Comunicação Coordenada

22/11/2022 - 08:30 - 10:00
CC11.21 - FORMAÇÃO EM SAÚDE: ABORDAGENS E FERRAMENTAS

44008 - LIGA ACADÊMICA DE SAÚDE DA POPULAÇÃO NEGRA (LASPON) NA FACULDADE DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
HIAGO DANIEL HERÉDIA LUZ - UFVJM, JULIA RODRIGUES COSTA - FCMMG, CAROLINA SANTIAGO FERNANDES - UFMG, MARINA LÚCIA DE OLIVEIRA NASCIMENTO - UFMG, UNAÍ TUPINAMBÁS - UFMG


Período de Realização
Em vigência desde julho de 2021 na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Objeto da experiência
Alunos - de diferentes cursos da área de saúde, internos e externos à UFMG - e coordenadores integrantes da LASPON; Comunidade Quilombola dos Arturos.

Objetivos
Descrever a experiência dos discentes e coordenadores docentes frente à implementação da liga na Faculdade de Medicina da UFMG e os impactos deste processo dentro e fora dos muros da universidade, como no Sistema Único de Saúde (SUS).

Metodologia
Ensino, extensão e pesquisa foram os eixos que nortearam a criação e condução da liga. A partir do primeiro, foram ministradas aulas referentes a comorbidades prevalentes na população negra ou fatores que promovem maior vulnerabilidade em saúde dessa população. No segundo eixo, foi criado, em conjunto com lideranças locais, um projeto de extensão no Quilombo dos Arturos, localizado na zona metropolitana de Belo Horizonte. No terceiro, fomentou-se a escrita de livros e participação em eventos.

Resultados
Foi possível observar que a liga teve impacto positivo sobre os ligantes e coordenadores - abriu espaço para discussões e compartilhamentos de experiências em relação ao corpo negro dentro da universidade e do SUS. O convite de palestrantes e orientadores de maioria negra fomentou o pertencimento na academia. Observou-se resistência à entrada por alunos de outros cursos da área da saúde a um espaço considerado pertencente à faculdade de medicina, apesar da proposta multidisciplinar da liga.

Análise Crítica
A abertura do diálogo dentro da academia em relação às questões de raça por acadêmicos e profissionais de saúde é, infelizmente, um processo recente e pouco explorado, sendo escasso o número de organizações com este propósito. É fundamental também, desconstruir o papel do médico como entidade superior nas organizações de saúde, por meio da abertura para a entrada de outros profissionais em organizações universitárias, a fim de promover sua visibilidade e inclusão nas discussões de saúde.

Conclusões e/ou Recomendações
Desta forma, este relato reforça a importância da implementação de organizações como a Liga Acadêmica de Saúde da População Negra no espaço acadêmico, a fim de promover discussões de raça e integração de profissionais de saúde, impactando positivamente no senso de pertencimento.