Sessão Assíncrona


SA7.4 - SAÚDE DO TRABALHADOR II (TODOS OS DIAS)

41091 - TRABALHO AGRÍCOLA COMO POTENCIAL DETERMINANTE PARA MORTALIDADE POR INSUFICIÊNCIA RENAL
CLEBER CREMONESE - UFBA, DOUGLAS LIMA - CGSAT, JULIET SANTANA - UFBA, CRISTIANO BARRETO DE MIRANDA - CGSAT, RAFAEL BURALLI - CGSAT


Apresentação/Introdução
Insuficiência Renal (IR) é caracterizada pela redução ou perda da capacidade funcional do rim. Além de causas consolidadas (hipertensão e diabetes), um conjunto de fatores ambientais e ocupacionais tem sido investigados. Na atividade agrícola, busca-se compreender o risco para IR por exposições a altas temperaturas, longa jornada laboral, baixa ingestão de água e contato com agrotóxicos.

Objetivos
Caracterizar o perfil dos registros de óbitos por todos os tipos de IR entre trabalhadores brasileiros da agropecuária em comparação aos demais trabalhadores e comparar o comportamento nos dois grupos, em uma série temporal entre 2006 a 2019.

Metodologia
Estudo de desenho ecológico, de análise de mortalidade por IR entre trabalhadores da agropecuária e demais trabalhadores no Brasil. Foram utilizados registros de Declarações de Óbito de trabalhadores com idade entre 20 e 59 anos de ambos os sexos (2006 a 2019). Microdados dos óbitos foram extraídos do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) e populações de trabalhadores no IBGE. Os determinantes investigados foram ano, sexo, raça/cor, faixa etária, escolaridade e Unidade Federativa (UF). Calculou-se coeficientes de mortalidade (CM) e mortalidade proporcional. Os dados secundários não identificáveis, de domínio público, dispensam a aprovação em Comitê de Ética em Pesquisa.

Resultados
Registraram-se 205.652 óbitos por IR no país (ocupação preenchida), sendo 34.824 (16,9%) agropecuários. Foram mais frequentes entre homens (80%), raça/cor branca (48%), faixa entre 50 e 59 anos (41%), nenhum ou até 3 anos de estudos (47%). Observou-se um aumento do CM por IR no decorrer da série histórica, em ambos grupos ocupacionais. Destaque para homens da agropecuária, partindo de 14 mortes/100 mil (2006), chegando a 46,3 óbitos/100 mil (2019). Todas UF apresentaram aumento no registro de óbitos por IR, porém a variação percentual foi superior nos trabalhadores do campo. Destaque para Sul e Centro Oeste com CM superior entre trabalhadores agropecuários vs. não agropecuários.

Conclusões/Considerações
O aumento da incidência e da mortalidade por IR, a nível global, é um desafio para gestores e profissionais da saúde. Além dos aspectos de risco já evidenciados, há necessidade de compreensão da relação do processo de trabalho, em especial, na agropecuária. Ações de educação e prevenção coletivas, vigilância dos trabalhadores e atividades gerais e locais, são necessárias para diminuir os números de óbitos por IR no país.