Sessão Assíncrona


SA7.4 - SAÚDE DO TRABALHADOR II (TODOS OS DIAS)

42572 - O JOVEM TRABALHADOR DA SAÚDE: PRECARIZAÇÃO DO TRABALHO NA RESIDÊNCIA EM ÁREA PROFISSIONAL DA SAÚDE
CAMILLE CORREIA SANTOS - ESPJV


Apresentação/Introdução
O Programa de Residência em Área Profissional da Saúde,é considerado estratégia de (re)orientação profissional, com formação orientada pelo e para o trabalho.No entanto, pode ser um processo contraditório:para os gestores a formação oferecida está “(re)orientando” a formação dos profissionais,para os residentes pode caracterizar a reprodução de relações precarizadas do trabalho em saúde.

Objetivos
Compreender a partir da relação entre formação e trabalho, como o treinamento em serviço nos moldes da residência reflete a reprodução das formas de precarização do trabalho em saúde.

Metodologia
A pesquisa tem referencial teórico nas concepções do materialismo histórico-dialético. Desenvolvida na perspectiva qualitativa, e como procedimento metodológico utiliza técnicas de análise documental e entrevistas semi-estruturada. Foram realizadas 14 entrevistas, sendo 10 residentes, 2 preceptores e 2 coordenadores para identificar as motivações para inserção na residência, captar e compreender as associações entre a formação e trabalho precarizado na residência. Os dados foram categorizados pelos núcleos temáticos que emergiram e posteriormente analisados. Pesquisa foi submetida ao Comitê de Ética em Pesquisa segundo a Resolução do CNS n°. 466/2012.

Resultados
A residência foi considerada como um trabalho híbrido, por a gente está no trabalho, e não ser considerado trabalhador. Marcada também por vezes, pelas características de repetitivo, alienado, sem caráter formativo, sem reflexões e até mesmo precarizada. Foi constatado que os residentes estão submetidos as condições de trabalho precários, com jornadas extensas de trabalho, relações precárias e sem garantias de benefícios trabalhistas. Há que inferir que a residência não é só a manifestação da precarização do trabalho do mundo contemporâneo, ela se constitui um processo de precarização desde a sua concepção, se manifesta como um reflexo da precarização do trabalho em saúde.

Conclusões/Considerações
Os residentes estão submetidos a forma mais recente da precariedade. Considerada trabalho para além do seu sentido ontológico, como trabalho no sentido econômico adquirido no modelo capitalista de emprego. Essa hibridez do trabalho/formação, sendo uma máscara do caminho do aprendizado pelo e para trabalho que justifica a reprodução de um modelo precarizado de trabalho na saúde, indo na contramão da formação e do trabalho potencializador do SUS.