
Programa - Comunicação Oral - CO7.1 - Olhar a saúde sob a luz da comunicação
30 DE NOVEMBRO | DOMINGO
15:00 - 16:30
15:00 - 16:30
BOLETINS EPIDEMIOLÓGICOS DE UBERLÂNDIA (BEUDI): COMUNICAÇÃO POPULAR EM SAÚDE DIGITAL E TERRITORIAL
Comunicação Oral
1 Universidade Federal de Uberlândia (UFU) – Graduação em Saúde Coletiva
2 Universidade Federal de Uberlândia (UFU) – Graduação em Estatística
3 Universidade Federal de Uberlândia (UFU) – Instituto de Geografia, Geociências e Saúde Coletiva (IGESC), Curso de Saúde Coletiva
4 Universidade Federal de Uberlândia (UFU) – Faculdade de Medicina (FAMED), Departamento de Saúde Coletiva
Período de Realização
Fevereiro de 2024 até fevereiro de 2025.
Objeto da experiência
Produção e disseminação de informações epidemiológicas e preventivas sobre doenças tropicais negligenciadas de forma acessível à população.
Objetivos
Ampliar o acesso da população à conteúdos relacionados à doenças tropicais negligenciadas, pela criação de boletins epidemiológicos, postagens para redes sociais e conteúdo impresso com linguagem acessível e estética atrativa.
Metodologia
Definiu-se 10 temáticas para Boletins Epidemiológicos (com dados nacionais, regionais, estaduais e locais), estruturados em introdução, análises estatísticas, prospecção de mídias e informações preventivas. Norteando materiais educativos socializados no Assentamento Santa Clara, fortalecendo a vigilância em saúde comunitária. Integrando ensino, pesquisa e extensão, ao produzir conhecimento técnico-científico e melhorar estratégias de prevenção da população, para reduzir a morbimortalidade.
Resultados
Digitalmente, foram produzidos 10 Boletins Epidemiológicos, 24 postagens em formato carrossel sobre prevenção, cuidados e conceitos e 55 vídeos contendo entrevistas e orientações em linguagem acessível na rede social Instagram. No território, foram feitas 5 atividades em campo, com a produção de cartilhas informativas sobre cada doença/agravo e formas de prevenção, além de jogos de mitos e verdades realizados com a comunidade, atendendo mais de 70 moradores do Assentamento Santa Clara.
Análise Crítica
Os discentes vivenciaram ativamente o ensino e pesquisa por meio da produção de informações técnico-científicas em saúde, instrumentalizadas através dos boletins epidemiológicos. E perpassando os muros institucionais com a extensão universitária, beneficiaram a população ao disponibilizar e comunicar dados epidemiológicos, permitindo a participação protagonista desta em estratégias de prevenção e vigilância em saúde no território, como preconizado pela Política Nacional de Vigilância em Saúde.
Conclusões e/ou Recomendações
A informação em saúde orienta a gestão dos serviços, apoiando modelos de atenção, prevenção e controle de doenças. A divulgação dessas informações em boletins epidemiológicos proporciona a retroalimentação do sistema, demonstrando sua utilidade e a importância de sua inserção nesse processo. A participação dos discentes nesse cenário proporcionou uma vivência da interlocução da vigilância em Saúde com a Comunidade.
CUSTO: UM MODELO PRÁTICO DE COMUNICAÇÃO CLÍNICA SOBRE O CUSTO DO TRATAMENTO E SUA RELAÇÃO COM A ADESÃO TERAPÊUTICA
Comunicação Oral
1 Universidade de Brasilia
Apresentação/Introdução
O custo do tratamento é uma barreira central à adesão terapêutica, especialmente em contextos de vulnerabilidade social. Apesar disso, a comunicação clínica sobre custos ainda é rara, pouco estruturada e subutilizada. Este estudo propõe o modelo CUSTO como ferramenta prática e ética para promover equidade e adesão no cuidado à saúde.
