
Programa - Comunicação Oral - CO14.2 - Atenção Primparia à Saúde e o cuidado à pessoa idosa
01 DE DEZEMBRO | SEGUNDA-FEIRA
15:00 - 16:30
15:00 - 16:30
CARACTERIZAÇÃO SOCIODEMOGRÁFICA E DE CAPACIDADE FUNCIONAL DA PESSOA IDOSA: PROGRAMA MAIOR CUIDADO NA BAHIA
Comunicação Oral
1 UFBA/ISC
Apresentação/Introdução
O rápido envelhecimento populacional tem trazido novas demandas de cuidado, inclusive relativas à promoção da manutenção da capacidade funcional da pessoa idosa, de maneira que permaneça autônoma e independente por maior tempo possível. O projeto piloto do Programa Maior Cuidado (PMC) oferta cuidado domiciliar de saúde e socioassistencial a idosos vulneráveis por meio de cuidadores sociais.
Objetivos
Descrever o perfil sociodemográfico e de capacidade funcional da pessoa idosa cadastrada no projeto piloto do Programa Maior Cuidado e residentes em Salvador, Bahia.
Metodologia
Trata-se de um estudo transversal com abordagem quantitativa, descritiva, realizado com 46 idosos, assistidos pelo projeto piloto do PMC, residentes em dois distritos sanitários (Cajazeiras e Cabula) do município de Salvador, Bahia. Foi aplicado um questionário semiestruturado contendo informações socioeconômicas, demográficas e de saúde, em dezembro de 2024. O índice de Katz foi utilizado para avaliar a capacidade funcional. Os dados foram analisados por meio da análise descritiva empregando o programa STATA versão 15. O projeto foi aprovado pelo CEP ISC/UFBA. Todos os entrevistados que aceitaram participar da pesquisa, assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido em duas vias.
Resultados
A média de idade foi de 78,8 anos, sendo a maioria acima de 80 anos (52,2%), sexo feminino (76,1%), cor da pele parda e preta (60,8%), católico (34,8%), viúvo (34,8%), 45,2% concluiu o ensino médio. Mais da metade (52,2%) possuem renda menor ou igual a um salário mínimo, 34,8% nunca fumou e 63% nunca consumiu bebida alcoólica. Observou-se que 54,3%, 47,8%, 26,1% não conseguem cozinhar, realizar compras e usar o telefone. 47,8% têm dificuldade para tomar banho, 43,5% de ir ao banheiro, vestir-se (47,8%), deitar (52,2%) e andar (45,7%). Não apresentam dificuldade para comer (41,3%). Quanto ao tempo de hospitalização, 28,3% precisou ficar internado 1 vez nos últimos 12 meses.
Conclusões/Considerações
O perfil dos idosos acompanhados pelo PMC em Salvador é coerente com a proposta do projeto piloto de ofertar cuidados domiciliares a idosos de baixo nível socioeconômico e com incapacidade funcional para as Atividades Básicas e/ou Instrumentais da Vida Diária. O cuidado de longa duração no domicílio, prestado por profissionais capacitados, qualificou a demanda e reduziu a frequência por hospitalização.
A IMPORTÂNCIA DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE PARA A PESSOA IDOSA RESIDENTE NA ZONA RURAL: UMA REVISÃO INTEGRATIVA
Comunicação Oral
1 UFPB
Apresentação/Introdução
As pessoas idosas que vivem em áreas rurais enfrentam desafios para o acesso e a utilização dos serviços de saúde. A baixa densidade da população e a extensão geográfica são obstáculos para a estruturação de serviços. A cultura da automedicação é outro empecilho. A Atenção Primária, através da Estratégia Saúde da Família, é fundamental para o desenvolvimento de ações, prevenção e promoção à saúde.
Objetivos
Analisar a importância da Atenção Primária à Saúde para o cuidado em saúde às pessoas idosas residentes em áreas rurais.
