Programa - Comunicação Oral - CO13.4 - Residências em Saúde: Inovação e Formação para o SUS I
30 DE NOVEMBRO | DOMINGO
15:00 - 16:30
A EXPERIÊNCIA DA FIOCRUZ DE INTERNACIONALIZAÇÃO DE RESIDÊNCIAS EM SAÚDE
Comunicação Oral
GUTIÉRREZ, Adriana Coser1, RODRIGUES, Carla Filizola2, RIBEIRO, Patricia Canto2, ABRUNHOSA. Marcela Alves2
1 Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca (Ensp)
2 Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Vice-Presidência de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde (VPAAPS)
Período de Realização
O programa foi realizado com edições em 2024 e 2025.
Objeto da experiência
A gestão do Programa de Estágio Internacional das Residências em Saúde da Fiocruz, em parceria com a Escola Nacional de Saúde Pública de Cuba.
Objetivos
Compartilhar a experiência de aprendizado da rede de sistema e serviços de saúde em Cuba, com ênfase em atenção primária; apresentar a vivência comparada aos sistemas de saúde; evidenciar o desenvolvimento de competências interculturais; contribuir para a troca de conhecimento e boas práticas.
Descrição da experiência
O Brasil não acumula experiências de programas de internacionalização das residências em saúde, financiados por instituições públicas. A Ensp teve uma função pioneira nesse processo, o que permitiu à Presidência da Fiocruz ampliar a iniciativa para um programa, a partir de processo seletivo interno (R2, R3 ou R4), composto por um grupo de cerca de 15 residentes, acompanhados por preceptores, provenientes de diferentes unidades e programas de residências, incluindo as ações afirmativas.
Resultados
Integração dos programas em diferentes especialidades e áreas de concentração frente à vivência da Atenção Primária. Foram realizadas atividades diárias de preceptorias, ao final de cada dia, para sistematização do conhecimento individual e coletivo, que culminaram na sistematização um trabalho final. Vivência de diferentes cenários de práticas locais, frente a grupos populacionais vulnerabilizados, a partir da valorização dos sistemas públicos universais orientados pela Atenção Primária.
Aprendizado e análise crítica
A experiência com Cuba qualificou a compreensão sobre sistemas comparados universais, a valorização comunitária a partir das similaridades dos problemas de saúde. As atividades permitiram a reflexão crítica sobre os desafios de ambos os sistemas, acentuados pelo subfinanciamento e desigualdades sociais. A possibilidade de refletir sobre experiências e práticas reforçou a importância de adaptação às realidades locais. O conhecimento adquirido contribuiu na análise dos seus processos de trabalho.
Conclusões e/ou Recomendações
Concluímos que o programa é exitoso por integrar diferentes especialidades e áreas de concentração na vivência com ênfase na atenção primária em cenários próximos ao Brasil. As ações afirmativas são um diferencial de inclusão, principalmente em residências em área profissional. A iniciativa fortalece a missão entre países, podendo incentivar experiências similares, recomendamos o investimento para ampliação para a cooperação com outros países.
TUTORIA NA RESIDÊNCIA DE ENFERMAGEM EM ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE: ESTRATÉGIA DE APOIO, MEDIAÇÃO E FORTALECIMENTO NA FORMAÇÃO PARA O SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
Comunicação Oral
Arma, J.C1, Silva, A1, Silveira, L1, Acordi, I.1, Maciel, K.1, Fonseca, C1, Sanes, M1
1 Secretaria Municipal de Saúde de Florianópolis
Período de Realização
Março de 2024 até o presente momento, com ações sistematizadas e contínuas nos ciclos da residência.
Objeto da experiência
Atuação da tutoria como estratégia pedagógica na mediação, supervisão e qualificação do processo formativo na residência de enfermagem em APS.
Objetivos
Relatar a experiência da tutoria como elemento estruturante no desenvolvimento pedagógico da residência em enfermagem na APS, destacando seu papel na mediação entre residentes, preceptores e serviços, no apoio à formação crítica, e na articulação interprofissional e institucional.
Descrição da experiência
A tutoria é exercida por profissionais com experiência em formação para o SUS, com titulação mínima de mestre, atuando como referência pedagógica de até 10 residentes. Realiza supervisões presenciais nos campos de prática, reuniões sistemáticas com residentes, preceptores e coordenações, apoiando o desenvolvimento formativo, mediando conflitos e fortalecendo a integração ensino-serviço, com base na escuta ativa, afetividade e visão em rede.
Resultados
A presença da tutoria tem fortalecido o vínculo entre residentes e preceptores, possibilitado intervenções pedagógicas oportunas e qualificado a supervisão. Houve ampliação da comunicação entre os atores da residência e maior adesão aos processos de avaliação. A tutoria contribuiu para identificar fragilidades nos campos, apoiar planos de melhoria e promover o protagonismo dos residentes. A atuação fortalece a coesão do programa e favorece práticas colaborativas e interprofissionais.
Aprendizado e análise crítica
A experiência evidenciou a importância da tutoria como espaço de apoio formativo e de articulação política e pedagógica. A atuação exige sensibilidade, escuta, habilidades de comunicação e gestão de conflitos. A diversidade dos campos de prática e a complexidade das relações no cotidiano da APS demandam presença ativa da tutoria e estratégias adaptadas a cada contexto. O vínculo construído com residentes e preceptores foi essencial para qualificar o percurso formativo.
Conclusões e/ou Recomendações
A tutoria é um eixo estruturante na residência, promovendo a integração entre ensino e serviço, apoiando a formação crítica e fortalecendo o SUS como campo de aprendizado. Recomenda-se que programas de residência reconheçam institucionalmente essa função, garantindo carga horária protegida, qualificação permanente e apoio institucional para sua consolidação como dimensão estratégica à formação em saúde.
I ENCONTRO DE ORIENTADORES DE TRABALHO DE CONCLUSÃO DE RESIDÊNCIA – TRANSFORMANDO PRÁTICAS INTERPROFISSIONAIS EM PESQUISA
Comunicação Oral
Cruz, H. P.1, Soares, K. M. R.1, Araújo, M. R. B.1, Rocha, S. M. B.1, Queiroz, D. M.1, Maia, J. K. O.1, Brasil, J. M. B. B.1, Moura, L. L. N.1, Oliveira, M. J. A.1, Silva, N. I. O.1
1 ESP-CE
Período de Realização
16 de outubro de 2024, das 08h às 16h
Objeto da experiência
Atividade formativa voltada à qualificação da prática de orientação científica nos Programas de Residência Multiprofissional em Saúde.
Objetivos
Promover o encontro de orientadores de TCR para o diálogo e a troca de experiências sobre temas relevantes e atuais da pesquisa científica, à luz das diretrizes da residência e da prática interprofissional em saúde.
Descrição da experiência
Realizado em 16/10/2024, em Fortaleza-CE, formação presencial. A programação incluiu: construção colaborativa de árvore de motivação para o TCR, mesa de abertura institucional, palestras sobre saúde baseada em evidências, uso da inteligência artificial em pesquisas científicas, ética e avaliação de TCR, além de espaço de escuta e partilha de experiências entre os orientadores.
Resultados
A participação ativa dos orientadores revelou a necessidade de espaços formativos específicos. Destacaram-se como pontos fortes da formação: construção colaborativa entre pares; papel do orientador como facilitador da escrita científica; foco na pesquisa vinculada aos cenários de prática e demandas para futuras formações, especialmente sobre comunicação assertiva na orientação de TCR.
Aprendizado e análise crítica
A experiência evidenciou que espaços formativos fortalecem a atuação dos orientadores e ampliam sua compreensão sobre o papel pedagógico na residência. A troca entre pares favoreceu a reflexão crítica e a valorização da pesquisa aplicada aos cenários de prática. Os resultados apontam para a necessidade de continuidade dessas formações, especialmente com foco em temáticas como comunicação assertiva, ética na pesquisa e metodologias aplicadas ao SUS.
Conclusões e/ou Recomendações
O Encontro mostrou-se uma estratégia potente para qualificar a orientação científica na residência multiprofissional. A experiência reforçou a importância de espaços formativos que promovam a reflexão crítica sobre o papel do orientador e alinhamento da pesquisa aos cenários de prática. A qualificação dos orientadores contribui para a melhoria da qualidade dos TCR e para a consolidação da pesquisa como eixo estruturante da formação em saúde.
IMPLEMENTAÇÃO DO R3 EM SAÚDE DO CAMPO, FLORESTAS E ÁGUAS NO MUNICÍPIO DE CARUARU-PE: RELATO DE UMA EXPERIÊNCIA FORMATIVA INOVADORA
Comunicação Oral
Games, GP1, Dal Chiavon, AC1, Silva, GA1, Silva, RJ1
1 Núcleo de Ciências da Vida, Universidade Federal de Pernambuco (NCV-UFPE)
Período de Realização
Março/2025 a fevereiro/2026 (ano adicional em andamento) em Caruaru‑PE.
Objeto da experiência
Ano adicional do R3 MFC para atuação específica em territórios do campo, florestas e águas, vinculado ao NCV‑UFPE
Objetivos
Descrever o desenvolvimento e implementação do R3 em Saúde do Campo, Florestas e Águas para qualificar médicos de família e comunidade atuando em territórios rurais, florestais e aquáticos, conforme diretrizes da Política Nacional de Saúde Integral das Populações do Campo, Floresta e Águas
Descrição da experiência
O R3 iniciou em março de 2025, em Caruaru-PE, vinculado ao NCV-UFPE, com duas vagas ocupadas. As residentes atuam em unidades rurais, com atividades práticas, teóricas, territorialização, estudo dirigido, portfólio reflexivo e estágios externos, como em comunidades quilombolas. A proposta visa qualificar o cuidado integral nos territórios, alinhada aos princípios de equidade e da Política Nacional.
Resultados
Mesmo em fase inicial, observa-se fortalecimento do cuidado territorial, ampliação das práticas clínicas e reflexivas voltadas às especificidades dos territórios do campo. As residentes demonstram maior compreensão das necessidades da população e desenvolvimento de competências voltadas à interculturalidade, soberania alimentar, saúde ambiental e cuidado integral.
Aprendizado e análise crítica
A experiência evidencia a importância de formação específica para atuação nos territórios do campo, florestas e águas. Contudo, há desafios, como a dificuldade de garantir abrangência temática, considerando que a prática ocorre em um território específico. A inclusão de estágios externos e atividades teóricas tem sido essencial para mitigar essa limitação, mas reforça-se a necessidade de constante aprimoramento da proposta pedagógica.
Conclusões e/ou Recomendações
O R3 em Saúde do Campo, Florestas e Águas representa um avanço na formação de médicos e médicas de família e comunidade, alinhado às diretrizes da Política Nacional. Recomenda-se ampliar a iniciativa, diversificar cenários de prática, fortalecer redes de apoio, manter a articulação intersetorial e formar profissional com visão integral, crítica e sensível aos determinantes ambientais e sociais.
OS DESAFIOS DE IMPLANTAR PROGRAMAS DE RESIDÊNCIAS MULTIPROFISSIONAIS DESCENTRALIZADOS, ENTRE 2020 - 2025
Comunicação Oral
Birchler, C.M.1, Libardi, M.C.1, Calente, D.S.1, Almada, G.L.1
1 Instituto Capixaba de Ensino, Pesquisa e Inovação em Saúde (ICEPi/SESA)
Período de Realização
A implantação dos Programas de Residência Multiprofissionais no ES se deu entre 2020 e 2025.
Objeto da experiência
Descrever a implantação de 04 programas residências multiprofissionais de gestão estadual, de forma descentralizada, no Espírito Santo.
Objetivos
O objetivo deste trabalho é apresentar os desafios da implantação de 04 programas de residência multiprofissional de gestão estadual, de forma descentralizada, no estado do Espírito Santo, Brasil, buscando fortalecer os espaços para a atuação dos profissionais na atenção básica e na atenção especializada.
Descrição da experiência
Os programas de residência multiprofissional nas áreas de Cuidados Paliativos, Saúde Coletiva (Ênfase em Vigilância em Saúde), Saúde da Família e Saúde Mental foram implantados em 2020, com os desafios de atender as demandas regionais de formação identificadas pela gestão estadual e pela Comissão de Integração Ensino-Serviço. A proposta de interiorizar a formação em saúde atende ao propósito de fixação de profissionais em cidades do interior do Estado, diminuindo a concentração na capital Vitória.
Resultados
Foram implantados 4 programas de residência multiprofissional, com vagas destinadas a 12 categorias profissionais. Atualmente, estão em 10 municípios, nas 4 macrorregiões de saúde do Estado. O caminho da descentralização foi assertivo, estimulando mudanças no campo da assistência e na formação, colocando as residências multiprofissionais na pauta dos gestores locais, promovendo mudanças de prática no cotidiano dos serviços e, em especial, buscando ampliar o cuidado ofertado ao usuário.
Aprendizado e análise crítica
Há muitos desafios no acompanhamento das atividades nos cenários, principalmente relacionados ao distanciamento geográfico. Este acompanhamento ocorre, na maioria das vezes de forma remota, em reuniões com a gestão local, preceptores, tutores e residentes fazendo uso das tecnologias disponíveis. A diversidade de categorias profissionais permitiu construir novos saberes, práticas e tecnologias, ampliando e diversificando o acesso à saúde e contribuindo com a qualificação dos serviços.
Conclusões e/ou Recomendações
Compreendemos ter atendido a um dos princípios doutrinários do SUS, a regionalização, visando, ofertar à população a equidade e a integralidade do cuidado em saúde, além de promover relações cooperativas entre gestores e qualificação dos processos de trabalho. É fundamental ter instrumentos que permitam acompanhar as pactuações com os municípios, desde aspectos estruturais até a compreensão do papel do residente como um profissional em formação.
QUALIFICAÇÃO DE PROJETOS DE PESQUISA EM RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL EM SAÚDE: EXPERIÊNCIA DESCENTRALIZADA EM TERRITÓRIOS VIVOS
Comunicação Oral
Cruz, H. P.1, Holanda, K. M. R. S.1, Queiroz, D. M.1, Rocha, S. M. B.1, Anchiêta, T. M.1, Araújo, M. R. B.1, Rocha, M. I. M.1, Oliveira, C. M.1, Maia, J. K. O.1, Castro, C. R. S.1
1 Escola de Saúde Pública do Ceará
Período de Realização
De 17 a 28 de fevereiro de 2025
Objeto da experiência
Planejamento e avaliação de seminários descentralizados de qualificação dos projetos de pesquisa de residentes da ESP/CE.
Objetivos
Relatar a experiência do planejamento e avaliação dos seminários de qualificação dos projetos de pesquisa desenvolvidos por residentes vinculados à Gerência de Residência Multiprofissional da Escola de Saúde Pública do Ceará (ESP/CE), realizados de forma descentralizada nos municípios cearenses.
Descrição da experiência
Refere-se à realização dos seminários de qualificação dos projetos de pesquisa da residência multiprofissional em saúde, ocorridos de forma descentralizada nos 24 municípios e 14 hospitais do Ceará, entre 17 e 28 de fevereiro de 2025. A Gestão de Pesquisa da ESP/CE coordenou o processo por meio de um manual orientador, contendo normas e cronograma, com apoio dos supervisores locais, responsáveis por organizar as bancas e acompanhar os residentes conforme as diretrizes estabelecidas.
Resultados
Participaram da qualificação, 367 residentes, de 14 categorias da saúde, nos componentes comunitário e hospitalar, em 24 municípios e 14 hospitais do Ceará. Os projetos apresentaram diversidade temática, incluindo investigações de campo, metodológicas e relatos de experiência. Como resultado, 86 residentes submeteram seus projetos ao Comitê de Ética, fortalecendo a produção científica. A iniciativa reafirma o caráter formativo e a devolutiva qualificada aos cenários de prática.
Aprendizado e análise crítica
A qualificação descentralizada dos TCRs mostrou-se eficaz para fortalecer a formação crítica dos residentes, articulando pesquisa e prática. Envolveu o engajamento de residentes, orientadores, supervisores e equipe pedagógica. Apesar de desafios logísticos, a experiência demonstrou a viabilidade de práticas formativas baseadas na corresponsabilidade e valorização dos contextos locais. O processo consolidou-se como espaço de orientação e aprimoramento científico na residência multiprofissional.
Conclusões e/ou Recomendações
A experiência da qualificação descentralizada reafirma o potencial da residência multiprofissional em promover formação crítica, integrada aos cenários de prática. A articulação entre os atores envolvidos e a valorização dos contextos locais fortaleceram o processo formativo, ampliando a qualidade da produção científica e o compromisso com a realidade dos serviços de saúde.