21/11/2022 - 13:10 - 14:40 CC5.25 - EXPERIÊNCIAS E DESAFIOS NO ENFRENTAMENTO À COVID-19 |
42902 - O TRABALHO DO AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE NO PRIMEIRO ANO DA PANDEMIA DE COVID-19 EM MUNICÍPIOS BAIANOS: ENTRE RECONFIGURAÇÕES E DESCONTINUIDADES CAMILA DE JESUS FRANÇA - UFBA, INSTITUTO MULTIDISCIPLINAR EM SAÚDE, CRISTIANE ABDON NUNES - UFBA, INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA, ANA LUIZA QUEIROZ VILASBÔAS - UFBA, INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA, ROSANA AQUINO - UFBA, INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA, CAMILA AMARAL MORENO FREITAS - UFBA, INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA, FABIELY GOMES DA SILVA NUNES - UFBA, INSTITUTO MULTIDISCIPLINAR EM SAÚDE, NILIA MARIA DE BRITO LIMA PRADO - UFBA, INSTITUTO MULTIDISCIPLINAR EM SAÚDE
Apresentação/Introdução A Pandemia de Covid-19 demandou a reorganização dos Sistemas de Saúde mundiais. Experiências de enfrentamento de epidemias anteriores, revelaram a importância dos agentes comunitários de saúde (ACS) em ações preventivas e mobilização da comunidade. No Brasil, o contexto da crise sanitária evidenciou mudanças no trabalho dos ACS, fragilizando suas atribuições de competência cultural e territorial.
Objetivos Analisar a reorganização do processo de trabalho dos agentes comunitários de saúde no enfrentamento à pandemia da Covid-19 em três municípios do Estado da Bahia.
Metodologia Trata-se de um estudo qualitativo, descritivo e exploratório em municípios baianos selecionados por conveniência. Foram entrevistados 44 profissionais das equipes de APS, destes 18 ACS entre agosto de 2021 a março de 2022. A análise dos dados foi realizada por meio do software Iramuteq versão 0.7 alpha 2, considerando categorias do modelo de atenção primária no enfrentamento da pandemia. O estudo é parte do Projeto de pesquisa “APS e Vigilância em Saúde na Pandemia da Covid-19 no Brasil/Projeto ObservaCovid”, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Instituto de Saúde Coletiva da UFBA.
Resultados As ações desempenhadas pelo ACS, durante a pandemia, sofreram adaptações nos três municípios. A visita domiciliar foi suspensa temporariamente e reativada no fim do primeiro ano, o que pode ter dificultado a identificação e monitoramento dos casos confirmados e suspeitos de Covid-19 na comunidade. Os ACS desempenharam atividades administrativas (acolhimento, triagem e apoio na recepção das unidades) e em alguns locais, monitoramento dos casos suspeitos predominante por visita remota (online ou celular) ou por visita peridomiciliar. A reduzida oferta de capacitação sobre a doença limitou a educação em saúde e a baixa cobertura internet prejudicou a vigilância digital dos casos na zona rural.
Conclusões/Considerações A pandemia exigiu esforços para a reorganização do trabalho dos ACS e o incipiente apoio das gestões municipais limitou a sua capacidade territorial. Apesar dos desafios, os ACS têm sido estratégicos na reorganização interna dos fluxos assistenciais para Covid-19 e na continuidade de ações da APS. Contudo, preocupa a descontinuidade de suas ações na lógica territorial no cenário pandêmico e de desmonte das políticas de proteção social e do SUS.
|