Sessão Assíncrona


SA11.3 - PRÁTICAS FORMATIVAS NA SAÚDE COLETIVA EM DIFERENTES CONTEXTOS (TODOS OS DIAS)

42277 - A FORMAÇÃO MÉDICA EM ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE EM ESCOLAS DO PARANÁ: A PERCEPÇÃO DOS COORDENADORES DE CURSO
FERNANDA DE FREITAS MENDONÇA - UEL, BRIGIDA GIMENEZ CARVALHO - UEL, LUCIANA OSÓRIO CAVALLI - FAG


Apresentação/Introdução
Visando superar o modelo biomédico, entidades internacionais recomendam que na formação médica deva ocorrer a inserção de aspectos de promoção e prevenção, integração comunitária e ampliação da prática para os sistemas de saúde locais. Nesta direção, as diretrizes curriculares nacionais (DCN) de 2014 recomendam a inserção dos graduandos nos três níveis de atenção, incluindo as unidades de saúde.

Objetivos
Analisar como ocorre a implementação curricular, com relação a inserção dos acadêmicos de medicina na Atenção Primária à Saúde (APS), em quatro cursos do estado do Paraná.

Metodologia
Trata-se de estudo de casos múltiplos, desenvolvido em quatro Instituições de Ensino Superior do Estado do Paraná que possuem cursos de medicina, dois privados e dois públicos. Os dados foram obtidos dos Projetos Políticos Pedagógicos (PPP) dos Cursos e de entrevistas com coordenadores, realizadas entre agosto/2020 e abril/2021. Devido a pandemia, as entrevistas foram realizadas de forma online, pelo aplicativo google meet, e abordaram questões relacionadas à organização curricular e estratégias utilizadas para os estágios na APS. Realizou-se análise compreensiva dos resultados, apoiados no referencial teórico de Pierre Bourdieu. A pesquisa foi aprovada pelo CEP sob o parecer nº 3.247.180.

Resultados
Todos os PPP analisados citam a inserção na APS ainda no primeiro ano, em três deles por oito semestres. Constatou-se que a unidade básica de saúde aparece como local de aprendizado para todos e de forma longitudinal no curso, porém uma das Instituições Públicas apresenta maior fragilidade neste processo, por ser o PPP que mais se distancia do preconizado; no internato há inserção neste nível de atenção para todas, mas em uma com tempo inferior ao preconizado. Em três instituições foi possível verificar que as disciplinas de APS tem papel fundamental na estrutura do curso e funcionam como integração entre as demais, bem como desenvolvem conhecimentos e habilidades individuais e coletivas.

Conclusões/Considerações
A inserção do graduando na APS no início do curso demonstra ter papel importante para mudança da formação e para o perfil de egresso preconizado pelas DCN. Se constitui em desafio superar a fragmentação curricular, a valorização da especialidade médica e da tecnologia. Porém há grande potencial de mudanças nas instituições estudadas para a transformação do habitus, do capital cultural e do poder simbólico atualmente presente na formação médica.