
Programa - Comunicação Oral - CO7.2 - A educomunicação como estratégia para mudanças
01 DE DEZEMBRO | SEGUNDA-FEIRA
15:00 - 16:30
15:00 - 16:30
DESENVOLVIMENTO DE CHATBOT EDUCATIVO COM ABORDAGEM DE MICROLEARNING PARA PROMOÇÃO DA SAÚDE RENAL
Comunicação Oral
1 UFPI
2 UECE
Apresentação/Introdução
A utilização de tecnologias educativas tem se mostrado promissora na promoção da saúde e no controle de fatores de risco como hipertensão arterial e diabetes mellitus, principais causas da doença renal. A construção de chatbots com conteúdos curtos e objetivos representa uma estratégia inovadora de educação mediada por tecnologias digitais em saúde.
Objetivos
Descrever o processo de construção de um chatbot educativo com abordagem de microlearning voltado à promoção da saúde renal.
Metodologia
Estudo de desenvolvimento tecnológico dividido em oito etapas: 1) revisão sobre chatbots e suas aplicações em saúde; 2) escolha da plataforma para hospedagem; 3) criação da identidade visual e dos fluxos dos conteúdos para guiar a jornada de aprendizagem do usuário; 4) definição dos temas com base em cartilha educativa sobre cuidados com acessos vasculares para hemodiálise; 5) elaboração de módulos com conteúdos curtos e temáticos; 6) testes laboratoriais do protótipo para avaliar coerência das respostas e usabilidade; 7) ajustes técnicos e de linguagem conforme análise das simulações; 8) integração do chatbot ao site do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em promoção da saúde cardiovascular.
Resultados
O chatbot foi desenvolvido como um assistente virtual educativo, com abordagem de microlearning e interface amigável. Os conteúdos foram divididos em três módulos: saúde renal, controle de fatores de risco (hipertensão e diabetes) e tratamento dialítico. Foram incluídos lembretes, vídeos, infográficos, textos e quizzes para reforçar práticas de autocuidado e gestão da saúde. A ferramenta foi estruturada para fornecer respostas curtas e diretas, facilitando a compreensão por usuários leigos e promovendo o engajamento com a promoção da saúde renal.
Conclusões/Considerações
A construção do chatbot representa um avanço na promoção da saúde renal, ao ampliar o acesso a informações de forma interativa, acessível e personalizada. A tecnologia pode favorecer o empoderamento do usuário, melhorar a gestão de condições crônicas e contribuir para o autocuidado e prevenção de complicações cardiovasculares a longo prazo.
DIREITOS REPRODUTIVOS DE GESTANTES NO SUS: EDUCAÇÃO EM SÁUDE EM HOSPITAL DE ALTA COMPLEXIDADE
Comunicação Oral
1 Leticia Andrade
2
Período de Realização
A experiência foi realizada de novembro de 2024 a junho de 2025, em hospital público de alta complexidade
Objeto da experiência
Vivência educativa com gestantes de alto risco para promover o acesso e conhecimento sobre seus direitos reprodutivos.
Objetivos
Descrever a educação em saúde com base nos direitos reprodutivos das gestantes, estimular o protagonismo na tomada de decisões e garantir o acesso qualificado à informação sobre sexualidade, maternidade, planejamento familiar e serviços oferecidos pelo SUS.
Descrição da experiência
A experiência foi realizada por uma equipe multidisciplinar no setor de internação obstétrica de um hospital de alta complexidade. As atividades ocorreram semanalmente com gestantes de alto risco, utilizando rodas de conversa, materiais educativos e escuta qualificada. A estratégia valorizou o vínculo, acolhimento e empoderamento das participantes por meio do compartilhamento de saberes e vivências sobre seus direitos no contexto da saúde reprodutiva.
Resultados
As gestantes demonstraram maior interesse em dialogar sobre seus direitos e relataram desconhecimento prévio sobre temas como planejamento reprodutivo, parto humanizado e acesso ao DIU. A equipe notou melhora na participação ativa, nas decisões durante o pré-natal e no fortalecimento do vínculo entre gestante e equipe, apontando a efetividade da educação em saúde como estratégia de humanização e empoderamento.
