
Programa - Comunicação Oral - CO1.4 - Envelhecimento, Estilo de Vida e Fatores Metabólicos
30 DE NOVEMBRO | DOMINGO
15:00 - 16:30
15:00 - 16:30
ENVELHECIMENTO POPULACIONAL, DIABETES MELLITUS E AMPUTAÇÕES: ANÁLISE DOS CASOS NO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO
Comunicação Oral
1 CAP 5.2
2 DESP - EEAN - UFRJ
Apresentação/Introdução
O Brasil atravessa uma acelerada transição demográfica caracterizada pela redução das taxas de fecundidade e aumento da expectativa de vida, acompanhada de um aumento na prevalência de doenças crônicas, como a Diabetes Mellitus. Condição essa que quando mal controlada, pode levar a complicações graves, como o pé diabético e, consequentemente, a amputações.
Objetivos
Este estudo tem como objetivo analisar a relação entre idade e sexo dos pacientes nos casos de amputação por diabetes no município do Rio de Janeiro
Metodologia
Trata-se de um estudo transversal, com dados do SIH/SUS, onde foram analisadas 2.135 internações hospitalares por complicações do Diabetes Mellitus que resultaram em 848 amputações no Rio de Janeiro em 2024. As internações foram descritas por sexo, faixa etária, raça/cor, incluíram ainda o local de residência dos pacientes considerando as áreas programáticas do município. As amputações abrangeram seis tipos específicos, os procedimentos foram classificados em tratamento do diabetes, pé diabético complicado, amputações e outros. Os dados são agregados e anônimos sem a exposição dos pacientes.
Resultados
Os dados indicam que a maioria das internações por amputação ocorreu na faixa etária de 50 a 70 anos, com maior incidência nas 3 maiores áreas programáticas do município do rio de janeiro, correspondendo a 70% do território. Nota-se uma diferença proporcional entre os sexos onde a ocorrência de amputações em homens foi o dobro das observadas em mulheres. A baixa adesão ao tratamento adequado e o acesso limitado à atenção primária contribuem para a piora dos quadros clínicos. A saúde masculina mostrou-se particularmente vulnerável, com maior incidência de complicações e amputações, evidenciando lacunas nas atividades de prevenção, no controle glicêmico e na educação em saúde.
Conclusões/Considerações
O estudo ressalta a importância da atenção primária na prevenção do pé diabético, especialmente entre os homens. São urgentes ações de promoção da saúde, campanhas de conscientização e incentivo ao autocuidado. Também é necessário que os serviços de saúde priorizem a inspeção regular dos pés de pacientes diabéticos e estimulem visitas frequentes, reduzindo o risco de complicações e internações evitáveis.
PREVALÊNCIA E FATORES ASSOCIADOS À OSTEOPOROSE NA POPULAÇÃO BRASILEIRA COM 50 ANOS OU MAIS
Comunicação Oral
1 Universidade Estadual de Campinas / Faculdade de Ciências Médicas
Apresentação/Introdução
Introdução: A osteoporose é uma doença crônica não transmissível que afeta mais de 10 milhões de brasileiros e que resulta em 200.000 mortes anuais no país. Sua etiologia multifatorial envolve características sociodemográficas, hábitos de vida e comorbidades. Identificar os fatores associados a doença pode direcionar políticas públicas para prevenção e promoção à saúde da população.
Objetivos
Objetivo: Estimar a prevalência de osteoporose na população brasileira com 50 anos ou mais, segundo características sociodemográficas, comportamentos de saúde, medidas antropométricas e comorbidades.
Metodologia
Metodologia: Estudo transversal com dados da segunda onda do Estudo Longitudinal da Saúde dos Idosos Brasileiros (ELSI-Brasil), com amostra nacional representativa da população não institucionalizada (n = 9.949) realizado entre 2019 e 2021. Estimaram-se as prevalências e respectivos intervalos de confiança de 95%; o teste Qui-quadrado de Pearson, com nível de significância de 5%, foi utilizado para verificar associação entre as variáveis consideradas no estudo e a osteoporose. Fatores independentemente associados à doença foram identificados por meio regressão múltipla de Poisson com variância robusta.
Resultados
Resultados: A prevalência de osteoporose foi 11,7% (IC95%: 10,4-13,1) e a média de idade da população estudada foi de 63,3 anos (IC95%: 62,7–64,0). Os homens (p<0,001), pessoas pretas/pardas/indígenas (p=0,002) e indivíduos casados/amasiados/em união estável (p=0,013) apresentaram menores prevalências de osteoporose comparativamente às mulheres, pessoas brancas/amarelas e os(as) solteiros/divorciados/separados, respectivamente. Subgrupos com idade avançada (≥ 65 anos) (p<0,001) e histórico de infarto (p=0,048), insuficiência cardíaca (p=0,014), artrite ou reumatismo (p<0,001) e problema crônico de coluna (p<0,001) apresentaram maior prevalência da doença.
Conclusões/Considerações
Conclusão: Os fatores independentemente associados à doença foram: idade, sexo, cor da pele, situação conjugal, problemas cardíacos, articulares ou de coluna. Os resultados demonstram a desigualdade na prevalência de osteoporose na população estudada e que a identificação das características associadas à osteoporose é importante para o planejamento de ações e programas que visem controlar e reduzir o impacto da doença nessa população.
PAUSAS NO COMPORTAMENTO SEDENTÁRIO E MARCADORES CARDIOMETABÓLICOS NOS PARTICIPANTES DO ELSA-BRASIL
Comunicação Oral
1 Fiocruz-BA
2 UEFS
3 Fiocruz-RJ
4 UFBA
Apresentação/Introdução
As pausas no comportamento sedentário (CS) são mudanças de posição de um estado pouco ativo para uma posição mais ativa, como ficar em pé. Estudos tem demonstrado que as pausas no CS podem influenciar positivamente nas variáveis de saúde cardiometabólicas tendo relação nos níveis glicêmicos e perfil lipídico.
Objetivos
Avaliar a associação entre as pausas no comportamento sedentário e presença de hipertrigliceridemia (HTG) e resistência à insulina (RI) em participantes do Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (ELSA-Brasil).
Metodologia
Realizado um corte transversal com dados do ELSA, de 2017-2019. Peso e altura mensurados para cálculo do IMC. A variável exposição número de pausas no CS e tempo por pausa foi obtida pelo acelerômetro ActiGraph wGT3X-BT. A pausa no CS foi definida quando o acelerômetro registrou uma contagem ≥ 100 counts/minuto. O tempo de duração de cada pausa corresponde ao período contínuo em que o acelerômetro registrou contagem ≥100 counts/minuto. Dosagem de glicemia, insulina e triglicerídeos foram realizados após jejum de 12 horas. HTG foi definida por triglicerídeo sérico≥150 mg/dl. A RI foi definida por HOMA-IR>2,35. Realizamos Regressão Poisson, com modelos independentes para homens e mulheres
Resultados
A prevalência de HTG e RI foi 31,0% e 62,0%. Após ajuste por IMC, a presença de HTG foi maior nas mulheres com até 109 pausas no CS e com duração média de até 4min36seg por pausa (RP: 1,21 [IC95%:1,01-1,45]) e nos homens com duração média da pausa de até 4min36seg, independentemente do número de pausas (1,19 [1,04-1,35] naqueles com mais de 109 pausas diárias e 1,19 [1,02-1,38] naqueles com até 109 pausas diárias). Para RI, os homens com pausas de até < 4min36seg apresentaram maior chance de RI, com aumento da chance entre os que realizaram até 109 pausas no CS por dia (RP:1,29 [1,18-1,41] vs RP: 1,21 [1,12-1,31] entre aqueles com mais de 109 pausas). Entre as mulheres não houve associação.
Conclusões/Considerações
A chance de ter HTG e RI foi maior entre aqueles com menor tempo de duração das pausas no CS, sugerindo que a realização de pausas com maior tempo de duração é uma recomendação a ser incorporada nas orientações para redução do CS. O papel do número de pausas diferiu entre os sexos, reforçando a importância de considerar as diferenças de gênero nas recomendações para interrupção no comportamento sedentário.
