Programa - Comunicação Oral - CO5.16 - SEGURANÇA DO PACIENTE E SAÚDE DO IDOSO NA APS
01 DE DEZEMBRO | SEGUNDA-FEIRA
15:00 - 16:30
IMPLANTAÇÃO DE NÚCLEOS DE SEGURANÇA DO PACIENTE (NSP) NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE (APS): ESTRATÉGIAS, DESAFIOS E POTENCIAL TRANSFORMADOR PARA A QUALIDADE DO CUIDADO
Comunicação Oral
Pereira, A. C. S. R1, Araújo, T. M1, Carvalho, W. P. M1, Carreira, G. B1, Gonçalves, T. S1, Souto, J. S. S1, Santos, P. P. T1, Pedrosa, V. G1
1 OSS SPDM /Secretaria Municipal de Saúde RJ
Apresentação/Introdução
A segurança do paciente é um componente essencial para a qualidade da assistência em saúde. A implantação de NSP representa uma estratégia para fortalecer a cultura de segurança, promover a gestão de riscos e qualificar os processos de cuidado, além de integrar processos de capacitação profissional e implementação de protocolos específicos para garantir a segurança dos pacientes no âmbito da APS
Objetivos
Descrever o processo de implantação, identificando os desafios enfrentados durante a implementação e avaliar efeitos percebidos na qualidade do cuidado e na cultura de segurança. Propor recomendações para a consolidação e expansão dos NSP na APS
Metodologia
A implantação do NSP está alinhada com diretrizes nacionais, como a Portaria MS/GM nº 529/2013 e a RDC nº 36/2013 da Anvisa. No Rio de Janeiro o NSP foi estruturado com base em 3 pilares principais: 1) Capacitação das equipes: foram promovidas formações sobre cultura de segurança, identificação e notificação de incidentes, e protocolos de segurança; 2) Criação de fluxos e instrumentos de monitoramento: os núcleos registram e analisam eventos adversos, quase-erros e riscos potenciais; 3) Integração com a gestão local: os NSP foram articulados com os demais setores das unidades e com a coordenação da APS, garantindo apoio institucional e alinhamento com os objetivos da rede
Resultados
Os resultados indicam avanços importantes, embora ainda existam desafios significativos. Houve maior conscientização das equipes sobre riscos assistenciais e a importância da notificação de incidentes. Foram desenvolvidos protocolos, fluxos e ações educativas voltadas à prevenção de eventos adversos, como erros de medicação e falhas no acolhimento. A formação continuada foi um dos pilares da implantação, promovendo maior engajamento dos profissionais. Algumas unidades relataram redução de incidentes relacionados à administração de medicamentos e melhoria na comunicação entre profissionais e usuários, embora os dados ainda sejam limitados e em fase de consolidação
Conclusões/Considerações
A implantação dos Núcleos de Segurança do Paciente na Atenção Primária à Saúde é uma estratégia viável e essencial para fortalecer a segurança do paciente no nível básico de atenção. As prioridades devem ser alinhadas às legislações vigentes e à gestão local. Essa iniciativa contribui para um sistema de saúde mais seguro, eficaz e equânime, promovendo a qualidade do cuidado na APS
IMPLANTAÇÃO DO NÚCLEO MUNICIPAL DE SEGURANÇA DO PACIENTE (NMSP) NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE DE BURITIS (RO)
Comunicação Oral
PINTO, F.S.1, Martinovski , J.S.G.1, Alvares, C.S.1, COSTA, K.F.C.1, TEIXEIRA, J.L.T1, LIMA, T.V.1, GODINHO, A.R.1, MARIANO, N.F.2, SOUZA, M.Z.C.S.2, SILVA, J.C.S.S.3
1 SECRETARIA MUNICIPAL DA SAÚDE DE BURITIS (RO)
2 BENEFICIÊNCIA PORTUGUESA DE SÃO PAULO (BP)
3 SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE DE RONDÔNIA (SESAU/RO)
Período de Realização
Agosto de 2024 até a atualidade, com previsão de encerramento do estudo em setembro de 2025.
Objeto da experiência
Implantação do Núcleo Municipal de Segurança do Paciente na Rede de Atenção à Saúde em Buritis (RO).
Objetivos
Promover cultura de segurança do paciente na APS por meio da implantação do NMSP e, através da gestão de riscos, da notificação de incidentes, da capacitação profissional e da padronização de processos e protocolos clínicos, conforme diretrizes nacionais e internacionais.
Metodologia
Fruto das pactuações projeto de Planificação da Atenção à Saúde, o NMSP criou seu plano de ação municipal, instituição do Time de Segurança Local e elaboração dos protocolos alinhados às 06 Metas Internacionais de Segurança do Paciente. A implantação do NMPS tem promovido a cultura de segurança, promoção de ações para a melhoria da qualidade e segurança na assistência, melhoria contínua dos processos, gerencimento de riscos e programa de educação permanente.
Resultados
O Núcleo foi formalizado por portaria própria, inscrição no NOTIVISA e elaboração do Procedimentos Operacionais Padrão, e validação do formulário de notificação de eventos adversos. Está em processo de implementação: capacitação das equipes, criação do sistema de notificação, realização de visitas in loco de verificação e reuniões de segurança (Safety Hunddle). Vale ressaltar que as 05 Unidades Básicas de Saúde de Buritis contam liderança local de segurança, formando o Time de Segurança da APS.
Análise Crítica
A experiência demonstrou a relevância da articulação interinstitucional e da liderança institucionalizada. A transversalidade do tema exige esforço coletivo, formação permanente e cultura organizacional centrada na qualidade. A APS, como primeiro contato do usuário, tem papel fundamental na consolidação da segurança do paciente na RAS.
Conclusões e/ou Recomendações
Recomenda-se a consolidação do NSP com estrutura técnica e apoio político-administrativo, continuidade das capacitações, adoção de protocolos baseados em evidência e integração com os sistemas de vigilância em todos os ambientes de serviços de saúde da APS. A experiência de Buritis mostra que a institucionalização e a articulação em rede são estratégias fundamentais para sustentabilidade e replicação da iniciativa.
SEGURANÇA DO PACIENTE: CULTURA DE SEGURANÇA DO PACIENTE NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE NO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO
Comunicação Oral
Maia, J.M.1, Martins, M.S.2, Reis, C.T.3, Bernardino, M.G.3
1 Secretaria Municipal de Saúde
2 Escola Nacional de Saúde Pública
3
Período de Realização
Março de 2023 a Maio de 2025.
Objeto da produção
Análise da Cultura de Segurança do Paciente na APS do MRJ.
Objetivos
Este estudo objetivou avaliar a cultura de segurança do paciente na perspectiva dos profissionais de saúde que atuam nas unidades de Atenção Primária do município do Rio de Janeiro.
Descrição da produção
Estudo transversal, exploratório e descritivo, com abordagem quantitativa sobre a Cultura de Segurança do Paciente na APS.
Resultados
Os resultados indicaram uma cultura de segurança fragilizada, com média de 53% de respostas positivas nas dimensões avaliadas. As dimensões "Rastreamento do Atendimento" (82%), "Aprendizagem Organizacional" (74%) e "Trabalho em Equipe" (72%) apresentaram-se como fortalezas. A dimensão "Pressão e Ritmo de Trabalho" se destacou por sua baixa proporção de respostas positivas (15%), indicando uma fragilidade crítica no ambiente de trabalho.
Análise crítica e impactos da produção
Até o presente momento, este parece representar o primeiro estudo realizado no MRJ, considerando as 10 áreas de planejamento, podendo ainda ser considerado um projeto piloto na medida que outros estudos e ações para o fortalecimento da segurança dos pacientes no âmbito da APS são necessários. Os resultados obtidos permitiram identificar tanto aspectos positivos quanto fragilidades que comprometem a consolidação de uma cultura de segurança nas unidades de saúde avaliadas.
Considerações finais
Até o momento, este parece ser o primeiro estudo realizado no MRJ, considerando as 10 áreas de planejamento, podendo ser considerado um projeto piloto, visto que ainda são necessários outros estudos e ações para fortalecer a segurança do paciente na APS. Os resultados permitiram identificar aspectos positivos e fragilidades que comprometem a consolidação da cultura de segurança nas unidades avaliadas.