Aprendizado e análise crítica
A experiência revelou lacunas na educação reprodutiva, reforçando a importância de ações educativas no ambiente hospitalar. A escuta ativa e o acolhimento foram cruciais para que as gestantes se sentissem seguras ao expressar dúvidas e experiências. A equipe aprendeu que o conhecimento dos direitos é fundamental para a autonomia e que a prática educativa deve ser contínua, sensível e adaptada às realidades das usuárias.
Conclusões e/ou Recomendações
A educação em saúde sobre direitos reprodutivos mostrou-se essencial para fortalecer o protagonismo das gestantes e humanizar o cuidado. O hospital de alta complexidade é também um espaço de promoção de cidadania. Reforça-se a necessidade de políticas públicas que garantam práticas educativas regulares, inclusivas e com escuta qualificada nas instituições de saúde.
JUVENTUDE E PROMOÇÃO DA SAÚDE: EDUCOMUNICAÇÃO E COMUNICAÇÃO COMUNITÁRIA COMO ESTRATÉGIAS DECOLONIAIS PARA PROMOVER SAÚDE E GARANTIR DIREITOS
Comunicação Oral
1 USP, Fiocruz
2 Fiocruz
Período de Realização
Março de 2024 a janeiro de 2025
Objeto da experiência
Implementação de metodologia participativa baseada na educomunicação para promover saúde por meio da comunicação comunitária.
Objetivos
Desenvolver, aplicar e avaliar uma metodologia inovadora, a partir de práticas comunicativas territorializadas e contra-hegemônicas, voltada à promoção da saúde e da literacia em saúde entre jovens de favelas, promovendo o protagonismo juvenil, a justiça social e o direito à comunicação e à saúde.
Metodologia
A experiência do Canal Saúde da Fiocruz formou 15 jovens comunicadores comunitários em saúde na favela de Manguinhos (Rio de Janeiro, RJ). Houve círculos de conversa, oficinas semanais e produção de conteúdo crítico sobre a saúde em suas múltiplas dimensões nas redes sociais, jornal impresso e site. A metodologia, participativa, horizontal e decolonial, envolveu jovens, profissionais de saúde e moradores na criação de estratégias comunicativas acessíveis e territorializadas de promoção da saúde.
Resultados
Capacitação de 15 jovens comunicadores populares como agentes de promoção da saúde; retorno do jornal comunitário impresso “Fala Manguinhos!” (três edições, com 2.000 exemplares cada); e criação do site www.falamanguinhos.org.br. Houve fortalecimento da literacia em saúde, da autonomia juvenil e da presença de narrativas locais na informação que circula no território, além de estímulo à análise crítica da mídia e valorização da comunicação como direito e estratégia de promoção da saúde.
Análise Crítica
Práticas educomunicativas e de comunicação comunitária são eficazes na promoção da saúde, ampliando vozes marginalizadas e fortalecendo o protagonismo juvenil. A participação ativa dos jovens promoveu maior aderência às ações e visibilidade dos temas de saúde. A articulação entre saberes locais e técnicos revelou-se essencial para a promoção da equidade. Os desafios incluíram sustentabilidade financeira, conciliação com a realidade dos jovens e limites institucionais na avaliação de impacto.
Conclusões e/ou Recomendações
Ao promover práticas comunicativas mais participativas, críticas e democráticas, a educomunicação é estratégia potente para promover saúde e justiça social em territórios vulnerabilizados. Recomenda-se fomentar políticas públicas que valorizem metodologias participativas e juventudes periféricas como sujeitos ativos da transformação, por meio da comunicação. A replicação dessa experiência pode subsidiar novas ações no campo da Saúde Coletiva.
