao cuidado em saúde, bem como, a necessidade de um olhar voltado ao cuidado com profissionais e estratégias robustas para alcançar a equidade tanto por usuárias/os, como de trabalhadoras/es de saúde. Assim, por meio de uma ferramenta didática não convencional, foi possível a análise e discussão de problemáticas ainda presentes no SUS.

Realização: