SA11.3 - PRÁTICAS FORMATIVAS NA SAÚDE COLETIVA EM DIFERENTES CONTEXTOS (TODOS OS DIAS)
|
43684 - PLANTAS MEDICINAIS NA ATENÇÃO PRIMÁRIA SOB A ÓTICA DOS TRABALHADORES: DESAFIOS E PERSPECTIVAS NAYARA RUDECK OLIVEIRA STHEL COCK - UERJ, THAUANNE DE SOUZA GONÇALVES - UERJ, GABRIELLA BARRETO SOARES - UFPB, FÁBIO HEBERT DA SILVA - UFES
Apresentação/Introdução Ao incluir o uso de plantas medicinais na APS possibilitamos o incremento de diferentes abordagens e opções terapêuticas. Com isso, tornam-se também uma alternativa na garantia da integralidade do cuidado e na articulação de estratégias para promoção da saúde. Pesquisas realizadas com trabalhadores da saúde podem indicar desafios no processo de institucionalização do uso de plantas medicinais.
Objetivos Investigar conhecimentos, atitudes e práticas dos trabalhadores em relação ao uso de plantas medicinais e destacar os desafios e as potencialidades desenvolvidas no processo de sua institucionalização na Atenção Primária.
Metodologia Essa pesquisa-intervenção buscou fortalecer perspectivas coletivas de cuidado, produzir dispositivos de análise das práticas e dos processos de formação em saúde. Para isso foram realizadas 15 entrevistas semiestruturadas com trabalhadores da equipe de Estratégia da Saúde da Família (ESF), no distrito de Patrimônio da Penha do município de Divino de São Lourenço-ES, no período de setembro de 2018 a outubro de 2019. A partir dos temas polarizados nas falas elegeu-se eixos temáticos direcionais e categorias de análise para conduzir as reflexões. A pesquisa foi aprovada no comitê de ética em pesquisa do Centro de Ciências Humanas e Naturais da Universidade Federal do Espírito Santo.
Resultados Desafios no campo da gestão do trabalho em saúde dificultam o uso de plantas medicinais. Apesar de compreenderem a noção ampliada de saúde, profissionais vivenciam processos de trabalho fragmentados e centrados na doença. O uso de plantas medicinais é encarado como paralelo aos protocolos instituídos. Apesar do consenso de aceitabilidade comunitária, a falta de tempo e conhecimento afastam da clínica práticas de cuidado que demandam tempo de relação e produção de vínculo. A roda de conversa aparece como alternativa para ampliar a habilidade comunicativa e o exercício de escuta dos profissionais, criando condições para troca conhecimentos entre os profissionais e articulações comunitárias.
Conclusões/Considerações Para superar os desafios no caminho da institucionalização das PICs e do uso de plantas medicinais, os serviços de saúde precisam de uma avaliação rigorosa da organização dos processos de trabalho. A falta de conhecimento, formação técnica e a política fragilizada, são entraves para implementação na APS. Por fim, para estender os horizontes das práticas de saúde os processos formativos devem afirmar a integralidade como princípio ético-político.
|