Programa - Comunicação Oral - CO34.2 - VIGILÂNCIA SANITÁRIA
01 DE DEZEMBRO | SEGUNDA-FEIRA
15:00 - 16:30
ESTRATÉGIA DE UTILIZAÇÃO DOS ROTEIROS OBJETIVOS DE INSPEÇÃO COMO AUTO AVALIAÇÃO PRÉVIA À INSPEÇÃO SANITÁRIA EM HOSPITAL GERAL NA REGIÃO DE SAÚDE DE JUAZEIRO-BA
Comunicação Oral
Motta, C. N.1, Santos, C. F.1, Souza, P. A.1, Cruz, A. M. F.1
1 SESAB
Período de Realização
Janeiro a março de 2024
Objeto da experiência
Utilização dos roteiros objetivos de inspeção (ROI) como instrumento de auto avaliação prévia à inspeção sanitária em hospital geral.
Objetivos
Relatar a experiência da equipe/VISA do Núcleo Regional de Saúde Norte, unidade regional da Secretaria de Saúde da Bahia, na fiscalização sanitária de Hospital Geral, com a estratégia de utilização dos Roteiros Objetivos de Inspeção como instrumentos de auto avaliação e fiscalização.
Metodologia
As ações realizadas incluíram o delineamento da estratégia pela equipe de fiscalização; uma reunião com a Diretoria e equipe técnica do hospital para propor a auto avaliação prévia, visando um processo de consciência da realidade pelos gestores da unidade e possível resolução das inconformidades identificadas; a inspeção sanitária com utilização dos mesmos roteiros usados na auto avaliação; elaboração de relatório; e reunião para apresentação dos resultados.
Resultados
Como resultados das ações, a equipe de VISA do NRS NORTE, observou: um engajamento dos responsáveis técnicos de cada setor, que possuía roteiro objetivo de inspeção disponível na ANVISA, para solucionar antecipadamente à inspeção sanitária as possíveis infrações existentes; algumas diferenças na interpretação do critério de observação dos roteiros entre profissionais da unidade e do órgão regulador; e, limitação na atuação relacionada aos critérios de estrutura física.
Análise Crítica
Esta experiência permitiu um novo olhar e uma possibilidade de abertura de diálogo e auto crítica do processo junto ao setor regulado. Foi possível a equipe sair de uma conduta unilateral e contribuir para um novo interesse por parte do regulado na regularização de sua situação sanitária. Os roteiros objetivos de inspeção criados pela ANVISA estão disponíveis na internet e são acessíveis a todos, não sendo necessária uma restrição sobre o olhar da norma utilizada pelas equipes de fiscalização.
Conclusões e/ou Recomendações
Pelos resultados obtidos, sugere-se que a utilização dos roteiros objetivos de inspeção sanitária, elaborados pela ANVISA, como instrumento de auto avaliação por parte dos regulados, permite um controle e acompanhamento dos processos internos, dando aos sujeitos fiscalizados maior entendimento de sua realidade e intervenção antecipada sobre os critérios inconformes.
ESTUDO OBSERVACIONAL SOBRE GERENCIAMENTO DOS RESÍDUOS DE SAÚDE EM UM HOSPITAL DA REGIÃO NORTE CEARENSE
Comunicação Oral
Simão, D. V.1, Machado, L. G. F.1, VIEIRA, L. J. E. S.1, PROBO, D. R. G1, ALENCAR, S. V. G. L.1
1 UNIFOR
Apresentação/Introdução
Gerenciar Resíduos de Serviços de Saúde inadequadamente é nocivo à saúde humana, animal e ambiental, pois os impactos alcançam a sociedade e a biodiversidade. Assim, como gerenciar resíduos em hospital terciário com sustentabilidade e segurança sanitária? Regulamentado por política e diretrizes, essa gerência enfrenta desafios estrutural, processo de trabalho e cultura em serviços de saúde.
Objetivos
O estudo analisa desafios e oportunidades de melhoria à saúde ambiental e do(a) trabalhador(a) do gerenciamento de resíduos de saúde de um hospital de grande porte, em município da Região Norte do estado do Ceará.
Metodologia
Trata-se de um estudo quantitativo, exploratório e analítico, realizado em uma Unidade de Terapia Intensiva de um hospital terciário da Região Norte do estado do Ceará. Este atende 75 municípios e registra mais de 22 mil internações por ano. A pesquisa analisou a cadeia do gerenciamento dos resíduos por meio da observação direta, centrada nas práticas de descarte da equipe de saúde. Desenvolvido em julho de 2024, a coleta ocorreu em dois dias e abrangeu trocas de turnos de plantão, por meio de checklist estruturado. Incluíram-se setores assistenciais e, excluíram-se, os administrativos. O estudo aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa nº 6.552.953 da Universidade de Fortaleza.
Resultados
O hospital apresenta um fluxo de manejo de resíduos conflitante com as normas vigentes. Inexiste lixeira à beira do leito; a segregação desconsidera a classificação recomendada. O acondicionamento é compactado durante a coleta interna desses resíduos. As lixeiras do grupo A são duplamente identificadas, enquanto as de resíduos comuns, parcialmente. O abrigo temporário funciona no expurgo junto ao departamento de material de limpeza; o abrigo externo apresenta resíduos no chão, ausência de identificação, rampas de difícil lavagem e balança quebrada, com pesagem realizada nas dependências da lavanderia.
Conclusões/Considerações
A instituição dispõe de um fluxo próprio de gerenciamento de resíduos que não contempla a legislação. Desse modo, compromete a saúde de colaboradores, pacientes e visitantes, repercute na saúde ambiental e na sustentabilidade. Um serviço de saúde seguro e sustentável requer a permanência de ações educativas que efetivem práticas adequadas desse gerenciamento como preconizado na política e legislação sobre resíduos de serviços de saúde.
EVENTOS ADVERSOS RELACIONADOS À ASSISTÊNCIA À SAÚDE NO BRASIL, 2021- 2022: ANÁLISE DE DADOS SECUNDÁRIOS DO NOTIVISA
Comunicação Oral
Canhete, J.A.C.1, Reiser, M.N.1, Muniz, V. A. S.1, Engel, F.D.2, LAnzoni, G.M.M.1, Backman, C.2, Mello, A.L.S.F.1
1 PEN-UFSC
2 University of Ottawa
Apresentação/Introdução
Os eventos adversos (EA) são uma das principais causas de morte no mundo, afetando um em cada dez pacientes devido a cuidados inseguros. No Brasil, desde 2013, a notificação de EA em hospitais é obrigatória. A ocorrência de EA impacta significativamente o Sistema Único de Saúde (SUS), aumentando a morbidade, a mortalidade, o tempo de tratamento e os custos assistenciais.
Objetivos
Descrever a prevalência dos eventos adversos no Brasil notificados no sistema NOTIVISA entre janeiro de 2021 e dezembro de 2022.
Metodologia
Estudo descritivo dos eventos adversos em saúde notificados no sistema NOTIVISA entre janeiro de 2021 e dezembro de 2022. Os dados anonimizados foram fornecidos pela Gerência de Monitoramento e
Vigilância em Serviços de Saúde da ANVISA, em planilha Excel. Realizou-se análise descritiva da frequência das variáveis relacionadas aos EA em serviços de saúde em relação à região do país, tipos de EA, local, grau de dano, e ainda sexo e idade da pessoa que sofreu o EA. O estudo foi dispensado de submissão ao Comitê de Ética em Pesquisa, conforme diretrizes da Resolução CNS nº 510/2016.
Resultados
Foram registrados 517.752 EA, sendo 43,2% em 2021 e 56,8% em 2022. A região Sudeste apresentou o maior número de EA (39,1%). A maioria ocorreu em hospitais (94,24%), em indivíduos do sexo masculino (52,2%), com 18 anos ou mais anos (87,9%). Os EAs mais frequentes foram falhas na assistência à saúde (24,2%) e lesão por pressão (21,4%). Do total, 51,8% causaram dano leve, 32,1% não resultaram em dano, 13,5% dano moderado, 2,2% grave e 0,5% resultaram em óbito. O desfecho óbito foi resultante em sua maior parte por de falhas durante a assistência (65,9%) e broncoaspiração (9,9%).
Conclusões/Considerações
O estudo identificou um aumento das notificações entre 2021 e 20222. A região Sudeste concentrou o maior número de ocorrências. Os eventos mais frequentes foram falhas durante a assistência e lesão por pressão. Necessita-se de mais detalhamento sobre a categoria Falhas durante a aassistência. Os dados evidenciam a relevância de fortalecer a cultura de segurança do paciente e as estratégias de prevenção de eventos adversos no país.
INSPEÇÃO CONJUNTA ENTRE VIGILÂNCIA SANITÁRIA ESTADUAL E MUNICIPAL EM BOAS PRÁTICAS FARMACÊUTICAS: FORTALECENDO E PROMOVENDO A HARMONIZAÇÃO NAS AÇÕES FISCALIZATÓRIAS EM D
Comunicação Oral
Costa, M.P1, Morais, M.C.S.S2, França, R.F3, Sousa, L. G.P2, Baeta, K. F2, Bulhões, C. S. G3
1 SES-PE APEVISA
2 SES - PE APEVISA
3 SES - PE
Período de Realização
A experiência foi realizada entre abril e junho de 2023, na 12ª Região de Saúde em Pernambuco.
Objeto da experiência
Aperfeiçoamento e qualificação na regulação sanitária dos produtos e serviços prestados em drogarias no âmbito de uma região de saúde estadual.
Objetivos
Fortalecer as ações de fiscalização sanitária em drogarias; promover a integração entre os entes federativos; padronizar procedimentos técnicos e garantir a conformidade às normas sanitárias, com foco na segurança dos usuários e na melhoria da qualidade dos serviços prestados.
Metodologia
A experiência consistiu em inspeções sanitárias em drogarias, com equipes técnicas da vigilância sanitária (Visa) municipal e estadual, essa representada pela Unidade Regional da Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária da 12ª Regional de Saúde de Pernambuco. Foram realizadas reuniões prévias, alinhados critérios e atribuições, tendo como base legal a RDC/Anvisa nº 44/2009. Ao final, ocorreram reuniões para discussão de não conformidades e definição de estratégias de regularização.
Resultados
Foram inspecionadas 15 drogarias, distribuídas nos 10 municípios da 12º Região de Saúde, sendo evidenciado não conformidades em áreas como armazenamento (53,3%) e ausência de profissional farmacêutico (33,3%). A ação teve a participação de dois Fiscais da Visa Estadual e 20 representantes das Visas municipais. Houve significativa troca de conhecimento técnico entre os profissionais, com orientações na emissão de documentos técnicos, bem como os devidos encaminhamentos quanto às condutas.
Análise Crítica
A experiência evidenciou a importância da cooperação entre entes federativos para fortalecer a Visa. Houve aprimoramento técnico das equipes e harmonização dos critérios avaliativos, reduzindo conflitos de interpretação normativa. Contudo, foram identificadas dificuldades como limitação de pessoal, resistência de alguns estabelecimentos e necessidade de elaboração de um roteiro para as inspeções. A ação conjunta demanda organização prévia, mas traz ganhos consistentes ao serviço público.
Conclusões e/ou Recomendações
A inspeção conjunta demonstrou ser uma estratégia eficaz para harmonizar práticas fiscalizatórias, qualificar os serviços e garantir maior proteção à saúde. Recomenda-se ampliar essa ação para outros segmentos de atividade econômica, institucionalizar agendas interinstitucionais periódicas e investir na capacitação continuada das equipes. O fortalecimento do trabalho integrado deve ser prioridade nas políticas públicas de vigilância sanitária.
SERVIÇO SEGURO: O MODELO DE AVALIAÇÃO DE RISCO POTENCIAL MARP® COMO FERRAMENTA NA ATUAÇÃO DA VIGILÂNCIA SANITÁRIA NO MONITORAMENTO DOS SERVIÇOS DE SAÚDE.
Comunicação Oral
Figueirêdo, T.S.S.1, Maia, E.M.2, SOUZA, J. B.1, Ramos, C. S.1, Gomes, M.O.1, Torres, L. C.1, Martins, E. H. C.1, Oliveira, A.L.S.1, Santos, T.O.1, Santos, J.F.1
1 Secretaria de Saúde do Estado da Bahia- SESAB
2 Departamento de Ciências da Saúde da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC)
Período de Realização
A experiência aconteceu entre os meses de julho e novembro de 2024.
Objeto da experiência
Participação do Projeto 13 Serviço Seguro (PSS) da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) por meio do monitoramento das unidades de saúde.
Objetivos
Relatar o monitoramento realizado pela Vigilância Sanitária (VISA) no Centro Cirúrgico (CC) e na Central de Material Esterilizado (CME) de um hospital público na Bahia utilizando o Roteiro Objetivo de Inspeção (ROI) baseado no Modelo de Avaliação de Risco Potencial MARP®.
Descrição da experiência
A VISA monitorou de forma sistemática os setores de CC e CME de um hospital da região utilizando o ROI, instrumento baseado na metodologia MARP® e desenvolvido para avaliar e classificar o Risco Potencial (Rp) dos serviços de saúde. Esse serviço em questão foi selecionado por apresentar Rp inaceitável em inspeções anteriores. As ações foram realizadas por técnicos da VISA, sendo 3 enfermeiras, 1 biomédico e 1 técnico de enfermagem do Núcleo Regional de Saúde Sul (NRS-SUL), base Itabuna.
Resultados
As seguintes ações foram realizadas: i- reunião com a gestão da unidade em julho de 2024 para explicação do PSS; ii- inspeção em agosto de 2024 para aplicação do ROI; iii- inspeção em novembro de 2024 com reaplicação do ROI e avaliação do plano de ação criado pelas unidades; iv- envio das informações referentes ao ROl para a ANVISA por meio da plataforma LimeSurvey. O serviço foi reclassificado com Rp Tolerável após atuação da VISA.
Aprendizado e análise crítica
A participação no PPS convergiu para o aprimoramento das atribuições da VISA no tocante à promoção de saúde, prevenção e controle de riscos à saúde da população. Importante mencionar que no primeiro semestre de 2025 foi inaugurado um novo CC e CME no hospital, em que o ROI foi aplicado pela VISA e ambos foram classificados com Rp aceitável em relação às recomendações das normativas vigentes (CC com escore de 0,038; CME com escore de 0,041).
Conclusões e/ou Recomendações
A atuação possibilitou a integração da gestão e dos atores estratégicos para a melhoria das condições sanitárias e redução do Rp das unidades monitoradas que evoluiu para tolerável após adequações de protocolos e gerenciamento de riscos em 2024. O ROI tem sido uma ferramenta útil para a harmonização dos processos da VISA em todo o país auxiliando na observância do cumprimento das condições sanitárias e no direcionamento das ações.