
Programa - Comunicação Oral - CO5.13 - EXPERIÊNCIAS DE EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE NA APS
30 DE NOVEMBRO | DOMINGO
15:00 - 16:30
15:00 - 16:30
A EDUCAÇÃO INTERPROFISSIONAL NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE: RELATOS DE BACHARÉIS EM SAÚDE COLETIVA
Comunicação Oral
1 PPGSCOL/UFRN
2 DSC/UFRN
Apresentação/Introdução
O bacharel em Saúde Coletiva é formado para atuar na análise, monitoramento e avaliação de situações de saúde, formulação de políticas, planejamento, programação e avaliação de sistemas e serviços de saúde, além de desenvolver práticas específicas e interprofissionais para o exercício laboral nos sistemas, programas e serviços de saúde.
Objetivos
Descrever como os bacharéis em Saúde Coletiva relatam sobre a Educação Interprofissional na Atenção Primária à Saúde.
Metodologia
Pesquisa descritiva-exploratória, com abordagem qualitativa. Foram realizadas entrevista semiestruturada, com bacharéis em Saúde Coletiva, que estão ou estiveram inseridos em serviços de saúde. Elas foram desenvolvidas virtualmente, no período de novembro de 2024 a janeiro de 2025, com 29 entrevistados. Essa técnica coletou a subjetividade dos participantes da pesquisa com relação ao tema da interprofissionalidade. Na análise dos dados foi utilizada a técnica de análise de conteúdo de Bardin, com auxílio do software Atlas.TI para organização e codificação dos dados. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa com seres humanos no Brasil e financiado pelo Ministério da Saúde.
Resultados
Os bacharéis em Saúde Coletiva reconhecem a Atenção Primária à Saúde (APS) como um cenário no qual eles vivenciam a Educação Interprofissional (EIP) e compreendem a desenvoltura do trabalha interprofissional. Mencionam disciplinas que subsidiam a interlocução com outras categorias profissionais durante a graduação, bem como a importância da realização do trabalho em equipe, comunicação e práticas colaborativas. Algumas dessas disciplinas propõem a realização de ações de intervenção desenvolvidas pelos futuros profissionais de saúde, as quais auxiliam na apreensão dos conceitos de EIP. Ademais, relatam a importância da EIP na desenvoltura da sua prática de trabalho posterior à formação.
Conclusões/Considerações
Embora a EIP seja relatada pelos bacharéis em Saúde Coletiva na APS, faz-se necessária à de melhor compreensão conceitual do tema e o planejamento prévio para a realização da EIP, uma vez que a operacionalização se constitui como um desafio em razão da imprecisão conceitual nos estudos da temática, em que termos como colaboração e trabalho em equipe são frequentemente utilizados como sinônimos, embora não sejam.
A EXPERIÊNCIA DO ENGAJAMENTO DE AGENTES COMUNITÁRIOS NO CUIDADO À TUBERCULOSE POR MEIO DA EDUCAÇÃO PERMANENTE NA ATENÇÃO PRIMÁRIA
Comunicação Oral
1 UERJ
Período de Realização
A experiência foi desenvolvida entre maio de 2024 e maio de 2025
Objeto da experiência
Fortalecimento do papel dos agentes comunitários de saúde (ACS) no enfrentamento da tuberculose, por meio da educação permanente.
Objetivos
Fortalecer o protagonismo dos ACS no cuidado à tuberculose, qualificar o diagnóstico comunitário, aumentar a adesão ao tratamento e reduzir o abandono. Visa também promover educação permanente na equipe, envolvendo os ACS como sujeitos ativos na vigilância, rastreamento e acompanhamento dos casos.
Metodologia
A experiência ocorreu em uma unidade de saúde da família situada em área urbana de média vulnerabilidade. A partir da análise de dados epidemiológicos e discussão em equipe, identificou-se um número menor do que o esperado para pacientes com tuberculose. O tema foi inserido no processo de educação permanente da equipe. Os agentes iniciaram ações de diagnóstico comunitário em visitas domiciliares, busca ativa de sintomáticos e articulação com a equipe para vigilância e acompanhamento.
Resultados
Houve aumento significativo na identificação de sintomáticos respiratórios, com maior número de testes realizados e casos diagnosticados. Observou-se redução dos índices de abandono, com aumento no percentual de casos encerrados por cura. A integração dos ACS às estratégias de cuidado ampliou a vigilância ativa no território, qualificou o seguimento dos casos e fortaleceu o trabalho em equipe, promovendo um cuidado mais resolutivo e centrado na comunidade.
Análise Crítica
A experiência evidenciou a potência da educação permanente como ferramenta para transformação das práticas e valorização dos saberes dos ACS. O reconhecimento do território e a escuta qualificada mostraram-se fundamentais para o diagnóstico precoce e adesão ao tratamento. O envolvimento ativo dos ACS promoveu maior diálogo entre vigilância e atenção, demonstrando que o diagnóstico comunitário e o tratamento diretamente observado são potencialidades do cuidado pelo ACS.
Conclusões e/ou Recomendações
A valorização dos ACS como agentes estratégicos no cuidado à tuberculose contribui significativamente para o aumento da efetividade das ações na APS. Recomenda-se a institucionalização de práticas de educação permanente e o fortalecimento de espaços de escuta e planejamento conjunto. A experiência reforça a importância de equipes comprometidas com o cuidado territorial e com o enfrentamento das iniquidades em saúde.
"(HÁ) FETO": QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL E MANEJO DO CUIDADO COMPARTILHADO NO PRÉ-NATAL DE ALTO RISCO
Comunicação Oral
1 UFRB
Período de Realização
Agosto/2023
Objeto da produção
Elaboração de um curso de qualificação profissional para o pré-natal de alto risco e de um instrumento facilitador no manejo do cuidado compartilhado.
Objetivos
Qualificar enfermeiros e médicos da Atenção Básica (AB) do município de Olindina (Bahia), para o reconhecimento e manejo do pré-natal de alto risco (PNAR), compartilhando o cuidado com o profissional médico obstetra através de um instrumento de referência e contrarreferência simplificado específico.
Descrição da produção
Durante um encontro promovido pela gestão municipal entre médicos e profissionais da enfermagem das USF de Olindina-BA, houve a discussão acerca da dificuldade em manejar gestantes PNAR, acompanhar informações geradas no atendimento compartilhado com o profissional obstetra e a necessidade de melhorar o acompanhamento dessas pacientes com aperfeiçoamento das condutas nas USF. A gestão estimulou a pensar juntos na construção de novas práticas e instrumentos para melhorar o PNAR na atenção básica.
Resultados
Como produto das discussões, propõe-se um curso utilizando-se de um diagnóstico piloto para médicos e enfermeiros da AB do município a fim de identificar as lacunas e inseguranças no manejo de gestantes do PNAR. O curso, a ser realizado uma vez por semana, durante um mês, proporciona a qualificação profissional e colabora na construção de um instrumento a ser anexado à caderneta da gestante para acompanhamento longitudinal do cuidado entre os diferentes níveis de atenção.
Análise crítica e impactos da produção
Para um manejo adequado no PNAR é preciso, antes de tudo, reconhecê-lo. É desafiador estabelecer condutas coordenadas na AB em Olindina já que os registros não são compartilhados entres os profissionais que se encontram em diferentes níveis de atenção, realidade não comum somente à assistência obstétrica. Muitas vezes as pacientes são as responsáveis diretas em transmitir as condutas de um serviço para o outro, facilitando a perda e/ou incompletude das informações.
Considerações finais
Acredita-se que um instrumento simplificado adaptado à realidade local possa promover a longitudinalidade do cuidado entre os diferentes níveis de atenção e com baixo custo. O reconhecimento de situações que configuram alto risco gestacional deve ser feito em todas as consultas de pré-natal, portanto, o curso de formação para os profissionais da AB contribui para a melhoria da assistência obstétrica local.
ROTEIRO DE OFICINAS DE CAPACITAÇÃO PROFISSIONAL PARA O TRATAMENTO DO TABAGISMO NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
Comunicação Oral
1 Fundação Universidade Federal de Rondônia
Período de Realização
As oficinas ocorreram de março a agosto de 2023.
Objeto da produção
Material didático voltado à capacitação de profissionais da APS para atuar na abordagem e tratamento do tabagismo por meio de oficinas educativas.
Objetivos
Capacitar os profissionais da equipe para atuarem no tratamento do tabagismo. Sensibilizar sobre sua importância e necessidade; oferecer conteúdos sobre a dinâmica do tratamento baseado no modelo do INCA; fortalecer a abordagem e o tratamento do tabagismo na UBS.
Descrição da produção
A produção seguiu a Metodologia da Problematização com o Arco de Maguerez e envolveu sete oficinas com atividades teóricas e práticas. Foram abordados conteúdos sobre o Programa Nacional de Controle do Tabagismo (PNCT), estratégias de abordagem, medicamentos e fluxo. As atividades foram interativas e baseadas em leitura colaborativa, estudos de caso, exposições dialogadas e planejamentos em grupo, com participação ativa da equipe da UBS. O roteiro foi aplicado com carga horária de 22 horas.
Resultados
A equipe foi capacitada, elaborou e validou um fluxo estruturado para atendimento ao tabagista na UBS. O PTT ampliou o conhecimento sobre o PNCT e fortaleceu o controle do tabagismo no serviço. As ações passaram a ser efetivadas de forma sistemática, contribuindo para a organização da oferta do tratamento, envolvimento dos profissionais e aumento da adesão dos usuários. O trabalho coletivo resultou em mudanças concretas na rotina da UBS.
Análise crítica e impactos da produção
Demonstrou aplicabilidade e replicabilidade no SUS, sendo inovador ao envolver toda a equipe da UBS, com etapas detalhadas e adaptáveis à realidade local. Mesmo com desafios como rotatividade de médicos, houve engajamento efetivo da equipe e fortalecimento do serviço. O impacto direto foi a introdução e sistematização do tratamento ao tabagismo como parte da rotina da UBS, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida da população e redução de riscos associados ao tabagismo.
Considerações finais
O roteiro representa um avanço significativo para a APS, ao integrar teoria e prática, promover envolvimento da equipe e fortalecer a abordagem ao tabagismo. A construção coletiva proporcionou uma intervenção concreta e aplicável, com potencial de replicação em outros serviços. A proposta fortalece a educação permanente como estratégia para mudanças reais no cuidado em saúde.
CATÁLOGO DE RECURSOS DE APRENDIZAGEM PARA APOIAR A AVALIAÇÃO DA INTELIGÊNCIA DIGITAL EM SAÚDE DE PROFISSIONAIS DA APS
Comunicação Oral
1 Centro Universitário UNDB
2 UFSC
3 Coordenadoria DRS/SES-SP
4 Hospital GACC Vale do Paraiba
5 TAE UNIFESP
6 Impacta
7 ENSP/Fiocruz
8 UNIFESP
9 UFMA
Período de Realização
Junho de 2024 a maio de 2025
Objeto da experiência
Construção de um catálogo de recursos de aprendizagem sobre saúde digital para profissionais da Atenção Primária à Saúde
Objetivos
Descrever a adaptação do Teste de Inteligência Digital em Saúde (Teste IDs) e o desenvolvimento de um catálogo de recursos educacionais em saúde digital, visando recomendações personalizadas de capacitação para profissionais da APS.
Descrição da experiência
Utilizou-se o Design Thinking (modelo Double Diamond) para adaptar o Teste IDs da APS. Após análise do contexto e criação de personas, especialistas revisaram os itens com exemplos práticos e exclusão de redundâncias. A versão final foi adaptada à realidade dos profissionais do SUS, visando validação e aplicação piloto. Com base nas competências avaliadas no teste, foi criado um catálogo de ofertas educacionais alinhado ao desempenho dos respondentes.
Resultados
Foram definidas três personas centrais - enfermeiro(a), médico(a) e cirurgião(ã)-dentista - com base em suas características demográficas para orientar o desenvolvimento do Teste IDs. O instrumento original, com 56 itens, foi adaptado para 63, distribuídos nos perfis Cidadania, Criatividade e Competitividade Digital. O catálogo resultante incluiu 66 ofertas educacionais (42 cursos, 19 objetos de aprendizagem e 5 especializações), majoritariamente online, com foco em aprendizado autônomo.
Aprendizado e análise crítica
A saúde digital tem transformado os modelos assistenciais ao incorporar tecnologias digitais da informação e comunicação (TDICs), exigindo dos profissionais competências digitais éticas, críticas e integradas aos processos de cuidado. Diante da escassez de instrumentos específicos, destaca-se a necessidade de ferramentas padronizadas para avaliação na APS, bem como a disponibilização de caminhos de formação para a força de trabalho do SUS no que tangem os saberes na área da Saúde Digital.
Conclusões e/ou Recomendações
Este estudo destaca a relevância de abordagens inovadoras, como o Design Thinking, na criação de instrumentos avaliativos para profissionais da saúde. A adaptação do Teste IDs é promissora para avaliar competências digitais na APS e fortalecer a política de saúde digital. O catálogo educacional associado potencializa a capacitação e contribui para a inovação e qualificação dos profissionais da APS no SUS.
PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DE APLICATIVO COM MATERIAL SOBRE PÓS PARTO DESTINADO À EDUCAÇÃO PERMANENTE DE AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE (ACS)
Comunicação Oral
1 Gabriela Almeida Torrezani (TORREZANI, G. A.), Graduanda USP
2
Período de Realização
Construção do conteúdo e alimentação do aplicativo realizada entre setembro de 2023 e maio de 2025.
Objeto da experiência
Desenvolvimento de aplicativo educativo para ACS com foco no cuidado às puérperas, unindo tecnologia, evidências científicas e prática em campo.
Objetivos
Desenvolver e validar aplicativo educativo para ACS, com foco no apoio ao cuidado de puérperas na Atenção Primária à Saúde (APS). Ampliar o conhecimento para promover acolhimento, orientação e encaminhamento, fortalecendo a saúde materno-infantil com base em evidências científicas.
Descrição da experiência
A experiência tem integrado tecnologia, saúde e participação ativa dos profissionais. Os conteúdos, em linguagem acessível e formato multimídia, foram definidos com base nas demandas observadas na UBS Thersio Ventura, campo de estágio do curso de Obstetrícia-USP. A construção envolve docentes, estudantes e profissionais da tecnologia, com uso da plataforma ESPIM. A validação, em andamento, inclui especialistas de Enfermagem, Saúde da Mulher e Tecnologia, contando também, com a avaliação dos ACS.
Resultados
O projeto resultou na construção de um aplicativo educativo direcionado ao apoio dos ACS no cuidado às puérperas e seus recém nascidos. Embora o ACS não preste assistência técnica direta, o aplicativo fortalece seu papel educativo e na identificação de situações de risco, possibilitando o encaminhamento das demandas à equipe multiprofissional. A iniciativa pode contribuir para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, especialmente na meta de reduzir a mortalidade materna até 2030.
Aprendizado e análise crítica
Ancorada em demandas reais das UBS, o projeto potencializa o desenvolvimento de soluções contextualizadas e o uso da plataforma ESPIM reforça a aplicabilidade de tecnologias digitais como suporte à educação permanente dos ACS. A construção em campo de estágio evidenciou a contribuição das Obstetrizes, desde a formação, para a APS. No entanto, persiste a contradição: mesmo formadas para atuar nesse nível de atenção, estas profissionais enfrentam grande dificuldade de inserção profissional no SUS.
Conclusões e/ou Recomendações
É essencial implementar políticas públicas que assegurem a inserção das Obstetrizes na Atenção Primária, reconhecendo sua formação específica e centrada no cuidado à mulher, o que envolve todas as demandas do puerpério. Com os ajustes e validações concluídos, a expansão do projeto e a constante atualização dos conteúdos, com base em evidências científicas atualizadas, irão contribuir para o cuidado dentro dos objetivos da APS e das metas da ODS.

Realização: