Comunicação Coordenada

22/11/2022 - 08:30 - 10:00
CC5.27 - IMPACTOS DA PANDEMIA, VULNERABILIDADES E LIÇÕES APRENDIDAS

40580 - IMPACTO DA PANDEMIA DE COVID 19 NA DINÂMICA DE TERRITÓRIOS VULNERÁVEIS DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO
PATRICIA DOS SANTOS DA COSTA - SMS RJ, ADRIANA COSER GUTIÉRREZ - FIOCRUZ, ADILSON ROCHA CAMPOS - UNICAMP, ANA CAROLINA DOS SANTOS RANGEL PEREIRA - SMS RJ, BRENDA FREITAS DA COSTA - SMS RJ, GASTÃO WAGNER DE SOUSA CAMPOS - UNICAMP, JOYCE ALVES NAHOUM - SMS MARICÁ, MARCELA SILVA DA CUNHA - SES RJ, MAURICIO PEREIRA DE MATTOS - SMS MARICÁ, RAFAELA DE OLIVEIRA LOPES DA SILVA - SMS RJ


Apresentação/Introdução
A pandemia de COVID 19 atingiu fortemente os territórios mais empobrecidos da cidade do Rio de Janeiro, agravando suas vulnerabilidades. Aumento do desemprego, fome e presença de conflitos armados conviveram com o adoecimento da população e pouca adesão às medidas sanitárias vigentes, uso de máscaras e isolamento social. Coletivos organizados também surgiram como modo de enfrentamento à pandemia.

Objetivos
Analisar o impacto da pandemia de COVID 19 em quatro territórios vulneráveis da cidade do Rio de Janeiro, identificando as produções sociais e comunitárias para o cuidado em saúde e o ativismo social.

Metodologia
Relato de experiência da pesquisa apoio, qualitativa multicêntrica “Estratégias de abordagem dos aspectos subjetivos e sociais na Atenção Primária no contexto da pandemia”, realizada nas cidades do Rio de Janeiro, Campinas e São Paulo. No Rio de Janeiro, foram escolhidos 4 territórios vulneráveis - Jacarezinho, Rocinha, Manguinhos e Catumbi. Foram realizadas 38 entrevistas em profundidade, com trabalhadores e usuários de unidades de APS. Em narrativas feitas com os relatos dos entrevistados, foram organizadas grades interpretativas por núcleos argumentativos, onde um deles abordava aspectos sobre como esses territórios foram impactados pela pandemia de COVID 19, e as saídas encontradas.

Resultados
As entrevistas apontaram diversas semelhanças na dinâmica dos territórios analisados, tais como presença de medo, luto, aumento do desemprego, dificuldades no ensino remoto, geração de renda e entraves no acesso aos serviços de saúde. Ainda assim, as unidades da APS se constituíram como fortes pontos de apoio comunitário no enfrentamento à pandemia nos territórios. Coletivos organizados se mobilizaram para distribuição de cestas básicas, máscaras, álcool, instalação de lavatórios e realização de ações de educação em saúde. A desobediência sanitária também foi bastante presente. O Jacarezinho foi mais atravessado no período pelo conflito armado, culminando em chacina com morte de 28 pessoas.



Conclusões/Considerações
Consideramos que a ausência de ações mais contundentes do poder público no enfrentamento à pandemia de Covid 19 nesses territórios impulsionou maior mobilização social, em substituição ao papel do Estado, na garantia de proteção à vida dos cidadãos. As unidades de atenção primária à saúde apresentaram-se como o principal equipamento público de apoio à população, uma vez que não interromperam suas atividades em nenhum momento da pandemia.