Comunicação Coordenada

22/11/2022 - 08:30 - 10:00
CC7.7 - DIÁLOGOS ENTRE OS DESAFIOS DO TRABALHO CONTEMPORÂNEO E A SAÚDE DO TRABALHADOR

40064 - “COMO EU VOU DAR CONTA DISSO?”: TRANSFORMAÇÕES E DESAFIOS DO TRABALHO DO AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE
APONIRA MARIA DE FARIAS - FIOCRUZ MINAS, EDIL FERREIRA DA SILVA - UEPB


Apresentação/Introdução
Este trabalho é um recorte de dissertação que utilizou de pesquisa qualitativa empírica para conhecer o trabalho das agentes comunitários de saúde, as atividades desenvolvidas, as transformações pelas quais passaram, inclusive com o surgimento da pandemia de covid-19. Foi utilizada escuta coletiva presencial com sete ACS do sexo feminino, método proposto pela Psicodinâmica do Trabalho.

Objetivos
Objetivo geral: compreender as transformações do trabalho do ACS e seus desafios, inclusive com o surgimento da pandemia de covid-19.

Metodologia
Trata-se de uma pesquisa qualitativa realizada em uma Unidade Básica de Saúde da Família (UBSF). Os participantes da pesquisa foram 7 agentes comunitárias de saúde. Utilizou-se de 5 encontros de discussão coletiva presencial com as trabalhadoras, com duração média de uma hora e meia. Durante as discussões coletivas, foi feito o registro de dados através da gravação de áudio. Ao final do processo, um último encontro foi realizado, em julho de 2020, para devolutiva e validação. Os dados passaram por análise temático-categorial.
A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual da Paraíba, sob o CAEE 61134116.5.0000.5187.

Resultados
Os participantes são do sexo feminino, entre 30 e 53 anos, com carga horária de trabalho de trinta horas semanais. Após a análise dos dados das entrevistas, emergiram três categorias: O fazer das ACS: contexto, demandas e ações; Mudanças no fazer do ACS: burocratização, metas e sobrecarga; Invisibilidade e intermitência do trabalho.
Elas relataram mudanças na prática e rotina profissional, burocratização do trabalho, sobrecarga e acúmulo de funções. Com a emergência da covid-19, elas não tiveram treinamento para lidar com as demandas da nova doença, não receberam EPI e não tiveram acesso à testes, nem assistência técnica, logística ou psicológica.


Conclusões/Considerações
Evidenciou-se a carência de escuta e de um espaço de deliberação onde as ACS pudessem compartilhar suas angústias e estratégias para dar conta do trabalho.
A informatização do sistema acirrou a necessidade de educação permanente. A pandemia de covid-19 as fez ter de conciliar as visitas domiciliares, com atividades burocráticas na Unidade, teletrabalho e as demandas domésticas, sobrecarregando-as ainda mais e causando desgaste psicológico.