Sessão Assíncrona


SA11.4 - MÚLTIPLAS ABORDAGENS DA FORMAÇÃO EM SAÚDE (TODOS OS DIAS)

38916 - PROPOSTA DE CAPACITAÇÃO NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE PARA O ATENDIMENTO DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA: MODELO DE CUIDADO QUALITATIVO.
VANESSA DE OLIVEIRA LUCCHESI - UFPR, MARCOS CLAUDIO SIGNORELLI - UFPR, CLÓVIS WANZINACK - UFPR, ELIS MARIA T. PALMA PRIOTTO - UNIOESTE, ANGELA TAFT - THE UNIVERSITY OF MELBOURNE, KELSEY HEGARTY - THE UNIVERSITY OF MELBOURNE, LEESA HOOKER - THE UNIVERSITY OF MELBOURNE


Apresentação/Introdução
A violência doméstica (VD) impacta na saúde da mulher e da criança. Os trabalhadores de saúde, especialmente os profissionais da Atenção Primária à Saúde (APS), podem desempenhar um papel significativo no cuidado das pessoas em situação de violência. No entanto, eles precisam de treinamento adequado.

Objetivos
Investigar as práticas de apoio em VD e as necessidades de treinamento de equipes de APS do município de Paranaguá- PR, para, co-criar um modelo de treinamento em VD baseado em evidências, adaptando o currículo da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Metodologia
Adotamos métodos qualitativos por meio de uma abordagem de triangulação, triangulando: métodos (entrevistas semiestruturadas, grupos focais e notas de campo); ambientes (dois centros de APS e um centro especializado em atendimento de VD denominado Casa da Mulher Brasileira – CMB ambos no Estado do Paraná); participantes (funcionários da APS e especialistas do CMB); e análise (múltiplas formações - saúde pública, enfermagem, ciências sociais e direitos humanos). O trabalho de campo ocorreu entre novembro/2020 e setembro/2021, com quarenta e dois participantes. Todos os dados foram gravados, transcritos e nossa análise foi apoiada pelo software NVivo (geração de nuvens de palavras).

Resultados
Nossa triangulação revelou: 1) as práticas e desafios atuais da APS. 2) o suporte ideal precisa de: a) salas privativas de atendimento; b) Um “especialista” em cada UBS; c) protocolo intersetorial integrado. 3) Uma capacitação ideal deve abordar: a) mulheres e crianças; b) explicar todos os tipos de violência; c) normas de gênero e leis de VD; d) associações de VD com álcool/drogas; e) saúde mental; f) papel fundamental da equipe de APS/como abordar os sobreviventes; g) papel da rede intersetorial; h) obrigatoriedade da notificação de violência; i) segurança dos profissionais da APS; j) impactos da pandemia de COVID-19 para os mais vulneráveis; k) oficinas presenciais com casos práticos.

Conclusões/Considerações
As equipes de APS precisam ser treinadas em um programa de capacitação sob medida que aborde seus contextos e necessidades locais. Nosso estudo indica o quão ideal este programa poderia ser para o contexto brasileiro, adaptado do currículo da OMS. Com treinamento adequado na identificação de VD e cuidados aos sobreviventes, a equipe da APS pode ser um aliado fundamental para prevenir a VD e sua escalada.