Programa - Comunicação Oral - CO5.10 - EXPERIÊNCIAS DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE NA APS

Período de Realização
A cartilha foi construída entre os meses de maio e junho de 2025.


Objeto da produção
O objeto da produção foi uma cartilha informativa destinada à população em situação de rua (PSR) de um município médio do leste mineiro.


Objetivos
O objetivo da construção da cartilha foi conscientizar a PSR sobre a importância da adesão ao tratamento da hipertensão arterial (HA). Em nível macro, o objetivo foi contribuir para a equidade em saúde, uma vez que a PSR enfrenta barreiras no acesso aos serviços para adesão ao tratamento da HA.



Descrição da produção
Em contato com a equipe multiprofissional do Consultório na Rua do município, no contexto de um projeto voltado à promoção da saúde cardiovascular da PSR, foi pontuada a baixa adesão da PSR ao tratamento da HA. Assim, foi realizada uma revisão na literatura e em documentos oficiais do Ministério da Saúde sobre HA e acesso das pessoas em situação de rua aos serviços de saúde, especialmente aos da Atenção Primária em Saúde (APS). Posteriormente, foram organizados os temas a serem abordados.


Resultados
A cartilha apresenta tamanho A4, com 2 páginas inteiras divididas ao meio, totalizando 4 partes. Foi utilizada linguagem simples e acessível e adicionada quantidade expressiva de ilustrações, considerando acessibilidade de conteúdo às pessoas iletradas. Foram abordados os temas: conceito de HA, sintomas, consequências da interrupção do tratamento e a quais serviços de saúde recorrer. Ao final há um campo para profissionais de saúde preencherem com orientações individuais para as pessoas.


Análise crítica e impactos da produção
A cartilha encontra-se em fase de análise por profissionais do Consultório na Rua em relação à aparência, linguagem, contexto e sugestões adicionais. Em seguida, será analisada por pessoas em situação de rua. Espera-se que o material contribua para ampliar a compreensão e sensibilização da PSR sobre a importância do uso regular e orientado de medicamentos para HA e para melhorar o acesso da PSR aos cuidados em saúde na APS.


Considerações finais
Compreendemos os desafios de produzir material educativo para pessoas em situação de rua, porém buscamos alcançar suas particularidades no desenvolvimento da cartilha. Acreditamos que a utilização da cartilha junto a orientações da equipe do Consultório na Rua possa contribuir para a maior adesão ao tratamento da HA nessa população e maior acesso aos serviços de saúde.

Período de Realização
Janeiro de 2025 a maio de 2025


Objeto da experiência
Implementação de ações descentralizadas de comunicação e supervisão em salas de vacina da CAP 3.2 do Rio de Janeiro


Objetivos
Fortalecer a gestão da imunização por meio de estratégias descentralizadas de comunicação e supervisão técnica nas salas de vacina da CAP 3.2, promovendo o alinhamento entre os níveis central e local, qualificação das práticas e aumento da cobertura vacinal.


Metodologia
A experiência, conduzida por profissionais da Vigilância em Saúde da CAP 3.2, focou na descentralização das ações de comunicação e supervisão em salas de vacina. Realizaram-se visitas técnicas às unidades, com escuta qualificada, apoio na organização, identificação de dificuldades e compartilhamento de diretrizes. A comunicação central-local foi reforçada com reuniões, grupos de mensagens e oficinas formativas.


Resultados
A descentralização possibilitou maior proximidade entre a gestão da imunização e as equipes da atenção primária, contribuindo para a padronização de rotinas, identificação de fragilidades e melhoria da organização dos serviços. Algumas unidades apresentaram aumento na cobertura vacinal, especialmente após a reorganização de fluxos e intensificação da busca ativa. As ações de comunicação ampliaram o engajamento das equipes e promoveram maior entendimento sobre o papel estratégico da vacinação.


Análise Crítica
A experiência mostrou que descentralizar supervisão e comunicação fortalece a imunização nos territórios. A escuta ativa e o suporte técnico próximo facilitam a resolução de problemas e o aprimoramento das ações. Porém, desafios como sobrecarga, falta de profissionais e estrutura precária persistem. A continuidade das ações demanda planejamento e apoio institucional.


Conclusões e/ou Recomendações
A descentralização das estratégias de comunicação e supervisão em sala de vacina mostrou-se eficaz para qualificar a gestão da imunização em nível local. Recomenda-se a institucionalização das visitas técnicas periódicas, o fortalecimento dos canais de diálogo entre os níveis de gestão e o investimento contínuo em formação das equipes. Tais ações são essenciais para enfrentar os desafios atuais da vacinação e manter coberturas adequadas.

Período de Realização
Abril a junho de 2025, ação educativa em espaço comunitário da Estratégia Saúde da Família (ESF).

Objeto da experiência
Vivência de uma gincana de educação popular em saúde com mulheres da comunidade, articulando saberes e práticas da Atenção Primária à Saúde (APS).

Objetivos
Descrever a aplicação da Gincana Saúde em Jogo como estratégia inovadora na promoção da saúde de mulheres na APS, refletindo sobre o fortalecimento de vínculos, o protagonismo social e a construção coletiva de conhecimentos.

Metodologia
Durante atividade de cartografia social, a afinidade da comunidade por competições foi revelada, impulsionando a ideia da gincana. O trabalho interprofissional da equipe da ESF resultou nas atividades: jogo de perguntas (hipertensão/diabetes), caça-palavras (câncer de mama), bingo (saúde mental), verdadeiro ou falso (sexualidade), circuito (quedas), corrida da vacinação e tabuleiro (alimentação saudável). A atividade envolveu 20 mulheres (48 a 74 anos), divididas em "As Damas" e "As Guerreiras".

Resultados
A atividade coletiva, dinâmica e lúdica resultou em engajamento e participação efetiva, favorecendo o aprendizado dos temas abordados e o desejo de compartilhar o conhecimento na comunidade. Também fortaleceu a participação social, evidenciada pela presença das mulheres em espaços de controle social. Discussões sobre fake news, prevenção quaternária e controle social foram temas transversais, reforçando a formação crítica e o protagonismo como multiplicadoras no território.

Análise Crítica
A experiência evidenciou o potencial das abordagens lúdicas e dialógicas na educação popular em saúde. A diversidade de estratégias despertou curiosidade, facilitando o aprendizado e contemplando diferentes perfis de letramento, além de promover trocas intergeracionais. A adequação da linguagem técnica, o trabalho em equipe e a aproximação entre profissionais e participantes foram diferenciais. Atividades educativas, permeadas por afeto e escuta sensível, podem gerar transformação social.

Conclusões e/ou Recomendações
A Gincana Saúde em Jogo mostrou-se uma prática inovadora, potente e replicável na APS, alinhada aos princípios da educação popular e da participação social. Recomenda-se a incorporação de metodologias lúdicas, o fortalecimento do vínculo territorial, a valorização do trabalho em equipe e da interação intergeracional. A experiência reafirma que o cuidado em saúde pode ser também um espaço de encontro, construção de vínculos e cidadania.

Período de Realização
Intervenção realizada no dia 29 de maio de 2025.

Objeto da experiência
Educação em saúde sobre Hipertensão Arterial Sistêmica de forma lúdica na Atenção Primária a Saúde voltada aos idosos do grupo de Hiperdia.

Objetivos
Relatar a experiência de uma intervenção lúdica através de um jogo educativo, no contexto da disciplina de Promoção da Saúde do Mestrado Profissional em Saúde da Família – PROFSAÚDE.

Metodologia
A intervenção foi contou com 16 participantes, que participaram do grupo de Hiperdia de uma unidade de saúde da família, na zona leste de Porto Velho/RO, situada na região Norte da Amazônia Ocidental. A cartelas de bingo trouxeram palavras que expressavam aspectos específicos que tangenciavam questões a respeito da hipertensão. O bingo da saúde como forma de jogo educativo e lúdico, valorizou os saberes dos usuários, a escuta qualificada e a construção coletiva do conhecimento.

Resultados
O jogo educativo foi utilizado como recurso facilitador para o diálogo sobre hipertensão arterial sistêmica (HAS), promovendo o aprendizado significativo e estimulando a autonomia dos participantes no cuidado à própria saúde. A realização da atividade, proporcionou o compartilhamento de informações, vivências e experiências relevantes. A atividade realizada facilitou a interação entres os idosos, ao mesmo tempo em que possibilitou a expressão de saberes prévios e o esclarecimento de dúvidas.

Análise Crítica
Para tal, a intervenção proporcionou uma aprendizagem ampla e significativa dos aspectos que influenciam o engajamento, a adesão ao tratamento e o autocuidado, subsidiando a tomada de decisões mais eficazes na elaboração e execução de ações educativas. Desta forma, a aplicação do recurso lúdico no campo da saúde coletiva, potencializa o aprendizado e permite a apropriação de conhecimentos de forma direta, ativa e interativa.

Conclusões e/ou Recomendações
Por fim, a estratégia lúdica fortaleceu a compreensão dos participantes sobre a doença, seus fatores de risco e formas de prevenção, contribuindo para a melhoria da adesão ao tratamento e para a construção de uma cultura de corresponsabilidade no enfrentamento da hipertensão arterial sistêmica.

Período de Realização
As oficinas aconteceram entre março e setembro de 2023.

Objeto da experiência
Oficinas com abordagem multicomponente realizadas com mulheres com obesidade atendidas pela Atenção Primária à Saúde (APS) de um município mineiro.

Objetivos
Explorar a percepção de mulheres com obesidade sobre o impacto de uma abordagem multicomponente na melhora da saúde mental e qualidade de vida.

Metodologia
Durante seis meses, oficinas nutricionais com abordagem multicomponente foram realizadas com mulheres com obesidade em um município mineiro. Aconteceram seis encontros mensais, com duração média de 1h30 e cerca de 10 participantes, cada um replicado três vezes na mesma semana. Os grupos foram conduzidos por nutricionistas, que utilizaram métodos ativos, pautados no Guia Alimentar, comer intuitivo, cuidado centrado na pessoa, educação em saúde, comunicação não violenta e atenção plena ao comer.

Resultados
Participaram 29 mulheres, que viram nos grupos um espaço de acolhimento, apoio e pertencimento. Os encontros promoveram reflexões sobre a autonomia no comer, consciência corporal e elaboração de estratégias frente à relação entre emoções e o comer. A desconstrução de padrões alimentares restritivos se apresentou como desafio, mas também como um dos principais objetivos da abordagem multicomponente. Relataram melhora na ansiedade, mais autonomia e consciência nas escolhas alimentares realizadas.

Análise Crítica
Diante da complexa causalidade da obesidade, há a necessidade de estratégicas sistêmicas, integrais e interdisciplinares em seu tratamento. Assim, as oficinas mostraram impactos positivos da abordagem multicomponente, como criação de vínculos e fomento à escuta e acolhimento. Ressignificar a alimentação além das dietas restritivas impulsionou mudanças na autopercepção e na autonomia das mulheres, e reflete a urgência de considerar os determinantes sociais da obesidade no aspecto teórico-prático.

Conclusões e/ou Recomendações
Grupos terapêuticos realizados com abordagem multicomponente revelam-se como uma importante estratégia, tendo em vista que possibilitaram às mulheres participantes conquistas transcendentes aos limites do comer. Recomenda-se, portanto, a inserção e ampliação de estratégias que explorem e avancem os limites impostos pelas dietas restritivas e que promovam o cuidado às subjetividades e aos determinantes sociais da saúde no âmbito da APS.

Período de Realização
Agosto de 2024 a maio de 2025

Objeto da produção
Produção e validação de vídeos educativos como apoio à promoção do autocuidado em pessoas com diabetes na atenção primária.

Objetivos
Produzir e validar vídeos educativos com foco na mudança de comportamento e promoção do autocuidado em pessoas com diabetes mellitus: fornecer subsídios para as ações de educação em saúde da atenção primária e estimular à autorreflexão do público-alvo nas atividades desenvolvidas em grupo.

Descrição da produção
Estudo tecnológico que utilizou a técnica Delphi para reunir evidências de validade de conteúdo e aparência (fase atual) de quatro vídeos educativos, sequenciais. O Modelo transteórico da Mudança de Comportamento foi utilizado como referencial teórico em todas as fases. A primeira etapa (validação de conteúdo) foi realizada em duas rodadas Delphi. A segunda etapa, validação de aparência, está seguindo para a segunda rodada Delphi utilizando o instrumento Suitability Assessment of Materials.

Resultados
Os vídeos abordam estágios e processos do modelo transteórico, como autoavaliação de hábitos, motivação, manutenção de comportamentos saudáveis e enfrentamento de recaídas. O conteúdo foi considerado válido para promoção do autocuidado e mudança de comportamento em pessoas com diabetes mellitus. Na primeira rodada da técnica Delphi, o cálculo do Coeficiente de Validade de Conteúdo foi superior a 0,80. Apesar disso, novas rodadas serão realizadas para ajustes e consenso entre os especialistas.

Análise crítica e impactos da produção
A Atenção Primária à Saúde necessita de ferramentas que possam favorecer o engajamento de pessoas com diabetes ao autocuidado apoiado. Nesse prisma, os vídeos podem oferecer subsídios para apoiar os profissionais da saúde na condução de grupos operativos cujo objetivo seja estimular o protagonismo do usuário no cuidado com sua própria condição de saúde.

Considerações finais
Vídeos como recurso educativo podem oferecer suporte para os profissionais de saúde na condução de atividades coletivas cujo enfoque seja a promoção do autocuidado. O material é replicável, atrativo e acessível, favorecendo sua adoção em serviços do Sistema Único de Saúde. A experiência demonstra o valor de integrar teorias comportamentais e práticas educativas mediadas por recursos digitais no cuidado de pessoas com condições crônicas.