MAIS VIDA, MENOS DOR: RELATO DE EXPERIÊNCIA DE INTERVENÇÃO MULTIDISCIPLINAR NO CUIDADO DE PESSOAS COM FIBROMIALGIA EM INDAIAL/SC
Comunicação Oral
1 FURB / Prefeitura Municipal de Indaial/SC
2 Prefeitura Municipal de Indaial/SC
3 FURB
Período de Realização
Fevereiro a junho de 2025.
Objeto da experiência
Cuidado integral a pessoas com diagnóstico de fibromialgia por meio de ações psicossociais e Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS).
Objetivos
Promover o cuidado integral às pessoas com fibromialgia por meio de Complementares em Saúde (PICS) e atendimentos coletivos multiprofissionais.
Descrição da experiência
A experiência, produto do projeto de intervenção do curso Saúde e Bem Viver, envolveu oito encontros semanais com pessoas diagnosticadas com fibromialgia, alternando psicoterapia em grupo, práticas corporais e atividades físicas. Ao final de cada encontro, foram oferecidas sessões de Reiki e Auriculoterapia. As ações foram conduzidas por equipe multiprofissional, com contrato terapêutico e avaliação pré e pós-intervenção (instrumentos DASS-21 e WHOQOL).
Resultados
A intervenção resultou na redução dos níveis de depressão, ansiedade e estresse (DASS-21), bem como na melhora dos domínios psicológico e social da qualidade de vida (WHOQOL). Dos 12 inscritos, 8 participaram ativamente. Os participantes relataram alívio da dor, maior disposição física e fortalecimento dos vínculos sociais. Observou-se adesão grupal e o engajamento na organização do º 1 Encontro de Conscientização da Fibromialgia no Município de Indaial.
Aprendizado e análise crítica
A experiência demonstrou que o cuidado multiprofissional em grupo contribui positivamente para a saúde mental e qualidade de vida de pessoas com fibromialgia. Embora o domínio físico do WHOQOL não tenha apresentado variação, os relatos indicam melhora subjetiva. Isso reforça a importância de intervenções contínuas e de longo prazo, evidenciando a necessidade de capacitação multiprofissional em PICS.
Conclusões e/ou Recomendações
A experiência reforça a eficácia do cuidado integral e multiprofissional, com ênfase nas PICS, no enfrentamento da fibromialgia. Recomenda-se a continuidade das ações e capacitação de profissionais. Intervenções em grupo favorecem adesão, protagonismo dos usuários e fortalecimento de redes de apoio.
VALIDAÇÃO DA FERRAMENTA GLICODATA PARA AVALIAÇÃO DE RISCO DE DIABETES MELLITUS NO BRASIL: ANÁLISE COM DADOS DA PESQUISA NACIONAL DE SAÚDE.
Comunicação Oral
1 UEPG
2 UEL
Apresentação/Introdução
O GLICODATA é uma ferramenta online que estima o risco de desenvolver diabetes tipo 2, adaptada do Australian Type 2 Diabetes Risk Assessment Tool (AUSDRISK) para a população brasileira. Baseada em um questionário simples, avalia fatores de risco modificáveis e não modificáveis, fornecendo uma estimativa individualizada do risco de desenvolver diabetes em um período de 5 anos.
Objetivos
Este estudo teve como objetivo validar o aplicativo de avaliação de risco de diabetes GLICODATA para a população brasileira, utilizando dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) de 2013.
Metodologia
A análise utilizou dados da PNS 2013 Exames. As variáveis da PNS foram categorizadas e pontuadas de acordo com o GLICODATA. A prevalência real de diabetes foi determinada utilizando o ponto de corte de 6,5% para hemoglobina glicosilada. Análises descritivas, teste de qui-quadrado para associação e matrizes de confusão para avaliação de desempenho foram realizados. Uma curva ROC foi construída para determinar a capacidade preditiva do escore GLICODATA, com cálculo da área sob a curva (AUC). Além disso, um modelo de regressão logística múltipla foi construído para identificar as variáveis mais associadas ao diabetes, a partir do qual foi proposta uma nova pontuação para o modelo.
Resultados
Na população analisada, 38,45% dos indivíduos apresentaram alto risco de diabetes segundo o GLICODATA, enquanto a prevalência real de diabetes foi de 7,68%. Houve associação estatisticamente significativa entre a classificação do risco e a prevalência real de diabetes (p<0,001). A curva ROC p apresentou uma AUC de 0,755. O modelo de regressão logística identificou a idade, a hipertensão, a medida da cintura e o sexo masculino como variáveis associadas à prevalência de diabetes. Após a aplicação da nova pontuação do modelo e ponto de corte de 8,38, houve uma mudança na distribuição de risco com uma diminuição no alto risco e aumento de risco baixo e intermediário, com melhor acurácia.
Conclusões/Considerações
O GLICODATA mostrou-se promissor na avaliação do risco de diabetes na população brasileira, com uma AUC de 0,755. O modelo com a nova pontuação melhorou o desempenho da ferramenta, sugerindo que a ponderação das variáveis pode otimizar a predição do risco de diabetes. Este estudo fornece evidências para a validação e potencial aprimoramento do GLICODATA como ferramenta para a identificação de indivíduos em risco de diabetes no Brasil.
PREVALÊNCIA DE ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL SEGUNDO O PERFIL SOCIODEMOGRÁFICO DA POPULAÇÃO NO ESTUDO NUTRINET BRASIL
Comunicação Oral
1 Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo
2 Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
Apresentação/Introdução
O Acidente Vascular Cerebral (AVC) é uma das principais causas de morte, incapacidade e internação no mundo, com prevalência no Brasil de 2%. Fatores sociodemográficos exercem influência significativa na ocorrência do AVC. Entre os mais frequentes estão: baixa escolaridade, sexo masculino, pertencimento às populações preta e parda, além de condições de vulnerabilidade socioeconômica.
Objetivos
Analisar e descrever a prevalência de AVC segundo o perfil sociodemográfico da população do estudo NutriNet Brasil.
Metodologia
A análise utilizada neste trabalho foi transversal utilizando os dados do estudo de coorte NutriNet Brasil. As variáveis sociodemográficas e de saúde analisadas incluem gênero, idade, raça/cor, escolaridade, macrorregião de residência, presença de AVC, hipertensão, doença cardiovascular, diabetes e estado nutricional (índice de massa corporal - IMC). Foram calculadas as frequências relativas e absolutas da amostra total, a prevalência de AVC e os intervalos de confiança a 95% segundo o perfil sociodemográfico e de saúde. O teste qui-quadrado de Pearson foi aplicado para identificar diferenças entre as proporções. As análises foram realizadas utilizando o software Stata 16.0.
Resultados
A prevalência de AVC autorreferida na população selecionada do NutriNet Brasil foi de 0,6% (n = 229), com uma média de idade de 41,4 anos (+12,8), entre os 36.277 participantes incluídos. Em relação ao perfil da população, maiores prevalências de AVC foram encontradas em em mulheres (77.3%), autodeclarados brancos (63,7%), residentes da região Sudeste do Brasil (63,8%), com faixa etária entre 50 a 59 anos com (30,57%), com ensino superior completo (66,4%), com sobrepeso/obesidade (69,7%). A prevalência de AVC se relacionou com as proporções das variáveis de idade, IMC, diabetes, hipertensão e doenças cardiovasculares, de acordo com o teste de qui-quadrado (p<0,05).
Conclusões/Considerações
A prevalência de AVC foi maior entre mulheres brancas, residentes na região sudeste, com idade entre 50 a 59 anos, com ensino superior completo, presença de sobrepeso/obesidade e de doenças crônicas. Os resultados encontrados destacam a importância de análises como esta para compreender o perfil de indivíduos com AVC e a necessidade de elaboração de políticas públicas de saúde, que sejam sensíveis às diversidades sociodemográficas no Brasil.

Realização: