Sessão Assíncrona


SA11.4 - MÚLTIPLAS ABORDAGENS DA FORMAÇÃO EM SAÚDE (TODOS OS DIAS)

38629 - EXERCITANDO METODOLOGIAS INSURGENTES NO FAZER-PESQUISA NA ÁREA DE SAÚDE COLETIVA
MANOEL NOGUEIRA MAIA NETO - UFRB, JEANE SASKYA CAMPOS TAVARES - UFRB


Apresentação/Introdução
Este escrito se faz como parte do processo avaliativo da disciplina “Metodologia, epistemologia e pensamento decolonial em saúde”, semestre 2021.2, facilitado pelo corpo docente do Mestrado Profissional em Saúde da População Negra e Indígena, da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), com o objetivo de explorar possibilidades insurgentes a partir da crítica ao epistemicídio acadêmico.


Objetivos
Explicitar o tensionamento racial e colonial no processo de fazer-pesquisa na área de Saúde Coletiva.
Construir questionamentos que facilitem outras formas de validade onto-epistemológicas na produção científica.


Metodologia
Para tal, utilizou-se da abordagem qualitativa a partir das referências obrigatórias e complementares da disciplina de “Metodologia, epistemologia e pensamento decolonial em saúde”, tais como Sueli Carneiro (2005) e Rámon Grosfogel (2016). Junto a isso, também foram utilizados os debates das mestrandas e docentes como parte da construção dos questionamentos acerca do epistemicídio e das formas insurgentes de construção de pesquisa em Saúde Coletiva, contextualizando categorias como gênero e raça. A partir da pergunta “É possível construir uma metodologia contra-colonial?”, produziu-se um ensaio-trajetória como forma de trabalho avaliativo da referida cadeira.

Resultados
Uma pesquisa contra-colonial se dá no nível na trajetória e da memória (BISPO, 2019), situando não somente sujeitas/os em contínuo processo de desvalidação onto-epistemológica, mas, junto a isso, questionando a ficção de universalidade presente na produção de fazer-pesquisa da branquitude acadêmica (CARDOSO, 2010). Pontuando as diversas disciplinas da Saúde Coletiva, é possível questionar que ao limitar-se em conceituações (portanto problemas e estratégias) brancas sobre processos de saúde-adoecimento-morte se está centrando e universalizando a ciência européia e estadunidense (VEIGA, 2019), deixando de contemplar contemplar a maioria populacional brasileira composta por negras e negros.

Conclusões/Considerações
Questionar o epistemicídio é entender que o fazer-ciência se liga à produção de soberania, produzindo validades sobre saberes, sociabilidades e formas de produzir Saúde, por exemplo, que merecem reconhecimento e, pelo inverso, o não-reconhecimento. Explicitar isso e recaptar os modos diversos, outros e plurais de entendimento de saúde-morte-adoecimento são estratégias urgentes frente aos dilemas políticos e sanitários presentes antes e hoje.