SA11.4 - MÚLTIPLAS ABORDAGENS DA FORMAÇÃO EM SAÚDE (TODOS OS DIAS)
|
42496 - ANÁLISE RACIALIZADA SOBRE O PERFIL DE FORMAÇÃO E ATUAÇÃO EM ODONTOLOGIA: REVISÃO NARRATIVA DA LITERATURA JOÃO PEDRO ROQUE BESERRA - MESTRANDO EM SAÚDE PÚBLICA DA ENSP/FIOCRUZ, DANDARA CORRÊA SANTOS - MESTRANDA EM SAÚDE PÚBLICA DA ENSP/FIOCRUZ, IVO AURÉLIO LIMA JUNIOR - PROFESSOR DO DEPARTAMENTO DE CLÍNICA E ODONTOLOGIA PREVENTIVA DA UFPE, MÁRCIA PEREIRA ALVES DOS SANTOS - PROFESSORA DO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO/SAÚDE COLETIVA, FACULDADE DE ODONTOLOGIA, UFRJ, RODOLFO CASTRO - PROFESSOR DO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE PÚBLICA DA ENSP/FIOCRUZ
Apresentação/Introdução O Brasil possui a mais alta proporção mundial de dentistas, porém com um perfil de formação historicamente elitista. A formação e a atuação em odontologia devem atender as demandas de saúde bucal da população, fora da lógica de mercado. As ações afirmativas para acesso ao ensino superior suscitam o debate sobre a necessidade de adequação dos recursos humanos, sensíveis às relações étnico-raciais.
Objetivos Revisar a literatura sobre o perfil dos estudantes e egressos do curso odontologia, identificando as ações afirmativas, em vigor a partir de 2002, e a perspectiva étnico-racial nas publicações.
Metodologia Realizou-se pesquisa de revisão de literatura nas plataformas da Biblioteca Virtual em Saúde e da Scientific Electronic Library Online, utilizando palavras-chave em busca por títulos e resumos que incluíssem tanto o perfil de alunos como o de egressos dos cursos de Odontologia no Brasil – busca: “perfil AND (aluno OR acadêmico OR concluinte OR egresso OR estudante OR graduando OR ingressante OR ingresso) AND odontologia”. O método bola de neve identificou outros estudos a partir da bibliografia encontrada. Os critérios de inclusão foram ser estudos publicados a partir de 2002, com análise da condição sociodemográfica da população estudada e realizados em pelo menos uma universidade pública.
Resultados Dos 35 artigos encontrados, referência aos programas de ações afirmativas aparecem em apenas 15 publicações (42,8%) a partir de 2010, abordados como forma de combater a desigualdade em relação às oportunidades educacionais, potencializando e ampliando o acesso de grupos historicamente minoritários dentro da educação superior. O debate étnico-racial é pouco presente, aparecendo em apenas 9 publicações (25,7%) informações sobre a classificação de raça/cor dos alunos nessas instituições. Com graus incipientes de debate nas discussões apresentadas, a questão racial foi menos importante para a maioria dos pesquisadores do que o estado civil, status esse abordado em 20 dos 35 artigos (57,1%).
Conclusões/Considerações O debate racial é pouco presente e há carência de novos estudos para o campo que analisem a mudança de cenário advinda das ações afirmativas na odontologia. A ausência de dados sobre raça/cor se relaciona com a hegemonia dos corpos brancos nessas instituições, e os poucos estudos que abordam a questão racial o fazem de maneira superficial ou equivocada (utilizando termos como mulato), sendo raros os que debatem positivamente as ações afirmativas.
|