Metodologia
Trata-se de uma revisão integrativa, realizada entre os meses de abril e junho de 2025, nas bases de dados PubMed, LILACS e SciELO, seguindo os critérios de inclusão: artigos publicados entre 2014 e abril de 2025; na língua portuguesa; que abordam a saúde do idoso em áreas rurais e a relação com a APS. Foram excluídos os artigos em português de outros países; editoriais; cartas; artigos sem o texto completo. Foram utilizados os descritores: saúde do idoso, áreas rurais e atenção primária à saúde, combinados com o operador booleano AND. Após a leitura de títulos e resumos, os textos pré-selecionados foram lidos na íntegra. Os dados foram organizados em planilha no Excel.
Resultados
Foram encontrados 2 artigos na SciElo, 15 na LILACS e 1 na PubMed. 7 artigos foram escolhidos. A territorialização é crucial para a criação de vínculo e confiança e coopera para o entendimento das especificidades e das práticas culturais. A adequação dos saberes dos idosos ajuda à adesão do cuidado proposto. A informação é fundamental para a compreensão da necessidade de buscar atendimento nos serviços. O atendimento domiciliar reduz as barreiras, contribui para o rastreamento de demandas, possibilitando a identificação de condições de saúde, e para o acompanhamento regular de condições crônicas, como diabetes e hipertensão. A conscientização diminui problemas relacionados à automedicação.
Conclusões/Considerações
A APS é uma estratégia eficaz para o acesso de pessoas idosas aos serviços de saúde. A presença da ESF na zona rural influencia o diálogo direto e aberto com a população. A expansão da cobertura em áreas rurais é fundamental para o aumento dos atendimentos, para a facilitação ao acesso e para a criação de estratégias de qualidade e promoção à vida. Contribui para o fortalecimento da longitudinalidade e para a equidade.
CURSO DE FORMAÇÃO INICIAL PARA CUIDADORES DE IDOSOS: RELATO DE EXPERIÊNCIA DOCENTE SOBRE CURSO DE EXTENSÃO EM INSTITUIÇÃO PÚBLICA
Comunicação Oral
1 Ministério da Saúde, DF, Brasil.
2 Universidade Estadual Feira de Santana, Feira de Santana, Ba, Brasil.
Período de Realização
Realizado em janeiro de 2025, durante semestre extraordinário de uma instituição pública da Bahia.
Objeto da experiência
Curso de formação para cuidadores de idosos, mediado por docentes, sobre cuidados de saúde à pessoa idosa.
Objetivos
Relatar a experiência docente em um curso de extensão para cuidadores de idosos, desenvolvido na disciplina Didática Aplicada à Saúde, durante um semestre extraordinário do curso de Enfermagem de uma universidade pública.
Descrição da experiência
Trata-se de um relato de experiência sobre um curso de extensão organizado por docentes de Enfermagem. O curso foi divulgado nas redes sociais da instituição, ofertado de forma presencial, com carga horária de 10 horas. As estratégias utilizadas incluíram a exposição de conteúdos com o uso de recursos audiovisuais, abordando temas como envelhecimento populacional e aspectos dos cuidados básicos ao idoso: saúde bucal, aspectos psicológicos, cuidados de enfermagem e nutrição.
Resultados
Houve grande procura pelo curso, com 27 participantes que posteriormente, receberam a certificação de conclusão. Os conteúdos foram organizados em dois turnos, manhã e tarde, e ministrados por profissionais das áreas de enfermagem, odontologia, nutrição e psicologia. Utilizaram-se recursos audiovisuais para apresentação de temáticas como envelhecimento populacional e cuidados básicos com a saúde bucal, psicológica, nutricional e de enfermagem, promovendo a interação ativa entre os participantes.
Aprendizado e análise crítica
O curso configurou-se como um espaço de reflexões, interações e trocas de experiências entre docentes e participantes. Também evidenciou a necessidade de ampliação da oferta de iniciativas semelhantes, considerando o envelhecimento progressivo da população brasileira. Tal contexto reforça a importância da Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa (PNSPI), que visa promover o envelhecimento ativo e saudável, garantindo atenção integral à saúde da população idosa no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).
Conclusões e/ou Recomendações
A qualificação profissional de cuidadores de idosos mostra-se essencial para o desenvolvimento de saberes e conhecimentos necessários à assistência, sendo também um espaço de reflexão, interação e troca de experiências. O curso proporcionou maior percepção sobre a necessidade de um cuidado sistematizado, que contemple as especificidades e fragilidades da pessoa idosa. Configurou-se como uma ferramenta potente para qualificar o cuidado.
EFEITO DO PROJETO PILOTO DO PROGRAMA MAIOR CUIDADO (PMC) PARA OS(AS) CUIDADORES(AS) FAMILIARES ASSISTIDOS(AS) NOS MUNICÍPIOS DE SALVADOR (BA) E CONTAGEM (MG)
Comunicação Oral
1 Universidade Federal da Bahia
Apresentação/Introdução
O aumento da longevidade dos idosos, a redução da natalidade e as mudanças na composição familiar intensificaram a demanda por cuidado, majoritariamente feminino, não remunerado e invisibilizado. Nessa perspectiva, o projeto piloto do PMC se destaca por oferecer cuidadores sociais qualificados para cuidar de pessoas idosas dependentes e semi-dependentes em situação de vulnerabilidade social.
Objetivos
Analisar os efeitos do projeto piloto do PMC para os(as) cuidadores(as) familiares assistidos(as) nos municípios de Salvador-BA e Contagem-MG.
Metodologia
Estudo de caso com abordagem qualitativa, desenvolvido nos municípios de Salvador-BA (distritos sanitários de Cabula e Cajazeiras) e Contagem-MG (regionais Ressaca e Industrial). A produção de dados aconteceu entre setembro de 2024 e abril de 2025. Foram entrevistados 57 cuidadores familiares de idosos acompanhados pelo PMC, sendo 29 da capital baiana e 28 de Contagem. As perguntas abordaram a percepção desses cuidadores sobre o efeito do programa na rotina e qualificação do cuidado familiar e na relação familiar e comunitária. As falas foram gravadas, transcritas, organizadas pela análise temática e analisadas pela ótica feminista do cuidado. O estudo foi aprovado pelo CEP do ISC/UFBA.
Resultados
Os cuidadores familiares assumiram a responsabilidade pelo cuidado de forma abrupta e impositiva e vivenciaram situações de abandono familiar, o que resultou numa elevada sobrecarga de cuidados, além de isolamento social e dificuldade para se manter no mercado de trabalho. Os entrevistados relataram que o PMC contribuiu para qualificar o cuidado familiar, promovendo maior segurança e organização na prestação de cuidados e, sobretudo, redução da sobrecarga de cuidados. Revelaram ainda melhora no humor do idoso, na motivação para atividades motoras e cognitivas e para a convivência social, bem como o fortalecimento dos vínculos familiares e reativação do convívio social do cuidador familiar.
Conclusões/Considerações
O PMC se mostrou eficaz na redução da sobrecarga de trabalho dos cuidadores familiares e na qualificação do cuidado não profissional e contribuiu para a promoção de uma convivência sociofamiliar amistosa. Os achados reforçam a necessidade de ampliar a responsabilidade do Estado brasileiro sobre o cuidado domiciliar de longa duração, voltado para pessoas idosas com incapacidade funcional com vistas à redução das desigualdades de gênero.
PRONTIDÃO ORGANIZACIONAL PARA ATENÇÃO À SAÚDE DA PESSOA IDOSA: DESIGUALDADES INTERNAS E DESAFIOS DA GESTÃO LOCAL NA ATENÇÃO PRIMÁRIA EM SAÚDE.
Comunicação Oral
1 Universidade Federal de São Carlos
Apresentação/Introdução
O envelhecimento populacional traz desafios aos sistemas de saúde. Na Atenção Primária à Saúde (APS), a Avaliação Multidimensional da Pessoa Idosa (AMD) qualifica o cuidado e viabiliza a Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa (PNSPI), mas depende da prontidão das unidades, do alinhamento entre gestão e equipe, e da garantia da equidade.
Objetivos
Analisar desigualdades na prontidão organizacional para implementar a AMD em unidades de APS de São Carlos-SP, evidenciando diferenças entre Unidades Básicas de Saúde (UBS), Unidades de Saúde da Família (USF), gestores e profissionais.
