Comunicação Coordenada

24/11/2022 - 08:30 - 10:00
CC3.32 - O DESAFIO DA PREVENÇÃO E CUIDADO NO ENFRENTAMENTO DA VIOLÊNCIA NO SUS

41641 - PERCEPCAO DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE E GESTORES SOBRE VIOLÊNCIA INSTITUCIONAL E VIOLAÇÃO DE DIREITO NA ATENÇÃO A MULHER NA GESTAÇÃO DE ALTO RISCO
ANA PAULA CAVALCANTE RAMALHO BRILHANTE - UECE/CE, SOLANGE L‟ABBATE - UNICAMP/SP, ISABEL MORALES MORENO - UCAM/ ESPANHA, ÂNGELA ALENCAR ARARIPE PINHEIRO - UFC/CE, RAIMUNDA MAGALHÃES DA SILVA - UNIFOR/CE, ANTÔNIO RODRIGUES FERREIRA JUNIOR - UECE/CE, MARIA SALETE BESSA JORGE - UECE/CE


Apresentação/Introdução
A violência institucional na gestação está presente quando as redes de atenção, em especial a atenção básica (AB) e atenção especializada (AE) não garantem o acesso das gestantes, ocorre peregrinações na busca por atendimento, aos exames, medicamentos e outros. A presente pesquisa trata de um recorte da tese de doutorado da primeira autora sobre violência institucional na gravidez de alto risco.

Objetivos
Conhecer a percepção dos profissionais de saúde e gestores sobre violência institucional na gestação de alto risco.


Metodologia
Pesquisa de abordagem qualitativa realizada em unidades básicas de saúde das seis regionais de saúde, localizadas em Fortaleza-CE. Os sujeitos participantes foram 18 profissionais de saúde (médicos e enfermeiras). Realizou-se entrevista semiestruturada como técnica de coleta, tendo questões norteadoras acerca da percepção dos profissionais de saúde e gestores sobre a violência institucional na gestação. A discussão dos dados foi realizada por meio da análise temática, utilizou-se as três etapas, a saber: pré-análise, exploração do material, tratamento dos resultados - inferência e interpretação. As entrevistas aconteceram no ano de 2017, após aprovação do comitê de ética.

Resultados
Revelou deficiência no conhecimento sobre violência institucional a mulher na gestação por parte dos profissionais de saúde e gestores, conforme alguns discursos abaixo:
[...] para mim é aquela mulher que está lá na maternidade, que escuta uma piada, que não quer ter o parto normal, mas tem que ter o normal ou o contrário.. (G 8).
[...] nunca ouvi falar nesse tipo de violência, somente agora com você (G 3 )
[...] não sei se é violência, elas dizem que não tem vaga... já veio paciente com HIV positivo, com resultado com três meses atrás, e sem tratamento (T18).
[...] A falta de medicamentos, exames, vagas para o pré-natal de alto risco... O Estado, tem que garantir esse acesso (T7).


Conclusões/Considerações
A pesquisou revelou que a violência institucional está presente nas Redes de AB e AE, que existe deficiência no conhecimento por parte de profissionais de saúde e gestores em relação a essa temática. A pesquisa demonstra a complexidade vivenciada pelas gestantes, trazendo a necessidade de reorganização e integração das redes de AB e AE do município estudado, para garantir acesso com qualidade a mulher na gestação e desnaturalização do problema.