SAÚDE_POD: COMUNICAÇÃO, PARTICIPAÇÃO SOCIAL E DIREITOS LGBTQIAPN+ NAS CONFERÊNCIAS DE SAÚDE
Comunicação Oral
1 IFRS Alvorada
Período de Realização
Agosto de 2023 a julho de 2025
Objeto da produção
Produção de episódios do podcast SAÚDE_POD com base em entrevistas e relatórios das Conferências Livres LGBTQIAPN+ da etapa preparatória da 17ª CNS.
Objetivos
Ampliar o acesso às proposições das Conferências Livres sobre saúde LGBTQIAPN+, valorizando os saberes participativos da 17ª CNS, a fim de fortalecer a democracia sanitária e evidenciar demandas historicamente negligenciadas dessa população.
Descrição da produção
A produção iniciou com a seleção das Conferências Livres sobre saúde LGBTQIAPN+ (CL39 e CL81), seguida da transcrição de entrevistas e análise de relatórios. A partir disso, foram elaboradas categorias temáticas que orientaram o roteiro do episódio, com falas, conceitos e entrevistas com especialistas. Os episódios foram editados e distribuídos em plataformas digitais e rádios comunitárias, com foco em acessibilidade, escuta sensível e compromisso ético com as narrativas.
Resultados
Foi produzido um episódio de podcast que divulgaram propostas das conferências, com destaque para: acesso à hormonização na atenção primária, combate à violência institucional contra pessoas trans e intersexo, inseminação artificial para lésbicas e criação de ambulatórios transexualizadores. A boa recepção entre coletivos e rádios comunitárias reforça o potencial do podcast como ferramenta de valorização das pautas LGBTQIAPN+ e fortalecimento do controle social na saúde pública.
Análise crítica e impactos da produção
A proposta evidenciou que o podcast é uma ferramenta potente para democratizar o conhecimento científico e político, especialmente ao dialogar com populações historicamente invisibilizadas. A linguagem acessível e a escuta sensível rompem com o tecnicismo que exclui sujeitos LGBTQIAPN+. O SAÚDE_POD amplia a legitimidade das pautas das Conferências Livres, embora enfrente desafios como sustentabilidade financeira e inserção nos processos formativos e nas políticas públicas.
Considerações finais
A produção do SAÚDE_POD reafirma a comunicação como prática de cuidado e enfrentamento às exclusões na saúde pública. Ao difundir debates das Conferências Livres LGBTQIAPN+, fortalece o controle social e valoriza a diversidade no SUS. A experiência destaca a importância de metodologias sensíveis e educativas na divulgação científica e busca consolidar o podcast como espaço permanente de escuta e democracia sanitária.
EDUCOMUNICAÇÃO E JUVENTUDE NA PREVENÇÃO DO HIV/AIDS: AVALIAÇÃO DE CAMPANHAS POR MEIO DO EDUCAINDEX
Comunicação Oral
1 FCTS/UnB
2 FS/UnB
Apresentação/Introdução
A comunicação em saúde adota princípios dialógicos capazes de interconectar saberes e práticas por meio de métodos diversos — qualitativos, quantitativos ou mistos — que subsidiam a produção de evidências. Além de informar, a comunicação em saúde visa influenciar pessoas, famílias e comunidades na promoção da saúde, prevenção de agravos e reflexão crítica sobre as informações que circulam na sociedade.
Objetivos
Apresentar o desenvolvimento e a aplicação do EducaIndex como proposta metodológica inovadora e dialógica para avaliar campanhas de comunicação sobre HIV/Aids entre jovens de 15 a 24 anos, articulando os campos da educação, informação e comunicação em saúde.
Metodologia
A pesquisa utiliza abordagem mista, com predominância quantitativa na aplicação do instrumento EducaIndex e qualitativa nas oficinas realizadas com os jovens. O EducaIndex foi construído a partir do projeto nacional “Comunicação Promotora de Saúde: Estratégias de Enfrentamento de Epidemias de ISTs, HIV/Aids e Hepatites Virais em População Jovem”, financiado pelo CNPq, em parceria com instituições de ensino superior de todas as regiões do país. O instrumento foi aplicado a 643 jovens de todas as regiões brasileiras, que avaliaram três campanhas previamente selecionadas — um cartaz, um jingle e um vídeo — dentre um total de 475 campanhas analisadas.
Resultados
: O EducaIndex demonstrou boa confiabilidade estatística (alfa de Cronbach = 0,700), indicando consistência nos resultados. As oficinas mediadoras da aplicação permitiram uma interação rica entre pesquisadores e participantes, favorecendo o protagonismo juvenil na avaliação das campanhas. A articulação entre dados quantitativos e qualitativos proporcionou uma análise mais abrangente e significativa sobre a eficácia comunicacional das campanhas avaliadas.
Conclusões/Considerações
A proposta metodológica do EducaIndex fortalece o campo da comunicação em saúde ao possibilitar a avaliação de campanhas a partir da perspectiva dos próprios jovens, promovendo a intersecção entre educação, informação e comunicação. A integração de métodos qualitativos e quantitativos amplia a validade dos achados e reforça a relevância do protagonismo juvenil nos processos avaliativos e na produção de estratégias comunicacionais.
ESTRATÉGIAS DE ENGAJAMENTO DIGITAL SOBRE EDUCAÇÃO EM SAÚDE SEXUAL PARA ADOLESCENTES DA DIVERSIDADE SEXUAL E DE GÊNERO NA PREVENÇÃO AO HIV.
Comunicação Oral
1 Universidade Federal do Estado da Bahia, Salvador, Bahia, Brasil.
2 Instituto de Saúde Coletiva - ISC, Universidade Federal do Estado da Bahia, Salvador, Bahia, Brasil.
3 Instituto Gonçalo Muniz, Fundação Oswaldo Cruz, Salvador, Bahia, Brasil.
Período de Realização
A experiência se deu no período de Julho de 2023 a Junho de 2025.
Objeto da experiência
Criação de conteúdo digital para aproximar adolescentes da diversidade sexual e de gênero (ADSG) do acesso aos cuidados da saúde sexual.
Objetivos
Descrever conteúdo digital a fim de ampliar as estratégias de criação de demanda para prevenção ao HIV e outras infecções sexualmente transmissíveis (IST) entre ADSG.
Descrição da experiência
A experiência foi realizada no projeto PrEP15-19 Escolhas, em Salvador/BA. Educadores(as) pares (EP) criaram conteúdo para Instagram, usando linguagem informal, expressões da população-alvo e tendências populares, abordando temas de saúde sexual do cotidiano ADSG de forma leve e divertida. E sobre a prevenção combinada, incluindo a PrEP. Optou-se por conteúdos audiovisuais curtos e objetivos.
Resultados
A criação de conteúdos resultou em crescimento gradual de seguidores da página do Instagram: entre março e junho de 2025, foram registrados 756 novos perfis, sendo 1/5 desses perfis do público mais jovem. As interações mostraram que a linguagem foi bem recebida pelo público-alvo. Os feedbacks ajudaram os EP a aprimorarem o conteúdo, fortalecendo o vínculo e a compreensão da importância do acesso contínuo aos serviços do projeto.
Aprendizado e análise crítica
Trabalhar com o público-alvo do projeto — HSH (homens que fazem sexo com homens), pessoas transgênero e não binárias de 15 a 19 anos — é desafiador. A experiência sugere que a comunicação sobre saúde sexual com ADSG pode ser mais eficaz quando afasta o viés técnico e adota linguagem própria da comunidade, mais sensível e acolhedora. Criar conteúdo digital com linguagem informal e lúdica pode ser um caminho para ampliar o acesso dessa população à prevenção de IST.
Conclusões e/ou Recomendações
A experiência demonstrou que a comunicação por pares, aplicada em conteúdo digital, junto à atuação de educadores(as) pares, é essencial para melhorar o acesso de ADSG aos serviços de cuidado à saúde sexual. A linguagem próxima e a identificação com os pares tornam o processo mais acolhedor, fortalecendo vínculos e promovendo um espaço de cuidado inclusivo para essa população, que enfrenta barreiras sociais e de estigma que dificultam seu acesso pleno.

Realização: