Sessão Assíncrona


SA7.4 - SAÚDE DO TRABALHADOR II (TODOS OS DIAS)

39892 - PREVENÇÃO E MANEJO DO TRABALHO ENTRE TRABALHADORES DE SAÚDE DA APS NO COMBATE À COVID-19
TAIA CAROLINE NASCIMENTO FERNANDES; - PESQUISADORA DO INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA/UFBA, MÔNICA ANGELIM GOMES DE LIMA - DOCENTE DO PPGSAT/FMB/UFBA, JANAÍNA FERREIRA DA SILVA - GRADUANDA DA FACULDADE DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA/UFBA, MICHELE ALMEIDA DOS SANTOS - GRADUANDA DA FACULDADE DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA/UFBA, JUCIDALVA NASCIMENTO GOMES - PESQUISADORA DO INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA/UFBA, MARCELO CASTELLANOS - DOCENTE DO PPGSC ISC/UFBA


Apresentação/Introdução
As condições e a organização do trabalho em saúde na APS foram transformadas durante a pandemia da COVID-19. O contraste entre as normativas e o trabalho real desafiou os trabalhadores a criarem estratégias para permanecerem em atividade.

Objetivos
Explorar experiências de trabalhadores da APS, quanto às modificações do trabalho, estratégias individuais e coletivas para evitar a contaminação, permanecer em atividade e reduzir impactos nas relações sociais durante a pandemia da COVID-19.

Metodologia
Foram realizadas 81 entrevistas semiestruturadas com diversas categorias profissionais, em quatro distritos sanitários de saúde de Salvador/BA com diferentes características sociodemográficas. As entrevistas remotas ou presenciais foram realizadas entre os meses de julho a outubro/2021. A análise, inspirada na etnometodologia, orientou-se às adaptações e estratégias produzidas na rotina do trabalho durante a pandemia

Resultados
Da população entrevistada, 86% são do sexo feminino, 56% se autodeclararam pretas e a faixa etária variou entre 20 e 60 anos. As normativas da gestão municipal propuseram a reorganização do processo de trabalho da APS com enfoque na suspensão e/ou restrição de agendas, utilização de tecnologia de informação e comunicação e a reorganização dos fluxos internos de acolhimento/atendimento aos usuários. Os trabalhadores relataram modificações no trabalho como a interrupção das atividades no território, redução das atividades coletivas. Sobre as estratégias individuais e coletivas destacaram-se a realocação dos trabalhadores e a reconfiguração da equipe.

Conclusões/Considerações
A APS sofreu bastante com a “descaracterização” do seu trabalho. Os trabalhadores criaram e adaptaram estratégias para construir possibilidades de autoproteção e permanência no trabalho. O trabalho coletivo é recuperado na recomposição do grupo, nas micro-negociações que abrem espaço para reconhecer e agir no sentido da proteção de trabalhadores na negociação interna das tarefas e ajustes das atividades.