ENVELHECER COM SEGURANÇA: AVALIAÇÃO DOS MEDICAMENTOS POTENCIALMENTE INAPROPRIADOS PARA IDOSOS NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
Comunicação Oral
Menezes-Barbosa, A.1, Soares, M. P.1, Mata, P. C. S.2, Silva, A. J. O.3, Fonseca, A. B. M.4, Bonomo, L. F.1, Silvestre, C. C.5, Cerqueira-Santos, S.1
1 Grupo de Estudos Interdisciplinar em Cuidado Farmacêutico (GEICF), Universidade Federal de Juiz de Fora campus Governador Valadares
2 Programa de Residência Multiprofissional em Saúde da Família da Secretaria Municipal de Saúde de Governador Valadares-MG
3 Grupo de Estudos Interdisciplinar em Cuidado Farmacêutico (GEICF), Universidade Federal de Juiz de Fora campus Governador Valadares/Programa de Pós-Graduação em Ciências Aplicadas à Saúde, Universidade Federal de Juiz de Fora campus Governador Valadares
4 Secretaria Municipal de Saúde de Governador Valadares-MG
5 Grupo de Estudos Interdisciplinar em Cuidado Farmacêutico (GEICF), Universidade Federal de Juiz de Fora campus Governador Valadares/ Programa de Pós-Graduação em Ciências Aplicadas à Saúde, Universidade Federal de Juiz de Fora campus Governador Valadares
Apresentação/Introdução
O envelhecimento populacional tem ampliado o número de pessoas idosas em uso de medicamentos e acompanhadas pelos serviços de saúde. Nesse contexto, o uso de Medicamentos Potencialmente Inapropriados (MPIs), pode comprometer a segurança, efetividade do tratamento e a qualidade de vida dessa população, especialmente na Atenção Primária à Saúde (APS).
Objetivos
Avaliar os medicamentos potencialmente inapropriados para idosos entre os usuários da Atenção Primária à Saúde em um município de Minas Gerais.
Metodologia
Foi realizado um estudo transversal em duas Estratégias de Saúde da Família (ESF), em Governador Valadares (MG). Participaram do estudo pessoas idosas com doenças crônicas não transmissíveis, em uso de medicamentos. Foram realizadas entrevistas individuais e análise de prontuários, entre março e julho de 2024, para a coleta de dados sociodemográficos e dos medicamentos em uso. Os medicamentos foram analisados e classificados como MPI para idosos e MPI que devem ser utilizados com cautela, de acordo com o critério de Beers (2023). Os dados foram analisados por meio de estatística descritiva e o estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade (Parecer: 6.676.395).
Resultados
Participaram do estudo 49 pessoas idosas, das quais 36 eram do sexo feminino (73,46%), com uma média de idade de 70 anos (±8,39). No total, foram registrados 211 medicamentos em uso, resultando em uma média de 4,3 medicamentos por pessoa idosa (±1,92). Nesse estudo, foram identificados 17 tipos diferentes de medicamentos potencialmente inapropriados e 14 tipos de medicamentos que devem ser utilizados com cautela. Entre os medicamentos mais consumidos e considerados potencialmente inapropriados, destacaram-se a gliclazida (n=7; 14,29%) e o ácido acetilsalicílico (n=7; 14,29%). Entre os medicamentos que devem ser utilizados com cautela, destacou-se a hidroclorotiazida (n=22; 44,90%).
Conclusões/Considerações
Os MPIs identificados entre as pessoas idosas evidenciam os desafios relevantes na gestão terapêutica na APS. Nesse contexto, ressalta-se a importância da prática colaborativa interdisciplinar como ferramenta fundamental para promover a segurança da pessoa idosa. Esse cuidado favorece a identificação, prevenção e manejo do uso de MPIs, contribuindo para aprimorar a qualidade do cuidado a essa população.
ANÁLISE DO CLIMA DE SEGURANÇA DO PACIENTE EM SALAS DE VACINAÇÃO DE MINAS GERAIS
Comunicação Oral
Oliveira, S.H.1, Silva, M.A.2, Mascarenhas, T.J.2, Campos, T.P.2, Amaral, G. G.3, Oliveira-Junior, J.2, Tavares, L. O. M.2, Pinto, I. C.1, Guimarães, E. A. A.2, Oliveira, V. C.2
1 Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (EERP-USP)
2 Universidade Federal de São João del Rei – Campus Centro-Oeste
3 Universidade de São Paulo (USP)
Apresentação/Introdução
Na Atenção Primária à Saúde, a segurança do paciente deve ser garantida durante o cuidado, sendo um dos pilares da qualidade assistencial. A implementação de práticas seguras reduz a chance de danos e melhora a experiência do paciente. Nas salas de vacinação, garantir a imunização segura é crucial para evitar erros de imunização, assegurando a efetividade e confiança na vacinação.
Objetivos
Este estudo tem por objetivo mensurar o Clima de Segurança do Paciente nas salas de vacinação de Minas Gerais e os fatores associados na percepção dos profissionais vacinadores
Metodologia
Estudo transversal analítico realizado em 93 municípios de Minas Gerais, selecionados por amostragem aleatória simples, para analisar o Clima de Segurança do Paciente em salas de vacinação utilizando o Safety Attitudes Questionnaire - Short Form adaptado e validado para o Brasil. Participaram do estudo enfermeiros e técnicos em enfermagem com mais de 06 meses de experiência em sala de vacinação. A coleta foi realizada entre 2024 e 2025 por meio de questionário online (Google Forms®), os dados analisados por software R integrado ao ambiente RStudio, realizada análise descritiva, univariada e multivariada das variáveis do estudo. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética da UFSJ.
Resultados
Participaram do estudo 647 vacinadores, dos quais 57,7% tiveram uma percepção positiva do clima de segurança enquanto 39,7% tiveram uma percepção neutra, indicando áreas carentes de melhoria. Avaliou-se o ambiente de trabalho positivamente, destacando satisfação do trabalho e trabalho em equipe como pontos fortes. Contudo, o estresse e gestão foram os principais desafios. Fatores como cargo, formação, idade e macrorregião influenciaram a percepção sobre segurança da equipe. Enfermeiros e profissionais pós-graduados Latu Sensu apresentaram scores mais negativos. Houve influência na faixa etária, profissionais acima de 60 anos demonstraram um clima mais positivo.
Conclusões/Considerações
Embora a percepção do clima de segurança em salas de vacinação tenha se demonstrado positivo em boa parte dos domínios, foram encontrados desafios significativos entre os profissionais como estresse ocupacional, gestão ineficaz e falhas na comunicação de erros, indicando a necessidade de intervenções específicas e imediatas, incluindo capacitação, aprimoramento da gestão e estratégias para mitigar o estresse de modo a melhorar a segurança do paciente.
ESTRATÉGIAS INTEGRADAS DE MOBILIZAÇÃO E IMUNIZAÇÃO NA SEMANA DE COMBATE À DENGUE EM BETIM – MG
Comunicação Oral
Rocha, D.C.1, Gomes, A.P.M.1, Meira, C.A.A.1
1 Prefeitura Municipal de Betim
Período de Realização
Outubro de 2024 a janeiro de 2025
Objeto da experiência
Ações de intensificação da vacinação contra dengue, envolvendo mobilização social e busca ativa na faixa etária de 10 a 14 anos.
Objetivos
Relatar a experiência municipal na mobilização e vacinação contra dengue durante a Semana de Combate à doença, apontando impactos, desafios e aprendizados.
Descrição da experiência
A partir da identificação de baixa cobertura vacinal contra dengue e índice de infestação predial de outubro de 2024, foi proposta a Semana de Combate à Dengue em Betim, envolvendo todas as Unidades Básicas de Saúde com ações de educação em saúde, ações informativas e busca ativa vacinal sistemática. Foram feitas 3.742 ligações e 7.411 visitas domiciliares com foco no público alvo de 10 a 14 anos. As ações resultaram em 1.762 doses aplicadas na semana e mais 3.022 doses até janeiro de 2025.
Resultados
Houve aumento da cobertura vacinal, no mês de dezembro, foram concentradas 28,9% da totalidade de doses aplicadas de vacina contra a dengue até então no município. Identificou-se que 64,3% dos adolescentes não haviam recebido nenhuma dose. Ações permitiram mapear barreiras, como falta de informação (2.547), falta de tempo (1.850), recusa (322) e dificuldade de acesso (307). As equipes identificaram os motivos da baixa adesão, incluindo desconhecimento sobre a vacina e dificuldades de acesso
Aprendizado e análise crítica
Evidenciou a importância da articulação entre equipes, uso de dados para planejamento e papel estratégico dos Agentes Comunitários de Saúde. Ressalta-se que os dados provenientes dos sistemas de informação para planejamento e sistematização das informações, foi fundamental para planejar e monitorar as ações propostas. A comunicação ineficaz e as barreiras logísticas demandam estratégias contínuas e integradas. A atuação territorial e o vínculo com a comunidade se mostraram fundamentais.
Conclusões e/ou Recomendações
A intensificação vacinal com ações de mobilização comunitária gerou bons resultados. Recomenda-se manter busca ativa, parcerias com escolas e comunicação permanente. A vacina contra a dengue é importante, mas o controle do Aedes aegypti segue sendo o principal método preventivo, via manejo integrado e ações domiciliares. Assim, a busca ativa vacinal complementa, mas não substitui as demais estratégias.