Sessão Assíncrona


SA10.1 - INTEGRAÇÃO DAS ÁREAS DA SAÚDE COLETIVA: SITUAÇÃO DE SAÚDE E PRODUÇÃO DO CUIDADO (TODOS OS DIAS)

42643 - (IM)PORTA O PESO NO CUIDADO A PESSOAS COM OBESIDADE?: ENREDANDO NOVAS TESSITURAS…
JULIEDE DE ANDRADE ALVES - UFBA, LILIAN MIRANDA MAGALHÃES - UFBA, MICHELI SOARES DANTAS - UFBA, LIGIA AMPARO-SANTOS - UFBA


Apresentação/Introdução
O peso corporal está no centro de uma disputa de narrativas no contexto contemporâneo. De um lado, a ciência da obesidade evoca o emagrecimento como fundante para a promoção da saúde e prevenção de doenças. De outro, encontram-se narrativas oriundas da própria ciência somadas aos movimentos anti-gordofobia que trazem à tona pautas como a do peso corporal como evidência de saúde e beleza.


Objetivos
Refletir sobre a importância do peso corporal para a promoção da saúde

Metodologia
Como estratégia para realizar uma reflexão sobre este debate, foram analisados dois posts de uma digital influencer anti-gordofobia e dois casos selecionados a partir de um estudo etnográfico realizado em um Centro de Atenção Secundária (CAS) do SUS, localizado em Salvador-BA. O estudo foi desenvolvido no decurso de uma tese de doutorado, entre os meses de janeiro e julho de 2019. Embora tenham ocorrido no mesmo serviço de saúde, cada caso está situado em um espaço de atenção distinto, considerando a diversidade de práticas de cuidado que o serviço propõe: o Ambulatório de Práticas Integrativas e Complementares e o Ambulatório de Obesidade da Residência Médica em Endocrinologia

Resultados
Há uma demanda concreta de criação de novas versões e formas de tecer o cuidado. A proposição emerge do entendimento de que não é só o peso que importa. Essa percepção, que parecia se restringir aos estudos críticos da obesidade e dos movimentos, é também entendida por profissionais de saúde. Consideramos imperar uma possível virada epistêmica sobre o modo de pensar e agir no cuidado a pessoas com obesidade, o caminho do meio evocado está em devir. Porém, o caminho do meio parece não se confundir com o caminho da neutralidade, ou uma terceira via, resultantes do perfeito equilíbrio entre duas coisas, pois seria incompatível com a dinâmica da vida e dos corpos que estão em constante fluxo.


Conclusões/Considerações
O caminho do meio parece ser promissor quando se trata de provocar deslocamentos nos modos de cuidado em busca de estratégias que não considerem a redução do peso corporal como a única via para o alcance da saúde. A mediação do peso corporal deve primar as singularidades, as contextualidades e os marcadores interseccionais que delineiam os viventes e o lidar com a saúde como potência do existir e produzir vidas justas e dignas.