Sessão Assíncrona


SA3.37 - DOENÇAS TRANSMISSIVEIS: VIGILANCIA , GESTÃO E CUIDADO (TODOS OS DIAS)

38998 - IDENTIFICAÇÃO DE ÁREAS PRIORITÁRIAS PARA VIGILÂNCIA DE HANSENÍASE NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
JAQUELINE DOS SANTOS OLIVEIRA - UFRJ, ANDRÉ LUIZ DA SILVA - SES-RJ, HEITOR LEVY FERREIRA PRAÇA - FIOCRUZ, ALEXANDRE SAN PEDRO SIQUEIRA - UFRJ, GERUSA BELO GIBSON DOS SANTOS - UFRJ


Apresentação/Introdução
Apesar da disponibilidade de tratamento eficaz, a hanseníase persiste como uma doença negligenciada de relevância em saúde pública, cuja redução da carga da doença configura como meta das principais agendas globais de desenvolvimento sustentável. No Brasil, a endemia se caracteriza por grandes desigualdades regionais em relação aos indicadores epidemiológicos e operacionais.

Objetivos
Identificar áreas prioritárias para vigilância da hanseníase no Estado do Rio de Janeiro com base na análise cluster de alto risco de transmissão no período de 2009 a 2019.

Metodologia
Para identificação das áreas de alto risco de transmissão foi utilizada a estatística de varredura espacial SCAN, considerando os municípios como unidades de análise. A análise puramente espacial assumiu um modelo discreto de Poisson, com base nos casos notificados no período de 2009 a 2019. Foram considerados quatro cenários epidemiológicos: ocorrência de conglomerados de detecção geral de casos de hanseníase, de detecção em menores de 15 e de detecção de casos com grau de incapacidade II. No último cenário, foram identificados conglomerados simultâneos dos indicadores de transmissão e oportunidade de detecção de caso.

Resultados
No cenário que considerou a detecção geral, o cluster com maior risco relativo (2,06) foi formado pelos municípios de Itaboraí, Magé e Guapimirim, Já a detecção em menores de 15 anos, destaca-se o cluster formado por Magé, Duque de Caxias e Guapimirim, cuja população correspondeu à 8,3% do estado e concentrou 15,8% dos casos do período. Em relação ao grau II de incapacidade, o maior risco relativo (2,86) foi do cluster formado por Magé, Duque de Caxias e Guapimirim. Na análise de conglomerados simultâneos foram identificados dois clusters, um formado por Guapimirim (Região Serrana) e outro pelos municípios de Queimados, Japeri e Nova Iguaçu (Metropolitana I).

Conclusões/Considerações
A identificação de municípios de alto risco para a transmissão da hanseníase no estado do Rio de Janeiro, em especial aqueles que concentraram simultaneamente os três cenários analisados, é fundamental para o estabelecimento de prioridades no planejamento de intervenções focais, bem como para avaliação do impacto das ações de vigilância e controle da doença.