Metodologia
Trata-se de um estudo transversal descritivo, baseado na aplicação do instrumento ORIC-BR (Organizational Readiness for Implementing Change – versão brasileira) em 28 unidades de APS do município. Foram avaliadas duas dimensões: comprometimento e eficácia. A prontidão foi considerada adequada quando pelo menos 50% dos respondentes atribuíram notas 4 (concorda um pouco) ou 5 (concorda) aos itens da escala Likert. A análise foi realizada por moda e frequência, pelo software Jamovi (v.2.4.11).
Resultados
Oito unidades demonstraram prontidão organizacional, com destaque para UBS 1 e USF 1. No entanto, observou-se heterogeneidade marcante entre as unidades, evidenciando desigualdades internas. Gestores apresentaram avaliações mais otimistas que os profissionais, refletindo um descompasso entre liderança e equipe operacional. A USF 5 teve os índices mais baixos, revelando resistência e vulnerabilidade institucional. As variações entre tipos de unidade e perfis de respondentes indicam barreiras contextuais e estruturais à efetivação equânime da política.
Conclusões/Considerações
A implementação de estratégias para a saúde da pessoa idosa na APS exige ações integradas que considerem desigualdades internas e o alinhamento entre gestão e equipes. O ORIC-BR é útil para diagnóstico situacional, subsidiando planejamento local e fortalecimento da equidade. Recomenda-se investir em educação permanente, comunicação institucional e liderança compartilhada para qualificar o cuidado nos territórios.
IDOSOS NO MUSEU: PARCERIA ENTRE APS E MUSEU DO AMANHÃ PROMOVE CULTURA, AUTONOMIA E SOCIALIZAÇÃO NO ENVELHECIMENTO
Comunicação Oral
1 SMS/RJ
2 UFRJ
Período de Realização
De abril de 2025 até o presente momento.
Objeto da experiência
Relato sobre a parceria entre uma unidade de APS do RJ e o Museu do Amanhã, voltada à realização de visitas culturais com grupos de pessoas idosas.
Objetivos
Relatar a experiência de articulação entre APS e Museu do Amanhã, visando promover o acesso à cultura, ampliar o repertório social e fortalecer a cidadania de pessoas idosas por meio de visitas mensais ao museu.
Descrição da experiência
Em abril de 2025, a profissional de Educação Física de uma unidade de APS estabeleceu parceria com o Museu do Amanhã, equipamento público da Prefeitura do Rio voltado à ciência, arte e inovação. Considerando o interesse do museu em receber pessoas idosas e o perfil do Programa Academia Carioca, composto majoritariamente por esse público, passaram a ser organizadas duas visitas mensais. A proposta promove acesso à cultura, lazer, vínculos sociais, memória e identidade.
Resultados
Desde abril, 240 pessoas idosas, usuários do Programa Academia Carioca, participaram de visitas ao Museu do Amanhã, sendo 20 em sua primeira ida a um museu.A experiência proporcionou ampliação do repertório cultural, fortalecimento da autoestima e ganhos sociais, emocionais e funcionais, como maior mobilidade e autonomia. A ação reforça o papel da APS na promoção do envelhecimento ativo e na articulação com instituições culturais.
Aprendizado e análise crítica
A experiência demonstrou que o acesso à cultura é parte essencial do cuidado em saúde, sobretudo na velhice. O contato com espaços como o Museu do Amanhã contribui para romper a invisibilidade social de pessoas idosas, ao mesmo tempo em que reforça a APS como promotora de cidadania. Também foi possível estimular autonomia em deslocamentos urbanos, uso do transporte público e convivência intergeracional.
Conclusões e/ou Recomendações
O acesso à cultura deve ser reconhecido como estratégia de promoção da saúde no envelhecimento, contribuindo para o bem-estar, a autonomia e o pertencimento social. A continuidade e ampliação de parcerias entre a APS e instituições culturais são fundamentais para o fortalecimento do envelhecimento ativo. Recomenda-se que outros territórios desenvolvam ações intersetoriais que valorizem pessoas idosas como sujeitos históricos, culturais e sociais.

Realização: