
Programa - Comunicação Oral - CO13.16 - Ruas, Corpos e Comunidades: Práticas de Cuidado
01 DE DEZEMBRO | SEGUNDA-FEIRA
15:00 - 16:30
15:00 - 16:30
A ATUAÇÃO DO DOCENTE ASSISTENCIAL NO CONSULTÓRIO NA RUA: INTEGRAÇÃO ENSINO-SERVIÇO-TERRITÓRIO
Comunicação Oral
1 Fiocruz Brasília
2 ICEPi/SESA
Período de Realização
Junho de 2022 a maio de 2025
Objeto da experiência
O processo de trabalho na APS, com ênfase nos Consultórios na Rua do programa Qualifica-APS, do ICEPI/SESA/ES
Objetivos
O objetivo deste estudo foi apresentar a atuação da docencia assistencial como estratégia de integração ensino-serviço-território, para a qualificação da APS
Descrição da experiência
O olhar e a função da docência assistencial, instituído pelo ICEPi (Instituto Capixaba de Ensino, Pesquisa e Inovação), no qual as profissionais que estão nesta função acompanham as equipes de Consultório na Rua atuantes no estado do ES, no período de junho de 2022 a maio de 2025. O acompanhamento dos profissionais foi realizado semanalmente através de encontros formativos e visitas aos territórios, com o objetivo de qualificar os processos de trabalhos e as ações clínicas destas equipes
Resultados
A presença de docentes assistenciais em campo além de oportunizar uma perspectiva acadêmica, traz uma análise das práticas adotadas nos Consultórios na Rua e assim contribuindo para a operacionalização mais eficaz desses serviços. Com isso, foram realizadas práticas, que executadas fora das quatro paredes de um consultório/ambulatório, como a dispensação de medicamentos, administração de medicação intramuscular, coleta de sangue e swab, vacinação e acompanhamento de gestantes
Aprendizado e análise crítica
O propósito é adequar as atividades de ensino-aprendizagem com práticas que propiciem resultados, para isso é necessário considerar as peculiaridades de cada equipe exigindo das docentes estratégias pedagógicas flexíveis, além da habilidade de adaptar-se, favorecendo a criação de um planejamento singularizado para o processo de ensino-aprendizagem. Neste contexto, os profissionais das equipes são protagonistas do processo educativo, o que contribui para o seu engajamento com o serviço prestado
Conclusões e/ou Recomendações
A experiência mostrou os efeitos positivos da função da docência assistencial, na qualificação da APS, por meio de uma abordagem que alia prática e formação em saúde. A atuação das docentes assistenciais no campo, proporcionou avanços na operacionalização dos Consultórios na Rua, com práticas mais próximas as necessidades de saúde da população em situação de rua, além de favorecer que as equipes a trabalhem de forma mais efetiva e humanizada
SAMBA NA RUA: RELATO DE EXPERIÊNCIA DE ESTÁGIO EM OFICINA REALIZADA PELO CONSULTÓRIO NA RUA EM ASSIS - SP.
Comunicação Oral
1 Unesp - Assis
Período de Realização
A experiência foi realizada no 1º semestre de 2025, com previsão de continuidade ao longo do ano.
Objeto da experiência
Oficina de samba ofertada pela equipe do Consultório na Rua com a parceria de estagiários de Psicologia da Unesp de Assis.
Objetivos
Refletir acerca das contribuições para a formação em Psicologia que a prática de oficina, realizada pelo Consultório na Rua pode oferecer, considerando o trabalho de territorialização, estudo de políticas de redução de danos, de pessoas em situação de rua e a escuta em situações de vulnerabilização.
Descrição da experiência
Ao longo do primeiro semestre de 2025 foram realizadas, semanalmente, às segundas-feiras no final da tarde, oficinas de samba em uma praça central da cidade de Assis - SP. As oficinas foram realizadas por parte da equipe do Consultório na Rua com a contribuição de indivíduos em situação de rua e de dois estagiários do curso de Psicologia da Unesp. No momento das oficinas, a equipe leva instrumentos, alguns bancos e garrafas d’água, até a praça onde todos se encontram para a realização do samba.
Resultados
As oficinas foram exitosas e ocorreram com a presença de diversos usuários. O espaço do samba foi se constituindo enquanto local de escuta destes usuários, que muitas vezes se utilizavam das músicas, dos instrumentos ou, por vezes, da fala de maneira mais explícita para dizerem de si, de suas histórias, opiniões e sofrimentos. Assim, pode contribuir para a formação dos estagiários a partir do deslocamento da escuta idealizada em consultório individual para se fazer possível em outros contextos.
Aprendizado e análise crítica
Considerando que no ambiente universitário há uma alta oferta de estágios em atendimentos clínicos, a experiência de estagiar neste ambiente como psicóloga em formação é potente para que futuras(os) profissionais percebam a Psicologia como ciência e prática que se expande para além de trabalhos individuais e, muitas vezes, individualizantes, propondo caminhos que possibilitam a construção de uma Psicologia crítica, política e socialmente implicada.
Conclusões e/ou Recomendações
As trocas realizadas entre a dupla de estagiários foi parte essencial da construção e continuidade do trabalho da oficina enquanto espaço de formação que anteriormente era ocupado por apenas um estagiário. Estas trocas possibilitaram a percepção de alguns entraves na realização da oficina como, por exemplo, o manejo de situações de violências de gênero que se fizeram presentes em diversos momentos ao longo das semanas.
OFICINA DE SITUAÇÕES CLÍNICAS COMUNS NO CUIDADO A POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE RUA
Comunicação Oral
1 UFRB
Período de Realização
Maio a Junho/2025, com previsão de novas turmas entre Agosto/2025 a Dezembro/2026
Objeto da produção
Oficina sobre casos clínicos e cuidado à população em situação de rua no contexto da Atenção Primária à Saúde.
Objetivos
Sensibilizar e qualificar profissionais para o cuidado de saúde integral à população em situação de rua, considerando os atravessamentos de barreiras institucionais e estruturais, como o racismo e a aporofobia, e o desconhecimento dos direitos da população em situação de rua no acesso ao SUS.
Descrição da produção
A oficina contou com 50 participantes e foi estruturada em quatro momentos: exibição de trechos de documentário para sensibilização; discussão em grupos de casos clínicos reais com perguntas disparadoras; apresentação e construção coletiva de estratégias de cuidado; exposição dialogada sobre políticas públicas; e avaliação participativa da atividade.
Resultados
Os participantes relataram maior sensibilização para o cuidado da população em situação de rua, reconheceram barreiras institucionais e estruturais no acesso à saúde e construíram planos de ação com foco na articulação em rede. Os relatos demonstraram engajamento, reflexividade e desejo de mudança nas práticas cotidianas.
Análise crítica e impactos da produção
A oficina promoveu um espaço potente de reflexão crítica, fortalecendo o compromisso ético-político dos profissionais com populações vulnerabilizadas. Evidenciou a importância de práticas intersetoriais e do cuidado centrado no usuário, além de estimular a denúncia de violações e o fortalecimento das redes de atenção.
Considerações finais
A oficina evidenciou a potência da educação permanente na transformação das práticas em saúde, especialmente no cuidado à população em situação de rua. A troca de experiências, aliada à reflexão crítica e construção coletiva, fortalece profissionais para atuar de forma ética, humana e articulada em rede.
POBREZA MENSTRUAL E TRANSFORMAÇÕES CORPORAIS: UMA VIVÊNCIA EDUCATIVA NO COMBATE À DESINFORMAÇÃO
Comunicação Oral
1 UFSC
Período de Realização
A atividade foi iniciada durante o mês de novembro de 2024.
Objeto da experiência
Ação de educação em saúde com estudantes do ensino fundamental, abordando pobreza menstrual e mudanças corporais na puberdade.
Objetivos
Relatar uma experiência educativa com alunos do 5º e 6º ano do ensino fundamental, visando promover informação, autoestima e respeito ao corpo, enfrentando tabus e desinformações sobre sexualidade e menstruação.
Metodologia
A atividade foi realizada na Escola Intendente Aricomedes da Silva, em Florianópolis (SC). Inicialmente, uma caixa de perguntas anônimas foi disponibilizada para levantamento das dúvidas dos alunos. Com base nas questões recebidas, foram organizadas quatro estações temáticas: mudanças corporais, menstruação, tipos de absorventes e gravidez. Cada estação contou com dinâmicas interativas, recursos visuais e materiais educativos, promovendo um ambiente de escuta, acolhimento e troca de saberes.
Resultados
A ação foi bem recebida pela comunidade escolar, com 87% dos alunos avaliando positivamente a atividade. Observou-se maior abertura dos estudantes para conversar sobre seus corpos e a sexualidade, além da construção de um espaço de diálogo e confiança. A escuta ativa e o uso de linguagem acessível foram elementos-chave para o engajamento dos participantes.
Análise Crítica
A experiência reforçou a importância de abordagens educativas baseadas na escuta, ludicidade e problematização. Contribuiu para o enfrentamento da pobreza menstrual e para a formação crítica dos estudantes, além de favorecer o desenvolvimento de competências pedagógicas e sensibilidade social entre os facilitadores do projeto.
Conclusões e/ou Recomendações
A vivência evidenciou o papel da educação em saúde na promoção do autocuidado e na quebra de tabus sobre puberdade e menstruação. Recomenda-se ampliar ações educativas com enfoque dialógico e interativo nas escolas, valorizando a transversalidade entre saúde, educação e direitos humanos
TENDA ITINERANTE PAULO FREIRE, ESPAÇO DE INSURGÊNCIA E RESISTÊNCIA DECOLONIAL: EXPERIÊNCIA DE EXTENSÃO INTERCULTURAL NA CONSTRUÇÃO DE COMUNIDADES SUSTENTÁVEIS
Comunicação Oral
1 UFCAT
2 MST
3 SMS
Período de Realização
Extensão Cod. PJ067 - 07 de novembro de 2022 a 30 de dezembro de 2024.
Objeto da experiência
Tenda Itinerante como espaço de insurgência, resistência decolonial na construção de comunidades sustentáveis.
Objetivos
Apresentar e compartilhar as experiências da Tenda Itinerante Paulo Freire como espaço de insurgência e resistência de saberes e fazeres com os movimentos sociais do campo e suas interlocuções e contribuições com a formação acadêmica em saúde coletiva no curso de enfermagem.
Descrição da experiência
Tenda Paulo Freire, espaço insurgente, político pedagógico inspirada nos círculos de cultura onde celebramos as leituras de mundos com as lutas e resistências manifestadas nas diversas formas de cuidado a vida integrada ao planeta, em interação com os movimentos sociais do MST do sudeste goiano, os coletivos de educação popular em saúde, as práticas integrativas, as estratégias de saúde da família, as ligas acadêmicas, os PET Saúde, brinquedoteca hospitalar e a formação em Saúde Coletiva.
Resultados
As vivências na tenda itinerante com rodas de conversas, feira agroecológica, saberes da mulher camponesa com plantas medicinais, as Pics, espaço do brincar, plantio de jardins medicinais em sistema agroflorestais e os espaços de autogestão e de cuidado desvelaram as possibilidades contra hegemônicas na construção de conhecimentos. Os saberes de experiência feito nos ensinaram sobre a necessidade de pesquisar e fazer extensão “com” os saberes ancestrais e suas contribuições na ciência.
Aprendizado e análise crítica
O fortalecimento das práticas populares com saberes das mulheres camponesas reverberou no fortalecimento do SUS no Município do sudeste goiano, ampliando as práticas de cuidado nos territórios da atenção básica. Na resistência, construímos territórios saudáveis e sustentáveis com redução das desigualdades sociais. O fortalecimento da rede de cuidados acadêmicos e populares em saúde desvelou conexões profundas com os múltiplos saberes e suas contribuições na formação acadêmica e dos territórios.
Conclusões e/ou Recomendações
A extensão é espaço indissociável do ensino e da pesquisa para criarmos comunidades epistêmicas que desvelam saberes nos territórios invisibilizados. A Tenda é um espaço político pedagógico de discussão, reflexões e denúncia as violências contra os povos e comunidades tradicionais, a degradação do Cerrado, a judicialização de comunidades do campo e a devastação da biodiversidade e espaço de produção de saúde, cuidado e territórios saudáveis.
TECENDO O CUIDADO À LUZ DA EDUCAÇÃO POPULAR EM SAÚDE: VIVÊNCIAS DO GRUPO DE RELAXAMENTO E BEM VIVER NA COMUNIDADE BOA ESPERANÇA, - JOÃO PESSOA-PB
Comunicação Oral
1 Universidade Federal da Paraíba
Período de Realização
A experiência teve início em 2019 e encontra-se em atividade até o presente momento
Objeto da experiência
Práticas de cuidado na Atenção Primária com base na Educação Popular, por meio de grupos comunitários, práticas integrativas e mobilização social.
Objetivos
Promover espaços e iniciativas de promoção da saúde no contexto da Atenção Primária à Saúde, através da metodologia da Educação Popular em Saúde, com ênfase na abordagem comunitária e nas práticas integrativas e populares de saúde.
Descrição da experiência
Os encontros do Grupo de Relaxamento e Bem Viver ocorrem semanalmente no salão da Ação Social Doce Mãe de Deus, na comunidade Boa Esperança, bairro Cristo Redentor, em João Pessoa-PB. Participam, majoritariamente, mulheres idosas da comunidade. As atividades promovem vivências, escuta empática e cuidado integral com uso das PICs e saberes populares, incluindo rodas de conversa, meditação, ventosaterapia, auriculoterapia, massagem e escalda-pés.
Resultados
A experiência tem proporcionado a construção de vínculos e fortalecimento dasredes de apoio social locais, valorizando a escuta mútua e os saberes populares. Asmoradoras relatam benefícios significativos para a saúde individual e coletiva, comoo enfrentamento da ansiedade, melhora da autoestima e adoção de práticas decuidado mais sustentáveis. Estudantes ampliaram a compreensão sobre o cuidadoem saúde, desenvolvendo empatia, respeito e ações humanizadas junto àcomunidade.
Aprendizado e análise crítica
O Grupo revela a Educação Popular como abordagem que promove partilhas e aprendizados mútuos na APS. Discentes em formação conhecem a saúde para além dos sintomas biomédicos, considerando território, cotidiano, histórias de vida e enfrentamentos, o que contribui para a formação crítica, humanizada e dialógica dos futuros profissionais de saúde.
Conclusões e/ou Recomendações
Apesar dos desafios, o grupo mostra que é possível criar espaços de cuidado etransformação, destacando o protagonismo das pessoas em seus processos desaúde. A partir dessa experiência, recomenda-se à APS o incentivo a criação efortalecimento de grupos e ações comunitárias como estratégia de promoção dasaúde, ampliando o vínculo entre equipe e território, e reconhecendo saberespopulares como parte integrante do cuidado

Realização: