Comunicação Coordenada

23/11/2022 - 08:30 - 10:00
CC13.14 - INTERSECCIONALIDADE, RACISMO E VIOLÊNCIA

40566 - ADAPTAÇÃO DE UM APLICATIVO DE PLANEJAMENTO DE SEGURANÇA PARA MULHERES BRASILEIRAS EM SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA POR PARCEIRO ÍNTIMO: UMA PESQUISA-AÇÃO PARTICIPANTE
ROZELI MARIA MATEUS VICELLI - UFPR, RITA ESTELA SALINO - UTFPR, JAINY COSTA ROSA - UFPR, MARYANA ARANTES - UFPR, SANDRA MARQUES PRADO - SMC, DABNEY P. EVANS - UNIVERSIDADE EMORY, NANCY GLASS - UNIVERSIDADE JOHNS HOPKINS, TAYSA SCHIOCCHET - UFPR, MARCOS CLAÚDIO SIGNORELLI - UFPR


Apresentação/Introdução
O Brasil está entre os países que mais registram feminicídio; muitas dessas mortes são precedidas por violências cometidas por parceiros íntimos (VPI). O planejamento de segurança (PS) é uma estratégia promissora para evitar a escalada da VPI, bastante utilizado e testado em países de alta renda.

Objetivos
Realizar a adaptação transcultural concomitante à co-criação de uma estratégia de planejamento de segurança adaptada à realidade e necessidades de mulheres que vivenciam situações de violência por parceiros íntimos e profissionais que as atendem.

Metodologia
O presente estudo se trata de pesquisa-ação participante, realizada através de grupos focais com 18 participantes (mulheres que vivenciam situações VPI e profissionais que as atendem). O estudo ocorre em colaboração entre UFPR e a Casa da Mulher Brasileira, em Curitiba. Após estudo de viabilidade realizado entre 2018 e 2020, a atual etapa iniciada em 2021 e em curso, propõe a adaptação transcultural e tradução de conteúdo de um aplicativo de SP do inglês para o português brasileiro, a revisão por especialistas e a apresentação do do conteúdo traduzido através de grupos focais. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Setor de Ciências da Saúde da UFPR.


Resultados
As categorias emergentes dos grupos focais incluíram: a) esclarecimento de questões jurídicas dentro no planejamento de segurança (PS), caso as mulheres decidirem deixar um relacionamento abusivo (por exemplo, divórcio/patrimônio, guarda compartilhada dos filhos) e como acessar a justiça; b) o PS deve ter linguagem simples, concisa e atualizada da rede intersetorial, informando as usuárias sobre os serviços oferecidos; c) o PS precisa interligar as mulheres a serviços especializados, onde equipes treinadas possam ouvi-las e apoiá-las; d) o aplicativo pode potencializar o papel da Casa da Mulher Brasileira cuidando de sobreviventes, permitindo o follow-up on-line de casos atendidos.

Conclusões/Considerações
A pesquisa-ação participante mostrou-se essencial para materializar um conteúdo de Planejamento de Segurança sob medida, adaptado às necessidades das mulheres brasileiras. Este conteúdo alimentará a versão protótipo do aplicativo, nosso próximo passo neste projeto, atualmente em andamento.