Sessão Assíncrona


SA11.3 - PRÁTICAS FORMATIVAS NA SAÚDE COLETIVA EM DIFERENTES CONTEXTOS (TODOS OS DIAS)

41581 - PERSPECTIVAS E DESAFIOS NA TRAJETÓRIA DOS ESTUDANTES DE MEDICINA: DADOS PRELIMINARES DE UM ESTUDO MICROPOLÍTICO
DANIELE VIEIRA PASSOS - UNIFESP, ROSEMARIE ANDREAZZA - UNIFESP, FABRÍCIO GOBETTI LEONARDI - UNIFESP


Apresentação/Introdução
Esta pesquisa se pauta na discussão sobre o ensino superior público e do sofrimento acadêmico, com enfoque no estudante de medicina Desde o processo seletivo para ingressar no curso até o final da graduação, o estudante é constante e gradativamente exposto a fatores de sofrimento que comprometem sua saúde mental. Os níveis de pressão e cobranças podem variar muito tornando o problema ainda mais complexo.

Objetivos
Identificar, através do olhar dos estudantes de medicina os fatores relacionados ao sofrimento e potencializadores do mesmo ao longo do Curso médico. Promover espaços de conversa com estudantes para que eles possam compartilhar vivências.


Metodologia
Trata-se de um estudo qualitativo de caráter exploratório. Realizou-se um levantamento bibliográfico através das bases de dados (BVS) sobre a saúde mental dos estudantes de medicina. Foi adotada a técnica de grupo focal. Serão realizados dois encontros de forma presencial, nas dependências da instituição com a participação de estudantes de diversos anos, interessados em compartilhar suas experiências. A primeira discussão foi gravada e transcrita. Foi elaborada então uma primeira narrativa, que apontou visibilidades. Este estudo é parte de uma investigação sobre “A saúde mental e o sofrimento de estudantes de uma universidade federal entre os anos de 2014 a 2021: um estudo quali-quanti”.

Resultados
No grupo focal a conversa intensa sobre “o que pega” e “o que segura” no curso de medicina, algumas visibilidades emergiram: a) o medo “de cair” – de repetir – um estigma que será levado até a formatura; b) as relações de poder entre os alunos e professores e entre eles; c) a carga horária excessiva nos dois primeiros anos com pouca relação com o ser médico; d) as trajetórias e as necessidades singulares dos alunos não importam; e) as desigualdades econômico-financeiras não são consideradas; f) a cobrança das atividades extracurriculares para a residência; g) a importância dos espaços de convivência e das relações afetivas produzidas; h) as ligas acadêmicas os aproxima da prática médica.

Conclusões/Considerações
Há tempo conhecidas as visibilidades iniciais estão interligadas e são imanentes. Sob a consigna “a geração de vocês é muito fraca” é preciso pensar não só nas alterações dos projetos pedagógicos, mas também nas relações produzidas e reproduzidas durante a formação do médico. O cuidado como um valor, para além da biomedicina, precisa ser incluído, vivenciado nas trajetórias dos futuros médicos.