Comunicação Coordenada

23/11/2022 - 08:30 - 10:00
CC1.7 - SAÚDE, AMBIENTE E SOCIEDADE: INTERFACES ENTRE AS VULNERABILIDADES

38893 - DOR MULTIRREGIONAL E TRABALHO: UM ESTUDO COM PESCADORES ARTESANAIS
ANA CARINE CARVALHO CARDOSO - PPGSAT/FAMEB/UFBA, VERÔNICA MARIA CADENA LIMA - PPGSAT/DEST/UFBA, RITA DE CÁSSIA PEREIRA FERNANDES - PPGSAT/FAMEB/UFBA, RITA DE CÁSSIA FRANCO RÊGO - PPGSAT/FAMEB/UFBA


Apresentação/Introdução
Os distúrbios musculoesqueléticos (DME) estão entre os principais problemas de saúde pública mundial. Os DME são complexos, multifatoriais e a dor é frequentemente relatada em mais de um local do corpo. A dor musculoesquelética multirregional (DM) acomete consideravelmente os trabalhadores (formal e informal), com alto impacto na capacidade para o trabalho e na ocorrência de absenteísmo.

Objetivos
Investigar a prevalência de dor musculoesquelética multirregional (DM), nos últimos sete dias, em trabalhadores da pesca artesanal, residentes em duas localidades da Baía de Todos os Santos, Bahia, Brasil.

Metodologia
Pesquisa desenvolvida a partir de dois estudos transversais realizados nas comunidades de Saubara e Santiago do Iguape em 2013 e 2017, respectivamente, com 457 trabalhadores da pesca artesanal. A variável número de locais de dor (LD) por indivíduo foi a soma dos locais de dor em oito regiões do corpo, sendo classificada em três categorias: indivíduos sem dor, com dor em um único local do corpo e com dor multirregional. Foram estimadas a prevalência de DM, as proporções de dor simultânea para cada um dos oito locais do corpo e calculadas as RP de um local do corpo considerando todos os outros locais.

Resultados
A prevalência de dor única e de DM, nos últimos sete dias, entre os trabalhadores da pesca artesanal foi de 13,5% e 70,7%, respectivamente. A prevalência de indivíduos com dor única variou entre 0,7% (ombro) e 4,8% (região lombar). Enquanto a prevalência de dor por local variou de 36,8% no ombro a 62,6% na região lombar. Observou-se elevada prevalência de DM em todos os locais do corpo, variando de 92,3% na região lombar a 98,2% em ombro. Foi alta a frequência de cervicalgia com dor simultânea em outro local (96,7%). Entre os indivíduos com dor na lombar observou-se uma associação mais forte com a dor na parte superior das costas (RP = 3,6) do que com a dor em membros superiores (RP = 2,3).

Conclusões/Considerações
A DM tem uma alta magnitude entre os trabalhadores da pesca artesanal, caracterizados pelo trabalho informal, em comparação com a dor em um único local do corpo, no período de sete dias, com destaque para dor na região lombar. Os achados sugerem que, em geral, a associação entre dois locais de dor mais próximos é maior, quando comparado a locais mais distantes. Ações de vigilância da saúde precisam ser desenvolvidas para estes trabalhadores.