Comunicação Coordenada

21/11/2022 - 13:10 - 14:40
CC11.2 - FORMAÇÃO EM SAÚDE: METODOLOGIAS DE ENSINO APRENDIZAGEM

38426 - DESAFIOS PARA A FORMAÇÃO LATO SENSU EM SAÚDE PÚBLICA/COLETIVA: RELAÇÕES ENTRE CAMPO CIENTÍFICO, POLÍTICAS PÚBLICAS E PRÁXIS TRANSFORMADORA NO SUS.
GÍSSIA GOMES GALVÃO - ENSP/FIOCRUZ, GUSTAVO DE OLIVEIRA FIGUEIREDO - NUTES/UFRJ


Apresentação/Introdução
A experiência na coordenação do curso de especialização em saúde pública da Escola Nacional de Saúde Pública - Fiocruz, despertou inquietações que nos levaram a estudar esse caso específico, refletindo sobre o contexto histórico da formação em saúde pública no Brasil e suas potencialidades para transformar a práxis dos trabalhadores no SUS, a partir de um processo educativo com perspectiva crítica.

Objetivos
Analisar, a partir do estudo de um curso latu sensu, como as relações entre a discussão de campo científico da saúde pública/coletiva e as políticas públicas de educação na saúde contribuem para a formação crítica capaz de transformar a práxis no SUS.

Metodologia
A partir de uma perspectiva histórico-dialética, adotamos o método da Investigação Ação Participação (IAP) desenvolvido por Fals-Borda e Paulo Freire. Trata-se de uma pesquisa qualitativa do tipo estudo de caso que triangula a pesquisa documental, a observação participante e o grupo focal na coleta de dados. A análise dos resultados integra a interpretação crítica de documentos; a narrativa da participação por mais de 10 anos na equipe de coordenação e; o Discurso do Sujeito Coletivo (Lefèvre e Lèfevre, 2003) elaborado a partir da análise do material proveniente de 4 grupos focais realizados no ano de 2022, três deles com trabalhadores egressos e outro com professores/coordenadores do curso.

Resultados
A análise preliminar dos dados dos grupos focais com egressos do curso, possibilitou identificar que as ideias centrais estão relacionadas às características pedagógicas críticas da formação; aos debates sobre identidade profissional no trabalho do sanitarista; e à reflexão sobre militância política e uma prática em defesa do SUS. Os discursos do sujeito coletivo revelam: i. tensão na desproporcionalidade entre a dimensão teórica e prática; ii. necessidade de uma reflexão crítica sobre a dimensão política que condiciona a práxis causando sofrimento nos trabalhadores; iii. importância da diversidade socioeconômica, cultural e profissional para troca de experiências entre os sujeitos da turma.

Conclusões/Considerações
Embora o estudo ainda esteja em desenvolvimento, é possível concluir que: a participação de profissionais de diferentes graduações em um processo de formação em nível lato sensu, fundamentado numa perspectiva crítica, contribui para a transformação da práxis dos sanitaristas/trabalhadores no SUS; a tensão teórica existente entre os campos científicos da saúde coletiva/pública não foi percebida como um problema relevante para a prática cotidiana.