23/11/2022 - 08:30 - 10:00 OL2 - OUTRAS LINGUAGENS 2 |
38901 - REFLEXÕES SOBRE CORPO E SAÚDE: INTERSEÇÕES ENTRE O DANÇAR E O ATO DE ENSINAR FERNANDA JORGE MACIEL - ESP-MG, RENATHA DE CARVALHO MAIA - KINESIS E PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO DA UFOP
Período de Realização fevereiro de 2022
Objeto da experiência A dança como disparador da problematização sobre corpo e saúde, à luz dos estudos de deficiência, para alunos de Especialização em Saúde Pública
Objetivos Discutir sobre o uso da dança como mobilizador de afetos dos alunos-trabalhadores e como disparador de reflexões sobre corpo e deficiência e sobre os modos como as concepções de corpo interferem no cuidado em saúde
Metodologia A aula iniciou-se com apresentação de dança, que teve a improvisação como processo de criação, realizada pelas docentes - mulher com deficiência e bailarina convidada. Seguiu-se à escuta de trecho do podcast, apresentado por dois homens cegos, abordando as capacidades do humano, a partir da filosofia. Os alunos compartilharam suas impressões e compreensões sobre o que é deficiência e seguiu-se discussão sobre modelos de deficiência, formas de cuidar e de olhar para o diferente.
Resultados Os alunos relataram que disparar as discussões sobre deficiência a partir da dança possibilitou o questionamento das noções pré-estabelecidas, marcadas predominantemente pelo modelo biomédico. Além disso, apontaram que, por meio da arte, foram mobilizados outros afetos, abrindo brechas por vias menos cognitivas, racionais, para ressignificar o lugar da deficiência e repensar sobre o modo como acontece o cuidado em saúde desses grupos, e como se olha para essas pessoas.
Análise Crítica A improvisação funcionou como desestabilizadora do modo de ensinar e aprender. Isso porque esse estilo de dança não apresenta formas prontas de gestos e movimentos, o que provocou os observadores a pensarem sobre o que é dança e sobre quem pode dançar. Mostra também a importância de um ensino que olhe para os sujeitos como singulares. Além disso, a dança colocou o corpo como protagonista da narrativa, deslocando os alunos a buscarem compreender por meio do sensível e não apenas da palavra.
Conclusões e/ou Recomendações O uso de práticas mais sensoriais em detrimento das cognitivas, associada à problematização, convoca outros contornos para o aprender/ensinar. A dança, ao colocar o corpo na cena da sala de aula, num diálogo entre os diversos, buscou ativar o sensível, permitindo visibilizar a potência dos corpos, questionar os limites de concepções normatizadoras da deficiência e valorizar as possibilidades de (re)invenção do humano.
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