SA7.4 - SAÚDE DO TRABALHADOR II (TODOS OS DIAS)
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39113 - RENDIMENTO DE MÉDICOS NO BRASIL: UM ESTUDO SOBRE FONTES DE INFORMAÇÕES LUCAS SALVADOR ANDRIETTA - USP, MÁRIO CÉSAR SCHEFFER - USP, FELIPE OLIVEIRA RIBEIRO - USP, MÁRIO DAL POZ - UERJ
Apresentação/Introdução Dados sobre o rendimento de médicos são relevantes para políticas de saúde bem informadas, tanto pelo papel estratégico quanto pelo volume de recursos que suas atividades representam para os sistemas de saúde. No Brasil, múltiplas fontes de dados mensuram a renda desses profissionais, cada uma com peculiaridades que geram um quadro complexo e heterogêneo.
Objetivos O objetivo de este estudo é explorar os aspectos metodológicos de diferentes fontes de dados, apontando suas potencialidades e limitações como ferramenta orientadora de decisões políticas e planejamento da força de trabalho em saúde.
Metodologia O critério para escolha das fontes foi a existência de informações sobre o número de médicos cobertos ou registrados em cada base e o rendimento mensal per capita. Optou-se por variáveis com potencial de comparabilidade. Os dados obtidos foram estratificados segundo sexo e Grande Região Geográfica. Priorizou-se o rendimento obtido exclusivamente do exercício profissional da Medicina. Foram consideradas a série histórica, a periodicidade e a data da última atualização em cada base consultada. Analisou-se dados para o rendimento mensal médio em 2019, por gênero e macrorregião, em quatro levantamentos distintos: Pnad Contínua, RAIS, Demografia Médica e declarações do IRPF.
Resultados As 4 fontes fornecem informações relevantes. As desconformidades advêm da diversidade de objetivos, métodos de coleta, conceitos, variáveis e unidades de análise.
A renda nos inquéritos (Pnad e DMB) tem relativa convergência e expressam melhor o rendimento exclusivo do exercício profissional.
A desigualdade por gênero se confirmou nas quatro bases. A RAIS indica que em contratos formais de trabalho há maior equivalência entre homens e mulheres. As DIRPF evidenciam que rendimentos de origem patrimonial acentuam a disparidade a favor dos homens.
Há divergências nos dados por região. As comparações demandam cautela e são dificultadas pela natureza das bases e a concorrência de múltiplos fatores.
Conclusões/Considerações Confirma-se a heterogeneidade dos dados. Embora eventuais lacunas e discrepâncias entre fontes limitem conclusões contundentes, a análise das diferentes metodologias pode sugerir hipóteses relevantes para estudos aprofundados. Sugere-se que análises feitas com uma fonte única podem ter distorções significativas. Portanto, deve-se promover o uso de fontes múltiplas para orientar conclusões que considerem a complexidade dos diferentes levantamentos.
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