Objetivos
Investigar como a comunicação clínica sobre custos influencia a adesão terapêutica e propor um modelo estruturado, centrado na pessoa, para apoiar profissionais de saúde no enfrentamento das barreiras econômicas ao tratamento.
Metodologia
Realizou-se uma revisão integrativa da literatura com construção de modelo teórico aplicado à prática clínica, fundamentada na análise de dez estudos e na experiência das autoras em territórios vulneráveis do SUS. A busca foi realizada nas bases PubMed, SciELO, BVS e Cochrane, com descritores relacionados a comunicação em saúde, custos e adesão terapêutica. Foram incluídos estudos empíricos (2015–2025) com enfoque na relação entre comunicação e adesão em serviços públicos e privados. A análise resultou na formulação do modelo CUSTO: Compreender, Utilizar linguagem acessível, Solicitar preferências, Trabalhar alternativas e Organizar acompanhamento.
Resultados
Dos dez estudos incluídos, cinco abordaram diretamente a comunicação sobre custos e sua relação com a adesão, revelando que conversas estruturadas podem fortalecer a decisão compartilhada e a aliança terapêutica. Os demais estudos contextualizaram barreiras econômicas e comunicacionais em populações latino-americanas, reforçando a relevância do tema. A análise sustentou o desenvolvimento do modelo CUSTO, que orienta profissionais na abordagem ética e prática dos custos em consultas, considerando letramento em saúde, preferências do paciente, alternativas terapêuticas e seguimento contínuo.
Conclusões/Considerações
A comunicação clínica sobre custos é uma dimensão negligenciada, mas essencial para a adesão terapêutica e promoção da equidade. O modelo CUSTO oferece um roteiro prático, sensível e centrado na pessoa para apoiar profissionais de saúde na abordagem deste tema, especialmente em contextos de vulnerabilidade. Sua aplicação pode contribuir para mitigar abandonos e ampliar o acesso ao cuidado.
GUIA DAS MATERNIDADES DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO
Comunicação Oral
1 Centro Universitário São Camilo; Faculdade de Saúde Pública, Universidade de São Paulo
2 Faculdade de Saúde Pública, Universidade de São Paulo
Apresentação/Introdução
A Declaração de Nascido Vivo é documento base para registro no Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos no Brasil. Desde 2012 foram incluídas as variáveis indução e cesárea pré-parto. Dar às gestantes acesso a informações como tipos de parto e intervenções por hospital pode empoderá-las, contribuir para desfechos maternos e neonatais mais positivos e apoiar elaboração do plano de parto.
Objetivos
Apresentar o Guia das Maternidades, criado para informar gestantes, profissionais e gestores de saúde sobre o perfil dos partos na cidade de São Paulo.
Metodologia
Utilizada base de dados anonimizada do SINASC do município de São Paulo dos anos de 2020-2021, disponibilizada no site da Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo. O Guia das Maternidades utiliza 3 variáveis da DNV: “O trabalho de parto foi induzido?”, “Tipo de parto” e “A cesárea ocorreu antes do parto?”. Apresenta panorama de indicadores inéditos de classificação de 6 tipos partos, por estabelecimento de saúde públicos e privados: % Cesariana anteparto, % Parto Vaginal Espontâneo, % Parto Vaginal com trabalho de parto induzido, % Cesariana intraparto, % Cesariana intraparto induzida, % Cesariana após falha de indução, representados num mapa de calor de acordo com as proporções.
Resultados
O dashboard do Guia das maternidades foi disponibilizado no site “Parto dos Dados” , da Faculdade de Saúde Pública da USP (https://lookerstudio.google.com/u/0/reporting/87b1d815-5755-47ac-9ee1-256dff8a2c78/page/p_o0y26qqvwc).
O Guia é uma ferramenta valiosa para pais, gestantes que desejam escolher o local do parto no município de São Paulo, quando isso é possível. Os indicadores são fáceis de visualizar, diferenciando-se pela intensidade de cada variável considerando a proporção de intervenções no parto. Hospitais privados apresentaram maior proporção de cesáreas anteparto, enquanto hospitais públicos apresentaram maior proporção de partos vaginais espontâneos.
Conclusões/Considerações
O Guia das maternidades é uma ferramenta inovadora com enorme potencial para divulgação das informações sobre condições de parto no município de São Paulo. A ampliação do seu uso por meio de estratégias de comunicação poderá subsidiar gestantes, pais, profissionais de saúde e gestores de estabelecimentos de saúde, com aumento da visibilidade para o excesso de intervenções na assistência ao parto, potencialmente danosas e dolorosas.
O SUS EM TERRITÓRIOS E PRÁTICAS: UM OLHAR DA SAÚDE COLETIVA NO VER-SUS
Comunicação Oral
1 UnB
Período de Realização
07 a 13 de junho de 2025 – Vivências no SUS – VER-SUS – Região Centro-Oeste – Brasília/DF.
Objeto da experiência
Vivência no VER-SUS Centro-Oeste como estudante de Saúde Coletiva, com atividades em territórios, serviços e espaços de gestão do SUS.
Objetivos
Ampliar a compreensão prática dos princípios do SUS, vivenciar a realidade dos serviços públicos de saúde, fortalecer o olhar crítico e humanizado sobre o sistema, além de compartilhar e aprofundar conhecimentos com estudantes de diferentes cursos da área da saúde.
Descrição da experiência
Durante a vivência, participei ativamente das rodas de conversa, oficinas e visitas aos serviços de saúde, como UBSs urbanas e rurais, CAPS, CASAI e Hospital Universitário de Brasília. Também conheci o Ministério da Saúde, a sala do Conselho Nacional de Saúde e o assentamento do MST. Contribuí nas discussões coletivas, trazendo reflexões baseadas na minha formação em Saúde Coletiva, o que possibilitou o diálogo interdisciplinar com os demais participantes.
Resultados
A experiência fortaleceu meu olhar crítico e ampliado sobre o SUS, evidenciando os desafios estruturais e as potências das equipes de saúde. Contribuí nas discussões sobre equidade, participação social e gestão pública. A vivência também reforçou o papel estratégico do sanitarista nas redes de atenção à saúde.
Aprendizado e análise crítica
Como estudante de Saúde Coletiva, a vivência reafirmou a importância da visão sistêmica sobre o SUS. Vivenciar de perto as desigualdades nos territórios, a resistência dos movimentos sociais e a atuação dos espaços de controle social ampliou minha percepção sobre os determinantes sociais da saúde e a intersetorialidade nas políticas públicas.
Conclusões e/ou Recomendações
O VER-SUS foi uma experiência formativa essencial, que fortaleceu minha identidade como futuro sanitarista. A vivência proporcionou uma maior compreensão dos desafios e potencialidades do SUS e reafirmou o compromisso ético e social da nossa profissão na defesa de uma saúde pública universal e de qualidade.
TRANSFORMANDO A ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO COM CIÊNCIA CIDADÃ: A EXPERIÊNCIA DO OBSERVATÓRIO BRASILEIRO DE HÁBITOS ALIMENTARES (OBHA)
Comunicação Oral
1 Fiocruz Brasília
Período de Realização
Desde 2012 até os dias atuais, com reformulação metodológica e expansão a partir de 2018.
Objeto da experiência
Democratizar a alimentação e nutrição, articulando saberes populares e evidências para políticas públicas inclusivas.
Objetivos
Superar a visão acadêmica tradicional, conectando ciência e territórios. Tornar as evidências úteis à ação política, envolvendo academia, gestão pública, movimentos sociais e comunidades. Prover informações para transformações nas políticas alimentares com base em equidade, cultura e justiça social.
Descrição da experiência
Criado em 2012, o Observatório Brasileiro de Hábitos Alimentares (OBHA) foi reformulado em 2018, com apoio do Design Thinking. Estabeleceu uma linha editorial inovadora e colaborativa. O foco passou a ser a escuta dos territórios e o fortalecimento da ciência cidadã, gerando publicações como os Cadernos do OBHA, glossários, vídeos, crônicas e e-books. Esses materiais articulam diferentes formas de conhecimento e ampliam o alcance das evidências na formulação de políticas alimentares mais justas.
Resultados
Em 2024, destacaram-se ações das Cozinhas Solidárias e materiais para a população negra e povos de terreiro, além de glossário, crônicas e informes com análises conjunturais e dos impactos sanitários e ambientais dos sistemas alimentares hegemônicos. Mais de 115 mil visualizações nas redes sociais entre maio de 2024 e 2025 confirmam o alcance. Também houve cursos com Agentes da Pastoral Negros, incluindo conselheiros de saúde e CONSEA, reforçando o papel do OBHA na formação e no controle social.
Aprendizado e análise crítica
A experiência mostra que democratizar o conhecimento exige escuta ativa, formatos acessíveis e articulação com os sujeitos dos territórios. O OBHA reafirma que comunicação é ação política e que a linguagem inclusiva pode ampliar o controle social. Houve desafios de financiamento para manter a produção editorial contínua. Ainda assim, o OBHA se consolidou como espaço de tradução política da ciência com formatos acessíveis, dando visibilidade a vozes historicamente ignoradas.
Conclusões e/ou Recomendações
A trajetória do OBHA mostra que ciência cidadã não é retórica, mas prática concreta de inclusão do saber, sendo um caminho potente para democratizar a alimentação e nutrição, fortalecer políticas públicas e garantir o Direito Humano à Alimentação. Recomenda-se ampliar experiências que valorizem a escuta, os saberes dos territórios e a comunicação como ferramentas de construção democrática, com base em equidade e justiça social.
“DIÁLOGOS EM SAÚDE COLETIVA”: RELATO DE EXPERIÊNCIA DE UM PROJETO DE EXTENSÃO PARA A FORMAÇÃO CRÍTICA E BIOÉTICA ENTRE A REDE UNIDA E O NUPEBISC/UFSC
Comunicação Oral
1 UFSC
2 ESP/CE
Período de Realização
Desde fevereiro de 2024.
Objeto da experiência
Ciclo de encontros mensais promotor de diálogos interdisciplinares acerca de temas atuais e relevantes à Saúde Coletiva e à Bioética.
Objetivos
Promover debate sobre temas contemporâneos da Saúde Coletiva na intersecção com a Bioética; fomentar redes colaborativas entre instituições e atores sociais; e produzir a sistematização do conhecimento produzidos por meio da publicação de livro organizado em conjunto com os autores de cada encontro.
Descrição da experiência
O projeto realiza encontros com intelectuais, ativistas e profissionais da saúde para debater temas urgentes da Saúde Coletiva. As atividades são transmitidas ao vivo pelo YouTube da Rede Unida, sendo mediadas por um participante do projeto de extensão e contando com convidados de todo o país que participaram como entrevistados. Os registros dos diálogos estão sendo organizados para a publicação de um ebook.
Resultados
O projeto fortalece a articulação entre ensino, pesquisa e extensão, promovendo ampla participação de estudantes, profissionais e movimentos sociais. Amplia a visibilidade dos temas debatidos por meio da mídia digital e proporciona a consolidação de um acervo público de acesso aberto. A sistematização dos debates em livro amplia o alcance da reflexão crítica, na direção de contribuir para práticas mais éticas e democráticas na saúde. Foram realizados 10 encontros com quase 2500 visualizações.
Aprendizado e análise crítica
A escuta plural e a valorização de saberes diversos enriquecem o debate em saúde, demandando metodologias horizontais e um compromisso ético com a transformação social. O diálogo interdisciplinar fortalece a formação crítica e amplia a sustentação do SUS. A experiência também revela o potente papel da comunicação digital como ferramenta andragógica e instrumento de mobilização política.
Conclusões e/ou Recomendações
O projeto vem se consolidando como estratégia potente de educação permanente, de produção de conhecimento e de fortalecimento de vínculos entre universidade e sociedade. Recomenda-se sua continuidade e replicação, especialmente em contextos de formação em saúde, como forma de enfrentar desigualdades e promover a justiça social através do diálogo ético e intersetorial.

Realização: