Comunicação Coordenada

21/11/2022 - 13:10 - 14:40
CC11.1 - EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE COMO ESTRATÉGIA DE FORTALECIMENTO DO SUS

41385 - A EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE MENTAL EM EMERGÊNCIAS E DESASTRES NO CONTEXTO DE PETRÓPOLIS – RJ
JULIANA SANGOI - MÉDICOS SEM FRONTEIRAS, ÁLVARO PALHA - MÉDICOS SEM FRONTEIRAS, KARLA DE SOUZA MAGALHÃES - MÉDICOS SEM FRONTEIRAS, LETÍCIA NOLASCO - MÉDICOS SEM FRONTEIRAS, MARIA ZENITH NUNES CARVALHO - SMS - SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE PETRÓPOLIS-RJ, NÁDIA DUARTE MARINI - MÉDICOS SEM FRONTEIRAS, OSWALDO ALBERTO FILHO - SMS - SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE PETRÓPOLIS-RJ


Período de Realização
A experiência relatada realizou-se entre os dias 18 de fevereiro e 26 de março de 2022.

Objeto da experiência
Uma experiência de parceria entre Direção de Saúde Mental, Núcleo de Educação em Saúde (SMS, Petrópolis-RJ) e Médicos Sem Fronteiras - MSF.

Objetivos
Após o desastre socioambiental de grandes proporções ocorrido no município de Petrópolis-RJ, fortalecer a capacidade local de resposta a desastres através da formação emergencial em saúde mental e atenção psicossocial a profissionais de saúde, a nível da Atenção Primária e Secundária do município.

Metodologia
A partir dos marcos normativos do SUS, SUAS e guias internacionais de emergências e desastres, planejou-se uma formação emergencial de 2h prioritariamente às equipes de saúde dos bairros afetados e com maior número de famílias desabrigadas. A formação ocorreu no próprio território, evitando deslocamentos das equipes, e focou em alinhar conceitos básicos, informar sobre as reações emocionais esperadas na primeira fase pós desastre, e os primeiros cuidados psicológicos à população.

Resultados
As formações cumpriram seu papel como ação emergencial, possibilitando a atenção em saúde mais qualificada para as pessoas afetadas, com atuação diretamente nos territórios. Participaram 275 trabalhadores, em 20 grupos. Desses, 221 gestores e trabalhadoras/es da saúde (agentes comunitários, técnicos, enfermeiros, médicos, psicólogos e assistentes sociais), 21 trabalhadoras/es da Secretaria da Assistência Social, 5 trabalhadoras/es da Secretaria da Educação e 28 representantes da sociedade civil

Análise Crítica
O protagonismo do serviço público como organizador dos demais atores de resposta na emergência, assim como a presença in loco de uma organização com expertise técnico em desastre, operaram como facilitadores do processo. MSF atuou de forma temporária e complementar às políticas públicas locais. Fatores limitantes à sustentabilidade da ação: 1) rotatividade de pessoal na rede pública 2) demanda pré-existentes de saúde mental das equipes não atendidas e intensificada pelo desastre

Conclusões e/ou Recomendações
A experiência aponta para a necessidade de dispositivos permanentes de educação em saúde aos atores sociais de um território historicamente suscetível a desastres socioambientais. A gestão de recursos humanos e o reconhecimento por parte do poder público (Saúde, Educação e Assistência Social) a respeito dos impactos sob a saúde mental dos trabalhadores e seus níveis de complexidade são imperativos para estabelecer respostas adequadas à crise.