Sessão Assíncrona


SA11.3 - PRÁTICAS FORMATIVAS NA SAÚDE COLETIVA EM DIFERENTES CONTEXTOS (TODOS OS DIAS)

40844 - DESENVOLVIMENTO E USO DE INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO BIOPSICOSSOCIAL DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA NA PERSPECTIVA DOS FISIOTERAPEUTAS
MARIA GABRIELA ALVES DE BRITO - UFPB, LETÍCIA MYLENA GUEDES SOUZA - UFPB, NATASHA FELIPE DA SILVA - UFPB, JOSÉ ERIVONALDO FERREIRA PAIVA JÚNIOR - UFPB, MAYZA LEITE FELIX MACIEL - UFPB, BRUNO GONÇALVES CALAÇA - UFPB, MATEUS HENRIQUE DE OLIVEIRA VIANA - UFPB, ROBSON DA FONSECA NEVES - UFPB


Apresentação/Introdução
A assistência à Pessoa com Deficiência (PcD) nos Centros Especializados em Reabilitação (CER) requer a integração de diferentes profissionais para deflagrar os processos de cuidado nesse espaço. A abordagem biopsicossocial tem sido recomendada para alavancar essa tarefa, contudo pouco se sabe sobre como esses processos se desenvolvem e suas implicações para as práticas de cuidado.

Objetivos
Conhecer, na perspectiva dos profissionais de saúde, o processo de construção da avaliação e as práticas de diagnóstico, após adoção da Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF) em um CER IV.

Metodologia
A pesquisa qualitativa foi realizada no CER IV de João Pessoa, o qual é referência no serviço de habilitação e reabilitação nas quatro áreas da deficiência. Os dados qualitativos foram obtidos por meio de oficinas virtuais de elaboração e uso da CIF, da qual participaram 19 profissionais de saúde e de entrevistas em profundidade com informantes chave selecionados por conveniência nas oficinas. Em ambas as técnicas o pesquisador buscou os obstáculos e facilitadores na avaliação e diagnóstico. O período de coleta de dados foi de março de 2021 a novembro de 2022. Os dados empíricos foram analisados à luz da Técnica de Análise de Conteúdo temática proposta por Bardin.

Resultados
Dezenove profissionais participaram do estudo (médicos, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, assistentes sociais, fonoaudiólogos e psicólogos). Na etapa de elaboração do instrumento de avaliação, os obstáculos foram desconstruir a ideia de que um instrumento único daria conta da complexidade que os profissionais enfrentam no CER e a forte influência do modelo biomédico provocando resistências nos profissionais. Já o facilitador foi o apoio e envolvimento da gestão no processo. No diagnóstico, os obstáculos foram a incompatibilidade para uso na perícia, o tamanho e a linguagem do instrumento. O facilitador foi a geração de informações para o projeto terapêutico singular da PcD.

Conclusões/Considerações
Os resultados apontam para a importância de se associar a adoção da abordagem biopsicossocial nos CER com outras estratégias como: a educação permanente para auxiliar na reorientação do modelo de atenção no serviço e; práticas de organização da força de trabalho no CER, visto que a instituição lida com aspectos relacionados ao cuidado e ao aparato pericial, que em algumas situações são bastante distintos mesmo tendo interfaces.