Comunicação Coordenada

22/11/2022 - 13:10 - 14:40
CC11.9 - PRÁTICAS COMPLEMENTARES E POSSIBILIDADES DE CURRICULARIZAÇÃO DA EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA

39249 - APRESENTAÇÃO DE UM CONCEITO DE “PRÁTICAS CORPORAIS INTEGRATIVAS”: CONTRIBUIÇÃO PARA A FORMAÇÃO E O TRABALHO EM SAÚDE
PRISCILLA DE CESARO ANTUNES - UFG


Apresentação/Introdução
A imprecisão no escopo do que pode ser balizado como PICS nas políticas públicas impacta nos registros e monitoramento, no financiamento e na gestão, bem como no campo dos saberes e práticas em saúde. No caso das práticas corporais, cujas atividades foram as mais ofertadas no SUS entre 2004 e 2017, caminhadas, ginástica e esportes às vezes aparecem como PIC, embora não se caracterizem como tal.

Objetivos
Buscando responder à necessidade de uma delimitação para o conjunto de práticas corporais integrativas, que as diferencie das demais práticas corporais e esportivas, o objetivo foi formular um conceito emergente da composição entre teoria e empiria.

Metodologia
A investigação priorizou uma abordagem qualitativa orientada pela Grounded Theory em sua versão interpretativa e construtivista. Os dados foram produzidos via observações registradas em diário de campo, entrevistas com usuárias e roda de conversa com condutoras de 20 grupos de práticas corporais integrativas oferecidos na Atenção Básica de Florianópolis-SC (nove grupos de yoga, cinco de lian gong, quatro de danças circulares e dois de qi gong). A análise foi realizada em três etapas de codificação (inicial, focalizada e teórica) e duas de validação dos dados. O produto da pesquisa foi a produção de uma teoria formal, explicitada no conceito formulado de “práticas corporais integrativas”.

Resultados
A análise permitiu enunciar que as práticas corporais integrativas são propostas de cuidado e promoção de saúde fundamentadas no paradigma “vitalidade-energia”; envolvem movimentos corporais associados a técnicas de respiração, relaxamento, atitude mental, mobilidade, oriundos de diferentes tradições culturais; prezam pela introspecção e qualidade de presença; estimulam as pessoas a descobrirem limites e potencialidades do corpo; promovem processos individuais, estendidos à coletividade, na medida em que convidam para a construção de uma nova relação consigo, com os outros e com o universo, para o questionamento e o compartilhamento da vida e para a ressignificação dos processos saúde-doença.

Conclusões/Considerações
O conceito formulado deve ser compreendido em relação ao cenário da investigação, com possibilidades de ser transferido para o âmbito acadêmico, serviços de saúde, documentos de políticas públicas. Aposta numa mudança paradigmática nos modos de atenção à saúde das comunidades, associada à integralidade do cuidado, à humanização das relações, à educação em saúde, à construção de evidências científicas e à transformação social.